terça-feira, 9 de setembro de 2008

Dez anos de Balanço Social

O Ibase lança livro inédito com análise de mais de mil balanços sociais publicados entre 1997 e 2005. A publicação traz panorama de investimentos empresariais em meio ambiente, ações sociais e no público interno.

As empresas estão, cada vez mais, comprometidas com a transparência de suas informações (como indicadores sociais e perfil do corpo funcional); em contrapartida, os investimentos em áreas importantes como meio ambiente e educação apresentam tendência de queda nos últimos anos. Este panorama é apresentado no livro “Balanço Social, Dez Anos: O Desafio da Transparência”.

Com 96 páginas e dividida em 6 seções, a publicação consolida uma série de dados contidos nos balanços sociais preenchidos pelas empresas que atuam no Brasil e utilizam o modelo Ibase como parâmetro. Foram analisados 1.288 Balanços Sociais de 345 empresas, entre 1997 e 2005.

“O objetivo do trabalho foi fazer uma avaliação de uma década de balanço social e captar tendências. Constatamos avanços, mas existe ainda um longo caminho a ser enfrentado pelas empresas para transformar suas práticas internas e externas”, resume Ciro Torres, coordenador da área de Responsabilidade Social e Ética nas Organizações do Ibase.

Os dados mostram que os investimentos ambientais caíram de uma média de 28 milhões/ano por empresa em 2003 para 20 milhões/ano em 2005 (o índice mais baixo desde 2000); já os investimentos internos em educação caíram de uma média de R$ 79,00 por funcionário(a) (para cada R$ 1 mil de investimento social interno) em 2000 para R$ 24,00 em 2005.

Os números mostram ainda que mantêm-se estáveis os percentuais de mulheres e negros empregados pelas empresas (em torno de 30% e 15% do total de funcionários, respectivamente, entre 2000 e 2005) e que dobrou o percentual de terceirizados (de 20,5% para 42,8%). Já os índices de transparência evoluem a cada ano: em 2005, por exemplo, praticamente todas as empresas (95%) informaram em seus balanços sociais o número de mulheres em seu corpo funcional (contra 72% em 2000).

Faça o download da publicação em http://www.ibase.br/modules.php?name=Conteudo&file=index&pa=showpage&pid=2414


Redação do Ibase
Envolverde, 31/08/08
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Conselho Monetário facilita crédito rural no Bioma Amazônia

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nessa quinta-feira (28) a exigência de comprovação de regularidade ambiental para concessão de crédito rural no Bioma Amazônia. Ficaram dispensados dessa exigência os beneficiários do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) enquadrados como índios, quilombolas, pescadores artesanais e habitantes e usuários em situação regular de unidades de conservação ou uso sustentável.

Semelhante critério já é adotado com relação aos agricultores familiares de baixa renda, componentes do Grupo B do Pronaf.

O CMN facultou aos beneficiários enquadrados no Pronaf ou detentores de até qiatro módulos rurais no Bioma Amazônia, a apresentação de declaração de recomposição ou renegeração de área de preservação permanente e reserva legal, para a contratação de crédito rural.

Os bancos vão poder contratar empréstimos também para agricultores que estejam com processo de regularização em análise pelos órgãos de fiscalização ambiental, mediante declaração do Incra sobre isso.


Lourenço Canuto, da Agência Brasil
Envolverde, 29/08/08
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Economia solidária cresce, mas as duras penas


Nos primeiro sete anos desta década, o Ministério do Trabalho e do Emprego já registrou um número maior de empreendimentos de economia solidária do que em toda a década passada. De acordo com o Relatório Nacional do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária, já são mais de 21 mil organizações brasileiras que obedecem aos critérios de cooperação, autogestão, viabilidade econômica e, sobretudo, solidariedade, que permitem que elas sejam incluídas nesse estudo.

O estado com maior número de empreendimentos de economia solidária é o Rio Grande do Sul, com 2.085, seguido pelo Ceará, com 1.854 e por Pernambuco, com 1.526. O Relatório mostra que as organizações se dedicam, em sua maioria, às atividades rurais. 48% são exclusivamente rurais, 17% são rurais e urbanas e apenas 35% desenvolvem trabalhos urbanos.

A relação das 30 atividades mais desenvolvidas pelas organizações de economia solidária está focada na produção e comércio de produtos oriundos de cinco setores: lavoura; têxtil; manufatura de madeira, palha e cordas; alimentos; e reciclagem.

O principal motivo que leva as pessoas a organizarem um empreendimento de economia solidária é que ele representa uma alternativa ao desemprego. Em segundo lugar, porque é uma oportunidade de ganhar mais do que o que obtinham com outras formas de trabalho. E em terceiro lugar, a economia solidária aparece como um complemento de renda.

Mas a renda obtida com esses empreendimentos ainda é bastante modesta. A maior fatia, 36%, fatura entre R$ 1.000 e R$ 5.000 por mês; 24% não consegue ultrapassar os R$ 1.000 mensais; e apenas 4,8% registram uma entrada de caixa superior a R$ 100 mil.

Os empreendimentos não são pequenos. A maior parte deles reúne de 20 a 50 pessoas, mas esses trabalhadores admitem que encontram muita dificuldade para colocarem seus produtos no mercado. Quando questionados sobre que obstáculos seriam esses, a primeira resposta que aparece é “que apesar das tentativas, o empreendimento não conseguiu encontrar clientes suficientes”. Depois surge o problema da falta de mão-de-obra porque ninguém na organização quer cuidar das vendas. E existe ainda o fato de que o empreendimento já levou muitos calotes e não sabe como evitá-los.

Esses depoimentos mostram como é difícil consolidar algo tão importante como uma empresa baseada nos princípios da economia solidária. O consumidor consciente pode ajudar, procurando saber onde estão esses empreendimentos e apoiando-os pela compra de seus produtos. Quem quiser conhecer o Relatório na íntegra, pode consultá-lo no site do Ministério do Trabalho e Emprego, no endereço http://www.mte.gov.br/ecosolidaria/sies.asp.

O que é economia solidária?
O site do Ministério do Trabalho e Emprego define com o seguinte texto o que é economia solidária.

Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.

A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social. Compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.

Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão.

Considerando essa concepção, a Economia Solidária possui as seguintes características:
a. Cooperação: existência de interesses e objetivos comuns, a união dos esforços e capacidades, a propriedade coletiva de bens, a partilha dos resultados e a responsabilidade solidária. Envolve diversos tipos de organização coletiva: empresas autogestionárias ou recuperadas (assumida por trabalhadores); associações comunitárias de produção; redes de produção, comercialização e consumo; grupos informais produtivos de segmentos específicos (mulheres, jovens etc.); clubes de trocas etc. Na maioria dos casos, essas organizações coletivas agregam um conjunto grande de atividades individuais e familiares.
b. Autogestão: os/as participantes das organizações exercitam as práticas participativas de autogestão dos processos de trabalho, das definições estratégicas e cotidianas dos empreendimentos, da direção e coordenação das ações nos seus diversos graus e interesses, etc. Os apoios externos, de assistência técnica e gerencial, de capacitação e assessoria, não devem substituir nem impedir o protagonismo dos verdadeiros sujeitos da ação.
c. Dimensão Econômica: é uma das bases de motivação da agregação de esforços e recursos pessoais e de outras organizações para produção, beneficiamento, crédito, comercialização e consumo. Envolve o conjunto de elementos de viabilidade econômica, permeados por critérios de eficácia e efetividade, ao lado dos aspectos culturais, ambientais e sociais.
d. Solidariedade: O caráter de solidariedade nos empreendimentos é expresso em diferentes dimensões: na justa distribuição dos resultados alcançados; nas oportunidades que levam ao desenvolvimento de capacidades e da melhoria das condições de vida dos participantes; no compromisso com um meio ambiente saudável; nas relações que se estabelecem com a comunidade local; na participação ativa nos processos de desenvolvimento sustentável de base territorial, regional e nacional; nas relações com os outros movimentos sociais e populares de caráter emancipatório; na preocupação com o bem estar dos trabalhadores e consumidores; e no respeito aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Considerando essas características, a economia solidária aponta para uma nova lógica de desenvolvimento sustentável com geração de trabalho e distribuição de renda, mediante um crescimento econômico com proteção dos ecossistemas. Seus resultados econômicos, políticos e culturais são compartilhados pelos participantes, sem distinção de gênero, idade e raça. Implica na reversão da lógica capitalista ao se opor à exploração do trabalho e dos recursos naturais, considerando o ser humano na sua integralidade como sujeito e finalidade da atividade econômica.


Redação Akatu
Envolverde, 05/09/08
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Petrobras mantém participação no Índice Dow Jones de Sustentabilidade

A Petrobras manteve pelo terceiro ano consecutivo a participação na composição do Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI) - o mais importante índice mundial de sustentabilidade.

A informação foi dada em nota divulgada na noite desta quinta-feira (4) pela assessoria de imprensa da estatal, para quem, com a renovação, “a companhia se consolida como uma das oito empresas brasileiras mais sustentáveis”.

As informações da Petrobras indicam que, para ser incluída no índice - que é usado como parâmetro para análise dos investidores social e ambientalmente responsáveis - são avaliados os desempenhos econômico, ambiental e social de mais de 2.500 empresas em 57 setores, em todo o mundo. Atualmente, apenas 20 empresas mundiais de petróleo e gás integram o índice.

De acordo com os critérios de avaliação do índice, a Petrobras se destacou “por sua transparência, gestão da marca, desempenho ambiental, biodiversidade, desenvolvimento de recursos humanos e cidadania corporativa, permitindo que sua pontuação total aumentasse de 70 em 2007 para 73 em 2008”.

Ainda segundo a Petrobras, o crescimento da pontuação foi no critério "Dimensão Econômica", com grande destaque para o setor de Exploração e Produção, que saltou de 21% para 75%.

“A permanência no índice demonstra o reconhecimento do empenho da companhia, nos últimos anos, na área ambiental, na transparência de seus processos contábeis, de divulgação e em governança corporativa”, diz a nota.

A Petrobras informou que, atualmente, perto de US$ 6 bilhões estão investidos em fundos que se baseiam exclusivamente nas empresas pertencentes aos índices DJSI.

No Brasil integram o índice as seguintes empresas: Aracruz Celulose, Banco Bradesco, Banco Itaú, Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG), Itaúsa Investimentos, Usiminas e Votorantim Celulose e Papel.

No setor de Petróleo e Gás estão incluídas: AMEC, BG Group, BP, ENI, EnCana Corp., FMC Technologies, Gamesa Corporacion Tecnológica, Neste Oil Oyj, Nexen, Noble, Repsol YPF, Royal Dutch.


Nielmar de Oliveira, da Agência Brasil
Envolverde, 05/09/08
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