terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Grupo americano beneficia 6 milhões de pessoas no Brasil

Estudo inédito sobre o Investimento Social Privado de organizações americanas no Brasil mostra que 59 organizações, entre 46 empresas e 13 fundações, beneficiam diretamente 6 milhões de brasileiros. Ao todo, elas são responsáveis por 765 programas sociais no país, nos quais coordenam mais de 87 mil voluntários.

A pesquisa foi elaborada a partir de um levantamento junto a 59, das 104 companhias integrantes do Grupo +Unidos. O Grupo é uma parceria entre a Missão Diplomática dos Estados Unidos no Brasil e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), apoiados pela Câmara de Comércio Americana (AmCham).

“O +Unidos tem o propósito de desenvolver e divulgar iniciativas de responsabilidade social corporativa no Brasil. O estudo é uma forma de incentivo para que elas trabalhem de forma conjunta”, afirma o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel.

Produzido pelo GIFE, o levantamento faz um mapeamento das ações sociais realizadas por essas organizações, presentes em todo o território nacional. Assim, foram analisadas as estratégias de investimento das companhias, tal como os repasses de recursos pela matriz americana, bem como sua efetiva participação na aplicação das verbas. Também foram mensuradas as instâncias envolvidas na administração do ISP e os processos de seleção e criação de projetos.

A partir da discussão desse relatório, o +Unidos busca criar o que chama de marco zero do Grupo. Com ele, será possível visualizar as oportunidades, os desafios e as tendências que irão nortear as ações do Grupo. Além disso, haverá organização de workshops, em que as empresas poderão trocar experiências. “Nós queremos ser exemplo para empresas trabalharem em parceria”, garante o presidente da Microsoft Brasil e co-chairman do grupo, Michael Levy

Principais resultados
O balanço consolidado do estudo refere-se às ações realizadas no ano de 2006 por essas 59 organizações. Nesse período, 765 ações foram apoiadas ou realizadas, em todos os Estados. Destas, 564 programas e projetos sociais desenvolvidos assistiram, prioritariamente, as áreas de educação, saúde, meio ambiente e formação para o trabalho. Já 201 ações de voluntariado foram aplicadas em áreas diversas.

Juntas, todas as ações beneficiaram diretamente, de “forma constante, regular e consistente” – veja publicação --, 6 milhões de brasileiros. O estudo mostra também que mais de 32 milhões de pessoas foram beneficiadas indiretamente por esse conjunto de ações, por meio de participações pontuais em projetos culturais, educacionais ou de saúde, por exemplo, ou ainda por intermédio da transmissão de conhecimentos por uma pessoa capacitada.

Entre as 46 empresas analisadas nesse trabalho, a maioria (63%) afirmou ter baseado sua estratégia de 2006 no financiamento de projetos de terceiros concomitantemente com a operação de projetos próprios. Mais da metade das empresas – 55% – declarou não se valer de orçamentos em investimento social para leis de incentivo fiscal.

Questionados sobre a influência da matriz para definir financiamentos de projetos, 52% dos respondentes afirmaram receber pouca ou quase nenhuma, tal como 41% deles disserem não utilizar auxílio de consultores na concepção dos programas.

Com relação aos principais impactos observados pelas organizações, a maioria, ou 59%, acredita que suas ações de ISP resultam na criação da chamada tecnologia social, isto é, desenvolvem métodos, técnicas ou processos que podem contribuir para solucionar problemas sociais aplicados em outras comunidades. Essa conclusão se dá a partir de monitoramentos técnico e financeiro realizados por 80% das empresas.

“Empresas americanas começam a visitar o Brasil para fazer parte desse Grupo e aprender com essas ações. O próprio (presidente eleito dos EUA) Barack Obama disse, para meu espanto, conhecer essas iniciativas”, conta Clifford Sobel

Objetivos do Milênio
As organizações pertencentes ao +Unidos obedecem como regra pétrea a missão do Grupo: “Fortalecer alianças entre os setores público e privado para otimizar e intensificar os investimentos de responsabilidade corporativa dos EUA no Brasil de forma sustentável, a fim de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.”

Assim, “Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento” é o líder das ações de ODMs desenvolvidas pelo +Unidos, com 27% dos programas realizados em 2006. Em segundo lugar recebeu atenção a meta “Combater HIV/AIDS, malária e outras doenças”, com 19% das ações.

O terceiro lugar em prevalência (18%) foi atribuído a ações diversas, que não se enquadram diretamente em nenhum dos oito objetivos. Em sua maioria, pertencem às áreas de cultura e assistência social, como: patrocínio a espetáculos, apoio à publicação de livros, doações para fundos municipais da infância e da adolescência são exemplos dessa categoria.

“Garantir a sustentabilidade ambiental” apresenta 17% das ações e ocupa a quarta colocação. Com 9% de ações, a meta de “Atingir o ensino básico universal” ocupou a quinta posição de programas realizados pelo +Unidos. 4% das ações foram destinadas à meta de “Erradicar a pobreza e a fome”.

“Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia entre as mulheres” ficou em sétimo lugar, com 3% das ações. E nas oitava e nona colocações, respectivamente, estão elencadas ações dedicadas às metas de “Redução da mortalidade infantil” (3%) e de “Melhorar a saúde materna” (menos de 1%).

Entre os programas menos desenvolvidos pelo Governo brasileiro, dois estão inclusos nos quatro principais programas do +Unidos. São eles o 8 e o 7. A Saúde Materna, considerada uma meta deficitária no País, é também um assunto pouco abordado pelas ações do +Unidos, o que indica uma importante oportunidade para a atuação futura das companhias.

“Esse estudo torna-se um compêndio da atuação deles. Assim, eles podem identificar as áreas com menores investimentos e criar projetos focados”, considera Michael Levy.

Áreas de atuação
Entre as 564 ações realizadas pelas organizações, 44% tem como prioridade a educação. Para essa área foram realizados projetos de abrangência para todos os níveis de ensino e ampla faixa etária (da primeira infância à educação continuada para adultos). Adoção de escolas próximas às fábricas, capacitação de professores, apoio financeiro a entidades que promovem educação, envolvimento da comunidade, oferta de livros, computadores e softwares, reforço escolar, premiações exemplificam essas iniciativas.

Em seguida, foram promovidas ações para a saúde, com 153 iniciativas (27%); meio ambiente, totalizando 109 programas (19%), e formação para o trabalho, compondo 89 ações (16%).

Na seqüência, registraram-se 69 iniciativas (13%) de apoio e assistência a pessoas em situação de exclusão social. Cabe salientar que assistência social também foi alvo da maior parte das iniciativas de voluntariado. Abaixo de 10% ficaram ações para geração de trabalho e renda, e cultura e artes, cada uma com 8%. Comunicações e defesa de direitos, com 4%; desenvolvimento comunitário e esportes, cada uma com 3%, e, fechando com 2%, apoio à gestão de organizações do Terceiro Setor. Outros 2% não se encaixaram em nenhuma das classificações.

Voluntariado
As organizações estudadas realizaram mais de 200 ações de voluntariado em todo o País no ano de 2006. O contingente declarado de funcionários que participaram dessas ações totaliza 87 mil pessoas. Considerando um universo de 320 mil empregados, a média de adesão do grupo de empresas que representa o +Unidos, tem representatividade de 27%.

Isso demonstra um índice de mobilização acima de média nacional, que é calculada em 20%, de acordo com a pesquisa do Riovoluntário, publicada em 2007. Além disso, 80% das companhias afirmaram ter investido em voluntariado em 2006.

Em 2007, esse número foi ampliado para 85%. É importante salientar que 63% dos voluntários participaram da escolha das ações, opinando nos temas a realizar. Além disso, quase a metade do total de voluntários (46%) contava com planos delineados para a aplicação da força disponível e eram liberados do serviço para atuar (48%).

As ações de voluntariado do Grupo +Unidos envolveram cerca de 860 mil pessoas, beneficiadas direta e indiretamente, em várias cidades do Brasil, no período analisado Além disso, mais de 1.200 instituições receberam benefícios. Embora não se saiba a quantidade de pessoas que elas atingiram, sabe-se que compõem um universo variado de ONGs, lares de crianças, casas de idosos, creches, cooperativas, escolas, hospitais e postos de saúde. Assistência social representa a área de maior atuação. Ela é seguida por educação, saúde e outras, como meio ambiente, cultura/artes e defesa de direitos, entre outros.

“Em meio a um cenário de crise e possível redução de investimentos sociais por parte das empresas, aumenta a necessidade de atuar em rede para ampliar o impacto de suas ações. A pesquisa do Grupo é oportuna porque facilita a articulação entre essas organizações”, argumenta o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti.


Rodrigo Zavala, da Rede Gife
Envolverde, 16/12/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Festa de Zico terá atletas do pentacampeonato brasileiro

O atual técnico do Bunyodkor, do Uzbequistão, Zico, divulgou que o meia Rivaldo e os laterais Cafu e Roberto Carlos também participarão da partida beneficente, no dia 23, no Maracanã. Os três foram importantes na campanha vitoriosa da seleção brasileira na Copa do Mundo-2002.

"Sempre buscamos novos atrativos para o público. Já trouxemos craques consagrados como o Maradona, Seedorf, Deco, Adriano, e este ano já confirmamos com Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos. São três ídolos brasileiros, campeões do mundo e que não jogam no Brasil há muito tempo", disse Zico, que organiza o evento.

O ingresso de arquibancada custa R$ 10 e das cadeiras comuns, R$ 6. As entradas podem ser compradas na bilheteria 8 do Maracanã, na Gávea, no CFZ e no Parque Terra Encantada (Barra).

"Será uma boa oportunidade dos torcedores matarem as saudades dos jogadores que não têm a chance de ver sempre, e ainda ajudar a quem precisa", falou Zico.


Folha Online, 16/12/08

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Oposição consegue adiar votação de projeto que substitui MP da Filantropia

A oposição conseguiu adiar nesta terça-feira na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado a votação do projeto de lei do governo que substituiu a MP (medida provisória) das Filantrópicas. Os governistas se articularam para acelerar a votação do texto com o objetivo de concluí-la antes do recesso legislativo, mas o senador Raimundo Colombo (DEM-SC) pediu vista à matéria --o que adiou sua votação para quinta-feira.

O presidente da comissão, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), concedeu vistas de 48 horas à matéria para tentar agilizar sua votação. Com o adiamento, o projeto tem que ser votado na CAE na quinta, mas ainda precisa passar pela CAS (Comissão de Assuntos Sociais), onde tramita de forma terminativa. Somente depois de aprovado pela CAS, o texto segue para votação na Câmara.

A expectativa é que o projeto das filantrópicas entre na pauta da CAS também na quinta-feira --embora alguns senadores da oposição já trabalhem para deixar sua votação para 2009.

O projeto, apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR), substitui a MP que foi devolvida ao Executivo pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN). Como presidente do Congresso, Garibaldi tem a prerrogativa prevista pelo regimento do Senado de devolver MPs ao Executivo --caso não atendam aos critérios de urgência e relevância, necessários para a edição de medidas provisórias.

O senador argumentou que a MP das Filantrópicas não atende a esses requisitos, por isso decidiu devolvê-la ao Executivo.

O texto da MP tornava automática a aprovação dos pedidos de renovação de certificados de filantropia pendentes no CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social), com a autorização para a concessão de renovações inclusive às entidades com processos na Justiça.

A oposição batizou a matéria de "MP da Pilantropia" ao afirmar que a concessão automática dos pedidos de renovação poderá beneficiar entidades com pendências judiciais.

O projeto solucionou o principal impasse em torno da MP ao estabelecer que todos os pedidos devem ser analisados por três ministérios relacionados ao setor de atuação da entidade. A autorização dos certificados passa a ser prerrogativa dos ministérios, e não mais do CNAS.

As instituições que não tiverem pendências judiciais terão os certificados renovados pelos ministérios. Já aquelas que respondem a processos na Justiça, o governo vai determinar o recolhimento de contribuição à Receita Federal --mas o pagamento ficará suspenso até os ministérios emitirem o seu parecer sobre a renovação, ou não, do certificado para aquela entidade.

O texto também criou um sistema intermediário para as entidades filantrópicas que tiveram seus certificados renovados no período de vigência da medida provisória --antes da aprovação do projeto de lei. As renovações automáticas, autorizadas ou canceladas nesse período de 'vácuo' legal, serão reavaliadas pelos respectivos ministérios até o dia 31 de dezembro de 2009 --prazo fixado pelo governo no texto.


Gabriela Guerreiro
Folha Online, 16/12/08

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Uol deixará de usar pop-up

Maior portal brasileiro, o UOL vai banir o pop-up de sua home-page a partir de janeiro de 2009. Um dos formatos publicitários mais tradicionais da internet, o banner que é aberto repentinamente na página é considerado intrusivo pela maioria dos usuários. As pessoas também se sentem incomodadas com o fato de terem de fechar o anúncio.

Desde 2003, o UOL oferece um programa antipop-ups, sendo que no último ano aproximadamente 65% dos visitantes do portal passaram a utilizar a ferramenta - o crescimento da rejeição à peça foi um sinal de que estava na hora de abandonar o formato. No lugar dos pop-ups, o UOL passará a oferecer ao mercado o formato 'dhtml', que permanece por cerca de 12 segundos na tela e desaparece automaticamente. "A vantagem é que o usuário não precisa clicar no banner caso não queira interagir com a peça", destaca Enor Paiano, diretor de publicidade do UOL.

O executivo observa que apesar da relação de ódio do usuário com o pop-up, o formato sempre trouxe resultados excelentes para os anunciantes. "Fizemos vários estudos para encontrar um tempo adequado de exposição do 'dhtml' na tela, para alcançar uma performance semelhante à do pop-up", diz.


Propaganda & Marketing, 15/12/2008

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Como desatar o "nó" dos processos

Os processos representam o conjunto de atividades e tarefas realizadas por toda a organização, visando o cumprimento de seus objetivos e podem estar estruturados e ordenados de várias formas.

O que se busca atualmente é assegurar que estes sejam realizados dentro de parâmetros aceitáveis de desempenho e risco, garantindo também a gestão de conhecimento e busca por melhorias consistentes. Uma das maiores dificuldades reside no fato de que os processos não estão necessariamente restritos a uma única função da organização. Assim surgiu o BPMO (Business Process Management Office), ou também chamado de "Escritório de Processos".

O escritório de processos é, portanto, a unidade organizacional que tem como objetivo assegurar a "lógica de processos", considerando: integração, desempenho, balanceamento, restrições e riscos da organização. Esta lógica representa exatamente como esses processos foram sendo estruturados e ordenados, ou seja, fazemos "X" primeiro, depois o "Y" e assim por diante, por determinados motivos. Tal seqüência foi sendo construída ao longo do tempo de vida da organização e pode ser influenciada por fatores próprios da atividade, como equipamentos ou sistemas de controle e de gerenciamento de recursos.

Mas nem sempre a lógica de processos obedece a melhor e mais adequada "lógica", seja por uma restrição técnica, seja por uma situação alheia ao próprio processo. Assim, surgem os "Nós" e às vezes são bem difíceis de desatar, por que nem sempre tal situação é perceptível à organização, muitas vezes gerando impacto negativo de desempenho, de custos ou ambos. O escritório de processos tem como uma de suas principais atribuições justamente identificar tais situações.

A pergunta quase imediata que surge é: afinal, o gestor do processo não é o responsável por isso? Isso seria verdade se todos os processos tivessem "donos", mas existem processos que não o possuem por estar espalhados pela organização, impedindo a percepção do problema de forma abrangente.

Assim, o escritório de processos assume a responsabilidade pela análise desses casos, além de desenvolver padrões, técnicas e ferramentas para gestão de processos organizacionais: treinar e desenvolver a equipe nos conceitos e técnicas de gestão de processos; apoiar o gestor no acompanhamento e avaliação dos processos; acompanhar e monitorar o desempenho de processos críticos, avaliando melhores práticas e difundindo o conhecimento e integrar os múltiplos processos aos gestores, consolidando informações.

O escritório de processos pode atuar como "consultor" ou como "interventor", ou ainda em variações destas duas formas, mas sempre voltado a esforços de estabilização e melhoria de desempenho de processos. A diferença entre os modelos está na postura de seus membros e na resposta esperada pela organização. No modelo "consultor", os profissionais do escritório de processos atuam como consultores internos, numa postura mais reativa, aguardando solicitações da empresa.

Na outra ponta, ou seja, no modelo "interventor", o escritório identifica processos que merecem atenção e intervém em três diferentes níveis: suporte a melhoria; responsabilidade pela melhoria e responsabilidade pelo processo até sua elevação de desempenho. Cada nível merece um tipo diferente de envolvimento e de postura dos profissionais, sendo que nos três casos deve-se sempre imaginar que o líder do processo deverá assumir o comando após a melhoria. É também importante observar que aspectos políticos e culturais podem dificultar e até bloquear a ação do escritório e, portanto, deve-se ficar atento a este detalhe na hora de definir o modelo de operação.

O escritório de processos não deve ser uma ação de impulso, pois não está relacionada com a busca por ganhos rápidos e imediatos. Entretanto, para aqueles que buscam melhorias consistentes e perenes ele é, com certeza, a melhor opção. Isto porque representa uma nova orientação organizacional, que pode alterar inclusive decisões de investimento em processos, como aquisição de equipamentos, aumento ou redução de efetivos de mão-de-obra.


Marcelo Raducziner
Diretor da Compass International www.compassbr.com.br, empresa de consultoria especializada nas áreas de gestão e negócios e-mail: marceloraducziner@compassbr.com.br
Newsletter HSM Online, 15/12/08

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Para bairro pobre, político usa Bolsa Família

Em São Paulo e Salvador, 60% dos participantes crê que político desvia dinheiro e usa programa em campanha, diz estudo premiado
Foto Unicef/ Mila Petrillo


Em dois bairros pobres de São Paulo e Salvador, 58% dos beneficiários do Bolsa Família acreditam que governos utilizem o programa em proveito próprio, sendo que 37% crêem que os políticos desviam dinheiro da iniciativa e 23% que a usam pra pedir votos em campanha. Os números são de uma pesquisa realizada por um centro de estudos mexicano e premiada em um concurso do governo federal para destacar artigos sobre o programa.

“Trata-se de um uso político indireto, que tenta ajustar políticas públicas para ter retorno nas eleições e não da compra votos e coação dos beneficiários, como acontece em várias regiões da América Latina”, afirma Felipe Hevia, autor do estudo Relações Diretas ou Mediadas? Participação cidadã e controle social no programa Bolsa Família.

O artigo — do Centro de Pesquisas e Estudos Superiores em Antropologia Social, do México — foi o primeiro colocado em um concurso do governo que selecionou pesquisas sobre o programa e ações municipais e estaduais que aprimorem a iniciativa. Os estudos participantes estão disponíveis na Biblioteca Virtual do Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome e do Centro Internacional de Pobreza, uma instituição de pesquisa do PNUD, resultado de uma parceria com o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas).

Entre junho de 2007 e fevereiro de 2008, a pesquisa analisou 71 questionários respondidos por beneficiários do Bolsa Família, sendo 37 de Cidade Tiradentes, em São Paulo, e 41 da favela Bairro da Paz, em Salvador, primeiro e terceiro municípios com maior número de beneficiários do Bolsa Família.

Entre os entrevistados, 57,9% avaliam que os políticos “tiram proveito do programa”. Deles, 37,2% acreditam que os governantes desviam dinheiro; 23,3% que usam o Bolsa Família para pedir votos e 14% que usam para fazer propaganda política; 9,3% crêem que os políticos se apossam da autoria do programa para atrair eleitores; 7% que enganam pessoas pouco esclarecidas e 4,7% que ameaçam de extinguir a iniciativa se não forem eleitos.

“Estes mecanismos indiretos não implicam necessariamente em práticas tradicionais de compra e coação de votos, mas representam uso político no sentido que as decisões são tomadas com fins mais eleitorais do que técnicos”, afirma o estudo. Uma das maneiras de angariar votos com o programa, segundo a pesquisa, é aumentar o número de beneficiários em períodos próximos às eleições.

“Uma das ações mais comuns de uso político indireto é a ampliação do padrão com fins eleitorais, como a ampliação do programa em localidades, Estados ou municípios, usando critérios partidaristas com o objetivo de, aumentando o corpo de beneficiários, aumentar a votação do partido de governo em uma zona determinada”, afirma o estudo.

É o que aconteceu em São Paulo e Salvador: Entre 2003 e 2007 os picos de crescimento no número de participantes do programa foram durante as eleições municipais de 2004 e as presidenciais de 2006, segundo a pesquisa. “Apesar de haver uma intencionalidade política, não há pesquisas que comprovem que essas estratégias diretamente virem votos”, avalia Hevia.

Participação Social
A percepção dos beneficiários sobre compra de votos e outros usos políticos do programa pode ser reduzida pela pouca participação que têm no controle e gestão do Bolsa Família, segundo o estudo. O desenho da iniciativa estabelece que determinadas instituições públicas realizem ações como cadastro das famílias e repasse do beneficio, e impede que organizações da sociedade civil participem desses processos, com fim de impedir a corrupção.

O estudo considera o modelo eficiente em evitar irregularidades como desvio de dinheiro e cadastro de pessoas sem o perfil do programa. Porém, diminui a participação social. “Assim se estabelecem instâncias de controle social de acordo com o sistema descentralizado e participativo de assistência social, onde se reconhece a ação coletiva, mas, ao mesmo tempo, o desenho de operação faz com que a intermediação seja mínima, altamente institucional, que as organizações civis tenham pouco espaço para atuar e menos espaço ainda para representar os beneficiários do Bolsa Família nas instâncias institucionalizadas de participação”, afirma o estudo.

Com a distância os beneficiários podem ter mais dificuldade de se defender de abusos de poder, como compra e coação de votos e podem ter mais trabalho para corrigir eventuais erros administrativos, como uma eventual troca de nome no cadastro, por exemplo, aponta a pesquisa. “As organizações sociais deveriam participar como pontos de informação sobre o programa. Mas não devem ficar responsáveis nem pelo repasse do dinheiro nem pelo cadastro, para evitar irregularidades”, avalia o autor.


Sarah Fernandes, da PrimaPagina
Pnud, Boletim nº 519, 15/12/08

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Soldados e voluntários são flagrados furtando doações para vítimas das chuvas em Blumenau (SC)

Flagelados de Itajaí (SC) recebem doações de diversos Estados brasileiros; número de desalojados diminui, mas situação é grave
Fernando Donasci/Folha Imagem


Um grupo de voluntários e soldados do Exército foi flagrado furtando donativos do Pavilhão 1 do Parque Vila Germânica, em Blumenau, onde funciona um posto de arrecadações da Defesa Civil de Santa Catarina. As imagens foram exibidas na noite deste domingo (14) por uma emissora de TV local.

Nesta segunda-feira, o governo do Estado e a Prefeitura de Blumenau anunciaram um pacote de medidas para prevenir novos furtos. De acordo com o secretário de Assistência Social do município, Mário Hildebrandt, ainda não é possível saber ainda quanto foi levado do depósito.

Segundo o secretário, o fato foi "isolado" e, ainda hoje, a Prefeitura de Blumenau registrou um boletim de ocorrência na 1ª DP da cidade para que o caso seja investigado.

Em um comunicado divulgado hoje, a prefeitura e o governo do Estado anunciaram a contratação de uma empresa especializada em logística, sob a coordenação da Secretaria Regional de Blumenau, para realizar os serviços de recepção e distribuição das cargas.

Segundo Hildebrandt, uma empresa de segurança e vigilância também deverá ser contratada para impedir que novos furtos ocorram no local.

Tanto a Prefeitura de Blumenau quanto o governo de Santa Catarina lamentaram o ocorrido, mas elogiaram a atuação dos "milhares de voluntários sérios, honestos e comprometidos com a recuperação de Blumenau e região", por meio de nota.

"Esta não é, de maneira alguma, a imagem que os soldados do Exército deixam aqui. Eles prestaram um excelente serviço no atendimento às vítimas em Blumenau. Isso é um fato lamentável, mas pontual", afirmou Hildebrandt, à Folha Online.

Blumenau foi uma das cidades mais atingidas pelas chuvas que devastaram o Estado de Santa Catarina. Segundo a Defesa Civil Estadual, das 128 mortes confirmadas no Estado até hoje, 24 ocorreram no município.

Ao menos 5.567 pessoas continuam em abrigos públicos no Estado, e outras 27.236 continuam desalojadas, informou o órgão.

O ministério da Defesa, por meio de sua assessoria, informou que o Comando do Sul do Exército abriu um processo administrativo para apurar os fatos.


Folha Online, 15/12/08

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National Geographic no varejo

A famosa sociedade sem fins lucrativos investe US$ 44 milhões para abrir uma rede de lojas. O objetivo? Fazer dinheiro para financiar suas pesquisas

A National Geographic Society (NGS), sociedade sem fins lucrativos, que nasceu em 1888 com a missão de difundir o conhecimento geográfico e financiar pesquisas científicas, é conhecida principalmente pelo canal de televisão e pela revista que levam o seu nome. Mas ela quer muito mais do que isso: pretende se tornar sinônimo de varejo.

É que recentemente ela abriu uma loja no coração da cidade de Londres, em Regent Street, e, na semana passada, inaugurou uma loja em Cingapura. "Temos planos para mais lojas em 2009", diz Liz Nickless, diretora de comunicação da National Geographic. Os próximos passos apontam para Istambul, na Turquia, e Barcelona, na Espanha, em um investimento total de US$ 44 milhões - dinheiro levantado em parceria com a empresa espanhola Worldwide Retail Store.

Nas lojas, os clientes encontrarão - além de produtos relacionados a viagens como guias - roupas e acessórios esportivos, móveis de design, brinquedos, objetos de arte e até jóias importadas da África.

O objetivo da sociedade é aumentar o faturamento, que hoje já é de aproximadamente US$ 550 milhões, para reverter parte do lucro para cerca de nove mil projetos de pesquisa da própria Nat Geo, como a sociedade é chamada. "Abrir lojas é o caminho natural da organização", afirma Kátia Murgel, diretora de programação do canal National Geographic no Brasil.

Ainda não há planos para que o comércio chegue por aqui. Porém, na capital inglesa, desde que foi aberta, a loja tornou-se ponto turístico e passou a concorrer, quem diria, com museus como a National Gallery ou mesmo com o British Museum. Com 1,8 mil metros quadrados divididos em três andares, o espaço abriga auditório, restaurante, estúdio fotográfico, agência de viagens, biblioteca e pavilhão para exposições. O mais impressionante, porém, é a forma como os produtos à venda podem ser testados.

A loja conta com salas especiais que simulam tempestades de vento e mudanças bruscas de temperatura para provar a resistência dos equipamentos de aventura. Outra novidade inclui uma parceria com a Sony para instalar um sistema exclusivo de som e imagem. Através de uma rede interna, o mesmo conteúdo pode ser passado simultaneamente nas 42 televisões do local.

"Por enquanto, essa é uma ação isolada da National Geographic Society International", explica Gustavo Leme, vice-presidente da Fox Latina, que possui os direitos do canal no Brasil. "Não há previsão de ter nada parecido por aqui." A idéia, pelo menos por enquanto, é investir no canal, que, com nove anos de presença no País, alcança cerca de cinco milhões de casas.

As novidades com foco na América Latina incluem dois documentários sobre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e dois documentários de produção nacional: um de viagem pela selva, batizado de Across the Amazon, e uma série com o navegador Amir Klink.

"Queremos aumentar em 25% a receita de publicidade do canal", conta Leme. Ao que parece, toda a National Geographic passa por um desafio de se multiplicar sem perder a essência. "A National Geographic vende conhecimento, com uma proposta que se aproxima dos museus", aponta Jeaninne Carvalho, consultora de marcas da Brand Up. "Eles só têm de tomar cuidado para não sofrer com a superexposição."


Carolina Guerra
Boletim IstoÉ Dinheiro - Edição 585

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Imagem das Empresas Socialmente Responsáveis

Ações institucionalizadas de Responsabilidade Social alavancam reputação das empresas

Doar alimentos a grupos carentes, financiar reformas em uma instituição escolar, patrocinar um evento comunitário ou esportivo, plantar mudas de árvores... Ações isoladas como essas, de engajamento comunitário e ambiental por parte das grandes empresas, têm definido durante muito tempo o entendimento de responsabilidade social corporativa. Algumas empresas até definem erroneamente tais empreendimentos, soltos como partes de algum programa empresarial de cidadania corporativa. Porém, o que o brasileiro hoje demanda – e, sobretudo, que define com força a respeitabilidade que sente pelas empresas – está muito mais próximo de iniciativas institucionalizadas de RSE do que medidas emergenciais ou práticas avulsas de sensibilidade socioambiental.

Pesquisa da Market Analysis nas nove principais capitais do país revela que a imagem das grandes empresas melhora, e muito, quando elas desenvolvem atividades institucionais de longo prazo, antes que emergenciais, tais como parcerias com organizações sociais, criação de fundações filantrópicas ou mesmo quando elas permitem que seus funcionários tirem dias de folga para realizar trabalhos voluntários.

Das três opções de institucionalização possíveis, a parceria com ONGs ou instituições de caridade é a que mais desperta empatia pela empresa por parte do consumidor médio: sete em cada dez respondem que a imagem da empresa que faz tais parcerias melhora muito. Quando se trata de viabilizar ações de voluntariado ou formalizar uma fundação própria, o impacto positivo de reputação dessas ações continua sendo majoritariamente positivo, mas não com a força das parcerias com entidades independentes da sociedade civil. Essas diferenças parecem apontar para uma preferência entre os consumidores por iniciativas validadas externamente e que reúnam atores autônomos (como as ONGs ou instituições de caridade), capazes inclusive de dar um aval objetivo tanto nas intenções como nos resultados concretos obtidos a partir do investimento social das corporações.

Quem reage mais favoravelmente a esta opção de RSE institucionalizada? Embora o apoio seja alto, nem todos os consumidores demonstram a mesma sensibilidade. Algumas características pessoais, como o grau de interesse por assuntos de cidadania corporativa ou o engajamento em conversas sobre a conduta das empresas, claramente apontam diferenças importantes. Assim, o efeito positivo de estabelecer parcerias é muito mais intenso entre aqueles que expressam alto interesse por RSE (72%) do que entre os que permanecem desinteressados (58%), e o mesmo ocorre entre aqueles que se envolvem muito freqüentemente em conversas sobre o comportamento das empresas (79%) e aqueles que permanecem apáticos (67%).

Mas não se trata apenas de quem já está predisposto culturalmente a dar valor a tais ações. Por exemplo, quem acha que o governo deveria intervir mais para estimular ações de sustentabilidade socioambiental das empresas está menos predisposto a transferir uma boa imagem para aquelas empresas parceiras de instituições da sociedade civil. Em outras palavras, desenvolver parcerias de sucesso com ONGs pode resultar, também, em uma estratégia que minimize incentivos para o governo intervir e regulamentar a esfera de atuação corporativa.

Um último dado relevante é que a opção de formar parcerias com ONGs redunda em benefícios de imagem, tanto para consumidores que trabalham em empresas de pequeno e médio portes, como para aqueles empregados de corporações com mil ou mais funcionários. É, nesse sentido, a alternativa que reúne o maior consenso sem importar o âmbito de trabalho do entrevistado (já as outras duas opções tendem a ser privilegiadas particularmente por aqueles que trabalham para as maiores corporações do país).

Naturalmente fica pendente a resposta sobre que tipo de parceria e quais ONGs e instituições de caridade emergem como as opções mais coerentes para uma determinada empresa ou setor. Empresas líderes da sustentabilidade em setores geralmente questionados pelo seu impacto ambiental, como o petroleiro e o químico, ou pelo seu baixo impacto social, como o bancário, têm sido capazes de resolver essa questão de maneira competente, consultando seus diferentes stakeholders e conhecendo os valores e objetivos priorizados pelas potenciais parceiras. Uma das conseqüências de tais decisões é que esses pioneiros da RSE conseguem capitalizar positivamente suas ações institucionalizadas em reputação corporativa, mesmo quando o setor como um todo é visto de modo crítico.

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O quanto a sua impressão sobre uma empresa melhora
quando você descobre que a empresa

Faz parcerias com ONGs ou com instituições de caridade - 70%
Permite que funcionários tirem folga para realizar trabalho voluntário
para instituições de caridade ou entidades comunitárias - 59%
Criou sua própria fundação filantrópica - 55%
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Ficha técnica
Entrevistas pessoais por amostragem probabilística realizadas com 805 adultos (18 a 69 anos) nas nove principais capitais do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Brasília e Goiânia.
Market Analysis - www.marketanalysis.com.br, info@marketanalysis.com.br
(48) 3234-5853


Revista Filantropia - OnLine - nº180

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Cooperação entre países em desenvolvimento

O Programa África-Brasil de Cooperação em Desenvolvimento Social, com o objetivo de facilitar a implementação de políticas sociais, tornou seu site bilíngüe, com o conteúdo em inglês e português.

O programa, resultado de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, o Ministério Britânico para o Desenvolvimento Internacional e o Centro Internacional da Pobreza, é inspirado em um projeto-piloto de cooperação entre Brasil e Gana assinado em 2007.

O site é uma ferramenta que visa promover uma crescente modalidade de cooperação técnica internacional e disseminar o conhecimento sobre a cooperação entre o Brasil e os países africanos. www.undp-povertycentre.org/africa-brazil


Revista Filantropia - OnLine - nº180

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Mulheres lideram projetos inovadores no país

Cátia Jourdan, depois do MBA, assumiu a gerência da Incubadora Social de Comunidades do Instituto Gênesis, da PUC, no Rio de Janeiro
Foto Leo Pinheiro/Valor

A executiva Cátia Jourdan tirou o salto e subiu o morro. Antes de ser gerente da Incubadora Social de Comunidades do Instituto Gênesis, da PUC-RJ, a formação como psicóloga a ajudou a atender novos empreendedores no Morro do Pereirão, no Rio Janeiro. Ao mesmo tempo, para adquirir mais habilidades na área de negócios, cumpriu um MBA em administração. "Minha meta era melhorar a auto-estima das empresas, alavancar oportunidades de trabalho e afinar a relação delas com a população carente do entorno". Graças ao seu trabalho, assumiu a gerência da instituição, em 2006.

As incubadoras oferecem apoio gerencial e técnico para micro e pequenas empresas interessadas em desenvolver novos projetos. Hoje, o Instituto Gênesis abriga três delas, todas gerenciadas por executivas. A unidade de Cátia tem quatro empreendimentos incubados e dois a caminho. Em 2009, graças a um aporte de US$ 150 mil do Banco Mundial, vai montar na Vila Parque da Cidade, no bairro da Gávea, um centro de tecnologia com dez computadores, acesso à internet e uma cozinha-escola. "Vamos desenvolver in loco o potencial empreendedor dos habitantes do lugar."

Sem saber, Cátia faz parte de um movimento observado na área do empreendedorismo inovador no Brasil. Uma pesquisa realizada no segundo semestre deste ano constatou que as mulheres estão tomando conta dos cargos de chefia de incubadoras e parques tecnológicos no país- uma área tradicionalmente masculina. Hoje, 48,6% dos parques e incubadoras são liderados por executivas.

O estudo "Mulheres Empreendedoras: Gênero e Trabalho nas Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos" foi realizado pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), em parceria com a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ITCP/UFRJ). O Brasil tem 400 incubadoras e parques que geram 33 mil empregos e abrigam mais de 6 mil companhias.

"O levantamento retrata transformações ocorridas na sociedade brasileira nas três últimas décadas, em relação à inserção das mulheres no mercado de trabalho", aponta o coordenador da pesquisa, Gonçalo Guimarães. A análise mostrou que mais de 40% das profissionais da área de inovação têm de 26 a 35 anos, 50% delas são pós-graduadas e conseguiram um nível de escolaridade melhor do que o que viam dentro de casa: mais de 30% declararam que suas mães só concluíram o primeiro grau.

Os dados mostraram também que 41,8% das profissionais são casadas, 48,1% são mães e 51,9% não têm filhos. "Há relatos de perda de emprego por causa da família", comenta o antropólogo e pesquisador Marcelo Ramos, consultor da Anprotec para a realização do estudo.

Segundo Ramos, os números constroem um cenário pouco comum para os padrões de inserção da mulher no ambiente produtivo. "Pesquisas mostram que na faixa etária de 30 a 40 anos, quando elas se tornam mães ou estão criando os filhos, há uma queda de participação no mercado de trabalho. Em campos tradicionalmente masculinos, o número de executivas nos cargos diretivos era, até pouco tempo atrás, inexpressivo", diz. "Foi surpreendente encontrar esse volume de mulheres jovens ocupando posições de coordenação e direção."

Embora batam cartão em áreas de ponta do empreendedorismo, as pesquisadas também se deparam com algumas ilhas de atraso. De cem entrevistadas, 45% afirmaram ter sofrido ou presenciado algum tipo de preconceito relativo à idade ou pelo simples fato de serem mulheres. "Mesmo com um alto nível de formação e de ocuparem cargos de direção, 50,7% das pesquisadas dizem que, com a mesma escolaridade e funções, ganham menos que os colegas homens". Entre as entrevistadas, apenas 17% do total recebem salários acima de R$ 2,5 mil.

Para Henry Etzkowitz, professor de gestão da inovação da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, a mulher tem trocado a vida acadêmica por outras atividades. Etzkowitz coordena o projeto "As Mulheres na Inovação, Ciência e Tecnologia na Inglaterra", que estuda o comportamento de pesquisadoras e cientistas no setor.

Em visita ao Brasil, o especialista afirma que a necessidade de anos de estudo e a demanda por produção científica batem de frente com o período fértil da mulher. "O sistema caminha no sentido contrário ao relógio biológico feminino", diz. Etzkowitz acredita que exigências como a mudança ou a permanência em uma cidade ou país para a realização de mestrados e doutorados são pontos limitadores da presença da mulher no meio acadêmico.

Para ele, a diminuição da participação feminina na ciência pode estar relacionada com o crescimento da quantidade de mulheres no setor do empreendedorismo inovador. "Elas mostram habilidades como articulação e socialização, que lhes garantem vantagens nesse campo."

Em Belém (PA), a engenheira civil e mestre em engenharia de produção Verônica Nagata não reclama da dupla jornada. Além de ser coordenadora da Rede de Incubadoras de Tecnologia (RITU) da Universidade do Estado do Pará (UEPA), ensina empreendedorismo e gestão da qualidade para alunos da graduação e pós-graduação da instituição.

Casada, com uma filha, coordena a incubadora desde 2002. Antes, era responsável pela área de engenharia de produção da rede, que tem 11 empresas incubadas e oito em período de pré-incubação- cinco já foram graduadas. A presença feminina fala alto entre os negócios da unidade paraense: 54,5% das empresas também são chefiadas por mulheres.

Entre as companhias supervisionadas por Verônica, a Coopsai desenvolve brinquedos educativos a partir de madeira reaproveitada para crianças de três a 12 anos, enquanto a Mamma Di Mais, especializada em tecnologia de alimentos, cria massas utilizando elementos da culinária amazônica, como o jambu e o açaí.

Em Florianópolis (SC), a coordenadora da incubadora Micro Distrito Industrial de Informática (MIDI), Jamile Marques, já tem uma longa história no centro que dirige. "Em dez anos de atuação da incubadora, já graduamos 41 empresas". Administradora e mestranda em gestão da inovação, Jamile é casada, tem dois filhos e cuida da incubadora desde 2004. Ex-executiva da Kodak, mantém 13 companhias incubadas e vai receber mais duas em breve. "Mais de 90% das empresas graduadas aqui obtiveram sucesso no mercado, um número superior à média nacional dos negócios que passam por incubadoras, que é de 80%", comemora.

É o caso da Pixeon, que deixou o MIDI em 2005. Especializada no desenvolvimento de produtos para o setor hospitalar, criou um sistema que faz o armazenamento, interpretação, distribuição e gerenciamento de exames médicos em formato digital. Segundo Jamile, a Pixeon cresceu mais de 250% em 2007. No último ano, o faturamento da empresa saltou de R$ 550 mil para R$ 1,4 milhão e a previsão para 2008 é chegar a R$ 2,1 milhões.

Para o professor Geraldo Borin, coordenador do curso de empreendedorismo e gestão da PUC-SP, a participação feminina na área da inovação é uma conseqüência natural do avanço da mulher no mercado de trabalho. No curso coordenado por Borin, que já formou 200 alunos em quatro anos, 50% dos diplomados são mulheres e a maioria tem entre 25 e 35 anos.

Segundo ele, para gerenciar uma incubadora, o profissional, independentemente do sexo, deve possuir bom conhecimento sobre negócios, ter vivência em processos administrativos da atividade de incubação, além de conhecer novas tecnologias e a legislação dos segmentos onde irá atuar. "Frente a um empreendimento, as mulheres revelam uma percepção mais intuitiva da viabilidade econômica das empresas, enquanto os homens são inclinados a elaborar planos financeiros mais técnicos."

De acordo com Jamile Marques, da incubadora MIDI, de Santa Catarina, o setor de tecnologia ainda é dominado pelos homens, mas é notório o crescimento da ocupação feminina nas empresas da área, principalmente nos postos gerenciais. "Já temos incubadas em Florianópolis onde as mulheres são a maioria do capital humano", garante a executiva.


Jacílio Saraiva, Para o Valor, de São Paulo
Valor Online, 15/12/08

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domingo, 14 de dezembro de 2008

Funcionamento da produção cultural no Brasil é paradoxal

As engrenagens da produção cultural no Brasil operam sob um paradoxo. Principal peça da estrutura de financiamento à cultura, a Lei Rouanet nunca foi tão usada em seus 18 anos de vigência --movimentou cerca de R$ 1 bilhão em 2007--, nem tão arduamente combatida pelo MinC (Ministério da Cultura), órgão que a opera.

"Esse mecanismo beira a farsa. Não construiu responsabilidade social, não criou um capitalismo cultural, não fortaleceu empresas; pelo contrário, os produtores viraram dependentes, precisam de uma dose diária de Lei Rouanet para sobreviver", diz o ministro da Cultura, Juca Ferreira.

O instrumento constituiu a primeira experiência de fomento à cultura com base em incentivo fiscal no Brasil, autorizando o destino de parte do Imposto de Renda à realização de projetos culturais previamente aprovados pelo MinC.

"A concentração dos recursos no eixo Rio-SP é de 80%. O interesse básico do empresariado que se associa à lei é financiar quem já é consagrado, para ter retorno de imagem. O Estado disponibilizou recursos para aprofundar as distorções sociais e regionais do Brasil", afirma Ferreira.

A preocupação do ministro "é legítima, mas está mal aplicada no caso da Lei Rouanet", avalia o secretário estadual de Cultura de São Paulo, João Sayad, que cita a participação da região Sudeste de 73% no PIB (Produto Interno Bruto).

"A distribuição de recursos entre a federação é um tema delicado. Nessa discussão, SP e o Sudeste apanham, porque, do ponto de vista populista, é um argumento fortíssimo. Há até hoje quem acredite que o Nordeste é pobre porque São Paulo é rico, quando, na verdade, é o contrário. O Nordeste é menos pobre porque São Paulo deu um pouco certo", diz Sayad.

A intenção de reformar a Lei Rouanet está expressa no programa de Lula à Presidência nas eleições de 2002, porém, nunca foi feita. O MinC já promoveu incontáveis seminários para tratar do tema. As discussões, no entanto, resultaram em pouco mais que uma extensa lista de lamentações, cujo fundamento é a reivindicação por mais dinheiro e mais facilidade para obtê-lo.

Entre artistas, é espinhoso o tema da desnecessidade do público, um efeito do uso da lei, que o ministro cita abertamente: "Estimulou uma distorção enorme na arte. Ninguém pre­cisa mais do seu público", diz ele, já que as obras estréiam com seus custos de produção já cobertos pelo patrocínio.

Outra distorção, o financiamento público de produtos culturais para o consumo da elite, ficou transparente em 2006, quando o MinC autorizou a companhia canadense Cirque du Soleil a captar R$ 9,4 milhões para apresentar no Brasil um espetáculo cujos ingressos custavam entre R$ 50 (meia-entrada) e R$ 370.

"Acho que não é um erro da lei; é um erro da administração. Não deviam ter aprovado. Não deviam ter dado crédito ao banco xis, que quebrou lá no passado", diz Sayad, argumentando que "toda política governamental tem uma taxa de atendimento de seu objetivo inicial e uma taxa de não-atendimento, por corrupção, etc".

De acordo com o projeto de reforma da Lei Rouanet que Ferreira quer mandar ao Congresso, ela será diluída num conjunto de outros mecanismos cuja peça-chave é um fundo a ser gerido pelo MinC.

Pela proposta do ministério, o financiamento à cultura seguirá público, em sintonia com a tendência mundial. A questão é: a decisão sobre como, quanto e onde aplicar esses recursos cabe ao Estado ou não?

Em si já complexa, a equação terá de ser resolvida com um ingrediente a mais --os desdobramentos da crise financeira mundial.

Em suma, o futuro próximo do financiamento à cultura no Brasil tende a sair do paradoxo para o impasse.


Silvana Arantes
Folha de S.Paulo, 14/12/08

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Socorro às montadoras tirou verbas dos municípios

O último pacote anticrise mal foi anunciado e já rende críticas ao governo. A chiadeira vem dos municípios. Ao reduzir o IPI de automóveis, o ministério da Fazenda mexeu num vespeiro que inclui os prefeitos dos 5.564 municípios do país. O IPI é um dos impostos federais que compõem o FPM (Fundo de Participação dos Municípios). O Tesouro Nacional é obrigado a repassar para as cidades uma fatia (17%) do bolo de tributos coletados pela Receita Federal.

Reunidos num seminário que acontece no Recife, os prefeitos do PSB, partido do presidenciável Ciro Gomes, queixaram-se da novidade. Ouça-se, por exemplo, o que diz Valdomiro Lopes, prefeito eleito do município paulista de São José do Rio Preto: "O presidente [Lula] está com boa vontade e o governo está fazendo sua parte no sentido de manter a economia em alta..." "...Mas quando você tira o IPI dos carros, facilita a vida do empresário e acaba diminuindo os repasses para as cidades".

O prefeito reeleito da cidade gaúcha de Santana do Livramento, Wainer Machado, ecoa o colega de Rio Preto: "Lamento que o governo tenha reduzido o IPI sobre os automóveis, pois ele é um dos fatores que compõem o Fundo de Participação dos Municípios..."
"...Isso mostra que somos nós que vamos ter que pagar a conta da crise".

Ricardo Coutinho, futuro prefeito de João Pessoa, capital paraibana, pressionou a mesma tecla: "As cidades recebem 17% do bolo tributário nacional e são responsáveis por grande parte das ações públicas..." Ações "...como saúde, educação, trânsito. E numa época como essa, a gente não pode arriscar diminuir a receita de um ente público já tão sacrificado quanto a prefeitura".

A manifestação dos prefeitos ajuda a explicar por que a reforma tributária é uma proposta que nunca avança no Brasil. Na retórica, todos os gestores públicos brasileitos -presidente, governadores e prefeitos-são a favor da reformulação do modelo tributário.

Desde que a mudança conduza a uma elavação do bolo tributário destinado a cada um.


Josias de Souza
Blog do Josias, 13/12/08

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ONG Rio de Paz deixa 16 mil cocos na praia de Copacabana em protesto a mortes violentas

ONG coloca 16 mil cocos em Copacabana para representar vítimas de mortes violentas
Foto Ricardo Moraes/AP


As pessoas que passaram pela orla de Copacabana, na zona Sul do Rio de Janeiro, neste sábado puderam ver 16 mil cocos na areia, representando as cabeças das vítimas de mortes violentas nos últimos dois anos no Estado. Os cocos foram deixados na praia durante a madrugada pelos voluntários da ONG Rio de Paz, que protestam contra a violência no Rio de Janeiro.

De acordo com o presidente da ONG, Antônio Carlos Costa, 120 voluntários trabalharam da 1h às 6h deste sábado para colocar os cocos na areia como forma de manifestar para que o governo esclareça o porquê de tantas mortes ocorrerem no Rio. "Queremos que o governo revele ao povo carioca a sua política de segurança pública para reduzir as mortes violentas. Quais são as metas? Como as cumprirão? E se tem recursos para isso? Estas são as perguntas que queremos que sejam respondidas", informou.

Segundo Costa, a ONG deseja que a Secretaria de Segurança sofra um choque de gestão para que haja mais transparência no próximo ano. Costa informou também que a ONG vai aguardar a resposta do governo até o dia 31 de dezembro. Se nada for feito até lá, ele afirma que o grupo fará uma ato público em Nova York --sede das Nações Unidas (ONU)-- para chamar a atenção das agências internacionais de direitos humanos sobre o que tem acontecido no Rio de Janeiro.

A manifestação seria como o primeiro ato realizado pela ONG no Rio de Janeiro --no dia 17 de março de 2007, quando colocaram cruzes pretas para lembrar as vítimas--, mas com cruzes pretas em um dia de neve de Nova York e deve ocorrer em janeiro ou fevereiro.

O presidente da ONG informou que os voluntários ajudaram a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) a fazer a retirada dos cocos da praia e que a orla estava limpa às 16h30 deste sábado.

Já a assessoria da Comlurb informou, às 17h30, a limpeza ainda acontecia e não contava com a ajuda da ONG. A retirada dos cocos era feita por 22 garis, que utilizavam três tratores e três caminhões. A previsão é que a limpeza seja concluída por volta das 18h30.

A Columb informou ainda que a ONG será multada por poluir a praia de Copacabana, mas não soube informar o valor da multa.


Folha Online, 13/12/08

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Doações para as vítimas de Santa Catarina somam mais de R$ 24 milhões

As doações feitas em dinheiro para as vítimas das chuvas em Santa Catarina alcançaram os R$ 24.433.564,20 na noite de sexta-feira (12), conforme divulgado no último balanço da Defesa Civil. O número de mortos de decorrência das chuvas já é de 126 e 27 pessoas estão desaparecidas em todo o Estado.

A Defesa Civil também aponta que 33.479 pessoas estão desalojados e desabrigados, sendo que 6.243 necessitam de abrigos públicos e 27.236 estão hospedados nas casas de parentes e amigos.

Nesta semana, a Cohab-SC (Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina) abriu mais uma conta bancária para arrecadar fundos que serão destinados exclusivamente para a reconstrução de casas para as famílias atingidas pelas chuvas no Estado. O órgão estima que ao menos o menos 3.000 casas precisam ser reconstruídas.

Quem quiser ajudar, pode fazer doações em dinheiros para o 'Projeto Reação Habitação - Adote uma família', na conta bancária criada no Banco do Brasil, na agência 1386-2 e conta corrente 35.936-X.

Outras nove contas estão recebendo doações para os atingidos. São elas:
- Itaú - Agência 0289, conta corrente 69971-2;
- Caixa Econômica Federal - Agência 1877, operação 006, conta corrente 80.000-8;
- Banco do Brasil - Agência 3582-3, conta corrente 80.000-7;
- Banrisul, Agência 0131, conta corrente 06.852725.0-5
- Besc - Agência 068-0, conta corrente 80.000-0;
- Bradesco Agência 0348-4, conta corrente 160.000-1
- Sicoob/SC - Agência 1005, conta corrente 2008-7
- Sicred - Agência 2603, conta corrente 3500-9
- Santander - Agência 1227, conta corrente 430000052
Em nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ - 04.426.883/0001-57

Reconstrução
Na sexta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma nova visita as regiões atingidas pelas chuvas e anunciou medidas do governo federal para ajudar na recuperação das cidades, além de investimentos para prevenir novos desastres naturais em Santa Catarina.

"Nós sabemos que é possível ajudar a reconstruir as casas, a procurar outros lugares para reconstruir as casa das pessoas. Nós sabemos que o comércio das cidades precisa volta a funcionar, e estamos aqui junto com todos os prefeitos de todas as cidades para fazer o que tiver o que fazer", afirmou o presidente.

De acordo com o ministro Alfredo Nascimento (Transportes), que acompanhou a visita do presidente ao Porto de Itajaí, o ministério investirá R$ 16 milhões para a recuperação da BR-116, R$ 25 milhões para a BR-280, R$ 40 milhões para a BR-470 e R$ 42 milhões para a BR-282.

O governo federal anunciou ainda que o ministério da Integração deverá investir R$ 120 milhões no Estado --dinheiro que deverá ser revertido na construção de obras para evitar novos desastres naturais em Santa Catarina.

O ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 100 milhões para a recuperação de hospitais e outras unidades de saúde. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), por sua vez, também anunciou a liberação de R$ 1,7 bilhão para as micro e pequenas empresas, entre outras medidas para os produtores rurais e para o setor de pesca.


Folha Online, 13/12/08

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sábado, 13 de dezembro de 2008

Jerry Lewis ganhará Oscar humanitário

O veterano comediante Jerry Lewis receberá o Prêmio Humanitário Jean Hersholt durante a próxima cerimônia do Oscar, que acontece em 22 de fevereiro nos EUA. Lewis, 82, já arrecadou mais de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 4.6 bi) para uma associação que cuida de pessoas que sofrem de distrofia muscular.

Audrey Hepburn (1929-1993) e Paul Newman (1925-2008) já ganharam o prêmio.

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Gols de Rogério rendem 150 cestas básicas

O goleiro Rogério Ceni entregou 150 cestas básicas para os desabrigados de Santa Catarina. A ação faz parte de uma cláusula que o camisa 1 do São Paulo tem no contrato com a sua fornecedora pessoal de material esportivo.

A cada gol marcado por Ceni no São Paulo em 2008, a empresa doaria 30 cestas básicas para uma instituição de caridade. Como marcou cinco vezes na temporada, a conta chegou a 150. Quem escolheu para onde seriam destinadas as doações foi o próprio jogador.

As cestas básicas já foram entregues aos responsáveis. O contrato de Ceni também estará em vigor em 2009 e, caso marque mais gols, as doações vão continuar no próximo ano.


Folha Online, 12/12/08

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Jogadores realizam partidas beneficentes

Os gramados brasileiros serão marcados no fim de semana pela solidariedade. Jogadores de grandes clubes realizarão jogos beneficentes em diversos lugares do país no domingo. As peladas ajudarão instituições de caridade, comunidades carentes e vítimas das enchentes de Santa Catarina.

No Rio de Janeiro, haverá duas ações. O lateral Leandro, do Palmeiras, organizará jogo com amigos em Nova Iguaçu, a partir das 10h. O ala Joílson, do São Paulo, realiza no mesmo horário uma pelada na Zona Oeste do Rio.

"Esse será o quinto ano consecutivo que faço esse jogo beneficente. O objetivo é ajudar a comunidade e relaxar um pouco com os amigos", falou Leandro, que confirmou presença de Elder Granja, Maurício, Diego Souza, Lenny e Denílson.

O zagueiro Gustavo, do Palmeiras, e o volante Ramires, do Cruzeiro, organizarão partidas para ajudar vítimas das enchentes em Santa Catarina. O primeiro reunirá amigos e famosos em Pedreira, no interior paulista. O ex-jogador Ronaldão e o atacante Amoroso estão confirmados.

Em Joinville (SC), Ramires disputará partida com companheiros de Cruzeiro, como Fernandinho, Léo Fortunato, Bruno e Henrique.


Folha Online, 12/12/08

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Verba de escola é usada para sede de sindicato, diz MEC

Fiscalização apontou que 37 instituições comunitárias usaram de forma irregular recursos para expansão do ensino técnico
Segundo o ministério, entidades não oferecem cursos gratuitos, como prevê acordo, ou usam prédios para fins não educacionais


Ao menos 37 instituições comunitárias usaram de forma irregular recursos públicos destinados à expansão do ensino técnico, aponta auditoria do MEC (Ministério da Educação) em 43 escolas iniciada desde janeiro deste ano. Em alguns casos, escolas construídas com dinheiro público são usadas como sede de sindicatos.

O dinheiro foi destinado à construção de prédios e à compra de mobiliário e equipamentos. Depois de prontas, as escolas deveriam oferecer cursos de educação profissional com 50% de vagas gratuitas. Segundo o MEC, elas ou cobram de todos os alunos ou não oferecem qualquer atividade de ensino.

Uma das instituições supostamente irregulares, segundo a Folha apurou, é a Fitel (Fundação Instituto Tecnológico de Logística), de Campinas. Ela ergueu um prédio de quase 4.000 m2. Segundo a fiscalização, não cumpriu o contrato. Deveria ter criado 4.460 vagas e a metade ser gratuita. A auditoria apontou que houve apenas um curso de dois dias, pago, para 25 pessoas.

Outro caso é o da Faculdade de Tecnologia de Alagoas. Segundo o MEC, o prédio construído é usado por uma faculdade privada.

Os recursos para as escolas foram repassados de 1998 até 2007 pelo Proep (Programa de Expansão da Educação Profissional), criado no segundo governo FHC (1999-2002). Foram disponibilizados US$ 500 milhões, entre verba do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e do governo, para 300 projetos de ensino técnico, sob a responsabilidade de três segmentos: governos federal e estaduais e pessoas jurídicas de direito privado.

Este último grupo constituiu 102 escolas técnicas comunitárias. Fazem parte dele as 43 já fiscalizadas. Outras 31 são investigadas, e 28 passarão pelo processo em 2009.
Segundo o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, muitas delas foram criadas por sindicatos patronais; nos prédios onde deveria haver uma escola, algumas entidades chegaram a erguer suas sedes.

Prédios
O governo tenta negociar com as instituições a transferência dos prédios construídos para a União ou para governos estaduais e prefeituras. Em última hipótese, o MEC ofereceria os edifícios ao Sistema S, conjunto de entidades da indústria, comércio e serviços, com a condição de que não houvesse cobrança. Há escolas que não aceitam a proposta. Com isso, o governo recorre à Justiça para reaver o dinheiro.

O secretário classifica o programa como "o maior fracasso" que já viu em educação. "O projeto tinha um problema de conceito. Como se viabiliza uma instituição se tem que cobrar de metade dos alunos? Tem que onerar muito os outros 50%. Em nenhum lugar deu certo." Ele aponta ainda falta de fiscalização.

O ex-ministro Paulo Renato Souza (PSDB), hoje deputado federal, afirma que todos os repasses do Proep em sua gestão foram fiscalizados. Ele afirma que o governo Lula, ao suspender e atrasar repasses, fez com que as instituições não conseguissem finalizar a compra de equipamentos e oferecer os cursos. Afirma que a escolha das escolas foi baseada na importância do ensino técnico para o desenvolvimento local.

De 1998 a 2003, foram repassados R$ 65 milhões para as 43 escolas supervisionadas pelo MEC . De 2003 até 2007, sob Lula, foram direcionados R$ 39 milhões ao programa.


Simone Iglesias e Angela Pinho da Sucursal de Brasília
Folha de São Paulo, 13/12/08

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dicas sobre pesquisa na web

Pesquisa é uma das atividades mais importantes para a mobilização de recursos, se não for a mais importante. Nas minhas andanças por aí, falando sobre captação, quando a conversa cai neste assunto, quase todo mundo cita a Internet como a fonte mais rica de informação. Mas pouca gente sabe como usar. Então, aí vão algumas dicas básicas:

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Espanhóis doam recordações para se livrar de amores antigos em Madri

Cerca de 300 espanhóis se reuniram nesta quinta-feira em Madrid para doar recordações de amores antigos a um projeto solidário destinado a pessoas carentes.

Cartas, jóias, fotos, bonecas e outros objetos de recordação foram deixados pelas vítimas de decepções amorosas durante oito horas em uma estação de trem da cidade. Os objetos recolhidos serão encaminhados a uma ONG (organização não governamental).

"É uma grande ajuda para as pessoas que querem se livrar de objetos do passado, o que também contribuiu para a felicidade das pessoas que não tem muitos recursos", disse Jaime Domingo, uma das organizadoras do evento, do site de relacionamento Meetic.

O evento é resultado de um estudo elaborado em setembro do ano passado pelo site que demonstrou que 80% dos solteiros estaria mais feliz se pudesse se livrar de todas as recordações de amores antigos.

O levantamento mostrou ainda que 73% reconhece que a melhor cura de um amor passado é encontrar uma nova pessoa. No ranking das recordações, as fotos são o pior tipo de lembrança, seguido de cartas, correios eletrônicos, mensagens de celular, jóias e ursos de pelúcia.


Folha Online, 11/12/08

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Harry arrecada US$15 bi para a caridade

O príncipe Harry da Grã-Bretanha desafiou o arrocho do crédito e fechou um contrato de 10 bilhões de libras (15 bilhões de dólares), através de uma importante firma de corretagem de Londres, em prol de organizações beneficentes.

Numa visita à firma de corretagem eletrônica ICAP, em Londres, na quarta-feira, o príncipe de 24 anos confirmou o contrato com um cliente importante, e, nesse processo, levantou dinheiro para organizações beneficentes em todo o mundo.

Cercado por corretores fantasiados, o príncipe passou o dia na ICAP em seu Dia de Caridade anual, quando os funcionários se fantasiam, e a receita é doada para ajudar projetos em lugares como Mumbai, Sydney e Bogotá.

Harry comemorou seu negócio fechado por telefone com o grito tradicional de "Yours!", sendo aplaudido por funcionários da ICAP fantasiados de personagens como Amy Winehouse e cantores gospel.

John Herbert, diretor-gerente de câmbio e mercados monetários da ICAP, orientou o príncipe ao longo da transação.

"Eu estava fantasiado de Viúva Tankey (uma personagem tradicional de pantomimas), então, naturalmente, não tinha muita credibilidade diante do príncipe ou de meus funcionários", disse Herbert à Reuters.

Herbert fez o príncipe negociar um acordo complexo chamado Sterling Overnight Index Swap, ou "Sonia".

"Pusemos o príncipe na linha com o cliente e lhe dissemos o que fazer", explicou Herbert. "Ele disse três vezes 'estou nervoso, espero não errar'. Mas ele acertou tudo e o negócio foi fechado. Nada mau para um principiante!"

Apesar das condições precárias do mercado no momento, a ICAP disse que os negócios do dia levantaram cerca de 11 milhões de libras (16 milhões de dólares) para fins beneficentes. O valor obtido no ano passado foi de 9,2 milhões de libras.

O dinheiro será doado a projetos em várias partes do mundo, incluindo um que ajuda crianças carentes em Mumbai e outro, Crimestoppers, que combate a criminalidade em Londres.


Veja.com, 11/12/08

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Orquestra Sinfônica Brasileira lidera captação pela Lei Rouanet

Os recursos da Lei Rouanet, principal mecanismo para o financiamento da cultura no país, concentram-se nas mãos de poucos. Metade de todo o dinheiro que a lei torna disponível é captado por apenas 3% das empresas e entidades que apresentam projetos culturais em busca de patrocínio.

Dos 4.334 proponentes que no ano passado tentaram captar recursos pela Rouanet, 130 conseguiram R$ 483 milhões -quase 50% do total arrecadado (R$ 974 milhões).

A proponente com maior captação em 2007, com 100% de renúncia fiscal, foi a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, com R$ 17,38 milhões. A Dançar Marketing e Comunicações, com projetos como o Telefonica Open Jazz e o Cine na Praça, ficou em segundo lugar, com R$ 11,54 milhões. Em terceiro, a Fundação Roberto Marinho, com R$ 9,95 milhões -dos quais R$ 8,61 milhões foram para o Museu do Futebol, em São Paulo.

O Ministério da Cultura e parte do setor cultural apontam essa concentração como uma distorção. A crítica é a de que apenas projetos de grande porte e maior apelo de marketing levam vantagem. Em 2007, por exemplo, só um terço dos projetos conseguiram captar dinheiro pela Rouanet.

Pela lei, projetos ou proponentes buscam o patrocínio de empresas, que podem abater todo o recurso ou parte dele no imposto devido. O percentual de abatimento depende da natureza do projeto. No caso de música erudita, por exemplo, 100% do valor patrocinado é deduzido. Para música popular, 30% é abatido em imposto, e a empresa desembolsa 70%.

“Hoje os índices de renúncia fiscal são pré-definidos, o que não estimula o desenvolvimento do setor cultural. Será que não há projeto na área de música popular que mereça um índice maior?”, disse o ministro da Cultura, Juca Ferreira, durante debate com empresários sobre a Rouanet, na semana passada.

Para ele, o modelo de financiamento da lei faz com que haja um predomínio da renúncia fiscal. De cada R$ 10 captados pela lei, afirma, R$ 9 são de renúncia. “Parece dinheiro privado, mas não é. Criamos um vício de mecenato com dinheiro público. O índice de 100% deveria se tornar uma exceção.”

Mudanças
O governo quer levar ao Congresso, em fevereiro, um projeto de lei para alterar regras da Rouanet, com novos critérios para a renúncia. A idéia, diz o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, Roberto Nascimento, é estabelecer pontuações e pesos diferentes. “A pontuação envolveria, por exemplo, a venda ou não de ingressos no local de realização”, afirma.

Outro ponto a ser alterado é o funcionamento do Fundo Nacional da Cultura (FNC), criado para captar e destinar recursos a projetos culturais. A proposta do ministério é criar fundos setoriais dentro do FNC, que movimenta cerca de R$ 180 milhões ao ano, para melhorar a distribuição do dinheiro e facilitar o planejamento.

Concentração
Representantes do setor cultural apontam a necessidade de mudar a lei do mecenato. O superintendente de atividades culturais do Itaú Cultural, Eduardo Sarón, diz que a lei é concentradora. Ele defende a manutenção do índice de 100% de renúncia fiscal para museus e aquisição de acervo, mas avalia que “para projetos grandes, consagrados, poderia haver contrapartida maior da iniciativa privada.” O Itaú Cultural foi o proponente com maior contrapartida no ano passado.

Representante da maior incentivadora da Lei Rouanet no país, a gerente de patrocínios da Petrobras, Eliane Costa, também vê necessidade de mudanças. “A Rouanet foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento cultural do país, mas pode ser aperfeiçoada.”

Voz dissonante, o diretor-executivo do MAM-SP, Bertrando Molinari, diz que a criticada concentração por Estados espelha os PIBs regionais. “A “concentração” pode estar distorcida: uma empresa com sede no Sudeste, por exemplo, pode disseminar suas atividades culturais nacionalmente.”

Ele lembra que a Rouanet foi criada (em 1991) num ambiente de instabilidade econômica. “Mesmo assim, a lei passou bem por esses anos, assim como pelos últimos anos de estabilidade. Às vésperas da crise, talvez merecesse mais uma oportunidade de ser testada.”


Larissa Guimarães
Folha de S.Paulo, 11/12/2008

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Propaganda online na AL será quase 500% maior em 2013

Pesquisa encomendada pelo Google estima que, em cinco anos, montante movimentado pela propaganda na web salte da atual casa dos US$ 549 milhões para US$ 2,6 bilhões nos países latino-americanos

Em 2013, o montante gerado pela publicidade online na América Latina será quase 500% maior do que o valor somado neste ano de 2008. Essa foi a principal conclusão ao qual chegou o Google com a pesquisa encomendada ao instituto Pyramid Research, que buscou mapear o mercado publicitário digital dos países latino-americanos.

De acordo com os resultados da pesquisa, dentro de cinco anos, as verbas movimentadas com as ações e inserções publicitárias na web deverão saltar do atual patamar de US$ 549 milhões (total gerado em 2008) para US$ US$ 2,6 bilhões, o que representaria um aumento de 470%. A projeção calcula que, em 2013, a web será a dona de 9% do total do bolo publicitário. Atualmente a internet responde por apenas 2% do total dos investimentos em anúncios, considerando todos os demais canais de mídia.

Em termos de comércio eletrônico as estimativas também são otimistas. Segundo a pesquisa, o volume de negócios movimentado com esse tipo de transação comercial - que atualmente encontra-se na casa dos US$ 13 bilhões anuais - terá uma expansão de 33% nos próximos cinco anos.

A pesquisa também procurou mensurar dados referentes à difusão da internet nos países latino-americanos e às finalidades com que a população utilizará o universo da web. Os dados do Google apontam que, em 2013, existirão cerca de 200 mil computadores instalados em toda a região e que, no mesmo ano, 170 milhões de pessoas, de toda a região, acessarão a rede de dentro de suas próprias residências. Nesse mesmo ano, estima-se que, aproximadamente, outros 111 milhões de pessoas também acessem a rede com freqüência em locais e espaços públicos.

Brasil

O mercado brasileiro aparece em destaque na pesquisa, sendo apontado como o País com maior tendência de crescimento de comércio eletrônico e de receitas publicitárias nos próximos cinco anos.

O país também continua na liderança no quesito de redes sociais, sendo o território com o maior número de usuários cadastrados em sites de relacionamentos, seguido pela Colômbia. A pesquisa foi realizada com um universo de 3620 pessoas, de onze países da América Latina.


Meio & Mensagem Online, 10/12/08

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Alma brasileira é a inspiração para exposição de ‘souvenirs’

Produtos de 25 artistas inspirados em pontos turísticos estarão na mostra

Artistas plásticos se reuniram e resolveram dar uma cara nova aos cartões postais que os inspiram. O resultado poderá ser conferido a partir da próxima segunda-feira, às 17h, na exposição Arte souvenir, que reúne produtos de 25 artistas.

Resultado do encontro de pessoas de diversos gêneros das artes plásticas, os produtos idealizados aparecem em diversos materiais, como papel, madeira e prata. Para que eles obtivessem o produto final, o Sebrae forneceu suporte técnico e cultural com visitas a pontos turísticos e culturais, consultorias e curadoria, visando a confecção de produtos que preenchessem os requisitos de originalidade, inovação, design e identidade cultural.

A exposição é resultado da fusão de três projetos que eram realizados paralelamente pelos artistas. Além do Souvenir Niterói, o projeto Souvenir Carioca, que tem como característica apresentar uma leitura peculiar do famoso jeitinho carioca e brasileiro e o Casa da Flôr – Sonho para fazer e faço, inspirado na arquitetura de Gabriel Joaquim dos Santos.

De olho na economia mundial
A mostra tem a intenção ainda de promover o desenvolvimento sustentável dos artistas locais através da economia criativa. Motivados pelo lema que promove a criação, inovação e realização, o Arte Souvenir conta com o apoio do Sebrae e outros parceiros que contribuem para o desenvolvimento do potencial cultural a partir do incentivo ao trabalho de artistas locais.

– O Sebrae está ajudando com a orientação. Antes estávamos dispersos e agora já planejamos abrir uma cooperativa para organizar nossa produção – reforça a idealizadora do Arte Souviner, Lucia Perrone.

Segundo levantamento do Banco Mundial, realizado em 2003, a economia criativa já responde por 7% do PIB mundial. O objetivo é que os produtos possam ser utilizados como mais uma possibilidade comercial de souvenirs inspirados na cultura, belezas naturais e peculiaridades de várias regiões.

Outro objetivo da exposição está no desejo de ver os produtos com valores agregados ao artesanato produzido, fortalecendo o turismo e divulgando o patrimônio histórico, geográfico, artístico e cultural. O público-alvo são os estrangeiros e os admiradores de designer, que poderão conferir a criatividade nas peças apresentadas.

– Já tivemos a oportunidade de levar nossas peças para exposições em Dubai, Paris e Madri, mas é a primeira vez que estamos nos organizando aqui no Brasil – comemora Lucia.


Jornal do Brasil, 11/12/08

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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Como comprometer pessoas em um processo decisório


Se você é líder de uma equipe, precisa saber qual a maneira mais eficaz e prática de comprometer as pessoas em uma decisão forte e convicta

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi feito nos Estados Unidos, um trabalho destinado a familiarizar as mães das crianças entre dois e seis anos de idade com regimes alimentares mais adequados. As verduras frescas estavam em falta, e por isso procurou-se levar as mães a incluírem óleo de fígado de bacalhau e suco de laranja na alimentação dos seus filhos.

Para descobrir a melhor maneira de convencê-las a adotar esse regime alimentar, experimentou-se dois tipos diferentes de instruções:
1- As mães pertencentes a um determinado grupo, foram levadas simplesmente a ouvir uma conferência de vinte minutos, proferida por um nutricionista.
2- As mães do outro grupo foram divididas em subgrupos de seis. Cada um desses subgrupos ouviu uma conferência de dez minutos, e depois disso, dispunham de mais dez minutos para discutir o que acabava de ser dito.

Constatou-se que somente 40% das mães que tinham ouvido a conferência de vinte minutos resolveram alimentar os filhos pela forma recomendada, enquanto que nos grupos que tiveram oportunidade de discutir o assunto, a adesão ao novo regime alimentar chegou a 90%.

Isso tem tudo a ver com a forma como conduzimos as equipes em determinadas tarefas no trabalho.

Devemos lembrar que antes de qualquer decisão tomada por uma equipe, existem opiniões diferentes e, portanto, conflitos.

Diferenças de interesse provocam disputas de poder em torno da importância dos diversos objetivos. Para evitar que isso aconteça, os debates devem ser conduzidos sistemática e metodicamente. Proponho alguns passos para a condução do processo:
1. O objetivo e os meios a serem utilizados devem ser estabelecidos com precisão.
2. Deve-se ter um consenso sobre os critérios a serem utilizados na avaliação das soluções.
3. Cada um deve ter consciência das diferenças de interesses, de concepções sobre o objetivo, e de critérios de avaliação.
4. Todas as informações disponíveis e relevantes para a solução do problema devem ser coletadas.
5. Uma vez escolhida a solução, devemos assegurar a disposição de cada um de empenhar-se pela decisão adotada.

Muitas vezes as verdadeiras dificuldades só começam depois da decisão, mais precisamente quando esta deve ser implantada. O resultado da experiência relativa à nutrição das crianças americanas permite formular mais uma regra muito importante. A convicção de que a decisão encontrada é correta, torna-se mais forte se as pessoas envolvidas tiverem oportunidade de participar pessoalmente do processo decisório, o que poderá acontecer, por exemplo, no interior de um grupo. As instruções partidas dos chamados "elementos autoritários" - especialistas, consultores, superiores hierárquicos - produzem uma motivação muito menos intensa que a força de convicção de um grupo.

Reflita sobre isso e você aumentará muito a eficiência de sua equipe.


Abraham Shapiro
Coach e consultor especializado em lideranças, equipes de vendas e relacionamento com o cliente. shapiro@shapiro.com.br
HSM On-line , 09/12/2008

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FINEP: Mais uma oportunidade para financiamento da inovação em empresas

Novo edital da Subvenção prevê R$ 450 milhões para inovação em empresas

Empresas brasileiras com projetos inovadores poderão em breve se candidatar para receber recursos da chamada pública do Programa de Subvenção Econômica 2009. Ao todo, serão disponibilizados por meio de edital da FINEP R$ 450 milhões para o desenvolvimento de produtos, processos e serviços em seis áreas estratégicas, as mesmas do edital passado. São elas: Tecnologias da Informação e Comunicação; Biotecnologia; Saúde; Defesa Nacional e Segurança Pública; Energia e Desenvolvimento Social. Os recursos da subvenção são não-reembolsáveis, ou seja, as empresas beneficiadas não precisam devolver o dinheiro recebido.

O novo edital será lançado nesta quarta feira (10/12), pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, durante a cerimônia de entrega dos troféus aos vencedores nacionais do Prêmio FINEP de Inovação. O evento acontece no Palácio do Planalto com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O edital de 2009 traz algumas mudanças. A primeira delas são os temas, um total de três por área. Este ano, a seleção dos candidatos também acontece em uma única etapa, ao contrário do edital passado, que contou com duas fases. Desta vez, a empresa terá que apresentar o projeto detalhado até o dia 6 de março. Para isso, ela deverá preencher o formulário eletrônico que estará disponível no site da FINEP a partir do dia 12 de janeiro.

Também este ano, as empresas deverão informar os impactos econômicos e sociais do projeto e a qualificação da equipe executora.

O valor mínimo de cada proposta será de R$ 500 mil, para micro e pequenas empresas, e de R$ 1 milhão para média e grande empresa, até o máximo de R$ 10 milhões, com prazo de execução de 36 meses. Haverá, ainda, uma contrapartida que ficará entre 5% e 20% do valor total do projeto no caso de empresas menores, e entre 100% e 200% para empresas de médio e grande porte.

“Na hora de definir o porte da empresa para efeito do cálculo da contrapartida, a FINEP vai considerar o faturamento global do grupo econômico ao qual ela está vinculada”, afirma o diretor de Inovação da FINEP, Eduardo Costa. No caso de grandes empresas, será exigida, ainda, uma declaração de que o seu principal laboratório de pesquisa, na área específica do projeto a ser desenvolvido, está localizado no Brasil.

Além do enquadramento do projeto nos temas específicos das seis áreas definidas no edital, a comissão julgadora levará em consideração o grau de inovação da proposta em relação a outras soluções existentes, o impacto no mercado, a importância para a sociedade e a capacidade técnica da equipe envolvida no desenvolvimento do produto, serviço ou processo.

“No edital de 2009, também será considerada a viabilidade técnica e financeira e a adequação do orçamento para o desenvolvimento do projeto”, afirma Costa. As notas vão de zero a 10, sendo que a nota 0 em qualquer um dos critérios é eliminatória.

Ainda segundo o edital, 40% dos recursos vão apoiar empresas de pequeno porte e 30% do total serão destinados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Apenas no caso de não haver demanda qualificada nessas regiões, os recursos serão remanejados para apoio aos demais projetos aprovados.

Este já é o quarto edital de subvenção lançado pela FINEP. Até o momento, já foram disponibilizados nos três últimos editais cerca de R$ 1 bilhão para mais de 500 projetos.


Finep, 09/12/08

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Evento debate desafios do mobile marketing no País

Entre os temas do 1º Mobile Marketing Breakfast, discutiu-se a expectativa de crescimento do setor. Uma das estimativas é chegar a 20 milhões de usuários de celular com tecnologia 3G no próximo ano

Ter usuários que entendam e usem as ferramentas do celular e descobrir as melhores formas de ganhar dinheiro com o marketing na telefonia móvel são os desafios do segmento de publicidade via mobile, na opinião do diretor geral do Grupo RBS, Claudio Santos. A expectativa, segundo ele, é o setor saltar de 3 milhões em 2008 para 20 milhões de usuários de aparelhos com tecnologia 3G no próximo ano no País.

Santos foi um dos palestrantes do 1º Mobile Marketing Breakfast, evento organizado em São Paulo nesta terça-feira, 9, pelo conglomerado de comunicação gaúcho e pela agência paulistana Pontomobi, que recentemente teve 30% do capital adquirido pelo grupo.

"Uma empresa de comunicação não pode se restringir a um único ponto de contato com seu público. Hoje, a RBS está em todas as plataformas e é uma ponte entre marcas, empresas e consumidores", disse Santos. O encontro reuniu representantes de agências de diversos perfis como Y&R, MPM, Hello, Bullet, Sinc, B/Ferraz, além de anunciantes como Motorola, Visa e operadora Oi.

Na opinião de Leo Xavier, fundador da Pontomobi, existem alguns mitos que contaminam o segmento e atrapalham o desenvolvimento do mobile marketing no País. Entre eles, está a percepção errônea de que a internet móvel no Brasil é cara, ruim e lenta. "Isso já foi verdade em 1998 e 1999. Atualmente, o cenário é diferente com a realidade 3G, que oferece conexões de até 1 Mbps. E há planos a partir de R$ 9,90", destacou Xavier.

Outro mito, segundo ele, é a falta de audiência no segmento de mobile. "Temos 18 milhões de usuários de web móvel e mais de 30 milhões de novos usuários autorizando o recebimento de SMS, com profunda segmentação. É uma audiência equivalente à novela das oito". Em relação aos prazos para desenvolver campanhas para celular - via Bluetooth, torpedo de voz, hotsites, banners, vídeos interativos ou SMS- o tempo pode ser bem curto, variando de 5 a 10 dias, enfatizou. Para Xavier, as empresas devem investir em sites próprios para a ferramenta celular. "O site móvel é fundamental".

Já para Alon Sochaczewsli, sócio da agência digital Sinc, o segmento de mobile marketing necessita de um sistema de medição de audiência para fortalecer o setor. "Na internet temos o Ibope/NetRatings. No celular não existe o ranking dos sites mais acessados", afirmou, destacando que no primeiro trimestre de 2009 a Sinc irá divulgar uma pesquisa com a relação dos endereços eletrônicos mais acessados na internet móvel.

Durante o evento, foram apresentados os resultados da ação interativa do Skol Beats 2008, que aconteceu no final de setembro, e que teve formato, horário e local 100% escolhidos pelo público via internet ou mobile. Segundo Carolina Gimenes, diretora de novos negócios da B/Ferraz, organizadora do festival de música eletrônica, durante os cinco meses da ação no ar foram quase 500 mil votos, nas duas plataformas. "Precisamos levar para os clientes essas novas ferramentas e mostrar que são eficazes e funcionam. E precisamos também inovar dentro de um limite de responsabilidade com a marca", ponderou.


Andrea Martins
Meio & Mensagem Online, 09/12/08

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Pop-up é o formato mais rejeitado entre os jovens

Pesquisa do NúcleoJovem da Editora Abril aponta ainda que evento é a ação de marketing preferida entre o público de 13 a 24 anos

O NúcleoJovem da Editora Abril apresentou na segunda-feira, 8, a pesquisa Novos Consumidores 2, cujo objetivo é mostrar a relação do jovem brasileiro com a publicidade. Nesse estudo, o pop-up foi o formato com pior índice NC (criado para apontar como os jovens percebem as mídias levando em consideração os resultados quantitativos e qualitativos da pesquisa). O índice NC Negativo, que vai de -100 a -20, a janela que abre ao visitar uma página web atingiu -81 pontos, seguido dos panfletos, com -57, e faixa na rua, com -53.

Já entre os formatos com NC Positivo, o preferido pelos jovens foi evento, com 66 de índice, seguido dos comerciais de TV de 30 segundos, com 55, e advergames customizados, com 48. Dentro do NC Neutro - cuja pontuação varia de -20 a 20 - as que mais se aproximam dos índices positivos são Busdoor, com 19 pontos, e Outdoor, com 18. "Nosso objetivo é criar um termômetro da relação dos jovens com a publicidade", afirma Brenda Fucuta, diretora do NúcleoJovem e Publisher dos sites e revistas Superinteressante, Capricho, Mundo Estranho, Guia do Estudante, Aventuras na História e Loveteen.

O estudo - realizado pela Studio Idéias - levou em consideração a relação dos jovens com os espaços e com os formatos publicitárias ali presentes, tanto os tradicionais como novos. Com entrevistas junto a garotos e garotas de 13 a 24 anos, a pesquisa atuou em duas frentes: a primeira com 1.494 entrevistas on-line e análises de fotologs de jovens de todo o País; e a segunda com 129 entrevistas pessoais nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.


Fábio Suzuki
Meio & Mensagem Online, 09/12/08

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Título de capitalização capta recursos para instituições

O Click do Bem é um Título de Capitalização da Sul América com o qual você ajuda a ABCD - Mães da Sé a apoiar famílias na busca de seus entes queridos, concorrendo a prêmios em dinheiro.

Com um mínimo garantido de R$ 10 mil por mês, a Associação Brasileira de Busca e Defesa às Crianças e Pessoas Desaparecidas (ABCD), também conhecida como Mães da Sé, que há 12 anos atua na localização e reintegração à família de pessoas desaparecidas no país, receberá inicialmente os recursos. Em breve, outras instituições serão inscritas na iniciativa.

Para adquirir o produto, o cliente deve acessar o site e cadastrar seus dados uma única vez, escolhendo, em seguida, a quantidade de títulos que deseja comprar. O login e senha são válidos para todos os demais acessos.

São muitas chances de ganhar até R$ 500,00 nas premiações instantâneas, de R$ 1.000,00 a R$ 3.000,00 nos sorteios semanais pela Loteria Federal e mais um super prêmio de R$50.000,00 no sorteio mensal que será realizado na Sede da SulaCap. Participe: www.clickdobem.com.br.


Fonte: Site Click do Bem

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