quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Fundação Itaú Social lança sistematização de projeto com jovens

Fundação Itaú Social lança sistematização de metodologia de trabalho com juventude em evento na próxima semana. A capital paulista sediará o Seminário “Metodologias e Práticas de Programas com a Juventude” nos dias 10 e 11 de novembro. O objetivo é dar visibilidade ao tema juventude, colocando em debate propostas de intervenção social para este público. A realização é da Fundação Itaú Social, com coordenação técnica do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).

O ponto alto do Seminário é o lançamento da publicação “Jovens Urbanos – sistematização de uma metodologia”, que apresenta os eixos metodológicos do Programa Jovens Urbanos e as práticas adotadas no trabalho com juventude em regiões metropolitanas com alto índice de vulnerabilidade. “A intenção é disponibilizar os aprendizados obtidos ao longo das edições do Jovens Urbanos, contribuindo com instituições interessadas ou já envolvidas com programas para jovens e, contribuindo também para o avanço de políticas públicas para este público”, afirma a diretora da Fundação Itaú Social, Ana Beatriz Patrício.
Seminário de Metodologias e Práticas de Programas com a Juventude
No primeiro dia do evento, haverá uma mesa principal sobre o tema juventude e políticas públicas, com as presenças de Maria do Carmo Brant de Carvalho, coordenadora Geral Cenpec; Beto Cury, secretário nacional de juventude; Fernando Rossetti, secretário geral do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE); e Veet Vivarta, secretário executivo da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), que fará a mediação da mesa.

No dia seguinte, assuntos como cidade, educação e mundo do trabalho, cultura, tecnologias e gestão de programas serão abordados em grupos de trabalho. Gilberto Dimenstein, diretor da Cidade Escola Aprendiz; Maria Virgínia de Freitas, vice-presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) e diretora da ONG Ação Educativa; Lúcia Araújo, diretora do Canal Futura; e Wanda Engels, superintendente do Instituto Unibanco são alguns dos convidados que estarão presentes para enriquecer a discussão.

Para participar, confirme sua presença pelo tel. 0800 774 4848. Para mais informações e programação completa, acesse: www.fundacaoitausocial.org.br
Serviço:
Seminário de Metodologias e Práticas de Programas com a Juventude
Data: 10 e 11 de novembro de 2008, segunda e terça-feira.
Horário: dia 10 (das 14h às 17h30) e dia 11 (das 9h às 18h).
Local: Centro de Convenções Indianópolis.
Endereço: Av. Jabaquara, 2925 – São Paulo


Fonte: Rede Gife
Publicado pela ABCR

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Programas, projetos e processos

Completamente auto-explicativo.
Parabéns à Bia e equipe!

O Projeto
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O paraíso da tecnologia

Os brasileiros são campeões no uso de ferramentas da internet, mas as empresas ainda não ganham dinheiro com isso


Lan house em São Paulo: no mundo, o brasileiro é o que passa mais tempo conectado

Há tempos, o Brasil é visto como país emergente - mesmo antes do surgimento do BRIC, sigla criada por Jim O'Neill, economista-chefe do Goldman Sachs. A expressão significa que a economia brasileira tem perspectivas de se tornar uma potência, mas ainda precisa percorrer um caminho antes de chegar lá.

O título de promessa do futuro, porém, se restringe à economia. No universo da internet, o País é o queridinho das empresas de tecnologia, à frente de gigantes como EUA e China. Personalidades como Steve Ballmer, da Microsoft, e Craig Barrett, da Intel, se referem ao Brasil, citando a impressionante rapidez e facilidade com que a população adota novas tendências do mundo digital. Por exemplo: de acordo com o Ibope/NetRatings, os brasileiros são os líderes mundiais em tempo de navegação, somando quase 24 horas por mês. E veja que menos de 20% dos 180 milhões de habitantes do País têm acesso à rede. Mais: até 2010, o Brasil poderá ocupar o terceiro lugar no ranking mundial de venda de computadores.

Apesar de toda a popularidade da tecnologia por aqui, as empresas ainda não descobriram como transformar isso em receita. "As companhias do setor estão vindo para cá", afirma Marco Fernandes, sócio-diretor da SaleSolution. "Só não investem tanto quanto em outros países porque não têm garantia de retorno." A captação de publicidade online no mercado brasileiro ainda é tímida, se comparada à de outros países. Segundo o IAB, instituto de pesquisas, a internet recebe investimentos publicitários de R$ 470 milhões por ano. Nos EUA, a quantia supera US$ 21 bilhões.

Para Marcelo Coutinho, diretor de análise de mercado do Ibope Inteligência, as empresas deveriam explorar mais as redes sociais em suas ações de marketing e comunicação. "Nos sites de relacionamento, não é preciso investir nada para divulgar um trabalho. O retorno vem como reflexo do boca a boca", explica Coutinho. É o caso da jovem cantora Malu Magalhães. Desconhecida do grande público, lançou quatro músicas na internet, que rapidamente se transformaram em hits entre os internautas. Com isso, conquistou visibilidade na mídia e no mercado.

RECEITA REDUZIDA: a captação de publicidade online no Brasil ainda é tímida. Enquanto o País recebeu investimentos de R$ 470 milhões, em 2007, os Estados Unidos atingiram US$ 21 bilhões

A dificuldade em transformar a paixão dos brasileiros pela tecnologia em receita está relacionada ao baixo poder aquisitivo da população. Os grandes campeões de audiência da rede oferecem acesso gratuito. Aqui se encontra a terceira maior comunidade de usuários da linguagem de programação Java e o português é o segundo idioma entre os visitantes do Java.com. "O governo local é muito receptivo à linguagem e existe uma comunidade brasileira de desenvolvedores muito interessada", diz Jean Elliot, diretor da Sun Microsystems. Entre os usuários do sistema operacional de código aberto Open Solaris, também da Sun, o Brasil aparece em segundo lugar. O mesmo acontece com a Wikipédia. Na última semana, Jimmy Wales, co-fundador da enciclopédia online, veio ao Brasil para ampliar o time de colaboradores por aqui.

O sucesso mais impressionante, porém, é o Orkut, do Google. Dos 60 milhões de usuários ao redor do mundo, 53% estão no Brasil. Por isso, parte da administração do Orkut veio para cá. Para Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil, o portal reforça características culturais da população. "O brasileiro é muito intuitivo e curioso. Sai apertando botão e se identifica com as ferramentas, mesmo se estiverem em inglês", afirma. Outro motivo, segundo Coutinho, do Ibope Inteligência, é, mais uma vez, econômico. "As redes sociais substituíram o contato social que exigia deslocamento ou telefonemas e, por tabela, algum desembolso", diz ele. O bom desempenho se repete no serviço de comunicação instantânea - são mais de 37 milhões de brasileiros que usam diariamente o Windows Live Messenger, recorde no mundo. Já no YouTube, página de compartilhamento de vídeos, o País aparece em quarto lugar em visitas. O acesso às novidades da rede é também visto como trampolim social. "Tecnologia no Brasil sempre foi sinônimo de status", lembra Marco Fernandes. "Na época da reserva de mercado, poucos tinham computador. O que vemos hoje é fruto de uma demanda reprimida de anos."


Roberta Namour
Boletim IstoÉ Dinheiro - Edição 579

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ROI na calculadora?

O modelo econométrico pode ajudar a controlar o marketing pela matemática e estatística. Mas para funcionar, ele depende é de uma boa conversa

Em tempos de freio de mão puxado, muita gente se pergunta se é possível identificar estatisticamente se está ocorrendo algum tipo de desperdício dentro das ações de marketing. Em outras palavras, trata-se do retorno obtido sobre o investimento, o ROI.

A consultoria econômica LCA é uma das que emprega a estratégia chamada de Econométrica para anunciantes como a Ambev, empresa que planeja, executa e tenta controlar resultados de campanhas publicitárias a partir deste modelo que nada mais é do que a representação matemática da relação entre diversos fatores como, por exemplo, preço e share, investimento em publicidade e share, para identificar quando a queda de um representa a alta (ou a baixa) do outro.

"Fazemos duas análises. Uma sobre o perfil de cada ação de marketing isoladamente, para medir o ROI de cada uma delas, e outra mais global, sobre o orçamento total de marketing, que fornece as melhores opções para a alocação do budget entre marcas, contas e regiões", explica Cristian Andrei, CEO e diretor de Marketing ROI da LCA, que enxerga bastante espaço para crescimento desta ferramenta no mercado.

Mas o executivo lembra que, apesar de estatístico, o modelo não traz resultados concretos se os fatores que determinam o resultado não forem bem discutidos. Johan Landmark, diretor global gastos comerciais da InBev, divide a mesma opinião. Ele disse recentemente durante uma visita ao Brasil que o segredo para o modelo de controle de custos em marketing funcionar, é a discussão transparente sobre os fatores que serão avaliados para se descobrir o que os conecta entre si. "Não podemos separá-los em caixas-pretas", diz.


Felipe Turlão
Meio & Mensagem Online, 31/10/08

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Mobile Marketing deve movimentar US$ 150 mi em 2008

Segundo IDC Brasil, o valor corresponde às mensagens de texto enviadas pelos anunciantes

Estudo realizado pelo IDC Brasil mostrou que as mensagens enviadas pelos anunciantes para os celulares de consumidores movimentaram US$ 120 milhões no ano passado, o que fez com que mobile marketing respondesse por 10% de toda a receita das operadoras gerada pelos serviços de valor agregado. De acordo com a consultoria, esse valor deve ultrapassar os US$ 150 milhões até o final de 2008. O número total de mensagens e promoções está em torno de um bilhão por ano quando somadas todas as operadoras.

Em comparação aos Estados Unidos - onde o mercado já está mais maduro - outro levantamento mostrou que, apenas com mensagens de publicidade, o segmento movimentou cerca de US$ 105 milhões. "À medida que os telefones de terceira geração entrarem com força no mercado brasileiro, a tendência é que o País alcance rapidamente esse estágio. Atualmente, esses aparelhos respondem somente por 1,2% da base de celulares", diz Vinicius Caetano, analista de telecom da IDC. "A propaganda baseada em localização também deve se mostrar importante para o mobile. Porém, com o aumento no número de celulares com GPS, é o momento de se discutir profundamente a questão da privacidade para que a plataforma não seja inviabilizada", completa Caetano.

Para o analista, a maior dificuldade para o crescimento dessa mídia ainda é a falta de preparo das operadoras para fornecerem informações detalhadas aos provedores de conteúdo. "O mercado precisa ser segmentado e as operadoras precisam fazer estudos de suas bases para ofertar maior eficiência aos anunciantes", destaca.


Meio & Mensagem Online, 31/10/08

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Clubes investem na torcida mirim

Flamengo, Corinthians e São Paulo têm projetos para público infantil

De acordo com pesquisas (Datafolha e Placar), Flamengo, Corinthians e São Paulo são os três clubes de futebol mais populares do País. Ainda assim, essas agremiações investem decididamente na ampliação de suas torcidas. Todos eles desenvolvem projetos consistentes de conquista e fidelização dos torcedores mirins.

O Flamengo tem aprimorado os conteúdos específicos para a criançada em seu site, apostando em atividades interativas e na comunicação mediada por personagens exclusivos associados à tradição rubro-negra. Assim surgiram Uruba e Urubinha, versões atualizadas do mascote flamenguista que contam com um site exclusivo agregado à página oficial do clube. Ali, a galerinha pode ler a história do papai urubu e de seu filho, baixar papéis de parede e avatares, acessar jogos, imprimir material, colorir imagens online e baixar um relógio customizado para a área de trabalho do computador. O site é patrocinado pela empresa de brinquedos Plast-brinq, especializada em temas esportivos.

O trabalho mais elogiado, entretanto, é o site Urubródi, criado em parceria com a Fábrica de Quadrinhos. A principal atração são as caprichadas animações, o conteúdo para celular e os personagens que reproduzem características dos apaixonados pelo futebol. Segundo Ricardo Jorge Hinrichsen, vice-presidente de marketing do Flamengo, a idéia é fornecer um conteúdo altamente interativo, em uma linguagem próxima do universo da criança e do adolescente. "No Rio, por exemplo, já temos 53% da torcida", afirma. "Então, o objetivo maior é tratar bem esse nosso público e trabalhar com uma comunicação de qualidade."

No intuito de estreitar laços com os torcedores mirins, o departamento de marketing do Corinthians acaba de anunciar um pacote de projetos para o segmento. A partir de janeiro, o clube promoverá o Acampamento de Férias corintiano, com oficinas de futebol e atividades recreativas. O clube também fechou acordo com o cartunista Ziraldo para a atualização do Mosqueteiro, personagem símbolo do alvinegro, e para a criação da turminha do Corinthians. Segundo Caio Campo, gerente de marketing da agremiação, discute-se com a Editora Abril o lançamento de edições em quadrinhos com esses novos personagens. "Também teremos a Estrela como parceira em um projeto para licenciamento de brinquedos", anuncia.

Em parceria com a Friends Forever, o Corinthians mantém a Certidão de Nascimento do Corintiano. A empresa produz o livro Aconteceu Enquanto Eu Nascia, com um panorama da época em que a criança veio ao mundo. Obviamente, há páginas específicas sobre futebol, com destaque para o time do coração. Outra parceria do Timão, com a fábrica de bichos de pelúcia Happy Town, permitiu o lançamento de 20 diferentes personagens com o uniforme do clube.

Na recente pesquisa Datafolha sobre a preferência das crianças de 4 a 12 anos pelos clubes de futebol, o São Paulo obteve o segundo lugar, com 11%, atrás apenas do Flamengo. Mesmo assim, o clube aposta em um ritual de iniciação para garantir a fidelidade dos novos torcedores. Trata-se do Batismo Tricolor, que lembra uma cerimônia religiosa e oficializa a adesão dos petizes. Iniciada em 2006, a atividade ocorre no gramado do Morumbi e já teve a participação de 4,2 mil pessoas. Uma figura de "São Paulo" faz a leitura do compromisso de "são-paulinidade" e, depois, entrega aos batizados a camisa oficial do projeto e um certificado.

Segundo Julio Casares, diretor de marketing do clube, o São Paulo busca iniciativas de vanguarda em ações de marketing dirigidas ao público mirim. "Foi um acontecimento importante, por exemplo, ver o personagem Pernalonga vestindo a camisa do time, o que valoriza nossa marca", festeja Casares, referindo-se ao contrato de licenciamento firmado em 2007 entre o São Paulo e a Warner Bros. que permite a associação da imagem do clube a personagens do Looney Tunes.


Walter Falceta Jr.
Meio & Mensagem Online, 30/10/08

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Mauro Calliari assume exclusivamente Abril Educação

Executivo deixa vice-presidência de planejamento estratégico para se dedicar exclusivamente à presidência executiva da Abril Educação

O executivo Mauro Calliari está deixando a vice-presidência de planejamento estratégico para assumir exclusivamente à presidência executiva da Abril Educação, hoje composta das Editoras Ática e Scipione. A decisão, segundo a editora, vai permitir a Calliari "dar atenção integral à Abril Educação, que vem apresentando resultados excepcionais".

"Temos projetos importantes em Educação, um segmento que está na nossa Missão e no nosso DNA. A área de Educação é um dos pilares de crescimento do Grupo Abril, e o Mauro, além de sua reconhecida competência, vem demonstrando enorme disposição e grande entusiasmo em levar adiante nossos projetos", afirma, em comunicado, Giancarlo Civita, presidente executivo do Grupo Abril.


Meio & Mensagem Online, 30/10/08

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Honda, Nike e Dove patrocinam corrida feminina

Circuito Vênus, que acontece em São Paulo nos dias 15 e 16 de novembro; organização do evento espera receber cerca de 3,5 mil participantes

O Circuito Vênus, corrida só para mulheres que prioriza a qualidade de vida e combina corrida, yoga, massagens, test-drives e palestras, terá patrocínio e ativações das marcas Nike, Honda e Dove. A corrida será realizada no Jockey Club, em São Paulo, nos dias 15 e 16 de novembro. Nesta segunda etapa - a primeira foi disputada no Rio de Janeiro em setembro -, a organização do evento espera receber cerca de 3,5 mil participantes.

Na prova, as corredoras podem escolher percursos de 5 km ou 10 km. O valor para participar do circuito é de R$ 80, sendo que assinantes da Revista O2 e Prana Yoga Journal pagam R$ 60. As inscrições podem ser feitas através do site Circuito Vênus.

Aproveitando os espaços disponibilizados para ações dos patrocinadores, a Nike montará uma loja especial no lounge da prova e oferecerá 20% de desconto nos produtos expostos. O espaço também irá oferecer testes de pisada e permitirá que consumidor experimente alguns tênis da marca e kit Nike+ durante a corrida. As camisetas oficiais da prova, que farão parte do kit de todas as participantes, também são oferecidas pela Nike.

Já a Dove distribuirá faixas para o cabelo das atletas, além de diversas amostras de produtos que farão parte dos kits. No lounge da marca, as participantes poderão receber massagens e conversar com o psicólogo e psicoterapeuta, Marco Antonio De Tommaso, que falará sobre beleza feminina, saúde e auto-estima.

A Honda, por sua vez, permitirá que as corredoras e seus acompanhantes façam test-drives nos carros da montadora. No espaço da Honda, haverá um estúdio de fotos com um fotógrafo profissional a disposição para clicar as interessadas. Após o evento elas poderão baixar as fotos na internet.


André Lucena
Meio & Mensagem Online, 30/10/08

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Conferência discute Felicidade Interna Bruta

Índice internacional vira tema de encontro e secretário paulistano considera a possibilidade de aplicar avaliação.

Há muito tempo, questiona-se a eficácia de medir progresso através do crescimento do PIB - Produto Interno Bruto. Este índice mede o quanto cresceu a produção industrial e o consumo, sem medir a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida das pessoas.

Em meio a crise global, com governos e mercados preocupados com uma possível recessão mundial, há quem defenda que a busca por crescimento econômico está matando o planeta e precisa ser revista. Na busca por um índice mais eficaz do ponto de vista do Desenvolvimento Sustentável, foram criados no Butão, critérios que medem a Felicidade Interna Bruta (FIB). O FIB mede o progresso levando em consideração as dimensões sociais, ambientais, espirituais e econômicas.

Para divulgar este índice, aconteceu na quarta-feira (29), em São Paulo, uma conferência que contou com a participação de Karma Dasho Ura, coordenador das pesquisas sobre FIB no Butão, Michael Pennock, consultor sobre o Índice de Genuíno Progresso no Canadá, Susan Andrews, coordenadora da ecovila Parque Ecológico Visão Futuro e Ladislau Dowbor, economista e professor da PUC-SP.

Inspirada numa idéia de um país tão distante quanto o Butão, pequena nação asiática incrustada no meio do Himalaia, São Paulo pensa agora em medir o progresso com base na felicidade de seus cidadãos. O conceito de FIB, instituído no Butão em 1972, com a proposta de incorporar conceitos díspares como felicidade e progresso, alegria e desenvolvimento econômico, contam, desde já, com apoiadores dentro da administração municipal.

“A idéia do FIB é incorporar a felicidade - medida por critérios técnicos em questionários de até 150 perguntas - aos índices de desenvolvimento de uma cidade, Estado ou país”, explica a psicóloga e antropóloga Susan Andrews, organizadora da 1ª Conferência Nacional sobre FIB. Para medir o FIB, a percepção dos cidadãos em relação a sua felicidade é analisada em nove dimensões: padrão de vida econômica, critérios de governança, educação de qualidade, saúde, vitalidade comunitária, proteção ambiental, acesso à cultura, gerenciamento equilibrado do tempo e bem-estar psicológico.

“O FIB situa a felicidade como pivô do desenvolvimento, em oposição ao PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das transações econômicas de uma nação), que falha por não contabilizar os custos ambientais e inclui formas de crescimento econômico prejudiciais ao bem-estar da sociedade, como o corte de árvores”, afirma Susan.

Para ela, os bons resultados no Butão chamaram a atenção da ONU (Organização das Nações Unidas), que passou a estudar a implementação do exemplo butanês em outros países. Uma versão internacional está sendo elaborada no Canadá, com aplicação prática prevista para este ano. Karma Dasho Ura, coordenador das pesquisas sobre FIB no Butão, conta que mesmo com as diferenças visíveis entre o Butão e o Brasil (o país é do tamanho do estado do Rio de Janeiro, conta ainda com grande parte do território intocado e preserva a herança budista de respeito a vida), é possível adaptar o FIB para a realidade daqui. “Basta mostrar às pessoas que elas podem fazer uma auto-avaliação de suas condições de vida, direcionando-a para caminhos melhores”, afirma ele.

Segundo Michael Pennock, consultor sobre o Índice de Genuíno Progresso no Canadá, a métrica do PIB é muito estreita enquanto medida de bem-estar. “Precisamos repensar a maneira como estamos medindo o progresso. O FIB é mais abrangente que o PIB e, diferentemente do que muita gente imagina, é sim baseado em métodos científicos e não em questões filosóficas e religiosas”.

Pennock é categórico: “nesse momento de crise e instabilidade constatamos que nossos paradigmas precisam ser modificados. Esse turbilhão, embora penoso, será uma grande maré para mostrarmos a importância do FIB”.

Butão e Brasil
Até o início da década de 1970, uma brutal política de isolamento levou o Butão a concentrar os mais altos índices de pobreza, analfabetismo e mortalidade infantil do planeta. Em 1972, juntamente com a abertura econômica, o recém-empossado rei Jigme Singye Wangchuck criou o conceito de Felicidade Interna Bruta, para redefinir o significado de desenvolvimento social e econômico.

Hoje o Butão - cuja capital, Thimphu, com 50 mil habitantes, não possui semáforos e só conheceu televisão e internet em 1999 -, vê os índices de analfabetismo e mortalidade infantil despencarem, a economia se recuperar e as belezas naturais continuarem intactas, com 28% de seu território delimitado por parques nacionais. Desde o fim da década de 1990, observadores da ONU viajam ao País anualmente para estudar o jeito butanês de levar a vida. “As mudanças foram reflexo da maneira como os butaneses passaram a observar a vida, valorizando somente o que realmente interessa”, afirma Susan. “Eles se dizem, hoje, o povo mais feliz do planeta.”

No Brasil, um protótipo de FIB foi colocado em prática em abril, em Angatuba, a 181 km de São Paulo. Na capital, a idéia já conquistou um primeiro aliado: o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, que propõe, a partir de 2009, iniciar pesquisas de medição do FIB em subprefeituras da capital. “Seria uma maneira de a cidade contribuir com esse esforço internacional, com adaptações à realidade da metrópole”, disse. “O ideal seria começar numa subprefeitura central, como Pinheiros, e em outra periférica, como Parelheiros. É uma boa sugestão para a próxima gestão.”

Segundo Susan Andrews, o uso equilibrado do tempo é um dos indicadores do FIB. As pesquisas revelaram que falta tempo para muita coisa, tal como cuidar da família, mas em compensação, sobra tempo para ver televisão. “O que está errado? Como melhorar essa relação com o tempo”, questiona ela.

Para pesquisadores, a adoção do FIB, em conjunto com outros indicadores, tem o mérito de informar a população sobre sua percepção de bem-estar. “O PIB foi elaborado na década de 1950 e está defasado há muito como indicador de desenvolvimento de um país. O FIB complementa os indicadores de qualidade de vida, juntamente com o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, afirma o economista Ladislau Dowbor, consultor da ONU.

Como ressalva, há valores subjetivos que influenciam na avaliação das pessoas sobre a felicidade. “Para quem não tem nada, qualquer melhoria já representa um ganho enorme em relação ao bem-estar”, afirma o economista Flavio Comim, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). “Mas a ONU analisa o indicador com bons olhos.”

O que é avaliado:
1. Padrão de vida econômica
2. Educação de qualidade
3. Saúde
4. Expectativa de vida e longevidade comunitária
5. Proteção ambiental
6. Acesso à cultura
7. Bons critérios de governança
8. Gerenciamento equilibrado do tempo
9. Bem-estar psicológico


Naná Prado, do Mercado Ético
Envolverde, 30/10/08
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ONG oferece € 4,3 milhões para projetos de energia

A ONG internacional Parceria Energia Renovável e Eficiência Energética (REEEP, na sigla em inglês) está recebendo propostas que apóiem o desenvolvimento de mercados para energias renováveis e eficiência energética. A chamada para os projetos é a maior já realizada pela REEEP nos cinco anos de existência da entidade, com mais de € 4,3 milhões disponíveis para trabalhos em países menos desenvolvidos e em economias emergentes.

O programa recebe financiamento de um consórcio que abrange Austrália, Irlanda, Itália, Noruega e Reino Unido. Com uma contribuição significativa, a Austrália, onde a ONG está sediada, irá ajudar a intensificar os esforços da REEEP em pequenas ilhas do Pacífico. O Reino Unido e a Noruega, por usa vez, manterão o foco nas economias emergentes, enquanto Irlanda e Itália estarão voltadas para as necessidades da África.

A REEEP está aberta para projetos de países prioritários, como Brasil, China, Índia e África do Sul, e de todo o mundo em desenvolvimento. Com a experiência adquirida ao longo dos últimos cinco anos, a ONG irá construir parâmetros para definir prioridades e selecionar projetos.

A entidade procura agora engajar governos e instituições financeiras nesta iniciativa. Para isso, convida países com políticas e necessidades regulatórias específicas ou instituições que precisem de ajuda para financiar estrutura e modelos de negócios para desenvolverem projetos diretamente com a REEEP.

A esperança é de que, ao apoiar governos com os setores de energias renováveis e de eficiência energética de baixo risco, ou trabalhar com agências de desenvolvimento que estimulem negócios financeiros, o capital seja atraído para novos mercados.

Prazo
A chamada para o programa foi lança do no último dia 23. As propostas de concepção de projeto podem ser enviadas até 21 de novembro. O prazo para governos e entidades financeiras se inscreverem é 20 de fevereiro de 2009 – as demais instituições também têm até esse dia para submeter as propostas completas.

Para aumentar a eficácia operacional e a transparência do processo, todas as propostas serão submetidas para avaliação por meio de um programa online da REEEP de gerenciamento de informação.

A diretora internacional da ONG, Marianne Osterkorn, afirma que a parceria pode agora adicionar valor a várias áreas. “Nós estamos agradecidos a todos os doadores da REEP – Reino Unido, Noruega, Irlanda e Itália – e damos as boas-vindas à Austrália, mais novo doador do programa”.

Ela explica que a intenção é trabalhar com a Austrália no apoio a ilhas do Pacífico com o objetivo de desenvolver as fontes locais de energia e a segurança energética. “Nós também pretendemos intensificar nosso engajamento com governos e instituições financeiras em desenvolvimento para ampliar as chances de investimentos em infra-estrutura sustentável de energia”, completa.

A REEEP distribuiu € 3,2 milhões em 2007; € 2,2 milhões em 2006 e € 1,1 milhão em 2005.

Para obter mais informações sobre as inscrições no programa acesse http://www.reeep.org ou clique em http://www.reeep.org/11364/7th-reeep-programme-call.htm


Sabrina Domingos, do Carbono Brasil
Envolverde, 30/10/08
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