quinta-feira, 17 de julho de 2008

Doação individual: fazendo-a ser percebida

Apesar de pessoas de todos os setores da sociedade sempre doarem à caridade, o apelido “filantropo” tem sido dado tradicionalmente aos ricos industriais não importando se as fortunas foram feitas do petróleo ou aço (Rockefeller e Carnigie), ou software, ou finanças. (Gates e Buffett). Hoje, no entanto, a filantropia se popularizou. Brad Pitt, Angelina Jolie e Bono têm ajudado refugiados, aos grupos de direitos humanos, aliviando dívidas e em causas célebres. E se os executivos da NBC conseguirem o que desejam a filantropia logo mais poderão chegar à sua casa através de um canal de televisão.

Entre os shows do horário nobre programados para o inverno de 2009, está “O Filantropo”, o herói que será “o primeiro Filantropo Vigilante”, um bilionário que usa sua riqueza, sua rede de relacionamentos e seu poder para ajudar pessoas necessitadas: em vez de gastar US $ 25.000 o prato num evento beneficente, ele foge das balas nos países do Terceiro Mundo para entregar vacinas em mãos. O próximo papel de George Clooney?

Enquanto as celebridades podem contribuir com dinheiro e chamar a atenção pela fama que têm, a maioria dos doadores individuais não consegue nem ser mencionada na última página da imprensa, na primeira... nem sonhando. No entanto, eles fazem a diferença. US$10.000 podem ter um profundo impacto num projeto de irrigação de uma vila. US$ 50.000 podem financiar pequenos empréstimos para toda uma vizinhança numa cidade Africana. Somada a outras doações, US$100.000 podem fornecer capital de investimento para um fabricante de vacinas de baixo custo nos países em desenvolvimento. A escala dos doadores de US$ 1.000.000 até US$ 5.000.000 é diferente.

A chave disto é identificar qual é a melhor forma de usar cada uma das doações. Isto significa ter uma idéia muito clara de qual é a paixão do filantropo, o tamanho dos recursos dela ou dele e o nível de participação desejado. Isto então requer estar ciente de que negócios e filantropia exigem habilidades diferentes. Os bons doadores podem adaptar seus talentos empreendedores para negócios e aplicá-los no seu trabalho filantrópico; só que, desenvolver um negócio de sucesso e criar um projeto eficiente na saúde, implicam esforços qualitativos totalmente diferentes. A seguir algumas dicas para doações individuais inteligentes.

O que o filantropo individual tem a oferecer
Uma pessoa, ou até uma família muito coesa, podem conseguir muito se acreditarem numa idéia ousada planejando os recursos sociais, financeiros e profissionais e no engajamento num ideal. Os filantropos precisam começar com um entendimento claro dos assuntos, ter a capacidade de ouvir as pessoas que serão beneficiadas com a sua doação, desejar colaborar visando o impacto máximo e confiar no raciocínio estratégico com planejamento e persistência. Em resumo, um compromisso para agir de forma que possa aumentar as probabilidades de fazer mudanças que perdurem.

Quais são algumas das vantagens que o filantropo individual tem sobre os grandes fundos? Para começar os doadores individuais são mais ágeis que as grandes fundações.

As decisões e ações podem acontecer com maior velocidade permitindo agir rapidamente em casos de necessidades urgentes. Por exemplo, Jeff Horowitz, há tempo se interessava na troca do Carbono como uma solução para o aquecimento global. Quando ele percebeu que não havia suficiente regulamentação destinada a reduzir as emissões de carbono originadas em queimas de florestas e degradação (REDD), licenciou-se da sua participação societária do escritório de arquitetos de São Francisco, a KMD Arquitects, para fundar o Avoided Deforestation Partners (Parceiros da Prevenção de Desflorestamento); uma empresa internacional sem fins lucrativos que promove políticas de mercado para proteger e incrementar o ecossistema florestal. Horowitz agora dedica seu tempo em convencer políticos e líderes corporativos muitos deles conhecidos na sua antiga atividade, sobre a REDD (Regional Ecosystem Description Database, algo como Cadastro das Descrições dos Ecossistemas Regionais).

Da mesma forma, indivíduos e famílias podem arriscar mais do que as grandes organizações em assuntos que evitariam entrar, tais como experimentar novas tecnologias ou apoiar idéias ainda não testadas. Em 1991, quando Martin Fisher e Nick Moon fundaram uma organização que mais tarde seria a KickStart, uma organização sem fins lucrativos no Quênia que desenvolve, fabrica e distribui tecnologias inovadoras como bombas para micro-irrigação, materiais para construção e fabricação de ferramentas, eles aplicaram a poupança e lucros provenientes de um contrato que tinham para fabricar latrinas nos campos de refugiados Somalis. Este primeiro investimento permitiu a KickStart afinar o seu modelo e colocou a organização num ritmo de crescimento rápido. Hoje a KickStart trabalha na África Subsaariana e sua rede de distribuição chega às mais remotas regiões.

Devido a sua independência, os filantropos individuais frequentemente trazem novas idéias e novas estratégias para resolver problemas deixados de lado por outros. A educação e o treinamento são exemplos das preocupações persistentes de muitos dos filantropos, no entanto, muitos têm dificuldade em transpor as barreiras políticas, econômicas e sociais que mantêm as pessoas atoladas na pobreza. Essas barreiras são as mais altas de todas em regiões onde o desemprego crônico tem criado um ciclo de frustrações, perda de esperança e raiva. Em 2004, Ron Bruder desenvolveu a Fundação Educação para Emprego, gerando oportunidades de trabalho para jovens desempregados em países de maioria muçulmana dando-lhes treinamento profissional e técnico de primeiro mundo encaminhando-os para uma carreira profissional. Através de parcerias com empresas, escolas e governos, a F.E.E. fornece aos jovens as ferramentas e o treinamento necessários para prosperar no ambiente empresarial acompanhando-os com um sólido programa de tutoria para garantir um sucesso duradouro.

Os doadores individuais também são organizadores ideais e intermediários de relacionamentos. Quando Uday Khemka queria chamar a atenção dos doadores para o tema de como evitar as ameaças potenciais das mudanças climáticas sobre as pessoas carentes do mundo, o empresário indiano reuniu os filantropos com peritos em mudanças climáticas do mundo todo para uma série de reuniões com o objetivo de explorar alternativas para mitigar as mudanças climáticas. Foram reuniões informais e orientadas para a implementação de ações. O resultado? A fundação da “Filantropia para a Rede de Ações de Mudanças Climáticas” formado por um grupo de filantropos individuais e de fundações comprometidas a fazer intercâmbios de boas práticas e coordenar estratégias e planos de ação em torno das mudanças climáticas.

O que faz de uma pessoa um bom filantropo?
Então, o que faz de uma pessoa um bom filantropo? O mesmo que faz um bom filantropo institucional: acima de tudo, a vontade de ouvir as pessoas do campo. No final de contas, o impacto do trabalho do filantropo depende da vontade das pessoas da localidade em levar as ações adiante. Uma coisa é um doador financiar pesquisas de AIDS e outra coisa totalmente diferente é montar uma clinica para Aidéticos. Têm que levar em consideração um mínimo de desafios: a falta de transporte para chegar à clínica; a falta de água potável para limpeza e desinfecção, tabus contra as pessoas aidéticas e práticas sexuais da região que disseminam o vírus.

A eficácia do doador aumenta de forma dramática se visualizar a doação de forma consistente com a cultura e os valores locais. Os filantropos, mesmo com as melhores das intenções, se não se derem tempo para estudar o terreno e colher informações, podem cometer uma gafe se ignorarem o contexto cultural ou seguirem em frente sem as devidas consultas. Com humildade e paciência se chega longe no objetivo de ajudá-los a atingir suas metas. Por exemplo, quando a doadora Ann Lurie viu uma lacuna no tratamento médico no Quênia rural, ela fundou uma clínica móvel para fazer diagnósticos, tratamentos, prevenção e educação de saúde dirigida às comunidades não atendidas. Os parceiros locais não só ajudaram a manter a unidade móvel como também contribuíram para a construção de clínicas.

Os bons filantropos também procuram alavancagem por meio de sociedades, alianças e colaborações. Como Betsy Brill, presidenta e fundadora da Filantropia Estratégica Ltda., diz: “trabalhar isoladamente não é a receita para o sucesso. A alavancagem, o conhecimento, a experiência e o relacionamento com outros filantropos somados, levam aos objetivos desejados. Estar atento, seguir a própria instituição e rodeado de recursos filantrópicos profissionais, os filantropos irão longe e garantirão investimentos sociais eficientes.”.

Afortunadamente, os recursos dos doadores individuais na década passada cresceu dramaticamente. A rede de doadores como o Global Philantrophy Fórum e a Synergos’s Global Philanthropist’s Circle, oferecem oportunidades para outras redes e colaboradores enquanto organizações como a Ásia Foundation fornecem os meios para dar apoio à governabilidade, às leis, à sociedade civil, à participação da mulher para o desenvolvimento econômico e relações internacionais. Para filantropos à procura de soluções mais de mercado, os fundos de risco sem fins lucrativos como o Acumen Fund, usam abordagens de profissionais empreendedores para resolver os problemas globais de pobreza.

Estratégias de pesquisas e procura de melhores práticas com a ajuda de uma rede de filantropos, constituem um bom lugar para começar. As organizações intermediárias, grupos que angariam fundos em nome de uma variedade de pequenas organizações que geralmente estão agrupadas em volta de um tema ou região, formam uma das maneiras mais práticas e eficientes para que um doador individual possa causar impacto imediato. O Fundo Global para Mulheres, o Fundo Greengrants, o Fundo Global Para Crianças, Mama Cash e outros intermediários criaram uma rede de beneficiários e programas baseados em habilidades.

Uma doação relativamente modesta pode ter grande impacto quando canalizada via intermediários. Com o simples conhecimento de que recursos estratégicos existem no solo, no campo ou numa área geográfica, pode agregar valor aos esforços do doador individual.

Para qualquer doador, “tirar o máximo proveito da grana” é um ponto a ser considerado e a colaboração tem um forte efeito multiplicador. Como Presidente da GITI Pneus, uma das líderes do mercado que fabrica pneus na Ásia, Enki Tan conseguiu alavancar a presença da GITI na Ásia para dar apoio ao trabalho da Conservation Internacional (CI), de onde é membro da diretoria. Em Dezembro último, a GITI doou US$ 1.000.000 para os projetos da CI no norte de Sumatra (Indonésia) e nas montanhas do sudoeste da China. Além do mais, em Setembro passado, Tan e sua esposa Cherie Nursalim, organizaram o Leilão Azul, um evento beneficente black-tie em benefício das obras da CI em preservação marinha.

Auspiciado pelo Príncipe Albert II, no museu oceanográfico de Mônaco, a Christie leiloou a concessão de direitos de nomear dez espécies de vida marinha descobertas recentemente na Costa da Bird’s Head Seascape na província de Papua, Indonésia. O leilão levantou US$ 2.500.000, incluindo a oferta de US$ 480.000 da GITI. Em ambos os casos, foi muito mais que dinheiro: era sobre como utilizar relações pessoais e profissionais para movimentar o trabalho.

Os doadores que desejam por a mão na massa da filantropia, poderão investir mais tempo e recursos no planejamento. Por exemplo, quando um doador decide começar uma fundação, até mesmo as tarefas mais triviais como elaborar um pedido de autorização ou criar diretrizes, podem virar perdas de tempo e distração. Doadores associados e doadores conselheiros podem ajudar a desenvolver uma estratégia eficiente. Doadores que decidem montar uma organização para de fato trabalhar nelas, enfrentam outros tipos de desafios: registrá-la como sendo sem fins lucrativos, organizar uma equipe, formar infra-estrutura local e angariar fundos.

Progredindo: melhorando a efetividade das doações individuais
Para os experimentados doadores individuais, o desafio eterno é a ampliação. Uma estratégia especialmente criada para um indivíduo ou uma fundação familiar com muito dinheiro é expandir um programa de sucesso. Por exemplo, os doadores individuais foram de grande ajuda para juntar os Partners in Health (Parceiros da Saúde), uma rede de postos de saúde avançados estabelecida originalmente no Haiti, em vilas de Ruanda e Lesoto. O fundador de Parceiros da Saúde, Paul Farmer, afirma que os doadores individuais são mais flexíveis e giram dinheiro mais rapidamente que outras fontes. Do ponto de vista dos doadores, financiar a expansão de uma comprovada ação benéfica poupa tempo e recursos.

De forma inversa, um pequeno doador pode fazer uma parceria com uma grande organização para ter a certeza que comunidades menores não sejam esquecidas. Em 1993, Rodrigo Baggio, naquela época um jovem professor de tecnologia da informação de escolas privadas do Rio de Janeiro, queria que jovens de diferentes classes sociais falassem entre si via internet. Depois de lançar este projeto, ele percebeu que os jovens pobres não participavam do projeto porque não tinham computadores. Então, ele reformou seu projeto e 2 anos depois fundou o Comitê Pela Democracia na Tecnologia da Informação, (CDI) uma organização sem fins lucrativos que utiliza tecnologia e escolas da comunidade de base para debates, reflexões e engajamento dos cidadãos.

Os doadores que fazem seu dever de casa e conseguem encontrar oportunidades para colaborar e encontrar o veículo de filantropia adequado, continuarão fazendo uma significativa diferença na solução dos problemas mundiais. Os doadores devem ser incentivados a procurar apoio, reforçar os grupos de apoio e alavancar diversidade de recursos e não simplesmente seus talões de cheques. Em 1999, quando John Wood se afastou do cargo de Diretor de Novos Negócios da Microsoft da China para organizar a Sala Para Ler, investiu seu dinheiro, seu talento e sua agenda de telefones na sua meta de ajudar 10 milhões de crianças nas regiões em desenvolvimento para serem educadas melhorando as escolas, bibliotecas e outras infra-estruturas. Em apenas 8 anos, Wood tem conseguido difundir Sala Para Ler desde o primeiro ano quando levou 3.000 livros para uma vila no Nepal no lombo de um yak para uma organização que já construiu 440 escolas e mais de 5.000 bibliotecas bilíngües até alcançar mais de 1,7 milhões crianças na Ásia e África.

Como dizia Sir Winston Churchill, “qual é o objetivo de viver, que não seja para lutar pelas causas nobres e fazer este mundo confuso um lugar melhor para aqueles que viverão depois de irmos embora?”.


Peggy Dulany, Adele Simmond e Rory Tolentino
Peggy Dulany é Presidenta do Instituto Synergos que ela fundou em 1987 para facilitar o relacionamento entre os líderes da Grassroots e líderes políticos e de negócios. E-mail: pdulany@synergos.org.
Adele Simmond é Presidenta da Parceria Filantrópica Global, (Global Philanthropy Partnership) membro do comitê da Synergos e fundadora da Rede de Doadores Globais de Chicago (Chicago Global Donors Network). Ela foi Presidenta da John D & Catherine T Mac Arthur Foundation. E-mail: adelesimmons@mindspring.com
Rory Tolentino é Chefe Executivo do Consórcio de Filantropia Ásia-Pacífico (Asia Pacific Philanthropy Consortium). E-mail: roryappc@pldtdsl.net.

Boletim Alliance Brasil, 17/07/08

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Iluminando o caminho do Investimento Social Privado

Está ficando cada vez mais popular e lucrativo para as empresas pular na carruagem do “comércio justo”, “ecológico”, mesmo que por pouco tempo. Uma vez que o jargão genérico para estimular lucros parece estar cada vez mais generalizado, é difícil identificar quem está adotando novos comportamentos para o bem geral e quem está andando na cauda dos caprichos do mercado. É crucial para uma organização sem fins lucrativos poder distinguir o que é fato do que é fachada.

O Fundo Global Greengrants, já em 1999, recebeu os primeiros fundos da Aveda, uma empresa especializada em produtos de saúde e beleza ecologicamente corretos. Com o objetivo de reconhecer o Dia do Planeta, a Aveda lista toda sua rede de salões de beleza, spas, profissionais, empregados e convidados para angariar fundos das organizações tradicionais e incrementar a divulgação dos temas-chave que incluem florestas, biodiversidade, povos indígenas e, mais recentemente, água limpa.

Um novo relacionamento
Em 15 anos de financiamento de projetos comunitários do meio-ambiente no Global South, a Greengrants nunca fez uma parceria formal com doadores corporativos. Porém, no ano passado, fomos designados parceiros do Mês do Planeta da Aveda e começou a surgir uma nova colaboração.

Para começar, a Aveda desenvolveu a Light in the Way, uma vela de edição limitada, fabricada para angariar fundos durante o Mês do Planeta para a Greengrants. O logotipo da Greengrants aparecia na parte externa da embalagem. Além do mais, a Aveda Europa escolheu Greengrants como seu parceiro local para receber o dinheiro arrecadado nas campanhas dos salões de beleza e spas.

Ao longo dos últimos dois anos, a Greengrants tem dado apoio à Aveda Europa enviando pessoal e um “conselheiro” com o objetivo de educar e incentivar as equipes sobre a origem internacional da Fundação. Como diz o Diretor e Fundador Chet Tchozewski, “treiná-los mediante busca de pequenas doações pode fazer uma significativa diferença no Sul Global”. Por sua vez eles treinam seus clientes e os motivam a participar dos eventos para angariar fundos e fazer doações. Os conselheiros participam ativamente nas áreas em que se dispõem a colaborar com a Greengrants, identificando os grupos mais promissores merecedores de fundos. Neste ano, Christ Allan, o Diretor de programas planeja visitar a Sede Corporativa da Aveda em Minnesota para conduzir um seminário sobre como angariar fundos em comunidades locais.

Greengrants e Aveda além de demonstrar publicamente responsabilidade social e trabalhar em conjunto no posicionamento da marca, também trabalham juntas internacionalmente na outorga de fundos relacionados à água. O dinheiro arrecadado é utilizado em lugares remotos do planeta onde a Aveda providencia muitos dos componentes e onde a Greengrants possui uma rede de conselheiros.

A Greengrants nunca antes teve um parceiro global e, para reforçar os laços com a Aveda, precisamos saber se isto é aceitável para a nossa rede de ativistas dedicados a pressionar as empresas que ignoram o meio-ambiente e as comunidades. Em outras palavras, a Aveda é uma dessas empresas?

Malha fina
Antes deste acontecimento a arrecadação corporativa foi tema do retiro global bianual da Greengrants em 2005. Uma força-tarefa de conselheiros voluntários e funcionários foi criada para desenvolver o tema e o grupo elaborou nossas “diretrizes para arrecadação de fundos”. O documento foi enviado para a nossa rede de conselheiros analisá-lo e depois para o pessoal e o comitê. Todo o processo levou dezoito meses e teve seu primeiro teste quando a Aveda propôs parceria global com a Greengrants no Mês da Terra em 2007.

Utilizando as diretrizes, investigamos a Aveda e a sua parceira Estee Lauder com o intuito de conhecer melhor como opera cada uma das empresas e o relacionamento entre elas. Quando Lauder comprou a Aveda em 1997, temia-se que as políticas corporativas da nova parceira da Aveda poderiam dominar sua visão filosófica, social e ambientalmente responsável.

Enquanto se fazia o levantamento, muitos de nós participamos de uma reunião de três dias na sede da Aveda com outros parceiros do Mês da Terra. Os executivos da Aveda apresentaram seus resultados e planos a respeito das ações quanto à responsabilidade ambiental e social. Estas incluíam o aumento de percentual orgânico em seus produtos na ordem de 20 a 93 % e a proporção de dejetos pós-consumo das embalagens de 25 a 85% em comparação aos oito anos anteriores. A melhoria geral na distribuição, energia alternativa e expedição foram enfatizadas, demonstrando o compromisso da Aveda para minimizar sua presença no efeito estufa.

Ficamos impressionados com as impecáveis práticas ecológicas da Aveda e o seu compromisso para estabelecer um exemplo de liderança e responsabilidade ambiental. Observamos também o cuidado deles com as práticas trabalhistas corretas e o trato adequado para com os indígenas. Concluímos que a Aveda não está só focada na fabricação de produtos e serviços, mas também tem dado passos conscientes para ser considerada uma empresa com responsabilidade social e ambiental.

Eles não estão jogando dinheiro para compensar um mau comportamento. Eles não estão simulando ou viajando no trem da onda “tudo natural, por enquanto”. Estamos convencidos de que a Aveda, baseados na nossa devida diligência desde a sua fundação, procura integrar na sua cadeia de valores práticas de responsabilidade social e ambiental.

E os parceiros corporativos?
Nós não temos uma previsível rede de Corporações batendo na nossa porta, porém repetimos este processo em 2007. Neste caso, nós concordamos por causa dos temas relacionados aos direitos humanos, que não podíamos deixar de nos comprometer e as diretrizes são irrelevantes quando se trata de algumas indústrias que desconsideramos totalmente: extrativismo, agronegócios, madeira, etc.

Um bom casamento
O elo com a Aveda permitiu à Greengrants atrair novos entusiastas e receitas para o movimento na Europa abrindo caminhos inexplorados: os salões de beleza e spas da Aveda. Por sermos conselheiros de arrecadação e intermediários da Aveda, queremos acreditar que os ajudamos a melhorar a qualidade da sua arrecadação com menos projetos em andamento, maior mobilização de recursos com mais autonomia nas comunidades patrocinadas por eles.

Aparentemente, Greengrants e Aveda não parecem ser colaboradores: uma empresa de beleza e outra angariadora de doações para o meio-ambiente. À medida que conhecemos a Aveda, achamos que eram duas organizações empenhadas com a mesma finalidade: um mundo mais justo. Vemos-las como um exemplo para outras porque demonstram que as empresas podem adotar práticas legítimas e justas e manterem-se lucrativas.

Ter ou não ter um parceiro
O mercado de angariar fundos transformou-se num mercado ferozmente competitivo. Isso se deve às quedas na economia, ao aumento de empresas sem fins lucrativos e à distribuição desigual da riqueza. É tentador para qualquer organização ser seduzida pelo dinheiro corporativo para alcançar as metas anuais de arrecadação de doações.

Ter a capacidade de fazer uma avaliação objetiva é fundamental. Estamos satisfeitos com a decisão de sermos parceiros da Aveda. Eles não estão comprando uma reputação verde ao fazer-nos doações. De certa forma, a empresa desde seu começo permanece com suas práticas de negócios politicamente corretas e, como parte disso, eles apóiam a Greengrants.

Para mais informações: www.greengrants.org


Kelly Purdy e Marie Smith
Kelly Purdy é Diretora do Desenvolvimento de Fundações do fundo Global Greengrants e Marcie Smith é Diretora de Comunicações. E-mails: kelly@greengrants.org e marcie@greengrats.org.

Boletim Alliance Brasil, 17/07/08

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ONU: faltam verbas para crises

As doações humanitárias internacionais aumentaram em 2008, mas ainda não cobrem os 3,4 bilhões de dólares necessários para o combate aos maiores problemas do mundo na atualidade -- crise dos alimentos, conflitos violentos e desastres naturais. O alerta foi feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira. Só a crise alimentar já levou o escritório de assuntos humanitários da ONU a acrescentar 700 milhões de dólares ao seu orçamento, o que equivale a 37% do total da verba esperada.

"Os preços mais altos dos alimentos e dos combustíveis, um número crescente de pessoas com necessidades alimentares e o impacto da mudança climática estão gerando maiores pedidos de fundos", disse o chefe do escritório humanitário da ONU, John Holmes. Mas o funcionário comemorou ter atualmente 46% das necessidades de financiamento para 2008 atendidas, contra apenas 43% em todo o ano de 2007.

"Apesar da difícil situação econômica global, seguimos recorrendo à generosidade dos contribuintes tradicionais, e não posso pensar em melhor momento para que novos doadores se manifestem para ajudar o crescente número de necessitados", afirmou Holmes. Desde janeiro, os pedidos humanitários ao escritório da ONU aumentaram em 1,1 bilhão de dólares. As maiores necessidades envolvem Somália, República Democrática do Congo, Sudão, Mianmar e Zimbábue.


Veja.com, 17/08/08

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Monumenta vai conceder empréstimos a proprietários de imóveis históricos

18 cidades tombadas serão contempladas no edital de financiamento para restauração de imóveis privados. Em 2008 os proprietários de imóveis localizados no centro histórico de 18 cidades brasileiras terão nova oportunidade de restaurar suas edificações

O Programa Monumenta / Iphan vai relançar o edital que concede financiamento a juro zero para recuperação de imóveis privados em Belém, Congonhas, Corumbá, Diamantina, Laranjeiras, Manaus, Natividade, Olinda, Ouro Preto, Pelotas, Penedo, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Cristóvão, São Francisco do Sul, São Paulo e Serro.

Obras de restauro
Poderão ser financiados os seguintes itens: recuperação de fachada e telhado, demolição de acréscimo que tenha descaracterizado a edificação, estabilização ou consolidação estrutural e embutimento da fiação elétrica. Serão financiadas também adequações interiores quanto à ventilação e instalações sanitárias, desde que a renda familiar mensal dos proponentes seja inferior a três salários mínimos. Para estes também poderá ser incluída obra para adequação do imóvel à geração de renda.

Podem participar da seleção pessoas físicas e jurídicas que possuam imóveis situados nas áreas tombadas das cidades citadas. Inquilinos ou prováveis compradores também podem apresentar propostas, além daqueles que estejam utilizando o imóvel para fim residencial e/ou comercial nos últimos cinco anos.

Os interessados já podem ter acesso à minuta do edital, formulário de inscrição e todas as informações necessárias para a elaboração de um projeto, mas as propostas só poderão ser apresentadas quando cada cidade lançar seus editais, que estarão disponíveis no site do Monumenta ou nas Unidades Executoras de Projetos (UEPs), representantes locais do Programa Monumenta (veja endereços no site).

Os proponentes poderão solicitar apoio técnico às UEPs para a elaboração de suas propostas, que deverão conter os serviços a serem realizados e os respectivos custos.

Por meio desses editais, o Monumenta já aplicou cerca de 12,5 milhões de reais em 253 imóveis de 25 cidades. Até agora 129 obras foram concluídas. O valor médio dos contratos assinados é de R$ 55 mil, sendo 70% destes inferior a 20 mil reais. Metade dos proponentes que já assinaram contratos têm renda inferior a três salários mínimos.

Programa Monumenta
Programa do Ministério da Cultura, o Monumenta é executado com recursos da União, de estados e de municípios, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e cooperação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da Unesco. Seu conceito é inovador. Enquanto restaura obras, busca conciliar esta ação com a sustentabilidade dos sítios históricos, motivando seus usos econômico, cultural e social. Por meio de editais públicos, o Programa destina recursos financeiros para a realização de cursos de restauro e eventos culturais, estimulando o desenvolvimento de atividades econômicas associadas aos centros históricos e fortalecendo as estruturas turísticas locais. Simultaneamente, incentiva municípios e estados a colaborarem na captação de novos financiamentos e a cultivarem na sociedade uma postura de zelo com os bens históricos e culturais. Hoje, 26 cidades de todas as regiões do País são contempladas pelo Monumenta

Minuta do Edital de Imóveis Privados
Formulário para Apresentação das Propostas
Cartilha de financiamento para recuperação de imóveis privados


Fonte: Site do Iphan

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Envio de Projetos para quilombolas prorrogado até 21 de julho

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) prorrogou até o dia 21 de julho o prazo de envio de projetos para apoio financeiro e fortalecimento de atividades produtivas em comunidades quilombolas de todo o País. As entidades interessadas devem acessar i site do ao Programa de Gênero, Raça e Etnia (Ppigre/MDA) em www.mda.gov.br/aegre para obter informações sobre as exigências da chamada de projetos 2008.

A novidade neste ano é a destinação de recursos para duas linhas de projetos: Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) e Apoio ao Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Quilombolas. Os recursos visam apoiar tanto o custeio de assistência técnica voltada a atividades produtivas, como de atividades voltadas para o protagonismo das mulheres quilombolas, revitalização de práticas tradicionais, comunicação, informação e outras.

Tipos de projetos
Assim serão selecionados projetos de agricultura, criação de gado, psicultura, agroextrativismo, apicultura, artesanato, avicultura, ecoturismo, uso de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Podem ser apoiados pelo MDA, ainda, projetos que busquem agregar valor à essas produções, além de redes de intercâmbio e capacitação para elaboração de projetos.

O recurso destinado pelo Ppigre/MDA pode ser utilizado para realizar diagnósticos (que levarão à escolha da melhor atividade produtiva para cada comunidade); oficinas; cursos; seminários; acompanhamento técnico e toda a logística (hospedagem, alimentação e viagens) necessária para a realização dessas atividades.

No âmbito da comercialização, o apoio financeiro do Ministério poderá ser empregado no custeio de despesas com a elaboração de planos de comercialização, pesquisa de mercado, canais de escoamento da produção, avaliação de custos do transporte, entre outras atividades de venda. Outra linha importante que pode ser apoiada é o intercâmbio para a troca de experiências produtivas, seja em comunidades quilombolas ou em outros grupos rurais.

Coordenadora do Ppigre, Renata Leite explica que não é autorizado o uso do recurso desta chamada de projetos para atividades de investimento. “Não será possível usar o dinheiro para comprar equipamentos, veículos ou realizar obras nas propriedades quilombolas”, frisa.

Exemplos por todo País
Desde que foi criada em 2004, a Assistência Técnica e Extensão Rural Quilombola (Ater Setorial) possibilitou a inovação das atividades produtivas de várias comunidades do País. Um dos exemplos vem do Amapá, estado onde o povo quilombola investiu na meliponicultura, com a criação de abelhas sem ferrão. “O mel dessa espécie de abelha e super valorizado nos mercados nacional e internacional pela qualidade, sabor e raridade da produção”, afirma Renata Leite.

Na comunidade de Oriximiná, no Pará, os exemplos de sustentabilidade e inovação estão no artesanato das mulheres quilombolas. A matéria-prima vem do ouriço da castanha-do-pará, que é transformada em objetos utilitários e decorativos como, por exemplo, descanso de panela, jogo de mesa e porta-guardanapo.

Já na Paraíba, as comunidades quilombolas construíram unidades demonstrativas de horticultura e desenvolveram técnicas agroecológicas nas hortas e no tratamento dos animais, o que tem resultado em aumento e aprimoramento da produção. O sucesso da atividade já proporcionou o ingresso do grupo quilombola no Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).

Calendário
Recebimento dos projetos - Até 21 de julho de 2008
Análise e julgamento - 30 de julho a 01 de agosto de 2008
Divulgação de resultado - 04 de agosto de 2008
Inicio da contratação dos projetos - A partir de 11 de agosto de 2008
Prazo de execução do projeto - De 31 de outubro de 2008 até 31 de outubro de 2009

Chamada de Projeto Quilombola
Carta de Apresentação
Projeto Básico
Curriculum da Proponente
Relação da Equipe
Curriculum da Equipe Técnica
Plano de Trabalho e Memória de Cálculo
Declaração de Contrapartida
Declaração de Adimplência
Territórios da Cidadania
Delegacias do MDA
Documentação para Formalização de Convênio


Foto Arquivo/MDA
Fonte: Site do Ministério do Desenvolvimento Agrário

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Mulheres Trabalhadoras Rurais - Prorrogado até 21 de julho prazo de Ater para mulheres

Prorrogado até 21 de julho o prazo para os interessados em apresentar projetos de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) direcionados às mulheres do Programa de Promoção da Igualdade de Gênero, Raça e Etnia do Ministério do Desenvolvimento Agrário (Ppigre/MDA). O endereço é Setor Bancário Norte (SBN), Quadra 1, 21º andar, sala 2104, Edifício Palácio do Desenvolvimento, CEP 70057-900. No caso de projetos enviados via postal, será considerada a data registrada pela agência dos Correios.

Para os projetos entregues diretamente no Ppigre, o prazo termina às 18h do dia 21 de julho. A coordenadora do Programa, Renata Leite, informa que não terão validade os projetos enviados por e-mail.

O texto completo da Chamada de Projetos está disponível no site www.mda.gov.br/aegre e pode também ser retirado gratuitamente na sede do Ppigre. Os telefones para informações são: (61) 2191-9879 e 2191-9845.

Diretrizes
Os projetos de Ater Setorial para Mulheres deverão atender às seguintes diretrizes: redução da pobreza rural; sistemas de produção sustentáveis; geração de renda e agregação de valor; segurança alimentar e nutricional; articulação entre Ater, Pesquisa e Ensino; gênero, raça e etnia; e redes territoriais de Ater.

As propostas enviadas ao Ppigre ainda deverão contemplar ações obrigatórias descritas na Chamada de Projetos, além de uma ou mais ações prioritárias dentro da linha apresentada. São duas as ações obrigatórias: gênero e o desenvolvimento rural e políticas públicas do MDA de apoio à produção e comercialização.

Calendário

Recebimento dos projetos - Até 21 de julho de 2008
Análise e julgamento - 22 a 25 de julho de 2008
Divulgação de resultado - 28 de julho de 2008
Inicio da contratação dos projetos - A partir de 04 de agosto de 2008
Prazo de execução do projeto - De 31 de outubro de 2008 até 31 de outubro de 2009

Chamada ATER Mulheres 2008
Carta Apresentação de Proposta
Roteiro de Elaboração
Currículo do Proponente
Relação de Equipe
Currículo Equipe Técnica
Plano de Trabalho
Memória de Cálculo
Declaração de Contrapartida
Declaração de Adimplência
Relação de Territórios da Cidadania


Foto Tamires Kopp
Fonte: Site do Ministério do Desenvolvimento Agrário

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Negócios Sociais Sustentáveis – Estratégias inovadoras para o desenvolvimento social

A Editora Peirópolis acaba de lançar o segundo livro de autoria do Centro de Competência para Empreendedores Sociais Ashoka-McKinsey, Negócios Sociais Sustentáveis – Estratégias inovadoras para o desenvolvimento social. A obra (Editora Peirópolis, 2006, 104 páginas, 35 reais) identifica e descreve uma nova tendência do setor social, que é o surgimento dos negócios sociais sustentáveis, desenvolvidos por instituições que, para não depender exclusivamente de financiamentos externos, desenvolvem suas próprias estratégias de geração de recursos.

Os negócios sociais são normalmente inovadores e aliam sustentabilidade, geração de renda para as comunidades e inclusão social. No livro, dividido em quatro capítulos, o leitor poderá conhecer os principais conceitos que legitimam os negócios sociais, bem como compartilhar as reflexões iniciais sobre essa tendência, e analisar casos práticos desse novo modelo de intervenção social.

No primeiro capítulo, a obra apresenta um breve histórico sobre a origem da atuação organizada da sociedade civil e do setor social, remontando à filantropia presente no Brasil desde o século XVI com o surgimento das santas casas de misericórdia, passando pelo surgimento das organizações não-governamentais (ONGs), na década de 70, e pelo engajamento das empresas, na década de 90, até chegar ao surgimento do conceito “negócios sociais”.

O segundo capítulo descreve a criação e o desenvolvimento do Prêmio Empreendedor Social Ashoka - McKinsey – concurso de planos de negócio para organizações da sociedade civil - e as conclusões de um estudo de impacto que avaliou os resultados da iniciativa. Já o terceiro capítulo é dedicado a reflexões sobre os negócios sociais, os processos envolvidos e a importância do engajamento de toda a organização para o sucesso do negócio.

O último capítulo apresenta cases de organizações que implementaram com sucesso projetos de negócios sociais, aprendendo, na prática, a superar conceitos e transpor barreiras para se desenvolverem. É o caso, por exemplo, do Projeto Quixote, uma organização social que trabalhava com a cultura hip hop e o grafite como formas de acesso a expressão de jovens da periferia. Eles perceberam o potencial da grafitagem como geradora de renda, pois os comerciantes de São Paulo buscavam no grafite uma alternativa para a divulgação, a decoração ou mesmo a proteção de seus imóveis contra a pichação. Com base nesses elementos, a equipe do Projeto Quixote desenvolveu a idéia de seu plano de negócios: a criação da Agência Quixote Spray Arte, um programa de educação para o trabalho através do grafite.

O que é o Centro de Competência para Empreendedores Sociais Ashoka-McKinsey
Parceria pioneira estabelecida em 1996 entre a associação global, sem fins de lucro, Ashoka Empreendedores Sociais e a empresa de consultoria em alta gestão McKinsey and Company, com o objetivo de maximizar o impacto de empreendedores sociais e de suas instituições por meio da adaptação e transferência de conhecimentos e ferramentas entre os setores privado e social.


Fonte: site da Ashoka

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Carteira Fauna Brasil do Funbio financia projetos de conservação com espécies silvestres

Os programas e projetos que poderão ser financiados com recursos da Fauna Brasil deverão atender as seguintes linhas temáticas: conservação de espécies ameaçadas de extinção ou migratórias; uso sustentável de espécies nativas; manejo de espécies invasoras e desenvolvimento da capacidade técnica para conservação e uso sustentável da fauna.

A Carteira Fauna Brasil foi lançada em novembro de 2006, com o objetivo de criar uma alternativa para captar, alavancar e investir recursos financeiros destinados à proteção da fauna e dos recursos pesqueiros no país. Os recursos são oriundos de fontes diversas, como doações, sanções penais e multas administrativas ambientais. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Funbio, o Ibama, o ICMBio e o Ministério Público Federal.

Em 2007, a carteira recebeu os primeiros recursos, provenientes de um Termo de Compromisso assinado entre o Ibama e algumas empresas que fazem estudos para prospecção de petróleo (sísmica), no valor de R$ 2,7 milhões. Ainda em 2007, no Funbio, foi instalada a Comissão Técnica de Fauna, que marcou o início da implementação da Carteira Fauna Brasil.

Classificação dos recursos e seleção de projetos
Os recursos da Carteira Fauna Brasil são classificados, em sua origem, da seguinte maneira:
- Recursos livres
- Recursos dirigidos
- Recursos dirigidos a projetos específicos


Os recursos livres são aqueles aportados sem determinação prévia da linha temática. O uso de tais recursos será definido de acordo com as prioridades indicadas pela Comissão Técnica de Fauna e aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Funbio.

Os recursos dirigidos são aqueles cujo uso em determinada linha temática tenha sido previamente estabelecido, antes mesmo do envio dos recursos ao fundo financeiro da Carteira. A definição de prioridade de programas e projetos será indicada pela Comissão Técnica de Fauna e aprovada pelo Conselho Deliberativo do Funbio.

Os recursos dirigidos a projetos específicos são aqueles vinculados a determinados projetos apresentados à Carteira, devendo atender às linhas temáticas e às ações elegíveis. Serão submetidos previamente à avaliação da Comissão Técnica de Fauna e posteriormente ao CD para aprovação, para então serem internalizados e geridos pela Carteira Fauna Brasil.

Para o uso de recursos classificados como livres e dirigidos, os projetos a serem contemplados serão selecionados através de demanda induzida. As chamadas de propostas acontecerão via editais específicos ou por meio de outras formas de indução, com prazos definidos e direcionados às linhas temáticas. Os projetos serão analisados pela Comissão Técnica de Fauna que priorizará e recomendará ao Conselho Deliberativo para aprovação.

No caso do uso de recursos classificados como dirigidos a projetos específicos, os projetos deverão atender às linhas temáticas e ações elegíveis, devendo ser submetidos à avaliação da Comissão Técnica de Fauna e então encaminhados para decisão do Conselho Deliberativo. Se aprovados, serão internalizados e geridos pela Carteira Fauna Brasil.


Fonte: site do Funbio

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