quinta-feira, 21 de junho de 2007

Cidadãos do mundo em ação

Entrevista da semana do
Portal do Voluntário

Um grande movimento de cidadãos sem fronteiras. Em apenas alguns meses de existência, a ONG internacional de ciberativismo Avaaz já conquistou mais de um milhão de membros.

Avaaz, palavra que significa voz ou canção em várias línguas asiáticas, foi fundada conjuntamente pela Res Publica, um grupo global de advocacy da sociedade civil, e pelo MoveOn.org, grupo de ativismo online com mais de três milhões de membros. A idéia é fazer com que cidadãos do mundo inteiro participem de campanhas globais utilizando a internet de maneira criativa e eficaz.

Ao fazer uso da mais moderna tecnologia, a Avaaz.org possibilita que pessoas comuns de todos os cantos do planeta entrem diretamente em contato com importantes autoridades mundiais, corporações e meios de comunicação. Desta forma, um brasileiro, um russo ou um japonês podem se manifestar pelo fim dos conflitos no Oriente Médio, pelo fechamento do presídio de Guantânamo ou pela implantação de medidas eficazes contra o aquecimento global. Tudo isso se espalhando com a velocidade da internet.

A equipe da Avaaz é pequena, mas reúne integrantes em mais de 180 países e seu site é traduzido em 12 línguas. Graziela Tanaka, representante do movimento no Brasil, acredita que o ativismo online é eficiente e veio para ficar.

Portal do Voluntário - A Avaaz é uma organização mundial de ativismo online. Como surgiu e de que forma funciona?
Graziela Tanaka - O ativismo online já acontece em outras partes do mundo e é novidade aqui no Brasil. A idéia surgiu ao se perceber o potencial da Internet para campanhas políticas e divulgação de questões sociais. Um trabalho que levaria meses da forma tradicional de mobilização, através da Internet acontece em dias. A petição contra mudanças climáticas da Avaaz por exemplo conseguiu mais de 100.000 assinaturas em 10 dias. Apesar de outras iniciativas já existirem a Avaaz é a primeira rede de ativismo online global – e que já tem mais de 1 milhão de participantes de todos os países do mundo. A idéia surgiu porque o ser humano hoje está globalizado, ele se interessa por questões globais, ele quer um mundo mais justo e quer poder impactar as mudanças de alguma forma. A Avaaz oferece o meio mais simples de uma pessoa impactar uma questão de importância internacional – o click de um mouse.

Manifestação contra o aquecimento global durante encontro do G8

Portal do Voluntário - Qual é a principal missão da Avaaz? Quais os principais resultados alcançados até hoje?
Graziela Tanaka - A principal missão da Avaaz é fazer a voz do cidadão comum de qualquer parte do mundo ter um poder sobre decisões políticas internacionais. A política está mudando e a opinião pública se torna cada vez mais importante. Antes da Avaaz, não existia um para-raio global que pudesse direcionar milhares de vozes por uma só causa. Essas vozes todas unidas tem um peso, e queremos usar ela por causas justas. Os membros da Avaaz.org estão se mobilizando em prol de um mundo mais justo e pacífico e de uma visão humana da globalização. Com apenas 5 meses de lançamento já conseguimos muita coisa e fomos ouvidos em importantes meios políticos. Durante o encontro do G8 levamos a petição para o principal negociador da Alemanha do G8, Dr. Bernd Pfaffenback, ele pessoalmente nos assegurou que a os interesses dos membros da Avaaz estariam representados na Alemanha. Como resultado nossa principal demanda da petição – garantir negociações pós-Kyoto até o final do ano – foi anunciada ao final do encontro do G8. Além disso já nos reunimos com representantes dos EUA, França, Inglaterra e Brasil, conseguimos um destaque nos principais jornais do mundo e, a maior conquista fala por si só – 1 milhão de membros de todos os cantos do planeta.

Portal do Voluntário - Como foi organizada a petição contra o aquecimento global entregue em Brasília e qual o objetivo dela?
Graziela Tanaka - A petição foi organizada puramente online. Como isso funciona? Nós escrevemos um email e pedimos para as pessoas encaminharem para amigos e familiares. Simples assim. A velocidade de comunicação da Internet permite que uma mensagem rode o mundo. Por de trás disso temos uma equipe de coordenadores de campanhas e analistas políticos que nos garante o conteúdo do alerta e promove a articulação política, por isso que funciona. Nossa equipe é especializada em encontrar momentos de oportunidade política e direcionar milhares de vozes para ela, para se ter um impacto. Esse método só funciona porque as pessoas sabem que a ação delas – de assinar a petição e encaminhar o alerta – vai ter um verdadeiro impacto, que a ação não é em vão.

Entrega em Brasília da petição com mais de 375 mil assinaturas

Portal do Voluntário - Como foi a entrega? Quantas assinaturas foram conseguidas?
Graziela Tanaka - Conseguimos 375.000 assinaturas, sendo que a petição dobrou na semana do G8, justamente quando enviamos o alerta sobre a recusa do Bush de aceitar a proposta contra o aquecimento global da Alemanha. A entrega foi muito importante pois o Brasil representa os grandes países em desenvolvimento (junto com a Índia e a China) que são responsáveis por grande parte da emissão. Além disso o presidente Lula se demonstrou uma forte voz internacional contra o aquecimento global e a favor das energias alternativas. A entrega reforça a espectativa da população mundial que nossas lideranças tomem atitudes concretas.

Portal do Voluntário - Qual a importância dessa petição, já que foi a primeira entregue ao governo brasileiro desde o lançamento da Avaaz?
Graziela Tanaka - A entrega não foi uma simples formalidade mas uma reunião séria, demonstrando que o mundo está prestando atenção em cada passo dado pelos nossos representantes, e que se necessário vamos cobrar atitudes mais ousadas deles. No caso do Brasil, o discurso é lindo, mas na prática ainda falta muito chão. Os políticos ainda vão se surpreender muito em ver que nós somos mais bem informados do que eles pensam. A entrega mostra também o nosso poder de mobilização, o que sempre é um peso político forte. Foi um passo importante para a relação da Avaaz com o governo brasileiro e sem dúvida valida nosso trabalho para os membros brasileiros. Queremos ser parceiros do governo porém para isso esperamos que eles façam a coisa certa.

Portal do Voluntário - Como você chegou até a Avaaz?
Graziela Tanaka - Eu já vinha trabalhando com formulação de políticas públicas e mobilização da sociedade civil, também trabalhei com inciativas de inclusão digital. Acho que todo mundo que trabalha na área social se confronta com períodos de frustração em que você acha que o esforço é muito para pouca mudança. Eu sabia que tinha que haver uma maneira de mudar o mundo que fosse rápida e efetiva. Acho que isso que os jovens querem ver – tem muita coisa errada no mundo e queremos ver mudanças dramáticas acontecerem durante o nosso tempo de vida. Quando eu conheci a Avaaz vi que essa era uma alternativa nova e viável com um potencial extraordinário. Nossa equipe toda é assim, acreditamos que o mundo precisa de uma geração idealista e eficiente.

Portal do Voluntário - O uso da tecnologia pode ser considerado uma nova e potente ferramenta para mobilização em torno de uma causa? Esse tipo de mobilização, online, é realmente efetivo?
Graziela Tanaka - Sem dúvida! A Internet já é usada pra quase tudo, imagina se ela for usada efetivamente por mudanças sociais? Eleições inteiras já são influenciadas pela Internet, milhões de dolares já podem ser arrecadados em casos de urgências globais – como o Tsunami. Na Indonésia uma mobilização contra o presidente foi organizada por mensagens de texto via celular, e ele foi derrubado. Nosso vídeo no YouTube contra o choque entre o Islam e o mundo Ocidental foi visto por mais de 700.000 pessoas. Há milhares de casos pelo mundo de como a Internet vem influenciando a política, e acho que muita coisa que nem podemos prever, ainda está por vir...

Manifestação contra guerra no Iraque

Portal do Voluntário - Quais as principais campanhas organizadas até hoje?
Graziela Tanaka - Além da campanha contra o aquecimento global, nossas principais campanhas foram:
- Demita Paul Wolfowitz – Presidente do Banco Mundial (por causa de escândalos de corrupção)
- Verdadeiras Negociações de Paz no Oriente Médio
- Feche Guantanamo (predído Americano com abusos de direitos humanos)
- Petróleo Iraquiano (oponha a lei que dá o controle de empresas internacionais a poços de petróleo iraquianos)

Portal do Voluntário - Quem tiver interesse em saber mais, em participar das campanhas da Avaaz, deve proceder de que forma?
Graziela Tanaka - Basta entrar no site: www.avaaz.org/po e se inscrever para receber os alertas. Nós enviamos uma média de um email por semana dos assuntos mais variados dependendo dos acontecimentos políticos da semana. Os alertas direcionam as pessoas para a ação coletiva a ser tomada dentro ou fora das telas do computador.

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Bloomberg governa NY como prefeito CEO

Tom Lowry
Publicado pelo
Valor Online em 21/06/07

O político-empresário não é novidade na história dos Estados Unidos. Do Alexander Hamilton (industrial) e Herbert Hoover (consultor de mineração) ao atual governador de Nova Jersey, Jon Corzine (ex-diretor-presidente do banco Goldman Sachs), executivos ricos e bem relacionados vêm tentando, para melhor ou para pior, implantar na arena pública o estilo de gestão corporativa. Com a chegada de George W. Bush, MBA, começamos a ouvir muita coisa sobre o chamado presidente CEO, do qual se espera um maior grau de decisão e responsabilidades administrativas. Mas quatro anos de guerra e o desastre da reação ao Katrina embotaram tudo isso.

O que nos leva ao prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. Esse bilionário, de 65 anos, franco e simples, pode ter a combinação certa de habilidade administrativa, política e de tomada de riscos para criar um novo modelo de administração pública, talvez até mesmo no nível nacional se Bloomberg concorrer à Presidência.

Aplicando lições de sua carreira em Wall Street e de duas décadas construindo seu império de mídia e informações financeiras, o prefeito está usando tecnologia, marketing, análises de dados e incentivos voltados para resultados para administrar uma cidade de 8 milhões de habitantes vista como impossível de ser administrada.

Bloomberg vê Nova York como uma corporação, seus cidadãos como clientes, os funcionários da saúde pública, policiais, funcionários de repartições públicas e da administração como talentos. Chame-o de tecnocrata se quiser; ele não se importa. "Percebo um tom depreciativo, como se houvesse alguma coisa errada com a responsabilidade de se prestar contas e apresentar resultados", diz. "Eu estou nesse emprego para quê?"

Sim, Bloomberg tem enfrentado reveses. Sua fracassada tentativa de construir um estádio em Manhattan tomou tempo e energia de boa parte de seu primeiro mandato. E, embora a municipalização de escolas que eram estaduais, cinco anos atrás, tenha levado a uma melhora dramática das notas dos alunos, ainda há um longo caminho a percorrer antes que o prefeito possa cantar vitória. Além disso, algumas de suas idéias, incluindo a sugestão de pagar os alunos por boas notas, irritaram educadores.

Mesmo assim, seu estilo operacional (ele tem obsessão por conferir tudo) caiu no gosto dos nova-iorquinos, famosos pelo seu cinismo. O índice de 70% de aprovação de sua administração atesta isso. "As pessoas percebem que isso pode ser feito num lugar como Nova York, ou seja, administrar eficientemente algo tão grande e complexo", diz o diretor-presidente da Time Warner, Richard Parsons, amigo de Bloomberg e ele próprio citado como um possível candidato a prefeito. "E elas pensam: isso pode ser feito em outros lugares".

Veja a situação de Bloomberg em 1º de janeiro de 2002, quando fez o juramento como o 108º prefeito de Nova York. A cidade sofria o impacto psicológico e financeiro dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. Ele se deparou com um rombo no Orçamento de quase US$ 6 bilhões. Em Wall Street, falava-se em abandonar Manhattan por lugares mais seguros, como Nova Jersey ou Connecticut.

Bloomberg tinha três opções: reduzir os serviços, elevar impostos ou ambos. Fez o que nenhum prefeito havia ousado em mais de uma década: subiu o imposto sobre propriedade. E ele não se culpa nem um pouco pela decisão. "Foi fácil fazer aquela escolha", lembra.

Alguns de seus auxiliares tentaram dissuadi-lo, temendo que a medida fosse um suicídio político. No verão seguinte, o nível de aprovação de Bloomberg havia despencado para 31%. Mas o prefeito novato não se intimidou. Onde a maioria dos políticos teria visto apenas uma solução fiscal para o rombo no Orçamento, ele enxergou uma oportunidade de marketing. Estava protegendo a "marca" New York City. Bloomberg via a baixa criminalidade, um bom transporte público e ruas limpas como indispensáveis à "venda" do produto Nova York. Sua percepção era de que recuar nos serviços públicos seria a mensagem errada para a comunidade empresarial e para todo o mundo exterior.

Ao mesmo tempo, Bloomberg reforçou os esforços promocionais de Nova York. Primeiro, consolidou três operações existentes numa entidade sem fins lucrativos chamada NYC & Co. Ele triplicou a aporte da cidade ao Orçamento anual de marketing, para US$ 22 milhões. E, para presidir a entidade, contratou o veterano publicitário George Fertitta, cuja empresa de marketing havia trabalhado para Coca-Cola e Walt Disney. Todas as cidades têm braços de marketing. Mas a operação de Fertitta é essencialmente uma agência de propaganda com uma unidade interna de criação que usa várias mídias, de pontos de ônibus ao canal de TV a cabo da prefeitura, para vender a Big Apple.

Viciado em números, Bloomberg estabeleceu uma meta para a NYC & Co: atrair 50 milhões de visitantes por ano até 2015. E, sabendo que turistas estrangeiros gastam três vezes mais que os americanos, ordenou a Fertitta que abrisse mais escritórios de representação da cidade pelo mundo. Hoje, a NYC & Co está presente em 14 cidades e novos escritórios serão abertos em Seul, Tóquio e Xangai nos próximos meses.

Desde 2003, Nova York afirma ter criado 151 mil novos empregos no setor privado, incentivando a economia e alimentando o boom da construção. E, no ano passado, em parte graças à fraqueza do dólar, a cidade atraiu 44 milhões de visitantes, contra 35 milhões em 2002. Quanto à alta de 18,5% no imposto sobre propriedade, ele ficou muito mais fácil de engolir uma vez que o valor médio das moradias subiu 55%. Agora, com a cidade apresentado superávit, Bloomberg pretende conceder uma redução nos impostos de US$ 1,3 bilhão, não só para residências, mas também para empresas e estabelecimentos comerciais.

Bloomberg, o executivo, era obcecado no atendimento aos clientes, estabelecendo linhas telefônicas que funcionavam 24 horas por dia, coletando dados para ajudar no desenvolvimento de novos produtos, e mandando seus executivos a campo para obter retorno direto junto aos clientes. "Em primeiro lugar, boas empresas ouvem seus clientes", diz ele. "Em segundo lugar, elas tentam satisfazer suas necessidades. Mas elas não devem deixar que eles conduzam as decisões internas da companhia."

Por mais surpreendente que isso possa soar numa cidade que nunca se esquiva de reclamar, Bloomberg decidiu que Nova York precisava de sua própria linha 24 horas de atendimento a clientes. Sim, outras cidades já empregavam a linha 311, mas nunca em escala tão grande. O benefício, além de proporcionar à população um novo espaço de manifestação, seria tornar a administração municipal mais eficiente.

Um mês depois de tomar posse, Bloomberg propôs uma linha 311 para todo tipo de reclamações, de poluição sonora a queda de postes de transmissão de energia. O mais importante é que o 311 daria ao prefeito acesso sem precedentes ao que passa pela cabeça de seus eleitores. Bloomberg lê os relatórios semanais e tem uma noção das preocupações dos cidadãos e se os problemas estão ou não sendo resolvidos, e com que rapidez.

Desde seu lançamento, em março de 2003, ao custo inicial de US$ 25 milhões, o 311 já recebeu 49 milhões de chamadas. O serviço, que opera ininterruptamente, emprega 370 atendentes. E Nova York tem feito um trabalho impressionante na coleta de informações, sua triagem e resposta rápida, diz Stephen Goldsmith, ex-prefeito de Indianápolis e hoje professor da Kennedy School of Government (escola de administração pública) de Harvard. "Algo especial está acontecendo em Nova York", diz ele. No que diz respeito ao prefeito, os números dão o recado. O tráfego no serviço de emergência 911 caiu em 1 milhão de ligações desde a implementação do 311, o que significa que o pessoal do primeiro serviço está atendendo a um número menor de emergências. O Departamento de Obras usa o 311 para centralizar o processo de licenciamento e revisão de planos por inspetores. O tempo médio de espera para o encaminhamento de um inspetor de obras caiu de 40 dias para menos de uma semana. Dois anos após o lançamento do 311, as inspeções em casos de barulho excessivo cresceram 94%; para o extermínio de ratos, 36%.

Heather Schwartz, universitária de 30 anos, usa regularmente a linha 311 e diz que se tornou grande fã no ano passado, quando reclamou de pichações numa estação de metrô de Manhattan. Dias depois, as paredes estavam pintadas. Toda vez que os pichadores voltavam, a prefeitura entrava em ação. Finalmente, os vândalos desistiram. Agora, Schwartz usa o 311 para tudo, de pedir inspeção de elevadores a coleta de lixo na rua. "Estou animadíssima com o serviço", diz. "Ele profissionaliza a cidade."

No começo deste ano, numa reunião matinal com os principais funcionários municipais, as grandes portas da sala de conferências da prefeitura chamaram a atenção de Bloomberg. Elas eram de madeira. Como é que pode? Bloomberg imaginara deixar o prédio da prefeitura "transparente". Todas as salas de reuniões tinham portas de vidro, de modo que qualquer um poderia ver o que estava acontecendo do lado de dentro. Sua mesa e as de seu staff estavam agrupadas numa sala sem paredes, para facilitar e agilizar a comunicação. No final daquela semana mesmo, a sala de conferências da prefeitura estava com portas de vidro.

Bloomberg também vem tentando abrir mais a administração e suas secretarias. Numa tarefa que inicialmente coube aos diretores do orçamento da cidade, o próprio Bloomberg faz todos os anos três apresentações sobre o Orçamento no mesmo dia: uma para a câmara municipal, outra para os outros funcionários eleitos pelo voto popular, e uma para a imprensa. Ele usa gráficos a tabelas fáceis de serem acompanhados, no que se parece com uma apresentação em Power Point do presidente de uma empresa para analistas. Com isso, espera que, explicando as forças que moldam a economia da cidade, surja uma melhor compreensão de suas prioridades fiscais e de gastos. Aquilo não só o ajudou nas negociações do orçamento com a câmara municipal como promoveu uma relação mais tranqüila com grupos de defesa do cidadão, afirma Mitchell Moss, professor de planejamento e política urbana da Universidade de Nova York.

E mais: os cidadãos podem observar, como nunca antes, a administração municipal de perto. O relatório semestral do prefeito sobre a administração já chegou a superar as mil páginas em três volumes impressos. Hoje, o relatório - que avalia a prestação de serviços pela prefeitura - tem 186 páginas, está disponível online e inclui muito mais informações, como dados sobre os bairros e tendências de cinco anos que permitem aos nova-iorquinos comparar o passado com o presente. Além disso, os planos de prefeitura e o Orçamento, outrora documentos complicados com apenas os sumários disponíveis online, estão agora totalmente acessíveis no site da prefeitura. Antes, um nova-iorquino nunca conseguia certos dados sobre gastos de uma repartição. Os custos eram apresentados num único número. Agora, cada secretaria é obrigada a desmembrar os números.

A primeira coisa que a maioria dos políticos faz quando consegue uma pasta é ocupar os principais cargos com pessoas às quais deve favores ou com quem tem laços de longa data no establishment político. Bloomberg chegou à prefeitura sem essas dívidas. Isso em parte porque ele mesmo financiou sua campanha. Mas ele diz que, mesmo que não tivesse feito isso, ainda teria recrutado seus auxiliares com base na capacidade de eles definirem metas e depois cumpri-las.

E, no geral, é isso que ele tem feito. Como era de esperar, ele recorreu à comunidade empresarial, nomeando um ex-sócio da firma de private equity Oak Hill Capital Partners, Daniel Doctoroff, para comandar a secretaria de Desenvolvimento Econômico de Nova York. E levou consigo quatro executivos da Bloomberg. Um deles foi Katherine Oliver. Bloomberg tinha em mente uma missão de recuperação para ela na Secretaria de Cinema, Teatro e Radiodifusão.

Oliver estava trabalhando em Londres, supervisionando as operações globais de rádio e televisão da Bloomberg, quando recebeu o convite. As ordens que recebeu do prefeito foram simples: construir uma organização de serviços ao cliente. Ela não tinha idéia do quanto a secretaria de Cinema precisava ser modernizada e ganhar um foco novo. Toronto e Louisiana, entre outros lugares, estavam roubando negócios de Nova York. Produtoras foram convidadas a visitar a secretaria e a se cadastrarem. E, para surpresa de Oliver, a secretaria tinha apenas um computador. A maior parte do staff "pilotava" máquinas de escrever elétricas.

Um mês depois de sua chegada, seus 22 funcionários tinham novos computadores de tela plana e as produtoras podiam solicitar licenças de trabalho pela internet. Desde então, as aprovações subiram de 200 por semana, em 2002, para 200 por dia. Oliver também colocou um arquivo de fotografias no site da secretaria na internet, permitindo aos produtores garimpar locações sem sair do escritório. Ela começou a oferecer um crédito fiscal combinado de 15% para produções de cinema e TV que realizam pelo menos 75% de suas cenas externas na cidade. Oliver diz que o programa já gerou US$ 2,4 bilhões em novos negócios e 10 mil novos empregos desde 2005. Ela ofereceu a cineastas espaço publicitário grátis em mobiliário da prefeitura. E formou uma equipe de 33 policiais para facilitar filmagens na cidade. "Tentamos olhar para isso como uma relação de negócios", diz Oliver. "Esse é um microcosmo do que Bloomberg gostaria de fazer na cidade inteira."

A indústria do cinema não tem do que reclamar. O veterano produtor Michael Tadross diz que a secretaria de cinema da cidade está muito mais eficiente. "Você recebe mapas, diagramas e sugestões de onde filmar, em reuniões com o pessoal da secretaria", diz Tadross, que acaba de concluir uma filmagem em Nova York. "Sempre achei que as grandes cidades deveriam ser administradas por empresários, e não por políticos."

"Uma grande parte das atribuições do presidente de uma empresa é assumir a responsabilidade final pelos riscos e decisões tomados. Truman estava certo." Assim escreveu Bloomberg em sua autobiografia de 1997, "Bloomberg by Bloomberg". O prefeito está assumindo riscos com uma desconsideração quase atrevida pelas repercussões políticas. Às vezes funciona: a polêmica lei que proibiu o fumo em bares e restaurantes está sendo copiada por outras cidades. Às vezes não funciona: numa derrota esmagadora, ele perdeu para Londres a disputa para sediar as Olimpíadas de 2012.

Bloomberg recentemente refletiu sobre esse revés. "Nos negócios, você recompensa as pessoas pela tomada de riscos. Quando isso não funciona, você as promove, pois elas estavam dispostas a tentar coisas novas. Se as pessoas chegam até mim e dizem que esquiaram o dia inteiro e não caíram uma única vez, eu digo a elas para tentar uma montanha diferente." Ele acrescenta: "Eu sempre brinquei dizendo que a diferença entre ter coragem de defender suas convicções e ser teimoso está nos resultados".

Bloomberg ainda tem dois anos e meio pela frente neste segundo mandato e, portanto, é um pouco cedo para falar em seu legado. Mas a influência desse bilionário "self-made" será sentida por gerações de políticos. Um deles é Adrian Fenty, 36. O prefeito de Washington adotou na prefeitura o estilo redação de jornal, que Bloomberg tomou emprestado de sua própria empresa, e agora está tentando uma reorganização ao estilo Bloomberg nas escolas municipais, que têm problemas crônicos.

O que Bloomberg aprendeu como prefeito? "O mundo real, seja o dos negócios ou o governo, exige que você não salte logo para o fim do jogo", diz. "Você precisa seguir passo a passo. Algumas pessoas ficam imobilizadas quando se deparam com um obstáculo. Minha resposta é, 'bem, é uma pena que ele esteja aí, mas agora para onde mais podemos ir? Vamos resolver o problema'."

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4º Benchmarking Ambiental Brasileiro

Publicado no site Mais Projetos Corporativos

Num momento de grande escassez e valorização dos recursos naturais versus a intensidade de consumo e riscos ambientais, o Benchmarking Ambiental Brasileiro pelo quarto ano consecutivo, reúne, valida, premia e apresenta os melhores cases da gestão sócioambiental corporativa mostrando como as instituições estão atuando e que medidas estão tomando para contribuir com a qualidade e a segurança ambiental do país. A iniciativa além de reconhecer e premiar as melhores práticas sócioambientais, também proporciona atualização e aprimoramento técnico-gerencial da Gestão Empresarial Sustentável.

O que é
O Benchmarking é uma ação de melhoria contínua com eficiência comprovada, na medida em que permite :
• auto-conhecimento da competência empresarial numa comparação real com o mercado,
• a construção e aprimoramento do conhecimento empresarial coletivo no momento da geração e compartilhamento de informações,
• a criação e aperfeiçoamento de novas práticas de excelência por meio da inovação e criatividade,
• rapidez e resultados comprovados por uma metodologia de aprendizado que queima etapas e atinge metas e por fim,
• um saudável exercício empresarial com a meta da melhoria contínua na medida em que troca, soma, reconhece, gera vínculos, respeita a diversidade, integra setores, e principalmente, cria o hábito das relações éticas, transparentes e solidárias entre empresas e seus diversos públicos de interesse.

Por que Participar
A empresa ou instituição com práticas sócioambientais poderá participar com a inclusão de seu case, e assim validar postura e atitude de empresa cidadã e ambientalmente correta. Além da visibilidade e vínculo estabelecido com os públicos de interesse, o evento também proporciona um ótimo Benchmarking de responsabilidade sócioambiental, na medida em que os participantes terão a oportunidade de conhecer os melhores modelos de gestão implantados em atividades de vários segmentos com resultados comprovados.

Como Participar
Para inscrever seu case sócioambiental, veja o regulamento de participação e preencha o formulário de inscrição. Serão selecionados até 30 cases de empresas/instituições com segmento de atuação diverso. Os cases serão identificados e avaliados por uma comissão técnica mediante regulamento de seleção pré-estabelecido e concorrerão nas categorias: "PREMIADO" e "MENÇÃO HONROSA". Cada uma destas categorias validará até 15 cases por ordem de pontuação, totalizando os 30 cases acima mencionados. Os cases com as 15 melhores pontuações serão reconhecidos como "Cases Premiados", e os cases com as próximas 15 melhores pontuações, serão reconhecidos como "Cases menção Honrosa".

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Governo Federal lança edital para produção de conteúdo digital

Publicado por Computerworld em 20/06/07

Os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e Educação (MEC) vão lançar nesta quarta-feira (20) um edital de apoio à produção de material didático digital.

A solenidade acontece às 15h30, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos ministros Sergio Rezende (MCT) e Fernando Haddad (MEC).

O programa contará com o aporte de R$ 75 milhões e vai estimular a produção de materiais para diversas plataformas. O objetivo principal da iniciativa é tornar disponíveis conteúdos, metodologias, materiais e práticas pedagógicas inovadoras no ensino de Química, Física, Biologia, Matemática e Língua Portuguesa, com ênfase na criatividade, experimentação e interdisciplinaridade.

Poderão apresentar projetos universidades, faculdades, centros tecnológicos, centros e museus de ciências, instituições de ensino superior ou institutos, OCIPs, ONGs, fundações e centros de pesquisa e desenvolvimento sediados no Brasil, públicos ou privados, sem fins lucrativos.

Os projetos devem contemplar 100% dos conteúdos das disciplinas escolhidas, atendendo à carga horária mínima indicada para cada área de conhecimento. Cada instituição poderá apresentar projetos para a produção de conteúdos em, no máximo, três disciplinas e/ou até três em regime de parceria.

As propostas deverão ser entregues no Protocolo Central do MEC. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 2104-8975.

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Cidadãos paulistas usam internet para fazer denúncias

Publicado por Computerworld em 20/06/07

Furto ou perda de documentos, de aparelhos celulares e de placas de veículos; desaparecimento e encontro de pessoas; furto de automóveis são os crimes que podem ser registrados pela internet, sem sair de casa, utilizando-se a Delegacia Eletrônica.

Diante disso, o estado criou em janeiro de 2000, o serviço pela web aumentou o número de registros de 21.118 boletins de ocorrência registrados naquele ano para 186.904 em 2006. Dados do Infocrim (Sistema de Informação Criminal) mostram que, somente em 2005, 90% dos furtos de celulares, 89% dos furtos de placas de veículos (dianteira ou traseira), e 70% dos furtos de documentos contabilizados pela Polícia foram registrados via internet, pela Delegacia Eletrônica.

Considerada um avanço tecnológico, a Delegacia Eletrônica otimiza a mão-de-obra policial liberando parte do efetivo para investigar e esclarecer casos com mais eficiência em menor tempo. O sistema ainda passou por uma grande reforma, e conta, hoje, com 28 terminais de computadores, sendo 26 para atendimento ao público; e 44 policiais civis que atendem à demanda dos 645 municípios do Estado de São Paulo.

Para registrar o boletim de ocorrência eletrônico a vítima deve acessar o endereço na internet (http://www.ssp.sp.gov.br/bo) e preencher o formulário. A confirmação do registro da ocorrência é recebida pela vítima por e-mail e, na mensagem, constará um link e uma senha para imprimir o documento. Se a vítima não tiver um computador em casa, o governo lembra que criou Infocentros, Poupatempos e Telecentros também com essa finalidade.

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Centro de Reciclagem de Computadores forma 1ª turma de técnicos

Publicado por Computerworld em 20/06/07

O Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) do Gama, no Distrito Federal (DF), formou na última sexta-feira (15/06) a primeira turma de jovens técnicos que atuaram na recuperação de equipamentos de informática

Trinta jovens foram formados no Curso de Montagem e Configuração de Computadores e estão aptos a atuar na área de assistência técnica, instalação de software e montagem de rede de computadores, entre outras atividades.

A iniciativa, coordenada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, forneceu aulas de cidadania, de gerenciamento de projetos como montagem e manutenção de lan houses, administração de empresas de assistência técnica e aulas práticas de montagem e configuração de computadores.

O treinamento durou seis meses e os bolsistas recondicionaram 300 máquinas entre CPUs, monitores e impressoras. Desse número, 73 equipamentos já foram doados a iniciativas de inclusão digital do Distrito Federal, Goiás e Pará.

Os jovens receberam um salário 300 reais mensais pago pela Fundação Banco do Brasil, que é uma das instituições parceiras do Ministério do Planejamento nesse projeto. O próximo passo, segundo o gerente geral do CRC Gama, Cleiber Castro, é montar uma cooperativa de trabalho com os alunos recém-formados.

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