terça-feira, 23 de setembro de 2008

Wikinomics e o empreendedor

Uma das transformações mais importantes na atual economia global digitalizada é a oportunidade de criatividade e empreendedorismo para as pequenas e médias empresas.

Uma das transformações mais importantes na atual economia global digitalizada é a oportunidade sem precedentes de criatividade e empreendedorismo para as pequenas e médias empresas. A crescente acessibilidade às ferramentas necessárias para colaborar, criar valor e competir possibilita que indivíduos e empresas menores participem da inovação e da geração de riqueza em cada setor da economia.

Novas infra-estruturas corporativas de baixo custo (da telefonia gratuita via internet às plataformas globais de outsourcing) permitem que milhares e milhares de pequenos e médios fornecedores ao redor do mundo criem produtos, acessem mercados e deliciem os consumidores de algumas maneiras que somente as grandes organizações conseguiam antigamente.

Processos que antes eram inteiramente confinados às grandes corporações estão sendo divididos em componentes reduzidos e entregues a pequenas empresas em todo o mundo. Estas pequenas e jovens empresas não são atravancadas por burocracias e sistemas legados. As oportunidades são enormes e as recompensas são rápidas.

Estamos ingressando em um mundo onde o conhecimento, o poder e a capacidade produtiva estarão mais dispersos do que em qualquer outra época da nossa história — um mundo onde a criação de valor será rápida, flexível e persistentemente disruptiva; um mundo onde só os conectados sobreviverão. Uma mudança de poder está acontecendo e uma nova e rígida regra de negócio está emergindo: colabore ou pereça. Quem não conseguir compreender isso ficará mais isolado, desligado das redes que compartilham, adaptam e atualizam conhecimento para criar valor.

Se você é um químico aposentado, desempregado ou ambicioso, a Procter and Gamble precisa da sua ajuda. O ritmo de inovação nesta indústria duplicou nos últimos cinco anos e agora o exército de 7,5 mil pesquisadores não basta para manter a liderança da P&G. Em vez de contratar mais pesquisadores, o CEO A.G. Lafley instruiu os líderes da unidade de negócios a buscar 50% das idéias para novos produtos e serviços fora da companhia.

Portanto, agora você pode trabalhar para a P&G sem constar da folha de pagamentos. É só se inscrever na rede InnoCentive, onde você e mais de 100 mil cientistas ao redor do mundo ajudam a resolver problemas complexos de pesquisa e desenvolvimento em troca de uma remuneração em dinheiro. A InnoCentive é apenas um dos muitos mercados revolucionários que unem cientistas a desafios de P&D lançados por empresas em busca de inovação. A P&G e milhares de outras companhias recorrem a estes mercados para obter idéias, invenções e mentes excepcionalmente qualificadas.

Inversamente, as grandes empresas estão disponibilizando sua força gerencial para empresas novatas. Você quer montar uma livraria especializada, mas acha que não consegue competir com a Amazon e seu sistema hiper eficiente de atendimento de pedidos? Então contrate a Amazon para trabalhar para você. A HikingOutpost.com foi fundada por um grupo de praticantes de caminhada frustrado com a falta de uma one-stop-shop para livros e informações na web sobre caminhada. Eles criaram uma loja com o objetivo de reunir os melhores livros e as melhores fontes na web, cobrindo todas as regiões importantes dos Estados Unidos.

A companhia fechou uma parceria com a Amazon.com para processamento de cartão de crédito, remessa de pedidos e devoluções de produtos vendidos no site. “Isso nos permite oferecer um nível de serviços extremamente alto e preço mais competitivo”, explica um porta-voz.

Uma mudança fundamental está ocorrendo hoje no modo como as empresas gerenciam a capacidade de inovar e criar valor. Empresas inteligentes de muitos bilhões de dólares reconhecem que a inovação, muitas vezes, começa pelas bordas. Cada vez mais, estas organizações hierárquicas estão recorrendo a modelos de negócio colaborativos segundo os quais as massas de consumidores, empregados, fornecedores, parceiros de negócio e até concorrentes co-criam valor na ausência de controle gerencial direto. Por que isso está acontecendo? Tem tudo a ver com o custo cada vez menor de colaborar, fruto das tecnologias digitais.

É disso que trata Wikinomics, meu último livro. Wikinomics é a nova arte e ciência de colaboração em massa via internet que demanda que os líderes de negócio, independente do tamanho da empresa, pensem de modo diferente sobre como competir e serem lucrativos. Vai além de open source, rede social, o chamado crowdsourcing, smart mobs, crowd wisdom ou outras idéias do gênero. Em vez disso, estamos falando sobre mudanças profundas na estrutura e no modus operandi da corporação e da nossa economia.

Wikinomics é importante porque na economia global de hoje a concorrência pode vir de qualquer parte. Avanços científicos e tecnológicos rápidos são algumas das principais razões para que a abertura esteja emergindo como um novo imperativo para os gestores. A maioria das empresas mal consegue pesquisar as disciplinas fundamentais que contribuem para seus produtos, quanto mais reter o pessoal mais talentoso da área. Para se manterem na dianteira em suas indústrias, as empresas, cada vez mais, precisam abrir as portas para o pool global de talentos que tem êxito fora dos seus muros. Nenhuma indústria ficará intocada.


Don Tapscott
Chairman da nGenera Innovation Network e autor de 11 livros, sendo o mais recente Wikinomics: como a Colaboração em Massa Pode Mudar seu Negócio
Computerworld, 23/09/08

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Itaú Holding assume comitê diretivo dos Princípios do Equador


O Itaú passou a coordenar, desde essa segunda-feira (22), o grupo de instituições financeiras internacionais que adotam os Princípios do Equador – compromisso público de considerar a variável socioambiental em financiamento de projetos. Marcelo Battisti, gerente de crédito e avaliação de risco socioambiental do Itaú BBA, ocupará por um ano a principal posição de liderança do comitê diretivo dos Princípios do Equador. Esta é a primeira vez que uma instituição de um país emergente assume a liderança desse grupo.

"Essa escolha nos traz muito orgulho e reflete a importância que os integrantes dos Princípios do Equador dão aos mercados emergentes e em especial ao Brasil. Mas temos ainda muito espaço para conquistar nesses mercados, onde podemos contribuir para disseminar o conjunto de diretrizes junto aos bancos locais", afirma Battisti. Atualmente, 61 instituições financeiras de vários países do mundo são signatárias dos Princípios do Equador, sendo que 12 são do comitê diretivo.

Divulgados em 2003, os Princípios do Equador (http://www.equator-principles.com) são um conjunto de diretrizes para que instituições financeiras considerem a análise de risco socioambiental em financiamento de projetos. Estabelece a necessidade de uma análise socioambiental prévia, a elaboração de um plano de ação e compromissos contratuais por parte da empresa que solicita o financiamento, além da realização de auditorias independentes a fim de se constatar a adequação do projeto às regras estabelecidas. Trata-se de um compromisso voluntário para incorporar esses princípios em projetos de US$ 10 milhões ou mais. Em 2006, quando foram revisados, os princípios também ganharam alcance para serviços de assessoria na estruturação de projetos.

O Itaú atua de forma destacada no comitê diretivo e nos grupos de trabalho dos Princípios do Equador, suportado pela experiência de ser o 1º banco brasileiro a considerar conceitos socioambientais na análise de projetos desde 2000. Em 2007 foram analisados e aprovados seis projetos relacionados aos Princípios do Equador no âmbito do Itaú BBA, sendo dois categorizados como alto risco e quatro como médio risco, num volume de investimentos de R$ 4,1 bilhões.

E a experiência do Itaú na adoção do acordo e da política socioambiental de crédito tem sido tão bem sucedida que o banco é visto como referência no setor. "Em maio, recebemos representantes do Industrial Bank of China, que buscavam a experiência do Itaú BBA com análise de risco socioambiental num mercado emergente, como o Brasil", completa Battisti, que essa semana está justamente na China em uma série de palestras para compartilhar esse conhecimento, com participação da IFC e de bancos chineses.

Foco na sustentabilidade
Como parte dessa preocupação socioambiental, vale destacar que o Itaú lançou, no final de 2007, a Política de Riscos Socioambientais, para ser utilizada nos processos de concessão de crédito para pessoa jurídica para os clientes do Itaú BBA e Itaú com envolvimento em crédito superior a R$ 5 milhões. Para os bancos Itaú Buen Ayre, Itaú Chile, Itaú Uruguay e Itaú Europa, serão desenvolvidos processos próprios de análise até o final de 2009, considerando a especificidade de cada instituição. Atualmente o Itaú ocupa a liderança no ranking de bancos latino-americanos que adotam as melhores práticas de governança corporativa, elaborado pela consultoria Management & Excellence e a revista Latin Finance. Além disso, o banco é a única instituição financeira da América Latina a integrar o Dow Jones Sustainability World Indexes (DJSI) desde seu início, em 1999, e o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Este ano, a instituição conquistou ainda o selo A+ GRI Checked da Global Reporting Initiative por seu Relatório Anual de Sustentabilidade.


Envolverde, 23/09/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Programa de ODM paranaense será apresentado na ONU

O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná, Rodrigo da Rocha Loures, vai apresentar nesta terça-feira (23), na sede das Nações Unidas, em Nova York, o sistema de funcionamento do programa Nós Podemos Paraná, que é promovido pelo Sistema Fiep para que o Estado alcance os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecidos pela ONU no ano 2000, até 2010. “O Paraná resolveu avançar, diminuindo em cinco anos o espaço de tempo para o alcance das metas da ONU”, afirma Loures.

A experiência paranaense é a única da América Latina a ser mostrada no evento preparatório para o High Level Event, que vai reunir diversos chefes de Estado na ONU na próxima quinta-feira (25) para debater o desenvolvimento social no mundo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o convidado para fazer a abertura do encontro.

De acordo com o Rocha Loures, o programa Nós Podemos Paraná facilita a popularização das metas estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. “Usamos uma linguagem comum, de fácil compreensão. Com ele, fomentamos uma enorme rede social”, destaca.

O programa Nós Podemos Paraná foi escolhido para ser apresentado na ONU por ser considerado uma ação complementar efetiva, que leva para diversas localidades os conceitos globais dos Objetivos do Milênio. “Construímos uma plataforma catalizadora e de monitoramento de ações em favor do alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio no Paraná”, explica o presidente da Fiep, lembrando que o programa promovido pela entidade completou três anos de existência.

Rocha Loures destaca ainda que a proposta do Nós Podemos Paraná é fomentar um processo construcionista, que estimule o imaginário futuro. Os Círculos de Diálogo são espaços de aprendizagem para o empreendedorismo social. “Em todos os nossos encontros fomentamos a criação de um plano de ação. A pergunta que inspira as reuniões é qual a contribuição que o grupo pode dar para fazer acontecer a mudanças necessárias”, informa.

O presidente do Sistema Fiep lembra também que um dos diferenciais do programa paranaense é o monitoramento das ações. “Para isso, contamos com o Orbis, um observatório modelo para medir indicadores ambientais e socioeconômicos e o progresso das iniciativas voltadas para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”, complementa.

Encontro da ONU vai reunir quase 200 países para discutir desenvolvimento mundial
A 63ª sessão da Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas começa na próxima terça-feira (23) e deve reunir representantes dos 192 países-membros da ONU. O encontro será na sede da organização, em Nova York (EUA). Temas como mudanças climáticas, promoção dos direitos humanos, combate à fome e à pobreza, desarmamento e combate ao terrorismo vão fazer parte dos debates, que encerram no dia 1º de outubro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da abertura da sessão, quando deverá defender o multilateralismo como ferramenta para equacionar as crises ambiental, de alimentos e energética, além de ressaltar a importância dos biocombustíveis. Lula também deve participar de dois encontros de alto nível na ONU: um sobre as necessidades de desenvolvimento da África e outro sobre as metas de desenvolvimento do milênio.

A inclusão do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, uma antiga reivindicação dos brasileiros, voltará a ser defendida por Lula. O cenário para que essa antiga reivindicação dos brasileiros se torne realidade é positivo. O presidente da 63ª sessão, Miguel d’Escoto Brockmann, disse recentemente que o objetivo central do encontro da Assembléia-Geral é democratizar as nações unidas.

A Assembléia-Geral da ONU, criada em 1945, é um fórum multilateral de discussão de temas internacionais, além de ter um papel importante no processo de padronização e codificação das leis internacionais. Entre suas principais funções estão a recomendação de princípios para a manutenção da paz e segurança mundiais e a promoção de políticas de cooperação e desenvolvimento entre os países.


Redação do Mercado Ético, com informações da FIEP e da Agência Brasil
Envolverde, 23/09/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída

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