quinta-feira, 23 de abril de 2009

O poder grisalho: a vida começa aos 60

Apesar de o mercado descartar os mais velhos, há inúmeras oportunidades esperando por eles que, por meio da experiência, dão o tempero e o equilíbrio ideal que uma empresa, formada por jovens executivos ambiciosos, precisa.

Roberto Marinho começou muito cedo sua saga de empresário bem sucedido. Com apenas 21 anos, assumiu o comando do jornal O Globo, logo após o falecimento prematuro de seu pai. Desafio que abraçou como uma missão de vida ao criar um ícone do jornalismo impresso brasileiro. Mas foi aos 60 que atingiu o ápice: ergueu o maior império de comunicações da América do Sul, cuja ponta mais visível é a TV Globo – quarta maior rede de televisão do mundo.

Ray Croc era um obscuro vendedor de batedeiras de milkshake, com maior atuação na Costa Oeste dos Estados Unidos (Croc morava em Chicago, do outro lado do país). Visitando uma pequena lanchonete, vislumbrou uma inesperada oportunidade de negócio, depois de ouvir as lamúrias da família McDonalds. Sem pensar duas vezes, adquiriu o controle da lanchonete, transformando-a, em pouco tempo, na maior cadeia de “fast food” do mundo. Sabem quantos anos Croc tinha na época? Beirava os 55 anos. Hoje, um garoto hoje, mas um velho naquela época.

Os conhecidos casos acima refletem o poder que cérebros experientes possuem em discernir entre o certo e o errado, a oportunidade e a aventura. Ou seja, são mais capazes de tomar decisões com maior probabilidade de acerto. Habilidade única que só se conquista com os longos anos de estrada, mas que, curiosa e absurdamente, vem sendo paulatinamente desprezada. Ao contrário do que se via no passado, quando nos momentos de crise as empresas sempre demitiam os mais jovens e preservavam os mais velhos, para perenizar a cultura organizacional e conservar o conhecimento acumulado.

Isso, porém, ficou no passado. A crise financeira atual expõe uma quebra de paradigma que já vinha ocorrendo e que não se prestou muita atenção. Nos últimos dez anos, as empresas, de forma implacável, vêm preferindo os mais jovens, descartando os mais velhos. Tudo em nome da tão conhecida redução de custos. As conseqüências são óbvias, previsíveis e o ganho final da troca da experiência pelo menor custo não implica em efeito significativo no “botton line” das empresas. Acontece justamente o contrário. No final das contas, o custo da curva de aprendizado acaba por neutralizar a aparente economia.

Sem sombra de dúvidas, o que as empresas fazem conflita com o fenômeno da longevidade. Elas descartam exatamente aqueles que têm um histórico de sucesso e invejável acúmulo de competências. Desperdiçam talentos, gente qualificada, útil e que pode fazer a diferença. Parece existir um contra-senso nítido. Sobretudo porque nem é preciso ir fundo nos dados demográficos para constatar que o Brasil está envelhecendo; envelhecendo com saúde, energia, vontade e muito a contribuir.

A geração que fez dos anos 60 um espaço de imaginação e contestação entrou no milênio como representante de um novo poder, o "poder grisalho". Hoje, os “sessentões” totalizam 19 milhões de pessoas, ou 10,2% da população brasileira, de acordo com dados do IBGE. Trata-se de uma mudança significativa na estrutura etária do país, se considerarmos que na década de 40 eles representavam 4% da população.

São eles que, por meio da experiência, dão o tempero e o equilíbrio ideal que uma empresa formada por jovens executivos ambiciosos precisa. Sua contribuição para o amadurecimento das organizações brasileiras é indiscutível. É por essa razão que a demografia guarda uma íntima relação com a qualidade do processo de "mentoring" (transferência de aprendizado) nas empresas. Vivenciei vários casos durante minha carreira e até cito alguns no meu livro “Você Não Tem de Ceder”, Editora Campus/Ellsevier, 2007.

Não são apenas profissionais mais vividos em posições de destaque, premiados por seus longos anos de entrega e dedicação ao ofício. Como também, exercem a função de verdadeiros conselheiros, que partilham o conhecimento com seus aprendizes, estimulando-os a descobrir o que cada um tem de melhor. Possuem também a árdua missão de identificar e reter talentos que representam a futura liderança emergente.

Se você foi vítima dessa postura equivocada que as companhias ditas “modernas” têm em relação ao papel dos cabelos grisalhos na condução dos negócios, não se desespere, não pense que o seu prazo de validade expirou. Acredite, há inúmeras oportunidades à espera do seu talento. Como diria Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Seja o dono da sua própria vida, da sua carreira. Aguardem que nos próximos artigos discutirei meios e formas para garimpar essas oportunidades.


Julio Sergio Cardozo
CEO da Julio Sergio Cardozo & Associados e professor livre docente da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
www.cardozo-group.com
Hsm Online, 24/04/09

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Como selecionar um consultor

Referências rápidas para saber como escolher a contratação deste tipo de profissional

Um empresário procura um consultor e lhe pergunta:
- Quanto cobram para realizar uma consultoria?
O consultor responde:
- Primeiro encaminhamos uma proposta e em seguida cobramos 5 mil dólares para responder a três perguntas.
- Mas isto não é caro demais? – questiona o empresário.
- Pode ser – responde o consultor. – E qual é a sua terceira pergunta?

Tal como em qualquer atividade, na consultoria existem os bons e os maus profissionais.

Para evitar que você se arrependa após pagar a fatura, existem algumas dicas simples que, postas em prática, poderão ajudar a selecionar um bom consultor.

Antes de tudo, tente aprender os aspectos básicos do seu problema, assim como conhecer as opções para a sua solução.

Obtenha informações junto a especialistas – dentro ou fora da empresa – e teste o candidato a consultor, fazendo a ele perguntas sem sentido. Se ele concordar, é uma boa oportunidade para despachá-lo de volta para o lugar de onde veio.

Desconfie dos supostos resultados milagrosos. Faça perguntas objetivas e exija respostas objetivas. Não aceite “eu acho”, pois, como diziam Vadico e Noel Rosa: "Quem acha, vive se perdendo!"

Peça exemplos comprovados. Caso não existam, então os resultados não são assim tão extraordinários.

Evite os termos muito técnicos. Peça que lhe explique a solução por meios simples. Caso este consultor insista em não o fazer, pergunte-se como será possível que ele transmita suas idéias às pessoas que a irão implementar.

Finalmente, naquela situação clássica em que o consultor começa a recitar uma lista impressionante de clientes que ele "salvou", peça apenas que apresente você a um deles. Se a lista não for verdadeira, é provável que ele comece a gaguejar ou invente qualquer desculpa.

O que fazer? Agradeça e procure um consultor profissional. Esse aí só serve para dar palestras de motivação.


Abraham Shapiro
Consultor e coach de líderes. E-mail: shapiro@shapiro.com.br.
HSM Online, 23/04/09

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Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome investe R$ 1,5 milhão em projetos de educação alimentar e nutricional

Por meio de edital público, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) selecionará projetos de educação alimentar e nutricional a serem desenvolvidos em equipamentos públicos conveniados, contratados ou co-financiados pela Pasta, tais como Bancos de Alimentos, Restaurantes Populares, Cozinhas Comunitárias e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

A meta é firmar 10 convênios com Municípios das regiões metropolitanas, do Semiárido e dos Territórios da Cidadania com investimento total de R$ 1,5 milhão. Cada projeto poderá receber o máximo de R$ 150 mil provenientes do Ministério. Os Municípios interessados têm até o dia 13 de maio para enviar os projetos, conforme os critérios estabelecidos no Edital MDS/SESAN nº 02/2009, que está disponibilizado no site do MDS: www.mds.gov.br/editais.

O Programa de Educação Alimentar e Nutricional desenvolve ações que incentivam a prática de uma alimentação adequada e saudável, de modo a estimular a autonomia do indivíduo e a mobilização social. Também espera auxiliar na prevenção de doenças relacionadas ao consumo alimentar inadequado como a desnutrição, a obesidade e a anemia, entre outros.

Os critérios de seleção e pontuação desse edital levarão em consideração a caracterização da situação de segurança alimentar e nutricional no Município, objetivos claros e possíveis de alcançar, além da adequação e detalhamento da metodologia.

Os gestores interessados em concorrer à seleção pública poderão participar de uma mesa técnica que será realizada pela Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS - por videoconferência - nesta sexta-feira (24/4) entre às 9h e 10h30 (horário de Brasília). O objetivo é sanar as dúvidas sobre o credenciamento e posterior cadastramento de propostas no Sistema de Convênios (SICONV).

A transmissão do evento em tempo real poderá ser acompanhada pela internet. Para isso, basta acessar o site: www.saude.gov.br/emtemporeal usando o navegador Internet Explorer. Dúvidas e perguntas prévias poderão ser encaminhadas para o correio eletrônico: educacaoalimentar@mds.gov.br até as 18h desta quinta-feira (23), ou pelo telefone: (61) 9321-0248 durante toda a transmissão do evento.

Serviço
Videoconferência sobre o Edital n.º 02/2009 – Educação Alimentar e Nutricional – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Data: 24 de abril de 2009 (sexta-feira)
Horário: 9h às 10h30 (horário de Brasília)
Acesso: www.saude.gov.br/emtemporeal

Informações para imprensa
Adriana Scorza / Dimas Ximenes
(61) 3433-1052
ASCOM/MDS


Adriana Scorza
Site do MDS, 23/04/09

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Guitarras pintadas por grafiteiros são leiloadas em Londres

As guitarras que irão a leilão foram pintadas por grafiteiros brasileiros e britânicos
Foto Antonio Silva/BBC


Doze guitarras Gibson pintadas por grafiteiros brasileiros e britânicos vão a leilão no próximo dia 29 de abril, em Londres, para ajudar a levantar fundos para projetos sociais no Brasil.

Os instrumentos trabalhados por nomes como Speto e D*Face ficam expostos na galeria The Print Space, no leste de Londres, a partir desta quinta-feira (23), até 11 de maio.

Por trás da iniciativa, intitulada "A Força da Rua", está a ONG britânica ABC Trust, que realiza projetos com crianças de rua no Brasil.

Andrew Webb, diretor-executivo da organização, disse à BBC Brasil que espera que o leilão renda pelo menos 30 mil libras (cerca de R$ 96 mil), que serão destinados a 12 projetos em São Paulo, Rio, Salvador e Recife.

A ABC Trust foi fundada pela brasileira Jimena Page, mulher de Jimmy Page, guitarrista do Led Zeppelin.


BBC Brasil
Folha Online, 23/04/09

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Conferência arrecada US$ 260 milhões contra pirataria na Somália

Doadores da comunidade internacional arrecadaram cerca de US$ 260 milhões (R$ 571 milhões) para reforçar a segurança na Somália e contribuir para o combate à pirataria que assola os mares do golfo de Áden, anunciaram fontes espanholas.

O comissário de Desenvolvimento e Ajuda Humanitária da União Europeia (UE), Louis Michel, anunciou na saída da reunião que foi superado o objetivo de ajuda à Somália que tinha sido fixado para a conferência internacional de doadores realizada nesta quinta-feira, em Bruxelas.

Na saída da reunião, Michel disse à imprensa que "o objetivo foi superado", mas não deu detalhes. A UE e a ONU (Organização das Nações Unidas), promotoras da conferência, tinham proposto arrecadar pelo menos 162 milhões de euros (R$ 464 milhões) para um período de um ano, a fim de ajudar o novo governo somali a atacar as raízes da pirataria. EFE

Segundo Michel, as contribuições incluem ainda equipamento e material de ajuda humanitária, além das doações em dinheiro.

Os ataques de piratas aumentaram rapidamente nos últimos anos. Mais de 130 foram registrados em 2008, incluindo mais de 50 sequestros. Os piratas normalmente liberam os navios e suas tripulações depois do pagamento de altos resgates pelas empresas de transportes marítimos. Calcula-se que, apenas no ano passado, foram pagos mais de US$ 80 milhões em resgates.

"Restaurar a segurança e estabilidade na Somália é vital para o sucesso da reconciliação e a sobrevivência da unidade do governo", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante a conferência. "Ainda falta muito a fazer".

Ban reiterou, contudo, que a ONU não tem planos de enviar força de combate à Somália. Segundo o secretário-geral, as forças de paz irão ao país apenas quando "as circunstâncias e condições forem apropriadas".

O aumento da frequência dos ataques levou a um maior patrulhamento das águas sem lei do golfo de Áden. Somália e Iêmen, países que margeiam o golfo, não tem condições de impedir a atuação dos criminosos. O golfo de Áden é uma das rotas marítimas mais usadas no mundo para o escoamento de mercadorias entre Europa e Ásia pelo Mar Vermelho.


Folha Online, 23/04/09

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Bancos de desenvolvimento oferecem US$ 90 bi a América Latina

O Banco Mundial (Bird), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e outras instituições multilaterais anunciaram nesta quarta-feira o desbloqueio de US$ 90 bilhões para a América Latina nos próximos dois anos.

O Bird está disposto a liberar US$ 35,6 bilhões, o BID, US$ 29,5 bilhões, e a Cooperação Andina de Desenvolvimento, US$ 20 bilhões, afirmaram estas instituições em comunicado comum.

O Banco Centro-Americano de Integração Econômica e o Banco de Desenvolvimento do Caribe também vão contribuir, respectivamente com US$ 4,2 bilhões e US$ 500 milhões.

As instituições querem colocar à disposição mais recursos para os países da região, abalados pela crise mundial, que reduziu o acesso aos mercados financeiros.

O anúncio foi feito depois de alguns economistas terem expressado o temor de que a América Latina, que não é considerada como a região mais atingida pela recessão, tenha dificuldades para conseguir financiamentos com as instituições mundiais.

"A América Latina e o Caribe realizaram progressos econômicos e sociais importantes nos cinco últimos anos, e precisamos garantir que o choque externo da crise mundial não estrague esses avanços", declarou o presidente do Bird, Robert Zoellick.

Durante o período, o crescimento da América Latina foi em média de 5,3% por ano. O Bird prevê para este ano redução de 0,5% a 1,5% do PIB (Produto Interno Bruto) da região. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) aposta em contração de 1,5%.

"A América Latina conseguiu retirar 52 milhões de pessoas da pobreza entre 2002 e 2007, mas esta tendência ainda pode se inverter", avisaram as instituições multilaterais.

Augusto de la Torre, chefe da equipe econômica do Bird para a América Latina, afirmou nesta quarta-feira que se a recuperação econômica demorar muito, até quatro milhões de latino-americanos poderão cair abaixo da linha de pobreza em 2009, e outros dois milhões que poderiam sair deste patamar serão privados dessa possibilidade.

O BID ressaltou que continuará tentando aumentar seus recursos, "para seguir apoiando a região em suas necessidades de financiamento".


France Presse
Folha Online, 22/04/09

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Entidades dizem que vão reduzir ou cortar doações a ONGs ligadas a Igreja Católica

A crise econômica chegou à Igreja Católica. O bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira, ONG ligada à igreja, dom Luiz Demétrio Valentini, disse que diversas organizações internacionais que costumavam doar para a instituição já informaram que vão reduzir ou vão parar de doar.

Sem citar o quanto a igreja recebe hoje e qual a expectativa de perda, dom Demétrio avalia que, a partir de agora, terão de contar ainda mais com fontes de receitas próprias, como as doações de fiéis e campanhas específicas, que englobam dioceses de todo o país.

"Graças a Deus não dependemos tanto das doações internacionais. Estamos numa situação relativamente tranquila, em que determinadas comunidades podem se autofinanciar. É claro que isso ainda não acontece com todas", disse o bispo nesta quarta-feira, primeiro dia da 47ª Assembleia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em Indaiatuba (a 102 km de SP).

Segundo dom Demétrio, essas instituições estão preferindo beneficiar regiões mais pobres que o Brasil, como países da África e da Europa Oriental.

O assunto crise foi debatido em boa parte do encontro de hoje. Pela manhã, na abertura do evento, o arcebispo de Manaus (AM) e vice-presidente da CNBB, dom Luiz Soares Vieira, afirmou que uma série de problemas assola o Brasil, entre eles a crise financeira.

"Há um grande cardume de problemas, especialmente os efeitos da crise financeira e econômica, a corrupção e a violência, que aguardam a solicitude missionária da igreja para serem assumidos à luz da Ressurreição, e transformados em caminho de vida nova para todos".

À tarde, os 330 bispos reunidos no mosteiro de Itaici debateram a conjuntura econômica e política brasileira. Em documento não oficial, um grupo de técnicos da CNBB fez uma crítica ao sistema financeiro e comparou os fóruns Econômico, realizado em Davos (Suíça), e Social, em Belém.

"Enquanto em Belém do Pará cresce a consciência planetária e consolida-se a rede solidária mundial a partir do Sul, os 'global players' do capitalismo reunidos em Davos pedem socorro ao Estado."

No texto, há citações sobre os escândalos do Congresso. Esse documento não foi votado pelos bispos, mas parte dele pode ser inserida na carta oficial da Assembleia Geral da CNBB que deve ser redigida no último dia do encontro, em 1º de maio.

O tema central do evento é "Formação presbiteral: desafios e diretrizes". Os bispos discutem também a iniciação à vida cristã e a missão do Brasil no continente americano.


Afonso Benites
Folha Online, 22/04/09

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