terça-feira, 22 de setembro de 2009

Comércio on-line ajuda pequenos criadores de itens feitos à mão

Produtos feitos à mão representam só 1% do faturamento com comércio eletrônico no Brasil (estimado este ano em R$ 10,5 bilhões). Mas é cada vez maior o número de sites que vendem essas criações.

Na outra ponta, aumenta também o público que consome na rede. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico prevê que 17,2 milhões vão comprar on-line em 2009 no país.

A busca por produtos que fogem da massificação da indústria e têm um toque mais pessoal começa a ser percebida no mercado on-line. "Hoje, as pessoas querem algo mais próximo, feito pelas mãos, com carga sentimental", diz Auresnede Pires Stephan, professor de design na ESPM, Faap, Santa Marcelina e Belas Artes. "Aí as coisas saem da grande linha de produção para a customização", afirma.

No varejo virtual, quem consegue se voltar para esse nicho são os pequenos e médios comerciantes. "Os grandes têm dificuldade para atender essa demanda e os pequenos estão aí para suprir", diz o diretor da consultoria de mercado e-bit, Pedro Guasti.

Pensando nos pequenos comerciantes, o analista de sistemas Juliano Ipólito importou para o Brasil a ideia de reunir em um site lojistas cujo foco são itens feitos à mão.

O portal Elo 7, inspirado no americano Etsy e no europeu DaWanda, tem 50 mil usuários -sendo 15 mil vendedores- e mais de 220 mil mercadorias à venda. Manter uma loja ali custa R$ 49,90 ao ano. A equipe do portal dá assistência tecnológica.

Muitos dos pequenos comerciantes na internet são informais e nem têm ferramentas próprias para venda, ou seja, não são reconhecidos como lojas virtuais, onde a compra é feita na hora. Boa parte começou o negócio como um hobby, sem se dar conta do potencial.

"Eu compartilhava fotos dos acessórios que fazia no Flickr. As pessoas viam e perguntavam se podiam encomendar. Foi aí que decidi vender", conta a arquiteta Carol Grilo. A empreitada deu tão certo que há três anos ela se dedica só à marca de acessórios FofysFactory, que tem mais de 50 itens à venda.

Nem é artesanato
Nem tudo o que é feito à mão é artesanato. O termo é empregado com frequência, então fica difícil para quem compra fazer a diferenciação. "Assim como a palavra design, que se desgastou e deixou de ser um substantivo para se tornar adjetivo, há um mau emprego do termo. A pessoa prega um botão diferente e já chama de artesanato", diz o professor Stephan.

O artesanato no sentido mais completo tem raízes, tradição e técnicas apuradas. Para o consultor de design Renato Imbroisi, a falta de emprego levou muita gente a fazer aulas de crochê, cerâmica e bordado, sem que tivesse tradição nessas áreas. "Essas pessoas iniciam uma carreira sem rumo. É diferente do artesão, que vive da vontade de criar e não se desvia da técnica".

No site Elo 7, que se define como portal de vendas de artesanato, os produtos mais vendidos têm apelo moderno. "Não é o artesanato de raiz. É "craft". São itens que poderiam ser vendidos em lojas normais", diz o criador do portal, Juliano Ipólito.


Lígia Mesquita
Folha Online, 21/09/09

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Direto ao ponto

Ações de marketing direto levam informações às pessoas certas, tornando a captação de recursos mais eficaz

“Só existe uma estratégia vencedora: definir claramente o público-alvo e dirigir atenção especial a ele”. A afirmação é de Philip Kotler, guru americano do marketing, e define o sentido da expressão “marketing direto” com clareza. Assim, no Terceiro Setor, isso significa tornar cada colaborador um indivíduo, relacionando-se diretamente com ele de maneira que haja uma “comunicação-diálogo, e não uma propaganda-monólogo”, como definiu o também profissional de marketing, Drayton Bird. Direto ao ponto.

Para as organizações sociais, isso pode ser traduzido como um bom relacionamento com parceiros e doadores. A ação de marketing deve ser voltada para eles por meio de iniciativas que falem diretamente com cada um. “A utilização do marketing direto como estratégia de comunicação nas instituições pode ser muito produtiva, se bem executada. É uma forma de contato de médio e longo prazo muito proveitosa”, explica Marcus Hoenen, gerente geral da Full Jazz Propaganda.

A Newdbase, especializada em Database Marketing, é um exemplo de empresa que dá suporte a instituições sociais com seu know-how sobre o assunto. “Basicamente, oferecemos dois serviços: o de ações de segmentação de perfis de doadores para captação de recursos, com embasamento em pesquisas de mercado para diferenciar o doador do potencial doador; e o de tratamento, higienização, atualização e enriquecimento de dados da base do cliente que, por vezes, torna-se desatualizada ou incompleta”, explica Mônica Navarro, diretora da empresa.

Entrando em contato
De acordo com a Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd), por marketing direto entende-se a comunicação que “se utiliza de uma ou mais mídias para obter uma resposta ou transação mensurável junto a públicos específicos, ou simplesmente gerar uma ação de relacionamento que gere encantamento junto ao público visado”.

Isso significa que as atividades dessa categoria de marketing estimulam um retorno do receptor da mensagem, por meio de cupons ou cartas-resposta, por exemplo. Por isso, a comunicação do marketing direto consiste em conquistar nomes e manter o relacionamento contínuo com os que já foram conquistados.

A pergunta é: como fazer para chegar a esses nomes? Por meio de ações de captação de recursos, como a divulgação planejada da instituição em eventos e feiras, um site bem desenvolvido, mala-direta e propaganda. O importante, porém, é executar essas ações sempre com ferramentas de resposta: cadastro no site, cupons para preenchimento de dados, entre outros. Dessa maneira, é possível ativar o relacionamento e incentivar a participação dessas pessoas no dia-a-dia do trabalho da organização.

“O marketing direto deve ser utilizado com planejamento de comunicação completa, ou seja, a campanha deve ter um objetivo definido para um público direcionado e uma comunicação adequada”, explica Navarro. “Isso tudo deve ser bem estruturado, levando-se em conta que o retorno sobre investimento deve ser sempre positivo. É nisso que baseamos o sucesso de uma campanha”, complementa.

É necessário manter esse relacionamento conquistado por meio da comunicação dirigida – ou seja, específica para aquele tipo de público, que pode ser todo o banco de dados ou segmentos dele, de acordo com os interesses. Aqui, podem ser utilizados catálogos, newsletters, telemarketing ativo, cartas de agradecimento e convite para eventos. Outra iniciativa interessante é sempre convidar o colaborador para conhecer o trabalho realizado pela organização, fato que dá ainda mais credibilidade às atividades e, ainda, estreita os laços da parceria.

Fases do marketing direto
Para aplicar técnicas do marketing direto com eficiência, é recomendável que a organização tenha profissionais da área em busca de resultados positivos. Para sua implantação, existem alguns passos importantes a serem seguidos:

  • Fazer o diagnóstico, ou seja, entender as necessidades da organização;
  • Definir os objetivos, como a conquista de apoiadores, fidelização e captação de recursos;
  • Definir o público-alvo: quem se quer atingir, em que quantidade, onde encontrar os nomes desejados e qual mailing utilizar;
  • Analisar o que será enviado: folders, newsletters, brindes etc.;
  • Verificar em que contexto a ação está inserida, o que será comunicado e como será a abordagem;
  • Escolher que veículos de comunicação serão utilizados para atingir o público-alvo;
  • Optar por canais de resposta para a comunicação dos apoiadores;
  • Identificar o momento de colocar a ação em prática;
  • Calcular o custo e o retorno do investimento;
  • Mensurar os resultados da ação;
  • Organizar todas as atividades necessárias para o atendimento adequado dos apoiadores que aparecerem devido à ação do marketing direto;
  • Acompanhar e controlar os rumos da ação para seu constante aperfeiçoamento.
Atuando com o Terceiro Setor, a Newdbase ajuda as organizações com a profissionalização desses passos. “Recentemente fizemos ações para a Aldeias Infantis, Graacc, Unicef, Mater Maria Eclesiae e, principalmente, para a Apae, que nos proporcionou um mapeamento completo de pesquisas de mercado. Isso nos ajudou a entender melhor o perfil psicológico e sociodemográfico dos ‘doadores efetivos’”, conta Navarro.

Valorização do indivíduo
Ao identificar os possíveis colaboradores de uma organização, é essencial conhecê-los individualmente, saber de suas preferências e personalidades. Assim, é possível estreitar o relacionamento e fidelizar os apoiadores.

Essas informações devem ser mantidas em um banco de dados. Atualmente, com a facilidade de administrar e adquirir informações, é possível formar esses bancos com grupos de dados por similaridade, atuação ou outros critérios de divisão. É muito proveitoso utilizar a facilidade da internet para manter esse contato com os colaboradores.

De acordo com a teoria de Drayton Bird, “se a empresa não usa marketing direto, a sua propaganda é um monólogo repetitivo, ainda que tenha criatividade e dê leões em Cannes. Mas, se a empresa usa um processo de marketing direto, então a sua comunicação é um diálogo, ou seja, ela fala às pessoas e ouve essas mesmas pessoas, continuamente”. O mesmo serve para as organizações do Terceiro Setor. Os colaboradores e apoiadores querem se comunicar com a instituição, de modo que fiquem informados do que acontece e, ao mesmo tempo, possam participar das atividades realizadas.

Principais objetivos do marketing direto:
• Divulgação da marca ao público-alvo definido;
• Diminuição da dispersão da verba destinada à comunicação externa;
• Obtenção de resultados mensuráveis;
• Maximização da captação de recursos.

Links
www.abemd.org.br
www.newdbase.com.br


Marcio Zeppelini
Consultor em comunicação para o Terceiro Setor, editor da Revista Filantropia, produtor editorial pela Universidade Anhembi Morumbi e diretor executivo da Zeppelini Editorial & Comunicação.
Revista Filantropia On-line - nº213, 22/09/07

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Prefeito de Londres pede que banqueiros usem bônus para patrocinar arte

O prefeito de Londres, Boris Johnson, pediu aos banqueiros do centro financeiro da cidade que gastem as bonificações milionárias que ganham patrocinando as artes produzidas na capital.

Não fazer isso causaria um grande dano a um dos maiores atrativos de Londres, declarou o político conservador, referindo-se aos milhões de turistas que vão aos teatros, museus e galerias locais. "Quem eram os Médici? Eram banqueiros. Tinham um caixa dois, mas serão sempre lembrados por sua contribuição ao Renascimento italiano", destacou Johnson.

Em 2008, o apoio privado às artes, incluindo as doações privadas, atingiu a quantia recorde de 686 milhões de libras (US$ 1,12 bilhão). No entanto, segundo dados recentes, o patrocínio de empresas à produção artística caiu 7% no ano passado.

No discurso que fez no Victoria & Albert Museum, Johnson disse que, em tempos de recessão, investir nas artes "é mais importante que nunca". "As artes e a cultura não são um luxo, mas parte do DNA desta cidade. Graças a elas, as pessoas querem viver e trabalhar aqui. E sete de cada dez turistas dizem que é por elas que vêm" à cidade, destacou.

Johnson recebeu o apoio do ator americano Kevin Spacey, atual diretor do renomado teatro londrino Old Vic.

"Tendo vivido aqui sete anos, realmente acredito que a excelência do Reino Unido no campo das artes e da cultura constitui um dos mais fortes recursos naturais do país", afirmou Spacey.

Johnson também lembrou que o setor público investe 121,3 milhões de libras (US$ 198 milhões) no teatro, que, por sua vez, arrecada para o país cerca de 2,6 bilhões de libras (mais de US$ 4,2 bilhões).

Remuneração
Na reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) que ocorrerá nesta semana em Pittsburgh (EUA), um dos principais temas deverá ser a reforma do sistema financeiro global, com destaque para as remunerações de executivos do setor financeiro.

Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou sua exigência para que se limite, mediante regras internacionais, o pagamento de bonificações a altos executivos, que só poderão cobrá-las caso registrem os benefícios.

Também na semana passada, a imprensa americana informou que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) avalia uma proposta para tornar mais rígida a legislação sobre a remuneração de executivos do setor bancário.

O presidente da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia), José Manuel Durão Barroso, afirmou no domingo (20) que o bloco deve regular os bônus pagos a executivos de instituições financeiras, mesmo se não chegar a um acordo sobre o assunto com os Estados Unidos.

EUA
A necessidade de regulamentação oficial sobre as remunerações de executivos, no entanto, encontra resistência por parte dos mesmos. Ontem, nos EUA, um grupo de chefes de grandes empresas manifestou essa resistência em um relatório publicado pelo instituto privado de conjuntura Conference Board.

"uma política baseada em regras está desprovida da flexibilidade essencial que se requer para conciliar a diversidade dos setores de atividade, das estratégias, dos planes de negócios e do nível de desenvolvimento representado por mais de 12 mil empresas americanas de renome", assinala o grupo de trabalho sobre a remuneração dos executivos.

"Se executada corretamente, para fazer avançar a estratégia de negócios das empresas e o valor das ações, e for consistente com os princípios das empresas, o grupo considera que uma remuneração atrativa para os executivos é vital para a saúde econômica do setor de negócios dos EUA", diz o comunicado.


Folha Online, 22/09/09

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Riscos aos dirigentes de entidades do terceiro setor

Atividade de gerir uma ONG será cada vez mais arriscada

A Justiça do Trabalho determinou, recentemente, o bloqueio de R$ 68 mil na conta bancária do vice-diretor de uma organização da sociedade civil de interesse público (Oscip), em decorrência de três processos movidos por ex-funcionários contra a organização. Ocorre que, muitos dos gestores das entidades sem fins lucrativos são voluntários, não são os "donos do negócio" e não lucram com seu trabalho. Assim, atuais ou possíveis voluntários podem desistir de executar tão importante tarefa de interesse público pelo receio de terem suas contas penhoradas em função das referidas decisões judiciais.

Infelizmente, a Justiça do Trabalho, nitidamente "protecionista", acaba causando graves distorções na utilização da desconsideração da personalidade jurídica, que significa desfazer a separação patrimonial da empresa e de seus sócios e administradores.

Ao contrário do que ocorre na esfera cível (artigo 50 do Código Civil) e consumerista (artigo 28 do Código de Defesa do Consumidor), nas quais a lei determina que a desconsideração da personalidade jurídica ocorre somente quando há abuso evidenciado em atos atentatórios a lei, aos atos constitutivos e desvio de finalidade, na esfera trabalhista ela acontece automaticamente. Ou seja, na ausência de bens para a satisfação do crédito do reclamante, o Juízo do Trabalho defere o bloqueio de imediato, sem a análise detalhada de eventuais elementos ensejadores da desconsideração da personalidade jurídica.

Ademais, temos situações semelhantes nos processos de execução fiscal. Muito embora o artigo 135 do Código Tributário Nacional determine que os diretores e gerentes respondam com seu patrimônio pessoal em situações de excesso de poderes ou infração à lei, a realidade nos mostra que o Poder Judiciário vem deferindo os requerimentos de desconsideração da personalidade jurídica de forma ampla e genérica, avançando-se sobre o patrimônio dos diretores e sócios sem a cuidadosa análise do artigo 135. Ressalte-se, ainda, que a penhora online trouxe celeridade ao processo de bloqueio de numerário em contas bancárias.

Entendemos que o prévio ajuizamento da declaração de insolvência civil, uma vez diagnosticada a situação de ruína patrimonial da entidade sem fins lucrativos, revela-se como uma medida de precaução para mitigar a possibilidade de bloqueio de ativos financeiros de seus administradores (art. 748 do Código de Processo Civil e 955 do Código Civil). Finda a fase de conhecimento nos processos trabalhistas, não restará alternativa para o reclamante senão a de habilitar o crédito (título executivo judicial) nos autos da insolvência. De forma análoga ao processo de falência, por ocasião da satisfação do passivo deverá observar a ordem de preferência dos créditos: 1) Créditos acidentários e, trabalhistas, 3) Créditos com garant ia real, 4) Créditos Tributários e 5) Créditos Quirografários.

Ainda assim, o risco de desconsideração da personalidade jurídica em caso de insolvência civil não está totalmente descartado. Caso se comprove confusão patrimonial ou desvio de finalidade, os bens dos administradores poderão responder pelas dívidas contraídas pela ONG. Contudo, mesmo nessa situação, a desconsideração não é automática como ocorre na Justiça do Trabalho, pois é condição sine qua non o atendimento aos requisitos do artigo 50 do Código Civil, vez que a Justiça Cível é muito mais rigorosa para a concessão da desconsideração da personalidade jurídica.

Não existe em nosso em nosso ordenamento jurídico, para as entidades sem fins lucrativos, um regime análogo à recuperação judicial de empresas. A Lei n.º 11.101/05 (Lei de Falências e Recuperações Judiciais) somente é aplicável para as sociedades empresárias e o empresário. Todavia, a opção que o sistema oferece para a organização sem fins lucrativos em situação de ruína patrimonial é a declaração de insolvência civil, pois de acordo com o artigo 778 do Código de Processo Civil, todas as obrigações do devedor serão consideradas extintas decorrido o prazo de cinco anos da data de encerramento do processo de insolvência.

Os seguros de responsabilidade executiva (D&O) poderiam até ser uma opção para o resguardo dos dirigentes das entidades sem fins lucrativos, porém referida modalidade securitária mostra-se economicamente inviável para a maioria das entidades do terceiro setor. Infelizmente, diante da crescente tendência da Justiça do Trabalho de desconsiderar a personalidade jurídica das entidades, e, por consequência, avançar sobre os bens pessoais de seus administradores e gestores, a atividade de gerir uma ONG será cada vez mais arriscada.

Para que isso não leve a uma diminuição da atuação de organizações de tal natureza, em prejuízo para a própria sociedade brasileira, é fundamental que as entidades sejam cada vez mais rigorosas em seus processos de gestão e controle, precavendo-se contra eventuais tentativas de responsabilização judicial dirigidas a elas próprias e seus dirigentes.


Rafael Augusto Paes de Almeida
Advogado especializado em Direito Civil de Rubens Naves, Santos Jr., Hesketh Escritórios Associados de Advocacia – rap@rnaves.com.br
Eduardo Pannunzio
Advogado especializado em Terceiro Setor de Rubens Naves, Santos Jr., Hesketh Escritórios Associados de Advocacia – ep@rnaves.com.br
Pauta Social, 21/09/09

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Pesquisa traça perfil do voluntariado empresarial no país

Foram prorrogadas as inscrições para participar da pesquisa Perfil do Voluntariado Empresarial no Brasil, que faz uma radiografia das iniciativas de voluntariado corporativo no Brasil. Realizado pelo Conselho Brasileiro de Voluntariado Empresarial (CBVE) e pelo Riovoluntário, o levantamento traduz os desafios e oportunidades do setor.

Com a chancela do Programa de Estatística Aplicada da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que participou da elaboração do questionário e fará todo o tratamento dos dados e geração de relatório final, a expectativa é que até o final do ano os dados preliminares do estudo sejam conhecidos.

Na última edição da pesquisa, as empresas se disseram mais preocupadas com o desenvolvimento de bons programas de voluntariado corporativo. Das 89 empresas (de diferentes porte e setores, e com atuação nacional) que responderam ao estudo, 45% possuem programas de voluntariado institucionalizado, com planejamento e orçamento anuais.

O mesmo levantamento mostrou que os colaboradores das empresas são mais facilmente engajados nos programas quando: a) um profissional de comunicação interna está comprometido com o programa (79%) e; b) a diretoria presente nos programas. Para 84% deles, a existência de uma diretoria participativa está fortemente vinculada ao sucesso de um programa de voluntariado empresarial.

O curioso é que apenas um quarto das empresas que apresentam esse tipo de programa declararam que seus diretores participavam maciçamente das ações.

No que corresponde aos projetos em si, 73% dos entrevistados disseram estimular a atuação em programas sociais da própria empresa. Em outro caso, 63% delas afirmaram que oferecem recursos para os projetos em que os voluntários atuam.

No que toca ao período dedicado ao trabalho, 44% delas preferem planejar as ações de voluntariado durante o horário de trabalho, e realizá-las fora desse horário. Apesar desse dado, o estudo revela que 43% das empresas pesquisadas dispensam funcionários durante o expediente para a realização de serviço voluntário. O levantamento ainda indica que 18% das empresas valorizam a experiência em serviço voluntário na hora de contratar novos funcionários.

A segunda edição da pesquisa Perfil do Voluntariado no Brasil, tem patrocínio do Instituto Unibanco, Instituto Souza Cruz, Fundação Itaú Social, Kraft Foods, Vale, Banco Bradesco, Unimed-Rio, Metro-Rio, Light, Wartsila, Wilson, Sons e conta com o apoio da ABRH Nacional.

Para preencher o questionário, basta ter em mãos dados da empresa, como CNPJ, endereço e telefone de contato. O questionário está disponível no site do Riovoluntário – www.riovoluntario.org.br.


redeGIFE Online, 21/09/09

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US$ 1 dólar por água suja

As doenças diarréicas tiram a vida de cerca de 2 milhões de crianças a cada ano - 5.000 por dia - e um número incontável delas sofrem desde o nascimento com doenças relacionadas com a falta de saneamento básico, como diarréia, cólera e febre tifóide. O alerta, feito pelo UNICEF, há cinco anos permanece extremamente atual ainda hoje. E ganha novos contornos com o lançamento pela entidade da ONU para a Infância da campanha US$ 1 por uma garrafa de água suja.

Várias máquinas, semelhantes às que vendem refrigerantes, foram espalhadas por Nova York oferecendo garrafas de água supostamente contaminadas por vírus e bactérias causadoras de doenças como a diarréia, a malária, a febre tifóide ou o cólera.

A idéia da campanha é chocar o público e ampliar as doações para as ações humanitárias e da área de saneamento, especialmente para países do Terceiro Mundo. No yuotube é possível assistir a um vídeo mostrando a elaboração da campanha e o lançamento nos Estados Unidos.

O mote é “Por 1 dólar, saboreie a água suja que se bebe diariamente na África e na América Latina" . Os nova-iorquinos que caminham pela Rua 14 olham admirados ao insólito "vendedor" e fazem cara de nojo diante das garrafas com um líquido de suspeita cor alaranjada.

Quando os passantes “mordem a isca”, o homem se identifica. Se chama Dámaso Crespo, espanhol e diretor artístico da campanha “Dirty Water/Agua Suja”, da agencia Casanova Pendrill, que inundou as ruas de Nova York.

A idéia da original campanha é arrecadar fundos para o Tap Project, em cooperação com o Unicef e para atingir a meta de prover de água potável durante 40 dias a uma criança por cada dólar arrecadado.

«Escolha você. Temos água com sabor a tifo, a cólera, a malária, a hepatite, a disenteria, a febre amarela...», são algumas das opções do mercado. Quando o interessado se dispõe a sacar o dólar e a comprar a água suja na máquina Dámaso e sua equipe explicam: « Para tua própria saúde economiza o dólar que te custa a água suja e doa o dinheiro ao Unicef.

Um mal que desafia o tempo
A diarréia se espalha mais facilmente em ambientes de saneamento pobre onde a água potável está indisponível. Muitas vezes essas áreas foram atingidas por catástrofes naturais ou tornaram-se degradadas pela ação do homem.

Doenças transmitidas pela água são uma das principais causas de mortalidade em menores de cinco anos, juntamente com pneumonia, malária e sarampo. No caso de catástrofes, o abastecimento de água e instalações sanitárias que não estão devidamente protegidas são rapidamente danificadas.

"Quando as catástrofes naturais como terremotos e inundações ou catástrofes provocadas pelo homem como conflito destroem ou contaminam o abastecimento de água, a primeira conseqüência `uma ameaça à vida de crianças," segundo o UNICEF. Uma quantidade cada vez maior de recursos de água e saneamento são dedicados às situações de emergência - naturais e provocadas – em que comunidades pobres enfrentam o maior perigo. O UNICEF está empenhada em garantir o fornecimento de água potável e saneamento no prazo de 72 horas da superveniência de emergência porque as crianças são particularmente vulneráveis aos perigos da água suja em situações de emergência, como desastres naturais e conflitos. A melhor maneira de evitar o efeito de emergência, segundo a entidade é capacitar comunidades locais para cuidar de seu abastecimento de água e de governos a fazer investimentos que assegurem a segurança de água e saneamento mesmo durante os tempos mais difíceis.


Redação do Água Online
Envolverde, 21/09/09
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Documentos públicos do Google Docs poderão ser encontrados por buscadores

Textos, planilhas e apresentações tornadas públicas no Google Docs poderão ser encontradas por buscadores nas próximas semanas

O Google anunciou que nas próximas semanas começará a indexar o conteúdo de documentos públicos hospedados no seu serviço online de produtividade, o Google Docs.

Em anúncio publicado no fórum de ajuda do Google Docs, uma funcionária da empresa chamada Marie F. afirma que nas próximas duas semanas textos, planilhas e apresentações disponíveis para qualquer usuário poderão fazer parte do índex de Google, Yahoo, Bing e outros buscadores.

Segundo o comunicado, apenas documentos publicados como páginas online ou que têm a opção de integração por meio de códigos disponível poderão ser encontrados pelos buscadores.

Arquivos sigilosos ou publicados, mas encontrados apenas por usuários que têm o link, não serão encontrados, lidos e nem integrados ao índex dos buscadores.

O anúncio do Google acontece na mesma semana em que a Microsoft começa a testar a versão online do popular pacote de produtividade Office, o Office Web Apps.

Ainda sem data para chegar ao mercado, o serviço, ainda fechado a convidados, permitirá que documentos do Word, Excel e PowerPoint sejam editados e compartilhados online.

O principal rival do Office Web Apps será o Google Docs, tanto pelas ferramentas oferecidas a usuários e empresas como pela penetração do serviço do buscador - pesquisa da consultoria IDC mostra que o Docs está presente em um quinto das empresas nos Estados Unidos.


IDG Now!, 21/09/09

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IAB publica manual para ajudar a conduzir investimentos em vídeos online

Long Form Video Overview traz dados sobre potencial publicitário de vídeos com mais de 10 minutos de duração para agências e anunciantes

O Internet Advertising Bureau (IAB) anunciou nesta segunda-feira (21/09) um guia para ajudar agências e anunciantes a entender melhor e guiar seus investimentos publicitários em vídeos online cuja duração supera dez minutos.

A associação justifica a produção do guia, chamado de Long Form Video Overview, citando números da consultoria Pricewaterhouse Cooper que afirmam que a publicidade vinculada a vídeos mais longos na internet ultrapassará a cifra de 4 bilhões de dólares em 2013.

De acordo com um estudo feito pela consultoria a pedido do IAB, o mercado publicitário movimentou nos EUA 737 milhões de dólares em vídeos feitos apenas para internet em 2008.

O manual indica cifras de outros institutos de pesquisa não apenas sobre crescimento da verba publicitária, mas também sobre a produção de vídeos, sejam eles profissionais ou amadores.

O documento também esclarece os quatro principais formatos de publicidade envolvendo vídeos e indica novos modelos que podem ser explorados em campanhas, além da tradicional vinculação de publicidade ao lado da janela pela qual o vídeo é reproduzido.


IDG Now!, 21/09/09

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Lilian Pacce, a jornalista que percebeu que sustentabilidade está na moda

O assunto moda sustentável ainda me parece um tema pouco abordado pelas grifes nacionais. Tirando algumas ações pontuais, como a criação de lojas “verdes” (assunto tratado aqui nesse post) ou a utilização de tecidos ecológicos em algumas peças, como faz a carioca Osklen, a aplicação da sustentabilidade, sobretudo no modo de produção das peças e em suas matérias-primas, ainda precisa de mais atenção por parte das marcas brasileiras.

Porém, se as grifes ainda não estão tão ligadas no tema, os jornalistas e entendidos no assunto estão, e já faz algum tempo. E um dos nomes mais respeitados nesse meio é o da jornalista Lilian Pacce.

Pioneira na campanha contra o uso de sacolas plásticas, a jornalista, a convite de Eduardo Jorge (secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo), foi curadora da exposição “Eu Não Sou de Plástico”, que contou com a participação de 120 grifes e estilistas renomados, que fizeram suas versões fashion para as já famosas ecobags. O resultado da exposição pode ser conferido no livro “Ecobags - Moda e Meio Ambiente”, idealizado pela própria Lilian.


E hoje, na loja das sandálias Ipanema, no Rio de Janeiro, acontece o lançamento de mais uma empreitada de Lilian no campo da moda ecológica: uma linha de sandálias feitas com cortiça reciclada, cujas tiras são também de borracha reciclada. As sandálias foram desenhadas pela própria jornalista, e trazem um trevinho aplicado na ponta.

Sorte pra você, Lilian!


Laís Andrade
Update Or Die, 22/09/09

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