quinta-feira, 5 de junho de 2008

Microtendências

"Olhe ao seu redor, olhe o presente, olhe os números e você verá as microtendências que estão aí e vão dominar o mundo”, aconselhou Mark Penn, durante a palestra de abertura do Fórum Mundial de Marketing e Vendas da HSM, realizada em 3 de junho.


Mark Penn foi considerado pelo The Washington Post como um dos homens mais poderosos dos bastidores de Washington. É o CEO mundial da Burson-Masteller e, entre os seus clientes, estão Bill Gates, Steve Ballmer, Tony Blair, Bill Ford e Bill Clinton. Penn é autor de Microtrends: the small forces behind tomorrow’s big changes. Durante a palestra de abertura do Fórum Mundial de Marketing e Vendas da HSM, no dia 3 de junho, Penn falou aos presentes sobre como forças que atuam nas microcomunidades podem mudar nossas vidas
Foto Tachibana Zen / Lola Studio


Mark Penn iniciou sua palestra comentando sobre o otimismo que costumeiramente destaca os brasileiros, quando lhes perguntam como vai a situação do País. “Diferentemente de em outros países, no Brasil, as notícias sempre são boas. No entanto, as coisas aqui passaram a florescer de fato”. Segundo o palestrante, o Brasil está experimentando muitas das tendências decorrentes do crescimento da classe média. “Surpreendi-me ao ver que as coisas estão indo bem, mudando profundamente”, disse.

Penn, especialista em pesquisas de mercado, enriqueceu sua palestra com exemplos que mostram como as microtendências são importantes. Para dar o tom de sua apresentação, citou um erro do passado: “Pensávamos que, à medida que a sociedade de massas aumentasse, seríamos padronizados em rosto e cor. Porém, o que vimos foi que mais individualista ela se tornou.” Para ele, a era das megatendências acabou. Os pequenos grupos tornaram-se poderosos e mudam a face da sociedade tal qual a conhecemos. “A maioria das previsões para o futuro são erradas, porque é necessário entender muito melhor o presente”, esclareceu.

Economia Starbucks versus economia Ford
Penn recomenda que cada empresário se pergunte: “Estou na Economia Ford ou na linha da Starbucks?”. Ele recorda: “A economia Ford baseava-se na pseudo-escolha que você teria de comprar carro de qualquer cor, desde que fosse preta”. A Starbucks, segundo ele, é o modelo oposto, no qual o consumidor pode ter o que quiser, desde que pague a conta. “Você pode ter café com conhaque, café com leite, café descafeinado. São diversas opções para uma xícara de café.”

De acordo com Penn, isso acontece por três principais razões:
1. a internet muda a maneira pela qual as pessoas vendem, ao reunir grupos de pessoas dispersas geograficamente;
2. o custo da produção de bens personalizados reduziu-se, pois a manufatura está mais eficiente e tornou-se mais econômico produzir bens customizados;
3. os indivíduos determinaram que querem ser diferentes – vestir-se, agir, viver, consumir diferentemente.

O especialista mencionou que o caso do i-pod da Apple é emblemático como exemplo de mudança, porque se trata do sonho do produto moderno: ser personalizado e, ao mesmo tempo, produzido de modo totalmente padronizado, pois todo o trabalho da customização fica a critério do consumidor.

Pequenos, mas poderosos
Grupos pequenos podem revolucionar um negócio e as estatísticas do Brasil mostram o desenvolvimento de novos mercados. “É uma economia de um trilhão de dólares, baseada em coisas que, antes, eram impensáveis. Os idosos são em maior número, há um crescimento grande no número de consumidores, casais adiam a chegada dos filhos e tornam-se uma classe média que se expande, 45% das mulheres trabalham. Há uma explosão de microtendências no Brasil.”

Penn alerta: “A sociedade é uma massa enorme de contradições. Para cada tendência, há uma contra-tendência”. Para cada grupo mais religioso, há um grupo que fala mais de ciência, por exemplo. O que acontece é que esses extremos tornam-se grandes o suficiente para se tornarem mercados.

Para o estudioso, as sociedades que privilegiam as microtendências são aquelas que privilegiam a individualidade. “Os marketeiros devem pensar em como produzir para o consumidor que quer customizar seu produto ou fazer como a Starbucks, que customiza para ele”, recomenda Penn.

Confira, a seguir, alguns dos exemplos que fizeram parte da exposição de Mark Penn e que constam de seu livro Microtrends: the small forces behind tomorrow´s big changes. Todos eles apontam para mudanças em estilos de vida.

A família mudou
“Nos Estados Unidos, as mulheres solteiras passaram de 30 milhões para 55 milhões, ou seja, aumentou o número de mulheres que lideram a estrutura familiar”, diz Penn. O palestrante salienta que, naquele país, existem mais nascimentos de meninos do que de meninas, mas, em torno da idade de 20 anos, há mais homens que morrem do que mulheres. No entanto, há duas vezes mais homossexuais masculinos do que entre as mulheres, o que dificulta a vida amorosa das mulheres heterossexuais. Ainda sobre as mudanças entre as mulheres, o especialista fala: “À medida que vemos mais mulheres bem-sucedidas na força de trabalho, vemos o surgimento da ‘mulher-pantera’. Com isso, cresce o número de casais em que a mulher é cerca de cinco anos mais velha que o homem”.

Os jovens casais atrasam o nascimento do seu primeiro filho. Mas muitos optam por ter bichos de estimação, que são muito mimados em petshops, hotéis e até padarias especiais para os animais. “Os bichos passaram a ser a família em determinados grupos e consomem vorazmente sua renda disponível”, ressaltou Penn.

Quanto aos pais de segunda viagem (pessoas que se tornam pais e torno dos 45 anos), o que acontece, segundo as pesquisas de Penn, é que a experiência da paternidade torna-se bem diferente da dos pais jovens. É diferente, também, a experiência familiar de consumo. “Está aí um novo grupo, com novo estilo de vida. Assim, o que buscamos são as mudanças no estilo de vida”, arremata.

Ao mesmo tempo, os pais (do sexo masculino) passam mais tempo com os filhos nos Estados Unidos do que passavam antes, porque as mães transferiram parte de sua responsabilidade ao marido. Esses pais se consideram negligenciados pelo mercado.

Identificou-se, também, a tendência de os casais morarem em cidades distintas durante um determinado período de tempo, por razões de trabalho ou estudo. Isso significa um grande mercado para vídeo-conferência, por exemplo.

Casamentos entre pessoas que se conheceram pela internet são um outro caso de microtendência de relevo. O casamento surge a partir de um grupo social muito menos restrito do que antes. “Agora, há um mundo de escolhas, inclusive sites especializados em encontros. Tal fenômeno está quebrando as barreiras convencionais de classes sociais e distância”, explicou o consultor. “72% das pessoas que se casaram pela internet, segundo nossas pesquisas, estão extremamente felizes, apesar do preconceito que ainda existe quanto a esse tipo de encontro”, salientou Penn.

A relação com o trabalho gera novas demandas
A respeito do tempo de vida economicamente ativa das pessoas, Penn mencionou que o esperado era que se trabalhasse menos, quanto mais afluente se tornasse a sociedade. O que se vê, hoje, é que as pessoas querem trabalhar mais, seja porque gostam do trabalho na economia do conhecimento, seja porque limitações de renda as impede de se aposentar.

Penn afirmou que o crescimento da população idosa que tem tempo, energia e renda, é notável. “Se a geração mais velha resolvesse trabalhar um ano a mais, resolveria muitos problemas da previdência social”, apontou o conferencista, que informou que metade dos americanos de hoje não vai se aposentar. Uma parte deles, porque não tem dinheiro; outra parte, porque quer continuar trabalhando. “As pessoas estão escolhendo o trabalho antes do prazer. É preciso reavaliar como será a próxima geração de idosos. As implicações disso são enormes.”

Dobrou, nos Estados Unidos, o número das pessoas que viajam para chegar ao trabalho. Cresce, assim, o mercado para livros em áudio, porta-copos ou alimentos para serem ingeridos no automóvel. Essas pessoas constituem o grupo a ser mais afetado pelo aumento no preço da gasolina. Penn afirmou que, para poupar dinheiro, esse grupo terá que usar carros híbridos ou, talvez, nem ir ao trabalho. “Poderão trabalhar em casa mesmo, usando recursos de contato via vídeo, por exemplo”, diz Penn, que explicou que, da mesma maneira como aumenta grandemente o número de pessoas que trabalham em casa, também aumenta o número de pequenos estabelecimentos, fruto do empreendedorismo dessas pessoas que não querem mais trabalhar convencionalmente.

O setor que mais cresce nos Estados Unidos é o de negócios sem fins lucrativos. O charme do mundo comercial já não é tão atraente. Os jovens buscam um campo que seja empolgante, baseados no ideal de melhorar o mundo.

Preocupações com a saúde afetam consumo
Um exemplo de como as preocupações com saúde impactam o consumo é o aumento no consumo de água pelos americanos, o que cria problemas para a indústria dos refrigerantes. Por outro lado, as pessoas consomem mais cafeína. Assim, nos Estados Unidos, vendem-se mais bebidas enlatadas à base de cafeína.

“Nunca vimos uma população tão obesa, nem tanta gente morrendo de fome para viver mais”, brincou o palestrante. Segundo ele, um número cada vez maior de pessoas, em nome da longevidade, está em busca de uma dieta de menos de 1.000 calorias por dia. À medida que as pessoas não estarão nos restaurantes, portanto, precisarão de opções de coisas a fazer que não estejam relacionadas ao consumo de alimentos.

“Se você é médico”, comentou Penn, “observe que há uma nova geração de pacientes. São aqueles que pesquisam na internet e lhe dizem o que fazer e até que remédio prescrever”. Com isso, muitas farmácias já vendem mais remédios para quem se auto-medica, equivocadamente.

Na esteira da preocupação com a saúde, observou-se que, no Brasil, o mercado de filtro solar aumentou 50% nos últimos anos. “Para cada pessoa que ama o sol, existe um que odeia o sol. Isso tem impacto também sobre o setor de turismo, que pode precisar fazer o seguro do filtro-solar. Consomem-se mais chapéus, roupas de manga longa e roupas em tecidos com filtro-solar”, exemplificou o palestrante.

A relação com a tecnologia pode ser contraditória
Mais jovens estão entrando nos negócios. “Eu mesmo entrei no mercado aos 13 anos, vendendo selos. Hoje, isso é rotina no e-bay”, declarou Penn. De acordo com pesquisas, cerca de 1,6 milhão de adolescentes americanos estão ganhando dinheiro na internet.

Como contra-tendência, há um crescente número de jovens que tricotam, numa busca por fazer coisas com as mãos, que pode ser uma maneira de escapar de um mundo em que tudo é rápido. “Vemos, também, pessoas se afastando da tecnologia e buscando sossego”, alerta o consultor.

O palestrante destacou que os chamados social geeks são os consumidores de tecnologia que têm vida social ativa (diferentemente do que ocorria no passado, quando os adeptos da tecnologia escondiam-se). “A tecnologia, portanto, também deve estar atenta às mudanças no estilo de vida”, explicou Penn. Ele apontou que as mulheres passaram a ser grandes consumidoras de tecnologia e querem design e facilidade de uso. “As mulheres também compram muitos carros. Assim, os anúncios têm que ser voltados a elas, bem como os modelos de automóveis.”


Portal HSM On-line, 03/06/08

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“Responsabilidade é mais do que preencher um cheque”

Durante anos, Akhtar Badshah soube o quanto era difícil captar recursos para os seus projetos. No comando da fundação Digital Partners, organização social de Seattle (EUA) que promove a economia digital em benefício de populações de baixa renda, bateu na porta de toda a sorte de grandes corporações na busca por financiamento.

Hoje, no entanto, a história é outra. Desde 2004, Badshah está à frente da direção de Assuntos Comunitários da Microsoft e, no leque de responsabilidades, não apenas comanda do o programa Unlimited Potential (UP), de alcance mundial, mas de todas as ações de inclusão digital da empresa.

Para o doutor do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT) de origem indiana, a tarefa é complexa: deve administrar os bilhões de dólares que a Microsoft colocou sob o seu crivo. Em visita relâmpago por São Paulo, ministrou uma aula aberta promovida pelo GIFE em parceria da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), no último dia 26 de maio.

No evento, o indiano falou sobre o que é importante na hora de apoiar os projetos. “Selecionar uma ação social implica em uma série de elementos. O primeiro é seu potencial de impacto, em que analisamos a capacidade da organização em atender, não apenas em números, mas em qualidade”, argumentou.

O segundo ponto levantado pelo indiano é a credibilidade da instituição, seu histórico e outros parceiros. “O principal é trabalhar com organizações que estejam estreitamente vinculadas com a comunidade. Às vezes uma idéia pode ser muito boa, mas não serve se não existe interesse local”.

Questionado sobre a sua experiência no trabalho com organizações do terceiro setor, o especialista garante que o grande desafio é fazer com que seus gestores entendam que nem tudo é dinheiro. “Em alguns casos, as ONGs não necessitam de dinheiro, mas requerem apoio, uma rede. Por outro lado, é muito importante que as empresas também entendam que a responsabilidade social não é apenas preencher um cheque”, criticou.

Na visão de Badshah, é imprescindível que empresas e organizações social fortaleçam alianças de colaboração para estabelecer agendas comuns. Isto é, que identifiquem diferentes expertises para o bom uso dos recursos.

Sobre as práticas da Microsoft, nesse campo, o indiano vê um retorno além dos recursos financeiros, outros benefícios. Se a empresa investe com o objetivo de ajudar a que mais pessoas tenham acesso a tecnologias da informação, é claro que em longo prazo ela pode se beneficiar. No entanto, por enquanto, o êxito do programa é que o investimento seja efetivo e tenha como produto final uma melhoria social. Sem isso é um fracasso.”

Ele acredita que, como empresa, a Microsoft entende que possui a responsabilidade de incluir a todas as pessoas no mundo das TIs. Há 30 anos, não se necessitava saber comutação para ser secretária. Hoje são habilidades básicas. Para mim, essa é nossa responsabilidade e uma obrigação”.

Nessa questão, Akhtar Badshah acredita na elaboração de produtos que atendam as demandas de determinadas comunidades. Como um exemplo genérico, ele comentou sobre um novo produto da empresa Danone, em Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo, com 144 milhões de habitantes, sendo que mais de um terço da população vive com menos de um dólar ao dia.

Como vender um produto que seja viável economicamente e pensado na comunidade? Segundo Badshah, a empresa desenvolveu um iogurte com mais vitaminas, fibras e minerais, com um preço menor do que o praticado no mercado. O fez com a colaboração do governo e organizações locais. “Os três setores fazem parte da solução. È uma questão de alinhamento.”


Rodrigo Zavala, da Rede Gife

Envolverde, 03/06/08

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Prefeitura de SP dá início à construção de praças com recursos da venda de créditos de carbono

As obras, autorizadas pelo prefeito nesta quarta-feira (04) em Perus (Zona Norte), são as primeiras executadas com recursos obtidos coma venda de créditos de carbono no país. Serão investidos R$ 1,6 milhões nas praças.

O prefeito de São Paulo assinou nesta quarta-feira (04) autorização para o início das obras de construção de três praças em Perus (Zona Norte). As obras são as primeiras executadas com recursos obtidos com a venda de créditos de carbono no país.

A solenidade que marcou o início das obras foi realizada no local da futura praça Vale do Saber, que ocupará área de 15 mil metros quadrados. Nos três espaços de lazer serão investidos R$ 1,6 milhão. No total, serão 14 praças na região com dinheiro da venda de créditos de carbono.

Ele referiu-se à geração de energia elétrica a partir de gás emitido nos aterros sanitários situados no município. "No momento em que implantamos nos dois aterros a tecnologia que faz a conversão do gás metano em energia, estamos melhorando a qualidade de vida na cidade e combatendo a poluição e o efeito estufa", afirmou.

Com as usinas de geração de energia em operação nos aterros, a Prefeitura se habilitou a emitir créditos de carbono, de acordo com o Protocolo de Kyoto. O prefeito anunciou que em breve será realizado o segundo leilão de créditos de carbono em São Paulo, com arrecadação estimada entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões.

A administração municipal fará as praças Vale do Saber (avenida Florestan Fernandes, esquina com rua da Várzea, no Jardim Monte Belo), que receberá investimentos de R$ 932 mil; a Cuitegi (rua de mesmo nome), com verba de R$ 228 mil; e a Mogeiro (rua Virginia Castiglione, no Jardim Santa Fé), com custo de R$ 498 mil.

As praças terão pistas de caminhada, playgrounds, equipamentos de ginástica, área de lazer e projetos paisagísticos. Em pontos específicos, conforme o local e a necessidade da população, serão acrescentados outros itens, como quadra de esportes.

Na praça Vale do Saber, com 15 mil metros quadrados, está prevista a construção de teatro de arena, parque infantil, pérgula, estacionamento, pista de skate, praça de esculturas, ponte, área de ginástica e quadra poliesportiva, além de acessos e caminhos.

Os créditos de carbono são uma espécie de "moeda ambiental" comprada pelos países poluidores para ajudar a cumprir as metas de redução de poluentes na atmosfera, estabelecidas pelos 172 países que assinaram o Protocolo de Kyoto (Japão).

No primeiro leilão de crédito de carbono realizado na Cidade de São Paulo, em setembro do ano passado, na BM&F, a Prefeitura obteve R$ 34 milhões. A maior parte dos recursos será destinada a projetos de melhoria ambiental na região de Perus e Pirituba (Zona Norte), onde está localizado o Aterro Bandeirantes.

"Essa ação é uma resposta da Prefeitura a um problema tão importante para o mundo inteiro, que é o aquecimento global. Nossa cidade pode se orgulhar de, com a captação do metano nos aterros Bandeirantes e São João, neutralizar 20% de todos os gases de efeito estufa que São Paulo produz", explicou o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente.

O leilão vendeu 808.450 créditos de carbono do Município e o lote foi arrematado pelo Fortis Bank NV/SA, da Holanda, que pagou € 16,20 por tonelada de carbono equivalente, o que representou um ágio de 27,5% sobre o preço mínimo de € 12,70 fixado pela Prefeitura. Nove empresas ofertaram lances no leilão, feito via internet.

Em janeiro de 2007, entrou em operação a usina termelétrica do aterro sanitário São João, em São Mateus (Zona Leste). Transforma em energia elétrica a maior parte do gás produzido pela decomposição natural de 26 milhões de toneladas de resíduos sólidos depositados no aterro, entre 1992 e 2007.

O sistema é o mesmo utilizado no Aterro Bandeirantes, na Zona Norte, que já deixou de lançar na atmosfera mais de 2 milhões de toneladas de CO² (dióxido de carbono). Por conta disso, foram gerados cerca de 1,6 milhão de créditos de carbono.

Assim, a cidade ganha duas vezes: com a queima do gás emitido a partir da decomposição do lixo, fonte de poluição causadora do efeito estufa, e a geração de energia. No Aterro Bandeirantes, a queima de 80% do gás gera 175 mil MWh/ano.

Os créditos certificados pela ONU pertencem à Prefeitura e à empresa Biogás, concessionária da exploração do gás. Com a transformação do gás em energia elétrica nos dois aterros, o Município deixará de lançar, até 2012, um total de 11 milhões de toneladas de CO² na atmosfera, o correspondente à poluição gerada por 2 milhões de veículos movidos a combustíveis derivados de petróleo.

Praças revitalizadas
Antes de assinar a ordem de início, o prefeito entregou obras de revitalização da praça Luis Pereira Rebouças, uma das oito praças que foram reformadas pela administração municipal na região de Perus.

A Prefeitura aplicou R$ 712 mil nas obras. Situada no Jardim Primavera, a praça recebeu piso novo, pista de caminhada, adequação de acessibilidade, instalação de novos brinquedos, espaço para contemplação (deck), paisagismo, bancos e mesas e reforma da quadra poliesportiva. São as seguintes as outras sete praças revitalizadas: Doutor Fausto Ribeiro Filho, Antônio Molina, Noel Rosa, Oswaldo Oliveira, Paulo Maurício, Jardim Morada do Sol e Jardim dos Manacás.

Envolverde/Prefeitura SP, 05/06/08

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FAO vai destinar US$ 17 milhões para combater crise mundial dos alimentos

Como forma de tentar combater a crise dos alimentos no mundo, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) anunciou hoje, 4, que vai destinar até 2009 US$ 17 milhões aos países mais pobres que sofrem com o problema.

O fundo é uma ação de emergência da FAO e será destinado à compra de sementes e de fertilizantes, à melhoria de sistemas de irrigação e infra-estrutura e a aquisição de outros equipamentos necessários para desenvolver a agricultura em países africanos. A FAO estima, no entanto, que são necessários pelo menos US$ 1,7 bilhão até 2009 para que o problema alimentar seja reduzido com mais eficácia nessas regiões.

Alguns países também anunciam ajuda àqueles que enfrentam mais duramente a crise dos alimentos. Na abertura da conferência da FAO, ontem, 3, o presidente francês, Nicolas Sarcozy, assumiu o compromisso de colaborar com US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para países africanos.

O Banco Mundial também anunciou a destinação de US$ 1,2 bilhão para a crise alimentar. O presidente da instituição, Robert Zoellick, disse no plenário da Conferência da FAO que fará da crise alimentar uma das prioridades na reunião do G 8 (grupo que reúne os sete países mais ricos do mundo – Estados Unidos, Canadá, Japão, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália – e a Rússia), marcada para julho.

"Na reunião do G 8 vamos coordenar políticas internacionais para transformar a grande demanda por comida em uma oportunidade para o desenvolvimento dos países". Segundo ele, haverá o incentivo aos pequenos agricultores e o investimento em pesquisa.

Zoellick ainda pediu a conclusão da Rodada Doha, para que lentamente se possa corrigir as distorções entre os subsídios agrícolas e as tarifas.


Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil

Envolverde, 05/06/08

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Conferência da FAO não resultou em medidas para diminuir a fome, avaliam ONGs

A conferência da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) não resultou em medidas práticas para amenizar a crise alimentar vivida pelo mundo, na avaliação de organizações não-governamentais (ONGs) que acompanharam o encontro, em Roma.

"A sociedade civil não foi citada em nenhum documento aqui. Isso é reflexo da total exclusão dos agricultores nessa conferência", disse o secretário-geral da Rede de Ação e Informação Alimentação Primeiro, Flávio Valente.

Para ele, na conferência que se encerra hoje (5), os governos demonstraram que têm agendas diferentes e que não há acordo para resolver o problema. "São os mesmos compromissos do passado. Não tem nenhum compromisso novo. A conferência realmente mostrou que eles não se prepararam para achar uma solução aqui. Só assuntos pessoais, como a questão dos combustíveis, mas as pessoas que passam fome todos os dias não terão uma resposta daqui. O que está aqui já foi dito várias vezes e nunca foi cumprido", criticou.

"Não acredito que os governos vão encontrar, por eles mesmos, a solução para o problema", completou o secretário-geral.

Na prévia da declaração do encontro, há a intenção de delegar à força-tarefa criada pela ONU a responsabilidade pelo problema da distribuição alimentar no mundo. Valente lembrou que essa força-tarefa não é intergovernamental. "Os governos não poderão interferir nas ações".

"A conferência se transformou num sucesso para os interesses errados, não é um sucesso para o povo, é um sucesso para os interesses econômicos que saem fortalecidos desse processo à medida que a FAO sai enfraquecida desse encontro, porque perde o mandato de defender a segurança alimentar, porque ele é transferido para um organismo que não tem controle governamental", comentou.

Para ele, a culpa pela crise alimentar não pode ser atribuída somente aos subsídios agrícolas pagos pela União Européia a seus agricultores. É preciso discutir os mecanismos de regulação de mercado. "O mercado não é livre. O mercado livre, na verdade, está a serviço dos grandes interesses econômicos. A sociedade precisa ter mecanismos de regulação sobre ele", reclamou.


Priscilla Mazenotti, da Agência Brasil

Envolverde, 05/06/08

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Inscrições para o Prêmio ANA são prorrogadas para 04 de julho

Prêmio tem seis categorias e tema é “Conservação e Uso Racional da Água”
Foto ANA


Os interessados em participar do Prêmio ANA 2008 terão até 04/07, uma sexta-feira, para enviar suas inscrições – não há limite de candidaturas por concorrente. A premiação, cujo tema é “Conservação e Uso Racional da Água”, visa a reconhecer o mérito de iniciativas que se destaquem pela excelência de sua contribuição para a gestão e o uso sustentável dos recursos hídricos do Brasil.

Em cada uma das seis categorias em disputa – imprensa, governo, organizações não-governamentais (ONGs), organismos de bacia, empresas e academia –, serão escolhidos três finalistas, dos quais sairá um vencedor. Os seis ganhadores do Prêmio ANA 2008 serão conhecidos durante a solenidade de premiação, que ocorrerá em dezembro, em data a ser definida, em Brasília, e receberão o Troféu Prêmio ANA.

A Comissão Julgadora da premiação será composta de cinco membros externos à ANA e com notório saber na área de recursos hídricos. Cabe à Comissão escolher os três finalistas e os vencedores de cada categoria. As avaliações se darão segundo os critérios de: efetividade; impactos social, cultural e ambiental; potencial de difusão/replicação; originalidade; e adesão e participação social.

Inscrições
As inscrições são gratuitas e deverão ser enviadas até 4/7, por remessa postal registrada, e dirigidas à “Comissão Organizadora do Prêmio ANA” no seguinte endereço: SPO, Área 5, Quadra 3, Bloco “M”, CEP: 70.610-200, Brasília, DF.

No regulamento do Prêmio ANA 2008 há a lista de documentos que devem ser enviados junto com a ficha de inscrição de cada candidatura. Na categoria imprensa, os jornalistas deverão enviar uma cópia do material jornalístico em papel (para veículos impressos e sítios) ou em CD ou DVD (para rádios e TVs) contendo arquivos de fácil leitura. Os conteúdos devem ter sido veiculados entre 20/12/2004 e 04/07/2008.

Mais informações sobre a premiação podem ser obtidas por meio do hotsite www.ana.gov.br/premio, pelo e-mail premioana@ana.gov.br ou pelos telefones (61) 2109-5412 e 2109-5495 (exclusivo para a categoria imprensa).

Quem pode participar
1) Governo: categoria que abrange órgãos e entidades governamentais federais, estaduais e municipais, nas esferas executiva, legislativa e judiciária, assim como o Ministério Público e os Tribunais de Contas;

2) Empresas: categoria que abrange empresas públicas e privadas, bem como sociedades de economia mista;

3) Organizações não-governamentais: categoria que abrange organizações não-governamentais sem fins lucrativos (também chamadas de organizações da sociedade civil), com atuação na área de recursos hídricos e meio ambiente, associações de classe, sindicatos;

4) Organismos de bacia: categoria que abrange Comitês de Bacia Hidrográfica de rios de domínio da União e dos Estados, comissões de açudes e barragens, consórcios intermunicipais com ações na área de recursos hídricos, associações de usuários e agências de bacia;

5) Imprensa: categoria que abrange trabalhos de jornalistas de veículos de comunicação dos seguintes tipos: jornais, revistas, rádios, TV e sítios jornalísticos. Poderão ser apresentadas matérias especiais ou séries de reportagens relacionadas ao tema da Segunda Edição do Prêmio ANA, veiculadas por meio da mídia nos últimos três anos a contar da data da publicação deste edital;

6) Academia: categoria que abrange estudantes, instituições e profissionais ligados ao ensino, à pesquisa e à extensão.

Fonte: Agência Nacional de Águas (ANA)

Boletim da RTS, 30/05/08

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Sebrae prorroga inscrições para Edital na área de Tecnologia Social

Participantes terão até 30 de junho para enviar propostas nas áreas de bioenergia, cultivos agroecológicos e aproveitamento de resíduos e produtos da floresta
Foto Sebrae


O Sebrae prorrogou para 30/06, o prazo para o envio de propostas para edital do Sebrae destinado à difusão de Tecnologias Sociais (TSs). O edital, que mobiliza recursos da ordem de R$ 3 milhões para melhorar as condições de competitividade e sustentabilidade de produtores/as rurais e de micro e pequenos empreendimentos, contempla a utilização de bioenergia; sistemas de produção com aproveitamento sustentável de resíduos; sistemas de cultivos agroecológicos; e o aproveitamento sustentável de produtos da floresta.

As propostas devem conter solicitação de apoio financeiro de até R$ 100 mil, sendo a participação do Sebrae limitada a 70% do valor total do projeto. Poderão ser apoiadas despesas correntes tais como material de consumo; softwares; instalação, recuperação e manutenção de equipamentos; serviços de terceiros (pessoa física ou jurídica); passagens e diárias. Não serão apoiadas despesas de capital, investimentos, aquisição de equipamentos e despesas operacionais e administrativas. O prazo de execução de cada proposta contratada deverá ser de até 18 meses, podendo ser prorrogado a critério do Sebrae Nacional.

A entidade proponente poderá ser uma Instituição Científica ou Tecnológica (ICT) pública ou privada sem fins lucrativos ou uma Organização Não-Governamental (ONG) legalmente habilitada a conduzir projetos de difusão de tecnologia. Cada entidade proponente poderá apresentar somente uma proposta por unidade da Federação.

Os projetos deverão, ainda, contar com a participação de uma entidade parceira, que deve ser uma associação de produtores rurais, um sindicato ou uma cooperativa agropecuária ou agroindustrial de empreendimentos de micro e pequeno porte.

Clique aqui para acessar o edital.


Vinícius Carvalho


Informativo do Portal da RTS, 28/05/08

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PUC-RS testa equipamento para TV digital feito no país

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) faz hoje em Porto Alegre a primeira transmissão experimental com um modulador desenvolvido no país dentro das normas do sistema brasileiro de televisão digital (SDTV). O teste será restrito ao interior de um prédio do campus da universidade e faz parte de um projeto financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que envolve também o Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), de Porto Alegre, e a empresa paulista RF Telavo.

O modulador digitaliza o sinal transmitido pelas emissoras de televisão e, segundo o coordenador do Centro de Pesquisa em Tecnologia Wireless da Faculdade de Engenharia da PUC-RS, Fernando de Castro, a intenção é desenvolver um equipamento mais barato para facilitar o ingresso das pequenas empresas no novo sistema. Na implantação da primeira fase da tecnologia de TV digital no país, na região metropolitana de São Paulo, foram utilizados moduladores importados. As estimativas são de que a fabricação local poderá reduzir os custos do produto em até 70%.

De acordo com Castro, o modulador que será apresentado hoje utiliza um chip importado "reprogramável" FPGA e poderá ser produzido comercialmente pela RF Telavo até o fim deste ano. Esse tipo de chip foi escolhido para a primeira fase do trabalho porque permite a correção de eventuais erros que apareçam durante os testes e até a reprogramação de equipamentos já produzidos.

A próxima etapa será o desenvolvimento, pelo Ceitec, de um chip "dedicado" (que depois de programado não pode ser modificado) capaz de operar nos sistemas japonês (adotado no Brasil), americano e europeu com vistas a futuras exportações dos moduladores. Segundo a gerente do centro de design do Ceitec, Edelweiss Ritt, o circuito integrado dedicado é mais barato, menor e mais eficiente em consumo de energia do que o chip FPGA.

A previsão é de que o primeiro protótipo do novo chip, configurado para operar apenas no sistema brasileiro, estará pronto até o fim do ano para testes. O circuito para os três sistemas será desenvolvido em seguida e deverá ser produzido a partir de 2010 pela alemã X-Fab, que tem um acordo operacional com o Ceitec. Todo o projeto para a produção do modulador nacional deverá ser executado em três anos a contar de abril de 2007, com investimentos de R$ 15 milhões do BNDES mais uma contrapartida de 15% da RF Telavo.


Sérgio Bueno

Valor Online, 05/06/08

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