sábado, 15 de agosto de 2009

Investimento Social Privado em foco III

Quais os rumos da filantropia e do investimento social privado no Brasil e no mundo? Qual a papel dos investimentos sociais no desenvolvimento de um país, ou em menor escala, no desenvolvimento comunitário? São algumas das discussões trazidas por Jeffrey Bell, diretor da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), em entrevista para Ideia Socioambiental, a terceira da série Investimento Social Privado em Foco.

Na opinião do especialista já existe no Brasil uma cultura corporativa muito forte por responsabilidade social. Ele também reforça que podemos esperar o contínuo crescimento da filantropia e do investimento social privado tanto no Brasil quanto no mundo.

Confira essas e outras ideias a seguir:

Ideia Socioambiental: Como o desenvolvimento comunitário pode ser estratégico para uma empresa? E como o ISP pode impactar de maneira positiva a realidade das comunidades para as quais se volta?
Jeff Bell: Estrategicamente, atividades de desenvolvimento comunitário podem ser uma
maneira especialmente poderosa para estimular a visibilidade de uma empresa
em determinada comunidade. Nesse sentido, acredito que atividades que visam
o desenvolvimento comunitário são um dos veículos mais importantes e um dos
melhores caminhos para uma empresa estabelecer boas relações públicas e criar uma boa reputação - o ponto central, obviamente, é gerar novas receitas para a empresa. No entanto, penso também que as empresas querem ser boas corporações para os cidadãos e vizinhos das comunidades em que operam, de onde podem vir também muitos dos seus colaboradores.


Quanto à segunda parte da questão, acredito que comunidades que estão procurando estabelecer parcerias para trabalhar com o setor privado, que têm disponibilizado para essas novas fontes ou fundos de financiamento para a resolução de problemas importantes em suas comunidades. O mais importante aqui é a voluntariedade das comunidades em agir como parceiros, não apenas como receptores, a fim de auxiliar o direcionamento das discussões que determinarão exatamente onde os projetos e investimentos do setor privado devem estar.

I.S: Qual é o papel da filantropia e do investimento social privado no desenvolvimento
dos países?
J.B: A filantropia e o investimento social privado estão desempenhando atualmente
um papel crescentemente importante no desenvolvimento dos países. Uma análise completa realizada pela USAID's Global Development Alliance (GDA) mostrou o crescimento de 30% do capital privado nos anos 1960 para 80% em 2005. Mesmo que o financiamento público de desenvolvimento, a força motriz do mercado internacional, tenha diminuído em proporção, o que representa menos de 17% em 2005, o valor total da ajuda ao desenvolvimento aumentou.

I.S: A evolução do investimento social privado está relacionada ao nível de desenvolvimento de um país?
J.B: Em parte sim. Quando o potencial econômico de um país aumenta, as empresas vêem um número crescente de potenciais consumidores para seus produtos e serviços. Sendo assim, o investimento social privado faz sentido, estrategicamente, como forma de gerar uma boa reputação, nome e reconhecimento, ou qualquer outro tipo de propaganda e de publicidade que eles sentem que seria benéfico para eles no mercado. Acredito também que um crescente número de empresas está reconhecendo a existência de uma responsabilidade moral para investir em projetos sociais nas áreas em que atuam. Esse reconhecimento pode surgir de variadas formas: pode vir do presidente ou CEO, dos empregados da companhia ou resultar da pressão dos acionistas. A pressão para que as companhias sejam mais socialmente responsáveis para com as comunidades onde atuam está começando a crescer. Pode muito bem ser que ao fazê-lo, elas estejam ajudando seu ponto de partida, mas acredito que os cálculos de custo/ benefício em agir com responsabilidade está se tornando menos importante do que a pressão / desejo de um comportamento responsável e generoso.

I.S: Que desafios os BRICs enfrentarão para desenvolver o investimento social privado?
J.B: Quando falamos nos países BRIC, temos de reconhecer que cada um possui suas
características individuais, experimentando assim seus próprios desafios. O que pode ser um desafio para a Índia, por exemplo, pode não ser para o Brasil. E em se tratando de Brasil, existe uma cultura corporativa muito forte em responsabilidade social.

I.S: Em sua opinião, o que caracteriza o investimento social ou filantropia praticado por um país?
J.B: A grau de investimento social praticado por um país depende de inúmeros fatores, sendo um dos mais importantes a estrutura tributária que legisla o investimento social privado. Além disso, há uma série de outros fatores: Por exemplo, eu acho que tem que haver uma massa crítica de organizações operando e competindo em qualquer país. Se partirmos da suposição de que, estrategicamente, o investimento social é realmente um investimento em relações públicas, quando os consumidores têm pouca escolha entre produtos ou serviços em um país, não faz muito sentido para uma empresa olhar para o investimento social como uma forma de angariar boas relações públicas. Sem concorrência, as relações públicas tornam-se muito menos importantes e os investimentos sociais menos atraentes. Além disso, seguindo a lógica acima, acho que as atividades derivadas do investimento social em muitos casos são repetitivas. Uma vez que uma empresa decide aplicar um investimento social, a melhor coisa que os outros podem fazer é o mesmo. Então países com altos níveis de investimento social privado provavelmente manterá níveis elevados.

I.S: Quais as principais tendências para o Brasil e para o mundo nos setores de
filantropia e ISP?
J.B: Se os últimos 30 anos podem servir de indicação, podemos esperar pelo contínuo
crescimento da filantropia e do ISP tanto no Brasil quanto no mundo. Organizações doadoras reconhecem o crescimento dos fundos privados e estão cada vez mais a procura de alavancar suas verbas. Investidores privados ou filantrópicos não apenas reconhecem os benéficios de associar seus nomes a grandes doadores, mas enxergam no desenvolvimento das organizações um aprimoramento na maneira de investir em projetos. Assim, acho que veremos cada vez mais os doadores procurarem parcerias com o setor privado e o setor privado procurando aumentar a sua visibilidade por meio de parcerias com os doadores. Como resultado, acho que podemos esperar para ver a importância do investimento social privado filantrópico aumentar em todo o mundo.

Elementos que orientam a decisão de investimento em projetos socioambientais pela USAID
. Propriedade - a USAID baseia-se na liderança, participação e comprometimento de um país e sua população;
. Capacitação - buscamos fortalecer as instituições locais, a transferência de competências técnicas, e a promoção de políticas adequadas;
. Sustentabilidade - produzimos programas para garantir que seus impactos sejam duradouros;
. Seletividade - alocamos nossos recursos baseados na necessidade, comprometimento local, e interesses em política externa;
. Avaliação - conduzimos cuidadosamente nossas pesquisas, adaptamos as melhores práticas, e desenvolvemos nossos programas em função das condições locais;
. Resultados - direcionamos nossos recursos para alcançar objetivos bem definidos, mensuráveis e estratégicos;
. Parcerias - pretendemos colaborar de perto com governos, comunidades, outros doadores, ONG's, setor privado, organizações internacionais e universidades;
. Flexibilidade - ajustamos nossos programas de acordo com as mudanças que ocorrem, a fim de gerar novas oportunidades e maximizar a eficiência;
. Responsabilidade - sistemas para garantir responsabilidade e transparência, incluindo controles rígidos contra corrupção são utilizados em nosso programa.



Ana Carolina Addario
Ideia Socioambiental on-line, 10/08/09

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Footecon anuncia patrocinadores

Fórum internacional de futebol, que acontece em dezembro, anuncia quatro novos investidores e se prepara para sexta edição do evento

A sexta edição do Footecon, importante evento na parte de negócios no meio futebolístico, ocorrerá nos dias 8 e 9 de dezembro, no Riocentro, no Rio de Janeiro. O tema deste ano é "Construindo 2014", a intenção é mostrar para as 12 cidades brasileiras que foram escolhidas para receber os jogos da Copa do Mundo de 2014, oportunidades de buscar parceiros e fornecedores.

O evento foi lançado na última quinta-feira, 16, em São Paulo e quatro patrocinadores já foram confirmados - Nike, Nestlé e CEG, que renovaram seus contratos, e a Kia Motors, que entra este ano.

A novidade da Footecon 2009 é a presença de clubes estrangeiros importantes no cenário mundial, que apresentarão seus cases de sucesso. É o caso do Manchester United, da Inglaterra, segundo clube mais rico do mundo - com receita anual de 324,8 milhões de euros, segundo a consultoria Deloitte. O clube já confirmou presença e irá mostrar como funciona a estrutura de seu departamento de futebol e suas ações na área de negócios.


Arthur Quezada
Meio & Mensagem Online, 11/08/09

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Fundo Amazônia já tem 60 projetos inscritos

A maior parte dos projetos que deram entrada para pedidos de financiamento vem do Pará, e o Amazonas ocupa o segundo lugar em inscrições

Ao presidir reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa) na sede do BNDES, no Rio de Janeiro, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou que 60 projetos de desenvolvimento sustentável já estão pleiteando financiamento. Três deles já foram enquadrados pelas normas do banco, e seis estão em vias de serem aprovados.

Minc destacou a importância da aprovação de "bons projetos", que possam servir de vitrine para obtenção de novas doações. Aprovado há um ano, o Fundo possui R$ 200 milhões em caixa. A maior parte dos projetos que deram entrada para pedidos de financiamento vem do Pará, e o Amazonas ocupa o segundo lugar em inscrições.

Ao elogiar a atuação do Governo Federal no combate ao desmatamento da Floresta Amazônica, o ministro avaliou que cerca de 90% das ações empreendidas para solucionar a questão estão relacionadas à repressão aos crimes ambientais, como o combate ao boi pirata, cancelamento de crédito aos desmatadores e o aumento em até três vezes das iniciativas de fiscalização, além da Operação Arco Verde - que leva alternativas de desenvolvimento sustentável e promove mudanças no modelo econômico nas regiões críticas de desmatamento na Amazônia.

Ainda de acordo com sua avaliação, cerca de 10% das ações contra o desmatamento têm a ver com a implementação de empreendimentos de desenvolvimento sustentável. Com o apoio de iniciativas como o Fundo Amazônia, o ministro disse ter "grande esperança" que em 2010 este índice aumente para cerca de 40%.

"A guerra contra o desmatamento será perdida se não conseguirmos criar uma base diferenciada para a economia da região amazônica, dentro de um modelo de desenvolvimento sustentável", disse o ministro. Segundo dados apresentados na reunião do Cofa, dos 43 municípios que mais desmatam na Amazônia - alvos prioritários da Operação Arco Verde -, em 23 destes as ações estão mais avançadas, contabilizando cerca de 100 mil atendimentos, por exemplo, na área de regularização fundiária.

O ministro disse ainda que um dos grandes desafios do governo é dar apoio para que sejam criados mecanismos para que esses municípios possam implementar ações e empreendimentos de desenvolvimento sustentável.


Redação do MMA
Envolverde, 10/08/09
© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

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Especialista dá dicas em Marketing Relacionado a Causas

Mobilizadora do Marketing Relacionado a Causas (MRC), a Rede Agente reúne organizações da sociedade civil (OSCs) interessadas em discutir parcerias comerciais entre empresas e o terceiro setor, que unem suas marcas em benefício mútuo. No final de setembro, Andrea Travassos, membro da Rede Agente e coordenadora da unidade de Negócios Sustentáveis do IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, foi convidada a compartilhar a sua experiência com a ferramenta.

O instituto decidiu diversificar sua carteira de mobilização de recursos em 2002. Até então, 60% do seu orçamento era oriundo de organizações não-governamentais estrangeiras ligadas à causa ambiental. O restante era proveniente de convênios com o governo brasileiro. Hoje, 50% dos cerca de 6 milhões de reais que sustentam o instituto são captados junto a empresas. Destes, 10% são de MRC. Andrea foi sabatinada por membros da Rede Agente sobre o caminho que o IPÊ percorreu para estabelecer parcerias com marcas como a Havaianas, Locomotivas, Conga e Faber Castell. Confira os principais trechos da conversa.

Rede Agente - Por que o Instituto Ipê decidiu utilizar a estratégia do Marketing Relacionado a Causas?
Andrea Travassos - O boom de organizações não-governamentais ocorrido na década de 90 dificultou o processo de captação de recursos. O cenário piora a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001. Muitos dos recursos direcionados à América Latina começam a ser endereçados para o Leste Europeu e o Oriente Médio. Percebendo este movimento, o instituto decidiu diversificar seu portfólio de captação, porque se sentia vulnerável em relação à continuidade de recursos que recebia. Concluímos que a estratégia correta era divulgar o IPÊ junto a empresas e investir em parcerias. Também tínhamos o objetivo de constituir um endowment fund (fundo patrimonial) que garantisse a sustentabilidade financeira da organização em longo prazo.

Rede Agente – A proposta vingou?
Andrea – Nos baseamos na experiência das fundações e universidades norte-americanas. Desejávamos ter um volume de dinheiro no banco gerando juros que bancassem as despesas administrativas do IPÊ. Porque, afinal, o desafio são as despesas administrativas. Quando vamos captar recursos os empresários se animam em dar dinheiro para onças, colar rastreador etc, mas o salário do pesquisador ninguém quer pagar. O endowment, criado com 1 milhão de reais captado com MRC, já cobre o déficit de nossas despesas administrativas. Mas a maior parte delas ainda é paga com 10% do valor de cada projeto.

Rede Agente – Como construir parcerias?
Andrea - O primeiro passo é identificar com quem você quer se relacionar. O ativo mais importante de uma organização é a credibilidade que ela constrói ao longo do tempo. É a capacidade de executar, de ter bons profissionais e de indicar bons resultados. Um relacionamento com instituições erradas pode colocar tudo a perder. Então, primeiro é pensar um pouquinho com quem queremos nos associar, e procurar os comuns, aqueles que têm sintonia com a nossa forma de agir.

Rede Agente – Então, conhecer o possível parceiro é fundamental?
Andrea – Claro. Para os dois lados, as parcerias são como relacionamentos. No IPÊ, nós temos um processo interno de aproximação e aprovação, uma fase de namoro. Temos de saber quem é a empresa, como é a condução dos negócios. O mesmo acontece do outro lado. Ninguém quer encontrar esqueletos no armário no meio do caminho.

Rede Agente – Este processo de aproximação é demorado?
Andrea - O tempo de cada organização é diferente. Nossa experiência mostra que a negociação com as empresas multinacionais ou que tenham uma estrutura hierárquica maior pode levar mais tempo. Isto porque a idéia deve ser vendida internamente para um número muito maior de pessoas. Mas o importante é ter persistência e não desistir, pois os resultados sempre compensam a dedicação e investimento para que a parceria ocorra.

Rede Agente - Como é essa parceria com a Faber Castel?
Andrea – Criamos uma coleção com lápis, caneta, borracha e lapiseira com desenhos de quatro animais da fauna brasileira, alguns deles pesquisados pelo IPÊ: o boto-cor-de-rosa, o mico-leão-preto, a onça-pintada e a arara-vermelha. A coleção foi muito bem recebida e fomos informados que a equipe de vendas está muito feliz por estar vendendo, além de um produto, uma causa. Quando o convencimento alia a qualidade do produto à qualidade da causa significa que a estratégia de MRC deu certo. Mas, além de ter uma ótima idéia, temos também de contactar a pessoa certa. Isto é o que faz a diferença.

Rede Agente – Vocês levaram a proposta pronta ou desenvolveram o produto junto com a empresa?
Andrea - Com a Havaianas e com a Faber Castell levamos uma proposta de produto e eles compraram a idéia. O Conga foi uma reprodução exata da nossa proposta. O objetivo é fazer com que a equipe de marketing consiga visualizar o produto e pense em escala de produção. Afinal, eles são os especialistas neste assunto. Mas o projeto sofre influência dos dois lados. A Faber Castell, por exemplo, sugeriu uma borracha redonda. Nós argumentamos que o ideal seria a borracha quadrada, para diminuir a perda de material quando cortada e eles concordaram.

Rede Agente – Mas como vocês desenvolvem as propostas e os protótipos?
Andrea - Nós temos muita ajuda dos conselheiros neste processo. Isso, aliás, é resultado de uma política interna do IPÊ. Optamos por uma estratégia de convidar profissionais de diferentes áreas - inclusive de comunicação, de marketing e de design - para o nosso conselho. Nós temos que entender que o conselheiro não deve ser uma pessoa figurativa. O nosso presidente costuma dizer que o conselheiro deve “give, get or go”. E é verdade. Ele tem que entender que deve contribuir para a existência da organização, abrir portas, adicionar valor com o seu conhecimento. Como sabemos que é difícil reunir todos os conselheiros, dividimos o grupo em comitês. Um deles, o de captação e visibilidade (composto por empresários, pessoas de comunicação e de design), trabalha junto com a direção executiva nas propostas. Eles ajudam desde o conceito até a criação de apresentações e desenvolvimento dos protótipos.

Rede Agente – Vocês investiram em um olhar do mercado dentro da organização...
Andrea – Exatamente. Até aquele momento, a organização tinha uma tradição histórica de pesquisa e ação em defesa da biodiversidade. Vindos do mundo corporativo, a presidente e o vice-presidente começaram a montar um conselho alinhado a uma postura mais estratégica em relação às empresas. Não é tarefa fácil, principalmente porque você tira a instituição da zona de conforto. Encontramos resistência interna. Além disso, a instituição investe em recursos sem necessariamente ter retorno de curto prazo.

Rede Agente – Quais foram as outras adaptações necessárias?
Andrea – Percebemos que com aquela linguagem de projetos não iríamos atingir muitas pessoas no meio corporativo. A tática foi investir em cursos ligados ao meio para ajudar a traduzir as nossas ações. Uma das saídas foi desenvolver planos de negócios, uma ferramenta que nos permitiu olhar bem para os nossos projetos e apresentá-los de forma consistente para os possíveis parceiros. Participamos do Prêmio Empreendedor Social Ashoka-McKinsey e, como finalistas, recebemos apoio para planejar nossas atividades. O Gustavo Wigman, que na época era consultor da McKinsey, se aproximou tanto do IPÊ que hoje é nosso conselheiro. Voltamos à questão do convencimento. Muitas vezes não teríamos dinheiro para pagar muitos de nossos colaboradores. Mas, pelo poder do instituto e de sua causa, as pessoas dedicam horas de trabalho voluntariamente.

Rede Agente - As empresas vêm com bons olhos vocês terem diversos parceiros em Marketing Relacionado a Causas?
Andrea - Nós levamos para os parceiros a movimentação em MRC do instituto. A nossa experiência é de as múltiplas parcerias fortalecem todos os envolvidos com o IPÊ porque funciona como divulgação da marca do instituto. A roda gira a favor de todos.

Rede Agente - Você acha que todo este processo só acontece com organizações a partir de um determinado porte?
Andrea – Todo este processo foi muito sofrido para o IPÊ. Principalmente quando víamos o sucesso de outras organizações e nos sentíamos como dentro de uma piscina com o braço levantado esperando ser escolhido. Por isso que qualquer organização deve estar convencida de que investir em equipe interna é o melhor caminho. Não adianta fazer um esforço para captar um mobilizador de recursos. Na minha cabeça isso não existe. Se a gente tem que vender sonhos, quem melhor para vender o sonho do que quem está ali o dia inteiro trabalhando para fazer acontecer? É ele que vai ter o brilho nos olhos para convencer do diferencial da organização e é isso que vende.

Rede Agente - E os insucessos? Como lidar com eles?
Andrea – Eles podem ser de vários tipos como o produto não virar, a empresa desanimar ou a negociação ser interrompida no meio do caminho. O Conga, por exemplo, não virou em vendas. Não sei se foi uma dificuldade de comunicação do ponto de vendas, se foi uma questão de preço do produto. Neste momento é bom sentar junto com a equipe e avaliar a situação. Além disso, persistência é um valor. Uma resposta negativa não deve ser encarada como um fator desanimador, mas apenas como mais um desafio para chegarmos ao ponto final dos nossos objetivos.


Fonte: IDIS
ABCR, 12/08/09

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Criança Esperança recebe projetos até 8 de setembro

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO seleciona projetos de organizações da sociedade civil sem fins lucrativos (incluindo OSCIPs) para o recebimento de apoio financeiro do programa Criança Esperança.

O processo seletivo público será coordenado e realizado pelo Setor de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO no Brasil, com sede em Brasília.

No processo seletivo público serão consideradas as principais referências e princípios conceituais previstos em documentos e convenções nacionais e internacionais, tais como, a Convenção Internacional das Nações Unidas sobre o Direito da Criança, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros.

Quem poderá concorrer?
Poderão candidatar-se organizações da sociedade civil sem fins lucrativos que apresentem projetos com o objetivo principal de promover a inclusão social, o empoderamento e o desenvolvimento humano e social e a educação inclusiva de grupos vulneráveis por meio de ações de educação, cultura, comunicação e informação, esporte e meio ambiente.

A organização proponente deve ainda preencher os seguintes quesitos:
- Ser legalmente constituída no país (possuir personalidade jurídica);
- Ter no mínimo dois anos de fundação e atuação;
- Possuir experiência na área temática proposta;
- Estar inscrita no Conselho Municipal e/ou Estadual e/ou Nacional de sua área de atuação (Conselhos de Assistência Social, Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos de Educação, Conselhos de Saúde);
- Apresentar contrapartida para o desenvolvimento do projeto.

Além de recursos financeiros, serão aceitos como contrapartida elementos que comprovem a capacidade instalada da organização proponente para a execução do projeto, incluindo instalações físicas adequadas e recursos humanos.

Que tipos de projeto poderão ser apoiados?
Poderão ser apoiados com recursos do Criança Esperança projetos desenvolvidos em, pelo menos, uma das seguintes áreas temáticas:
- Educação, especialmente “Educação para Todos” e educação preventiva para HIV/AIDS;
- Educação para o desenvolvimento sustentável;
- Inclusão social;
- Alfabetização funcional;
- Cultura como um instrumento de inclusão social;
- Acesso de jovens à informação, ao conhecimento e, também, ao uso de novas tecnologias;
- Crianças e jovens em situação de vulnerabilidade.

E que tenham como público alvo crianças, adolescentes e/ou jovens, de pelo menos, um dos seguintes grupos:
- em situação de pobreza e/ou vulnerabilidade e risco social;
- de minorias raciais (afro-descendentes e indígenas);
- em situação de rua;
- vivendo com HIV/AIDS;
- em projetos de prevenção e/ou reabilitação do uso de drogas;
- vítimas de violência e/ou abuso sexual e/ou doméstico;
- com deficiência;
- do gênero feminino em situação de vulnerabilidade pessoal e social.

Que critérios serão considerados na análise e seleção dos projetos?
Os projetos apresentados serão analisados e avaliados considerando os seguintes critérios:
- Inovação da proposta;
- Atuação em comunidades vulneráveis, situadas em regiões do país com baixos indicadores educacionais, sociais, de desenvolvimento humano, entre outros;
- Promoção ou estímulo ao fortalecimento da qualidade da educação formal;
- Estímulo à permanência de crianças, adolescentes e jovens na escola;
- Promoção da inclusão social;
- Estímulo e promoção do fortalecimento do vínculo familiar;
- Oferta de formação e qualificação profissional;
- Promoção da inserção de jovens no mercado de trabalho;
- Existência de rede de parcerias;
- Sustentabilidade financeira;
- Atuação com participação comunitária;
- Condições de replicabilidade (ou seja, de difusão e replicação do trabalho em contextos semelhantes);
- Capacidade de contribuir para a promoção do desenvolvimento da comunidade local;
- Qualificação da equipe técnica e administrativa; e
- Existência de capacidade instalada.

Qual o valor do apoio e a duração dos projetos?
Poderão concorrer projetos que solicitem apoio financeiro do programa Criança Esperança para um período de doze meses, não havendo valor mínimo e máximo para o financiamento.

Projetos que apresentem orçamentos de alto valor poderão ser financiados, desde que informem na proposta a existência de outras contrapartidas financeiras, reforçando o componente de sustentabilidade da iniciativa. Comprovação dessas contrapartidas será solicitada no caso de eventual seleção pelo programa Criança Esperança.

Que tipos de despesas não serão financiadas?
Não serão financiadas despesas com:
- a realização de edificações, qualquer tipo de obras ou benfeitorias e/ou reformas de estruturas físicas;
- o pagamento de taxas de gestão/administração ou provisões;
- o pagamento de juros ou multas de qualquer espécie.

Os recursos aportados pelo programa Criança Esperança ao projeto devem ser direcionados prioritariamente para a realização de atividades-fim (a exemplo de oficinas, cursos, treinamentos, capacitações, produção de materiais etc.) e/ou aquisição de equipamentos e bens permanentes (a exemplo de livros, DVDs, instrumentos musicais, de informática etc.). Não serão financiados projetos cujo orçamento esteja majoritariamente comprometido com o pagamento de recursos humanos e/ou alimentação.

Como participar da Seleção de Projetos?
As organizações proponentes deverão cadastrar seus projetos no site www.criancaesperanca.com.br através da opção “Inscrição de projetos”, entre os dias 08 de agosto a 08 de setembro de 2009.

Ao final do cadastramento do(s) projetos(s), a instituição deverá imprimir o “Formulário de projeto” e encaminhá-lo para a UNESCO junto com a documentação comprobatória em um único volume lacrado.

Cada organização proponente poderá encaminhar até três projetos, mas, somente um poderá ser contemplado.

Caso apresente mais de um projeto, a organização proponente deverá encaminhá-los separadamente, anexando em cada deles cópia da documentação comprobatória.

O encaminhamento dos projetos deverá ser feito por via postal impreterivelmente entre os dias 08 de agosto a 08 de setembro de 2009 para o endereço:
SELEÇÃO CRIANÇA ESPERANÇA 2009
UNESCO – Setor de Ciências Humanas e Sociais/Criança Esperança
SAUS Quadra 05 – Lote 06 – Bloco H – sala 910
70070-912 – Brasília/DF

Serão considerados no processo seletivo apenas os projetos que forem cadastrados no site www.criancaesperanca.com.br e, em seguida, encaminhados por via postal para a UNESCO até o dia 08 de setembro de 2009.

A UNESCO entenderá como data de encaminhamento a data de postagem dos projetos. Dessa forma, projetos que chegarem a UNESCO após o dia 8 de setembro de 2009, mas comprovarem postagem até esta data serão considerados no processo seletivo.

Projetos que apresentarem dados incorretos, incompletos ou inverídicos serão automaticamente eliminados, cabendo à organização proponente assegurar-se do correto envio da documentação e da veracidade das informações prestadas.

Não serão aceitos projetos que não atendam as orientações dispostas nesta convocatória, assim como, não serão aceitos projetos que forem encaminhados fora do prazo.

No caso de dúvidas sobre a elaboração e apresentação dos projetos, informações poderão ser obtidas única e exclusivamente por meio do endereço eletrônico criancaesperanca@unesco.org.br até o dia 28 de agosto de 2009.

O ato de inscrição pressupõe plena concordância com as orientações constantes nesta convocatória.

Qual a documentação necessária?
Ao encaminhar o “Formulário de projeto por via postal para a UNESCO, a seguinte documentação comprobatória deverá ser anexada a cada uma das propostas (no caso de haver mais de uma):
a. Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
b. Documentação jurídica (cópia do contrato social ou outro documento comprobatório do registro da organização);
c. Cópia da inscrição nos Conselho Municipal e/ou Estadual e/ou Nacional da área de atuação do projeto;
d. Resumo do currículo de cada um dos membros da equipe de coordenação do projeto.

Serão automaticamente eliminados os projetos que apresentarem documentação incompleta ou fora do padrão estabelecido nesta convocatória.

Documentação complementar será solicitada aos projetos selecionados no momento da elaboração do contrato. - Os projetos não serão devolvidos para as organizações proponentes, independentemente do resultado da seleção.

Como será feita a Seleção de Projetos?
A seleção dos projetos será realizada e coordenada pelo Setor de Ciências Humanas e Sociais da UNESCO no Brasil, em colaboração com os demais setores programáticos da Organização, segundo critérios apresentados nesta convocatória e de acordo com metodologia de seleção especialmente elaborada para o programa Criança Esperança.

A UNESCO entrará em contato somente com as organizações que forem selecionadas.

A UNESCO se reserva o direito de não divulgar as razões da não seleção de projetos, não cabendo recursos ou esclarecimentos sobre os resultados do processo.

Questões não previstas nesta convocatória serão decididas pela comissão responsável pelo processo seletivo.

Quando será feita a divulgaçãodos resultados?
O prazo previsto para a conclusão do processo seletivo é de cerca de três meses a contar da data de encerramento do período de recebimento de projetos, podendo esse prazo sofrer alterações.

A lista dos projetos selecionados será divulgada no site www.criancaesperança.com.br ao final do processo.

Clique aqui para baixar o texto completo do Processo Seletivo 2009


Fonte: Site Criança Esperança

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