segunda-feira, 11 de maio de 2009

Oi Futuro seleciona projetos de tecnologia social de todo o país

O Oi Futuro, instituto de responsabilidade social da Oi, lançou no dia 27 de abril o edital de seleção para o Programa Novos Brasis 2009, de apoio e parceria com organizações sem fins lucrativos para a viabilização de idéias inovadoras que utilizem a tecnologia da informação e comunicação para acelerar o desenvolvimento humano. Este ano, pela primeira vez, o edital está aberto a projetos de todo o país.

A seleção terá como foco o desenvolvimento de tecnologias sociais que possam ser replicadas para outras organizações sociais. Serão valorizados critérios como inovação, criatividade, capacidade de apresentação de diagnóstico da comunidade atendida e de monitoramento do trabalho realizado. O programa busca apoiar projetos com diretrizes e objetivos bem definidos que tenham como base o uso da tecnologia para informação e comunicação.

Desde 2004, o Novos Brasis investiu cerca de R$ 7,5 milhões e beneficiou mais de 40 mil pessoas com 70 projetos que já se tornaram realidade. “Por meio do programa, o Oi Futuro busca contribuir para fazer a diferença na vida de milhares de pessoas que passam a ter acesso ao conhecimento de forma mais rápida e autônoma”, revela a diretora de Educação do instituto, Samara Werner.

O edital é voltado para organizações do terceiro setor sem fins lucrativos e devidamente legalizadas. Após a seleção das propostas, que será realizada por um grupo de especialistas, o Oi Futuro acompanhará a implantação de cada iniciativa, auxiliando na gestão e na avaliação do impacto das atividades. A partir dessa edição, a parceria com o instituto de responsabilidade social da Oi se dará por 15 meses, três meses a mais do que nos anos anteriores.

“A construção de tecnologias sociais é uma das metas do Novos Brasis. Educação à distância, produção de software, uso social do celular e formação e fortalecimento de redes de conhecimento são exemplos de projetos já apoiados pelo programa”, completa Samara.

Entre as iniciativas selecionadas pelo Novos Brasis no ano passado, o Sertão.Net, realizado pelo Instituto de Permacultura da Bahia, promove, através de videoconferências, encontros entre 53 pequenos agricultores do semi-árido baiano e cerca de 100 da Índia para troca de informações. Já o Celulares Indígenas, da ONG Thydewas, capacitou indígenas que passaram a utilizar o celular para produzir vídeos sobre sua realidade e inserir no portal Índios On-Line www.indiosonline.org.br.

Por apostar no desenvolvimento de soluções sociais, o Novos Brasis dispõe ainda de uma rede virtual de relacionamento para troca de experiência entre os parceiros. Também são realizados encontros anuais, onde os integrantes de todas as organizações se conhecem pessoalmente e iniciam conversas para parcerias concretas.

As inscrições, assim como as regras de participação, estarão disponíveis no site www.oifuturo.org.br até o dia 12 de junho. As organizações podem inscrever mais de um projeto, desde que atendam às exigências do regulamento.


redeGIFE Online, 27/04/09

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Eletrocooperativa lança novo portal

Oferecer em um ambiente virtual colaborativo cursos, tutoriais e diversas ferramentas para que jovens artistas consigam produzir e divulgar suas músicas, vídeos e programas de rádio e, a partir daí, gerar renda. Essa é a proposta do Portal Eletrocooperativa, lançado no último dia 15 de abril.

O site busca ampliar o alcance do Instituto Eletrocooperativa, que há seis anos trabalha com as ideias de desenvolvimento sustentável, produção cultural e distribuição de renda a partir do acesso de jovens aos meios digitais que facilitam a gravação, produção e difusão de suas criações. “Fazer a distribuição de renda através da produção cultural”, resume a coordenadora da Eletrocooperativa e responsável pelo novo portal, Suzana Pamponet.

No site, os jovens podem disponibilizar seus trabalhos para que outras pessoas possam conhecê-los. “Há muitos jovens que possuem um grande potencial para produzir vídeos, músicas, programas de rádio, fotografias e não sabem como e onde fazê-lo”, explica Suzana.

Para isso, como em outros sites de relacionamento, cada participante tem um perfil, um espaço onde pode falar sobre si mesmo e mostrar suas produções. Lá é possível, por exemplo, inserir links de vídeos e disponibilizar arquivos de áudio. Todas as produções publicadas serão licenciadas em creative commons - conjunto de licenças padronizadas para gestão aberta, livre e compartilhada de conteúdos e informação.

Para que as produções gerem renda, existem duas possibilidades. Primeiro, através da compra direta do produto ou do incentivo à produção cultural por meio de patrocínio de terceiros, como empresas ou outras instituições. Em segundo lugar, o mais comum, empresas investem na Eletrocooperativa para a produção de um determinado trabalho cultural.

Para exemplificar, investidores podem optar por investir R$ 50 mil divididos em prêmios de R$ 1 mil para que os jovens digam o que pensam sobre a educação nas suas cidades. A partir daí, cabe à curadoria dos trabalhos definir quais são os melhores e distribuir as quantias. Suzana explica que “é papel da Eletrocooperativa fazer a mediação entre tornar viável a divulgação dos trabalhos dos jovens e organizar a maneira como ele poderá receber por esta sua atividade”.

Dessa maneira, o portal busca valorizar economicamente a produção, mas não esquece a importância pedagógica e social da criação. Desenvolvido na plataforma WordPress, o código do site é aberto, o que possibilita que os usuários consigam ajudar a aprimorá-lo.

A proposta de construir um espaço colaborativo não é considerado um impeditivo para a publicação de produtos de qualidade. “No Youtube, por exemplo, pode-se colocar o quiser. O nosso foco não é este, pois prezamos que as produções tenham qualidade. Para isto criamos um serviço de Microblogging onde as pessoas podem colocar suas dúvidas e também solucionar eventuais problemas de outros integrantes do Portal”, explica Suzana.

Por fim, também há uma iniciativa por parte da organização do portal em sempre mantê-lo o mais didático possível. “Nele existem tutoriais e outras formas de apoio para que as pessoas interessadas em começar sua própria produção tenham uma base técnica para isto. Nossa curadoria também sempre está de olho para evitar que conteúdos impróprios sejam postados para respeitar a todos que o acessam. Com o tempo também temos dado dicas para os usuários, como por exemplo, nomes de usuários confusos, que podem prejudicar o usuário na hora de manter contato com um interessado na sua obra”, conclui.


Por Alexandre Saconi, do Aprendiz
Envolverde, 27/04/09
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Como conquistar a confiança do investidor social?

Os mercados financeiros no mundo todo continuam em reviravolta e ainda é prematuro começar a falar sobre qualquer lição aprendida durante a crise financeira. Certamente que uma presença mais reguladora teria ajudado. Porém, o que não tem mudado é a necessidade da transparência e de informações sobre os investimentos.

Quem destina recursos já começou a confiar apenas em organizações sociais que tenham como princípio disponibilizar informações completas sobre suas ações, zelando por uma total transparência. Para quem não sabia o que seria preciso manter para fidelizar seus mantenedores a partir de agora, está aí o primeiro passo.

Os investimentos sociais não diferem em nada dos tradicionais. Quanto maior for o conhecimento sobre determinado projeto e a desenvoltura de seus gestores, maior segurança eles terão em destinar recursos, não importando se o investimento é público ou privado.

Mas em que ponto eles se diferenciam? Na necessidade de informar e de ser transparente sobre seu impacto social. Isto não é tão simples assim. Cada programa ou projeto tem um impacto diferente e a forma como é medido varia de investimento a investimento.

Apesar dos problemas do ano passado, é aqui que os mercados abertos de investimento podem servir como modelo. Agências reguladoras como a Security Exchange Comission, dos EUA, certifica-se de que todas as empresas de capital aberto forneçam todas as informações oportunas.

Elas padronizaram as informações de modo que os resultados podem ser comparados em tempo hábil. Os investimentos sociais não têm uma agência como essa, tornando impossível para o investidor comparar rapidamente os impactos dos diversos investimentos sociais.

No entanto, algumas organizações, incluindo a Investing for God, na Inglaterra, e a Social Impact Research, nos EUA, estão aplicando suas próprias metodologias e análises sobre o que é feito com os recursos, para que seja possível comparar facilmente o impacto. O problema é que a informação não é padronizada e nem todas as ações sociais, sejam elas poucas empresas estão avaliando seus investimentos.

No Investment for God, nós fazemos o papel de intermediários entre os investidores e os investimentos. Acreditamos que os investidores em potencial merecem ter as informações disponíveis mais exatas e completas. Para essa finalidade, nós compilamos todas as informações, pesquisamos as ofertas, escrevemos os relatórios e avaliamos o investimento.

Ao prepararmos nossas próprias análises e avaliações, compilamos uma extensa gama de informações e as utilizamos para apontar em cada investimento três áreas cruciais de Confiança, Retorno e Impacto.

A confidência está relacionada à estabilidade financeira do investimento. Os critérios proeminentes de contagem incluem não só a força operacional da organização como também o gerenciamento, a história operacional e os fatores de risco relevantes. O retorno mede os benefícios projetados pelo investimento.

O Impacto avalia tanto os benefícios sociais e ambientais gerados pelo investimento, que são medidos e analisados em referência a uma determinada missão da empresa quanto a meta dos seus acionistas, o que é muito importante.

Onde uma pesquisa tradicional de patrimônios procuraria somente pelos resultados financeiros, nossa Metodologia Analítica do Impacto do Investimento procura completar o quadro do investimento social.

De forma similar, a Pesquisa de Impacto Social, (Social Impact Research) uma divisão ONG Root-Cause, usa como modelo de relatório de pesquisa a pesquisa de patrimônio do setor privado. Seus relatórios agregam e analisam informações não só das próprias companhias como também das agências dos governos, organizações de doadores, grupos de pensadores, acadêmicos e consultores.

Mais adiante, neste mesmo ano, a Acumen Fund lançará nos EUA sua própria pasta de Dados de Sistema de Gerenciamento, criado em colaboração com engenheiros da Google. O sistema compilará os resultados operacionais, financeiros, sociais e ambientais em ambos os níveis local e setorial; porém sem classificar o investimento.

O relatório, O Mercado dos Sem Fins Lucrativos: Construindo a Pontes de Informação na Filantropia, um relatório escrito pela Hewlett Foundation e McKinsley & Co., conclui que os empreendimentos filantrópicos de risco, que descreve como “o mercado dos sem fins lucrativos tem muito a aprender dos mercados tradicionais de capital”.

O relatório conclui: “O mercado dos sem fins lucrativos carece de um fluxo forte de informações periódicas e precisas que são a marca registrada dos mercados de alto desempenho como a bolsa de valores, os mercados de commodities, ou eBay. Para construir esta ponte, o setor deve capturar, analisar, distribuir e utilizar a informação no desempenho de organizações sem fins lucrativos e/ou mais efetivamente, seu impacto social.

Como a falecida Anita Roddick, fundadora do Body Shop, dizia: “eu quero algo não somente para investir. Quer algo em que possa acreditar”. Os investidores terão algo para acreditar somente se confiarem na informação que tem.


Maureen Stapleton
Analista da Investing for Good
redeGIFE Online, Edição 585, 27/04/09

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