quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Planejamento estratégico - “inteligência empresarial”

O neurofisiologista - William Calvin, da University of Washington School of Medicine - tem uma hipótese: inteligência tem a ver com a capacidade de antecipar. Planejar cursos de ação até então inéditos, ensaiando-os dentro da cabeça antes de agir.” Inteligência é a capacidade que você exercita quando abre a geladeira e pensa no que terá de sair para comprar para poder preparar um jantar, a partir das sobras do almoço. Quando inventa uma ordem nova a partir de coisas com as quais nunca tinha se deparado."

Essa capacidade de antecipar pode ter se originado no passado distante na necessidade de coordenar movimentos de arremesso: se você se alimenta de coelhos, e há poucos deles por aí, é bom que se torne muito competente em acertá-los quando vê um. Ou você aprende a arremessar com precisão ou morre.

Movimentos desse tipo,uma vez executados, não podem ser modificados - você tem de simulá-los precisamente dentro da cabeça antes de pratica-los. Essa pode ter sido uma “inteligência rudimentar” (uma proto-inteligência) que estaria na raiz de outra arma poderosa dos humanos: a linguagem. Sem linguagem seríamos pouco mais inteligentes que um chimpanzé.

Às vezes diz-se que o cérebro é um ”computador de bordo”, não pela maneira como funciona, mas pelo que faz. Para nós, interessados em performance empresarial, o aspecto mais interessante do que ele faz é simular o mundo, criando modelos, através do equivalente a um software de realidade virtual que “roda nele”.

Toda espécie que tem um sistema nervoso, usa-o para construir um mundo seu, particular, que é permanentemente atualizado pelas informações que os sentidos captam. Para construir seu mundo, cada espécie usa a informação mais útil para AGIR nesse mundo.

A maneira de entendermos “inteligência”, para mim, nada tem a ver com esse amontoado de tolices que povoam a literatura empresarial, e que se limitam ou a nos exortar - (“seja mais mais inteligente”; “torne-se um líder”) - ou a constatar: (“estamos na era da inteligência; só a empresa inteligente sobreviverá”). E daí?

Nossa fonte de inspiração tem a ver com a arte de visualizar futuros sob pena de não deixarmos descendentes. Chamam isso de planejamento estratégico.


Clemente Nóbrega
Idéias e Inovação, 18/11/08


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