quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Após polêmica do diesel, Petrobras sai do Ethos

A Petrobras anunciou ontem à noite, em nota, seu desligamento do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. No comunicado, a empresa afirma que "vem sendo alvo de uma campanha articulada com o objetivo de atingir a imagem da Companhia e questionar a seriedade e eficiência de sua administração" e acusa as organizações não-governamentais e as Secretarias de Meio Ambiente dos Estados de São Paulo e Minas Gerais de engendrarem uma "campanha difamatória" contra a empresa.

"O grupo de pessoas que atua de forma deliberada e difamatória contra a Petrobras é composto por integrantes das Secretarias de Meio Ambiente dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Cidade de São Paulo, e de algumas organizações não-governamentais que se intitulam representantes da sociedade civil de São Paulo", diz o comunicado.

O centro da polêmica é a questão da redução do teor de enxofre no diesel produzido pela Petrobras. Segundo a resolução 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), o teor do enxofre no óleo diesel comercializado no Brasil deveria ser reduzido, a partir de janeiro de 2009, para 50 partes por milhão (ppm). Atualmente, o diesel fornecido chega a 2.000 ppm. Às vésperas da data estipulada pela norma, a Petrobras não se adaptou para produzir o diesel com 50 ppm e comercializá-lo em todo o território brasileiro - a partir de janeiro, o diesel mais limpo será fornecido somente em ônibus novos que circulam em São Paulo e Rio de Janeiro. Em maio, chega aos ônibus de Fortaleza, Recife e Belém e, em agosto, a Curitiba. O restante do diesel vendido no interior e demais capitais conterá 1.800 ppm - arranjo que foi considerado insatisfatório pelas ONGs e Secretarias do Verde.

Na semana passada, a Petrobras foi excluída do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), carteira de ações que reúne empresas com bom desempenho em questões socioambientais. Antes, já havia sido proibida, pelo Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), de fazer campanhas enaltecendo suas ações de responsabilidade ambiental.

"Ao se desligar do Instituto Ethos, a Petrobras rompe com o compromisso de ser uma empresa socialmente responsável", afirma Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos. A entidade, que foi responsável por disseminar o conceito da gestão com sustentabilidade entre as companhias brasileiras, lamentou a posição da Petrobras. "Parece que é uma tentativa de confundir o mercado. Quer desviar a questão principal e se colocar como vítima, mas a empresa precisa prestar contas."

Em nota, o Ethos diz que "crê que a decisão da Petrobras de desligar-se do seu quadro de associados tem como intenção interromper o diálogo, pelo fato de o instituto estar cumprindo sua função. O Ethos, porém, jamais se prestará a ser um instrumento de marketing socioambiental das empresas. (...)O Ethos gostaria de ver a Petrobras, com toda a importância que tem em seu setor, liderando as discussões sobre energias limpas, na busca pela urgente descarbonização da economia. No entanto, a decisão da empresa parece confirmar que ela escolheu o caminho oposto. Lamentamos sua postura, pois ela reitera uma grande perda para o movimento de desenvolvimento sustentável no Brasil. Uma empresa pública, que, portanto, pertence a todos nós, deveria estar alinhada às necessidades da população".


Portal Exame, 03/11/08

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Estudo que detalha a estética da baixa renda faz descobertas

Apesar da crescente importância do consumo popular, muitas marcas ainda patinam na hora de se comunicar com os brasileiros de baixa renda. Um dos principais obstáculos que elas enfrentam é a dissonância entre o padrao estético dos seus profissionais de marketing e publicidade e o gosto do povao. Em outras palavras, o que é bonito para quem controla a comunicaçao nem sempre é também apreciado por esse público-alvo.

Para ajudar a corrigir o problema, a consultoria A Ponte, de André Torreta e Carol Escorel, especializada no segmento BoP (Bottom of Pyramid), colocou câmaras nas maos de moradores das periferias de SP e pediu que eles fotografassem as coisas bonitas que viam no dia a dia. Os resultados dessa pesquisa pouco convencional derrubaram alguns mitos, em especial a tese de que os mais pobres gostam de ver pessoas louras de olhos azuis anunciando produtos baratos, porque aspiram ser como elas. Entre outras coisas, o estudo descobriu que o povo está um pouco cansado de se submeter aos padroes atuais de beleza. Prova disso é que a atriz de TV negra Thais Araújo foi bem mais citada como exemplo do belo do que Gisele Bundchen. A idéia de que a base da pirâmide nao acha feio o que é espelho, passa também pela valorizaçao do bairro de moradia. Isso explica, por exemplo, porque muitos dos que ascendem financeiramente continuam morando na mesma regiao de antes. A relaçao entre acesso e beleza foi outra descoberta da Ponte - a baixa renda tende a considerar mais belo o que está ao seu alcance.

Ainda de acordo com a pesquisa, a estética popular valoriza o uso de cores variadas e vivas e está repleta de referências ao hip hop, ao grafite e ao streetwear. Essa gente humilde gosta também de se ver na comunicaçao das marcas e aprecia bastante o que é familiar, de letreiros de lojas presentes em locais próximos as suas casas a propagandas de produtos que integram suas listas de compras. Eles adoram marcas conhecidas, mas duvidam de testemunhais inverossímeis. Em resumo, a estética dos brasileiros de menor poder aquisitivo é sim influenciada pelo universo da elite nacional, reproduzida inclusive pelas novelas da TV, mas também retrata a realidade do seu mundo. Para falar a linguagem do povo, os profissionais encarregados de fazer a comunicaçao das marcas devem esquecer um pouco as suas próprias referências culturais e mergulhar de cabeça nessa fascinante colcha de retalhos popular - a recompensa pode ser bem valiosa.


Luiz Alberto Marinho
Blue Bus, 03/12/08

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Estudo revela que pesquisas têm a confiança de apenas 50% do público

Apenas 50% das pessoas que contratam pesquisas de mercado confiam nas conclusões e recomendações dos relatórios apresentados pelos institutos de pesquisa. É o que revela a sondagem desenvolvida pela Omni Marketing e pela Gauss Consulting. O estudo teve como objetivo explorar a percepção dos usuários de pesquisa acerca da qualidade e da credibilidade dos relatórios divulgados por empresas do setor. Foram ouvidas 133 empresas diferentes, divididas em micro, pequeno, médio e grande porte dos setores de indústria, comércio e serviços.

Os resultados observados foram obtidos via amostragem não-probabilística, pelo método de autopreenchimento via e-mail, sem ponderações, com resultados limitados à amostragem obtida. Desta maneira, as conclusões não podem ser estendidas a nenhum tipo de população de interesse.

Usar as pesquisas como apoio para tomada de decisão não faz parte do dia-a-dia da maioria dos entrevistados. Cerca de 28% das pequenas e médias organizações se baseiam nas recomendações dos institutos e somente 40% delas confiam nas conclusões a que eles chegam.

Esse resultado comprova uma hipótese verificada com freqüência por profissionais envolvidos com pesquisas de mercado: a utilização disseminada de pesquisas é uma prioridade em empresas de grande porte.

Quanto aos critérios de amostragem, 41% dos entrevistados não têm dúvidas em relação a eles. No quesito interpretação dos resultados, mais da metade dos respondentes consideram-se plenamente competentes para interpretar os relatórios de pesquisa, tendo mais dificuldade em analisar os gráficos, as margens de erro e as diferenças de bases.

O estudo revelou que apenas 43% dos respondentes estão totalmente satisfeitos. Esse cenário é intensificado quando cruzado com a pergunta “Acha importante saber ler e interpretar os resultados de uma pesquisa para ter uma visão mais crítica sobre as conclusões e recomendações apresentadas por um instituto?”. A essa questão, 98,7% responderam “sim”, sendo que 69% deles consideram imprescindível saber ler e interpretar os resultados.


Em paralelo a este cenário, foi percebida uma elevada correlação entre a confiança nas conclusões e nas recomendações e o alcance das expectativas em relação ao relatório final. “Viabilizar análises de fácil entendimento é fator crítico para que os pesquisadores promovam a confiabilidade e a credibilidade das suas conclusões e recomendações”, explica Rafael Scucuglia, diretor de operações da Gauss.

Percebe-se, também, certa disparidade quando o assunto é “consultar o pesquisador” para entender os resultados da pesquisa. Embora 44% dos entrevistados consultem os responsáveis para entender os resultados, 29% deles nunca ou raramente o fazem.

Para completar, um resultado preocupante: entre os entrevistados que declararam já ter tomado decisões baseadas em pesquisa, 30,5% deles informam ter errado em suas decisões. Esse percentual é constante para qualquer tamanho de empresa, inclusive para as de grande porte.

Entre as ações a serem realizadas para mudar esse cenário, o estudo identificou a necessidade de um melhor nível de informação quanto aos métodos de interpretação de relatórios, melhorias nos conteúdos analíticos dos relatórios de pesquisa, maior conscientização quanto aos métodos de amostragem e disseminação da utilização de pesquisas viáveis a empresas de pequeno porte.

Fonte: NB Press Comunicação, assessoria de comunicação da Gauss Consulting.
HSM On-line, 02/12/08

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Governo desiste de MP da Filantropia e elabora projeto para renovar cadastros

O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), venceu a queda de braço com o Palácio do Planalto em torno da MP (medida provisória) que regulamenta a renovação do cadastro de entidades filantrópicas brasileiras. O governo elaborou projeto de lei para substituir a MP e desistiu de recorrer contra a decisão de Garibaldi de devolvê-la ao Poder Executivo, o que fortalece politicamente o presidente da Casa Legislativa.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), vai retirar o recurso apresentado à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) contra a devolução da MP.

Sem o recurso, a medida provisória será automaticamente devolvida ao Executivo, como determinado por Garibaldi. Jucá vai esperar apenas a votação do projeto de lei pelo Senado para retirar o recurso da CCJ.

"Eu acho que a gente encontrou a solução para não expor a decisão do presidente Garibaldi. A devolução foi uma decisão majoritária na Casa, aplaudida pela sociedade. Procuramos uma solução que reforçasse o posicionamento político e desse tratamento para o futuro. O projeto tem o apoio dos líderes partidários", disse Jucá.

O projeto de lei foi a solução encontrada pelos líderes governistas para o impasse criado por Garibaldi com a devolução da MP --uma vez que não desautoriza Garibaldi, mas ao mesmo tempo, mantém a regulamentação das entidades filantrópicas.

Mudanças
O projeto solucionou o principal impasse em torno da medida provisória, que chegou a ser batizada de "MP da Pilantropia" pela oposição por tornar automática a aprovação dos pedidos de renovação dos certificados de entidades filantrópicas pendentes no CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) --inclusive àquelas que têm pendências na Justiça e as que anteriormente tiveram pedidos negados.

Com os certificados, as entidades filantrópicas ficam isentas de contribuir com a Receita Federal, o que motivava os órgãos a conquistarem o título.

Enquanto a MP determinava a renovação imediata dos certificados para todas as entidades filantrópicas, o projeto de lei do Senado estabelece que todos os pedidos devem ser analisados por três ministérios relacionados ao setor de atuação da entidade. A autorização dos certificados passa a ser prerrogativa dos ministérios, e não mais do CNAS.

As instituições que não tiverem pendências judiciais terão os certificados renovados pelos ministérios. Já aquelas que respondem a processos na Justiça, o governo vai determinar o recolhimento de contribuição à Receita Federal --mas o pagamento ficará suspenso até os ministérios emitirem o seu parecer sobre a renovação, ou não, do certificado para aquela entidade.

O texto também criou um sistema intermediário para as entidades filantrópicas que tiveram seus certificados renovados no período de vigência da medida provisória --antes da aprovação do projeto de lei. As renovações automáticas, autorizadas ou canceladas nesse período de "vácuo" legal, serão reavaliadas pelos respectivos ministérios até o dia 31 de dezembro de 2009 --prazo fixado pelo governo no texto.

"Quem não tem problema e foi renovado pela medida provisória, vai ter que ser avaliado também até 31 de dezembro do ano que vem pelo ministério afim, ou seja, não está com livre trânsito Quem tem problema [judicial] vai ser avaliado pelo ministério, mas enquanto esse recurso não for apreciado, a Receita Federal estará lançando o débito desta entidade. Esse débito ficará suspenso e ficará anulado ou cobrado quando o ministério fizer o julgamento", explicou Jucá.

O líder disse que o projeto acaba com a anistia automática das entidades filantrópicas, como estava previsto pela MP. "Não há mais nenhum processo de anistia ou de aprovação sem nenhum tipo de avaliação. Tudo será avaliado", disse.

Jucá reconheceu que o texto da MP encaminhado ao Legislativo foi mal elaborado, o que provocou a polêmica com Garibaldi.

O líder governista disse esperar que o Senado aprove o projeto nos próximos dez dias, antes do recesso parlamentar que tem início dia 22 de dezembro.

O texto será analisado em caráter terminativo (sem a necessidade de ser votado em plenário) pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CAS (Comissão de Assuntos Sociais). Se aprovado, segue para votação na Câmara.


Gabriela Guerreiro
Folha Online, 02/12/08

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Procuradoria ajuiza ação contra concessão indiscriminada de certificados de filantropia

O MPF-DF (Ministério Público Federal) no Distrito Federal ajuizou hoje uma ação civil pública contra a aplicação dos artigos da MP (medida provisória) 446, que garantiriam a concessão indiscriminada de Cebas (certificados de entidade beneficente de assistência social). Essa MP causou polêmica depois do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN) devolvê-la ao Executivo com a justificativa de que ela não atende aos requisitos de urgência e relevância.

Na ação, a Procuradoria pede que a Justiça determine que os Ministérios da Previdência, Educação e Saúde que analisem em 180 dias todos os processos referentes à concessão ou renovação do Cebas que estavam pendentes de julgamento até a edição da MP.

A polêmica em torno da concessão de títulos de concessão para entidades filantrópicas ficou mais forte depois da Polícia Federal deflagrar em março a Operação Fariseu. Na ocasião, seis pessoas foram presas sob suspeita de participação num esquema de liberação fraulenta do CEAS (Certificados de Entidade de Assistência Social). Esses títulos eram liberados para empresas sem fins filantrópicos, mas que usavam os certificados para burlar a Receita.

A investigação da PF e da Assessoria de Pesquisa Estratégica do Ministério da Previdência Social --que começou em 2004-- apontou que conselheiros do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) concediam os CEAS fraudulentos em troca de propina.


Folha Online, 02/12/08

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Doações às vítimas das chuvas em SC passam de R$ 12 milhões

Flagelados de Itajaí (SC) recebem doações de diversos Estados brasileiros; número de desalojados diminui, mas situação é grave
Foto Fernando Donasci/Folha Imagem


As doações feitas através de contas bancárias abertas pela Defesa Civil Estadual para as vítimas das chuvas em Santa Catarina já passavam de R$ 12 milhões até a noite desta terça-feira, segundo boletim divulgado pelo órgão. Os valores arrecadados serão utilizados na reconstrução de casas.

Além das doações em dinheiro, a Defesa Civil informou que recebeu mais de cem toneladas de materiais de limpeza e higiene pessoal, além de 1,5 milhão kg de alimentos e 1,3 milhão de litros de água potável. Cerca de 60 caminhões chegam à Santa Catarina com as doações.

Somente a TAM transportou gratuitamente em suas aeronaves nos últimos sete dias 78 toneladas de doações entregues nos 56 terminais e lojas da empresa no país.

O desastre provocado pelas chuvas, que caem principalmente na região do Vale do Itajaí nas últimas semanas, registrava 116 mortes até por volta das 20h20.

As doações em dinheiro são recomendadas pela Defesa Civil como forma de ajudar as vítimas pelas chuvas e para movimentar a economia local. Os interessados podem realizar os depósitos nas seguintes contas, em nome da pessoa jurídica é Fundo Estadual da Defesa Civil, CNPJ - 04.426.883/0001-57:
- Itaú - Agência 0289, conta corrente 69971-2;
- Caixa Econômica Federal - Agência 1877, operação 006, conta corrente 80.000-8;
- Banco do Brasil - Agência 3582-3, conta corrente 80.000-7;
- Besc - Agência 068-0, conta corrente 80.000-0;
- Bradesco Agência 0348-4, conta corrente 160.000-1
- Banrisul, Agência 0131, conta corrente 06.852725.0-5
- Sicoob/SC - Agência 1005, conta corrente 2008-7
- Sicred - Agência 2603, conta corrente 3500-9
- Santander - Agência 1227, conta corrente 430000052

Retorno
O número de pessoas desalojadas e desabrigadas em Santa Catarina começa a diminuir. Segundo boletim divulgado no início da noite desta terça-feira pela Defesa Civil, ao menos 9.587 pessoas retornaram para suas casas no Estado, mas cerca de 69 mil continuam desalojadas ou desabrigadas.


Folha Online, 02/12/08

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OLPC expande programa 'Give One, Get One' para o mundo inteiro

Países em que notebook XO teve certificações aprovadas são inclusos em programa que usuário compra um notebook e doa outro

A organização One Laptop Per Child (OLPC) informou que, ainda este ano, o programa Give One, Get One (G1G1) terá alcance global, atingindo todos os países em que o laptop XO foi aprovado em requisitos de certificação.

O G1G1 trata-se da compra de dois notebooks, sendo que um fica com o usuário e outro é doado a uma criança de algum país em desenvolvimento.

Segundo a OLPC, na América Central e do Sul, Haiti, Peru, Uruguai e Paraguai poderão receber os notebooks. Em novembro, as escolas da Colômbia começaram a implementar o XO.

Na África, a Etiópia, Gana, Ruanda e Nigéria poderão encomendar os notebooks. A Europa, Ásia, América do Norte e Oriente Médio também estão inclusos na iniciativa. A Austrália conseguiu sua certificação final na última semana de novembro para adotar o G1G1.

Para o envio de um laptop fora dos Estados Unidos, será preciso pagar uma taxa de 50 libras, e as informações devem ser enviadas pela Amazon do Reino Unido.

A Amazon.com começou a vender os notebooks XO em novembro.


IDG Now!, 02/12/08

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Consumers International concede Prêmios às Piores Empresas

A Consumers International (CI) anunciou nessa segunda-feira (01/12) os "vencedores" do Prêmio Piores Empresas 2008. O Bad Company Awards destaca algumas das principais marcas mundiais por comportamentos irresponsáveis nos últimos 12 meses. A campanha tem como objetivo chamar atenção para os direitos dos consumidores.

Este ano, os eleitos foram: Tesco (rede de supermercados), uma parceria entre Kellogg´s e Lego, Eli Lilly (laboratório farmacêutico), Samsung e Toyota.

As indicações são enviadas por organizações e membros da CI e outros grupos convidados. Um júri composto pelo secretariado da CI e especialistas de organizações associadas escolhe cinco "vencedores", a partir de critérios de abusos contra os consumidores em todo mundo. A seleção é baseada em "méritos" relativos, mas não tem caráter científico. A intenção é ressaltar a necessidade de fiscalização e esclarecimento sobre os direitos dos cidadãos nas relações de consumo.

Os "Premiados"
Tesco: Prêmio "Marreta" por silenciar críticas
A empresa, uma das principais redes mundiais de supermercados, está processando três jornalistas tailandeses que criticaram as táticas de expansão da varejista na Ásia. A Tesco está exigindo mais de 34 milhões de dólares de indenização de Jit Siratranont, Kamol Kamoltrakul e Nongnat Hanwilai, que expuseram o grande impacto que o crescimento da companhia está causando aos negócios locais e aos consumidores.

Os três casos ainda correm na justiça. Organizações da sociedade civil, como a Foundation for Consumers (FFC), associada à Consumers International (CI), estão tentando convencer a empresa a desistir do processo. Um dos jornalistas, Jit Siratranont, está sendo processado inclusive criminalmente e pode pegar até 2 anos de prisão, além das indenizações.

A expansão da Tesco na Àsia tem ocorrido de forma rápida e determinada. Em 2007, cerca de 21% de seu lucro foi proveniente do continente e 106 lojas foram abertas na Tailândia.

A crítica feita pelos três jornalistas não é incomum. Wall-Mart, Carrefour e a própria Tesco há anos têm sido questionados sobre suas atividades em diversos países por conta dos impactos causados aos comércios locais, nos salário dos trabalhadores e na redução das opções de compra para os consumidores.

Ao tentar calar essas pessoas dessa forma, a Tesco só reforça essa reputação de desprezo por comunidades locais, indiferença ao direito à informação dos consumidores e a busca do lucro acima de qualquer coisa.

Kellogg´s e Lego: Prêmio Ocultação de Perigo Óbvio por fazer um doce em formato de bloco de Lego
Os blocos de montar Lego são, sem dúvida, um dos dos brinquedos mais populares do mundo. Assim, em uma campanha relâmpago de marketing, Lego e Kellogg´s tiveram a "brilhante" idéia de lançar doces com formato e cores idênticos ao brinquedo de plástico.

Embora adultos e crianças maiores sejam capazes de diferenciar os chamados Fun Snacks (ou Snack Stacks) dos blocos plásticos, é óbvio que muitas crianças pequenas (menores de 3 anos, principalmente) poderiam, inadvertidamente, estar sujeitas a sérios acidentes ao confundir as peças. Então, seria prudente correr esse risco?

Felizmente, o "doce-brinquedo" não aprece ser muito fácil de ser encontrado, embora pudesse ser comprado através do site de compras Amazon.com em novembro de 2008.

Eli Lilly: Prêmio Overdose de Marketing por promoção excessiva
A companhia farmacêutica fez jus ao "prêmio" por promover indiscriminadamente o Cialis, droga usada no tratamento da impotência sexual masculina.

As vendas do produto atingiram a marca de 1,1 bilhão de dólares em 2007, fazendo do laboratório Eli Lilly um dos líderes do setor no ano. Era de se esperar um resultado desses, já que só nos EUA foram investidos mais de 152 milhões de dólares em campanhas publicitárias.

Esse tipo de droga é atualmente um dos grandes negócios mundiais. No entanto, diversos estudos independentes têm questionado a eficácia de seu tratamento. No início de 2008, pesquisa da Consumers Union, ONG dos EUA associada à CI, constatou que menos da metade dos homens tiveram resultados efetivos com o uso do medicamento e cerca de um terço deles apresentaram efeitos colaterais.

Em outubro de 2008, o órgão que fiscaliza medicamentos na Inglaterra repreendeu a Lilly por não prestar informações adequadas sobre os efeitos colaterais do Cialis, que incluem dores de cabeça, azia, dores musculares, entre outros. Em 2003, a empresa já havia sido advertida por promover a droga antes de ser licenciada.

Na Austrália, em julho de 2008, a companhia foi multada, após denúncia da ONG Choice (também filiada à CI), por divulgar amplamente na imprensa de modo indevido os resultados de pesquisas feitas com homens com disfunção sexual acima de 45 anos.

Samsung: Prêmio Ocupação Secundária "Legal" por vender tanques de Guerra, não apenas TVs
A maioria das companhias multinacionais oferece ampla variedade de produtos, freqüentemente de diferentes tipos e gêneros. A Samsung, no entanto, extrapolou. A gigante coreana dos eletro-eletrônicos mantém um braço militar, a Samsung-Techwin, fabricante do tnque de guerra K-9 Thunder. O Veículo é utlizado pelas forças armadas da Coréia do Sul e do exército turco, entre outros.

Outras empresas também têm "um pé" na indústria bélica. A fabricante de carros Saab já fez armas anti-tanques e a Sony tem uma história de desenvolvimento de sistemas de guia de armas. No entanto, para os consumidores preocupados com a responsabilidade social das empresas, é importante saber sobre os princípios éticos que estas dizem seguir.

No vídeo promocional de sua linha militar, a Samsung ironicamente afirma "esforçar-se para manter a paz em todo o mundo". Com certeza, restringir sua linha de produtos a televisores e similiares seria uma maneira muito mais segura de fazer isso.

Toyota: Prêmio Lavagem Verde por impacto ambiental
A indústria automobilística em geral está sempre em situação difícil quando a questão ambiental está em pauta. Landrover, Renault e Volkswagen têm sido os principais vilões dessa história. Mas a decisão pela eleição da Toyota este ano foi pelo constante uso de slogans enganosos e publicidade contraditória.

A campanha publicitária Harmony da Toyota diz "a melhor maneira de causar um impacto no meio ambiente é ter o menor impacto ambiental possível". Como se um carro fosse fabricado com componentes naturais, biodegradpaveis como matéria orgânica.

Apesar de celebridades e da imprensa em geral exaltarem sua "baixa emissão de poluentes", o impacto ambiental da pickup Prius Hybrid é enorme. Também é muito difícil concordar com a "preocupação ambiental" da Toyota tendo-se em vista sua linha de veículos.

Na Nova Zelândia, na campanha publicitária da RAV4 Diesel afirma-se "o carro que a natureza quer ter", enquanto coelhos escalam os bancos do carro. Com emissões de CO2 acima de 170g/km, fica difícil acreditar nisso.

A campanha Hilux Arctic Challenge, promovida mundialmente em 2007 e 2008, inclusive através de uma série de TV, mostra a Hilux SUV como o primeiro veículo do tipo a ser dirigido até o Pólo Norte. Considerando a velocidade com que acontece o derretimento das calotas polares devido ao aquecimento global, provavelmente será a primeira e última vez.


Redação do IDEC
Envolverde, 03/12/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Crise financeira leva investidores sociais privados à reflexão

“Sem dúvida, estamos em um período de crise. Ninguém ainda sabe direito a dimensão. Como todos os outros setores, no investimento social privado, os cintos serão apertados para se preparar para crise. No entanto, nossa visão é de crise com otimismo”, comenta o secretário-geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (Gife), Fernando Rossetti.

O Gife é a entidade que reúne os principais investidores sociais privados do país. No ano passado, a rede, composta por 80 associados, investiu cerca de R$ 1,15 bilhão em ações sociais, culturais e ambientais. Esse montante é representativo no universo do investimento social privado. De acordo com a pesquisa Ação Social das Empresas, publicada em 2006 pela pesquisadora Anna Peliano, do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), 600 mil empresas brasileiras investiram no ano de 2004 cerca de R$ 5,3 bilhões em programas sociais.

Com a crise, o Gife estima que haja um corte entre 10% e 30% nos investimentos das empresas em ações sociais. “Se fosse há dez anos, as ações simplesmente seriam cortadas. A crise nos faz pensar estrategicamente como usamos o nosso dinheiro. Servirá para o Terceiro Setor sair mais maduro e estruturado”, afirma Rossetti.

Para diretora da Associação Brasileira de Organizações Não-governamentais (Abong), Tatiana Dahmer, o momento é para o terceiro setor parar e refletir sobre suas ações e seus modelos de captação de recursos e investimentos.

Modelos de investimento
Segundo o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre fundações e associações, havia cerca de 338 mil organizações no Brasil em 2005. Essas associações se sustentam de diferentes maneiras, com investimentos privados, recursos públicos, fundos patrimoniais e outros. No entanto, a maior parte das receitas do Terceiro Setor brasileiro está relacionada aos resultados das empresas em cada ano.

Embora reconheça as possibilidades de cortes, Rossetti vê com otimismo a crise. “Devemos pensar se o investimento social privado e a responsabilidade social já viraram cultura empresarial ou é só gordura. O que estamos notando é que a ação social da empresa não está desvinculada do centro do negócio”.

Segundo o diretor do Instituto Camargo Correa, Francisco Azevedo, a entidade pretende dar continuidade a todos os projetos, orçados em R$ 16 milhões. “Vamos continuar todos os compromissos assumidos. Talvez tenhamos que fazer alguns ajustes, porém nada que comprometa os programas em andamento”.

A Fundação Odebrecht também pretende manter para 2009 o investimento de R$ 16 milhões no Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Baixo Sul da Bahia, no qual apóia mais de 13 associações do local, atendendo mais de 9 mil pessoas.

“Mesmo em momentos de instabilidade econômica, nunca se pode perder o foco no crescimento orgânico da empresa e das comunidades onde ela está inserida”, afirma o presidente executivo da Fundação Odebrecht Maurício Medeiros.

Sustentabilidade

A sustentabilidade das ações sociais é um ponto importante neste momento. Para Fernando Rossetti, as associações que dependem de um ou mais financiadores poderão ter mais problemas neste período de crise. “As associações menores devem sofrer mais o impacto da instabilidade econômica”.

Os institutos e fundações podem sofrer redução dos recursos, pois suas receitas estão ligadas ao desempenho das empresas. No entanto, como tem um mantenedor, os programas não serão extintos. No caso do Instituto Camargo Correa, é o grupo Camargo Correia, composto por cinco áreas de negócio de construção civil a têxtil, que teve uma receita bruta em 2007 de R$ 12,4 bilhões.

Nos Estados Unidos, as fundações e os institutos têm suas receitas provenientes de fundos patrimoniais. Quando a empresa decide investir socialmente, cria um fundo para este propósito. Dessa maneira, não precisa destinar parte do seu orçamento às ações sociais, as receitas são retiradas do capital aplicado.

Segundo Rossetti, os fundos patrimoniais são pouco comuns no Brasil, porque a legislação não favorece esse tipo de ação. “Há uma cobrança muito alta de imposto sobre esse fundo”, explica.

“É preciso haver um maior diálogo entre as organizações e o governo para que possamos fazer pequenas alterações nas leis. É preciso discutir também quem acessa os recursos governamentais e para quê”, comenta Tatiana Dahmer, da Abong.

Estratégias
Como a mudança de modelos de financiamento e diversificação das receitas é algo para longo prazo, o Terceiro Setor começa a pensar em soluções para curto e médio prazo diante da crise.

De acordo com o presidente do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), Marcos Kisil, é hora de fazer um planejamento estratégico, definindo as áreas de atuação.

“As estratégias devem resultar de estudos analíticos que definam as melhores formas possíveis de se alcançar objetivos e/ou metas específicas, aplicando da melhor forma os meios e recursos disponíveis, para se conseguir o máximo aproveitamento dentro do contexto onde o investidor pretende atuar”, comenta Marcos.

Pensar estrategicamente também é fazer alianças e articulações. “Acreditamos que haverá um efeito de maior alinhamento, vai se conhecer melhor o que o outro está fazendo”, afirma Rossetti.

“As alianças e parcerias são fundamentais em qualquer momento, porque na parceria você consegue potencializar as ações. O que gera resultados mais eficazes em um custo menor”, afirma Azevedo.


Bruna Souza e Talita Mochiute, do Aprendiz
Envolverde, 02/12/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Municípios vencedores do Selo UNICEF serão anunciados no dia 2 de dezembro

O Selo UNICEF Município Aprovado é um reconhecimento internacional aos municípios do Semi-árido que alcançaram resultados significativos no esforço para melhorar a qualidade de vida de meninas e meninos e na promoção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Sempre com ênfase nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, a iniciativa integra ações de mobilização social, desenvolvimento de capacidades e monitoramento das políticas públicas desenvolvidas na região.

Nesta terça-feira, 2 de dezembro, às 19h, serão anunciados os municípios vencedores da edição 2008 do Selo UNICEF Município Aprovado. O anúncio será feito pela representante do UNICEF no Brasil, Marie-Pierre Poirier, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. O evento contará com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros de Estado, governadores e prefeitos dos Estados que compõem a região do Semi-árido brasileiro.

Dos quase 1.500 municípios de 11 Estados do Semi-árido brasileiro, 1.130 se inscreveram nesta edição do Selo UNICEF. Todos os municípios que cumpriram as etapas do Selo UNICEF, mesmo os que não conquistaram o Selo, registraram progressos expressivos na situação da infância e da adolescência, como a diminuição de crianças desnutridas, redução da distorção idade-série e o aumento do acesso de mulheres grávidas ao pré-natal.


Envolverde/Rádio ONU, 02/12/08
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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