quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Treze países debaterão desenvolvimento local em Cuiabá

A Expo Brasil 2008 será aberta no dia 12 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal

Cuiabá (MT) sediará, entre os dias 12 e 14 de novembro, a VII Expo Brasil Desenvolvimento Local, palco do mais expressivo debate e da maior troca, no contexto nacional e internacional, de experiências de desenvolvimento local como estratégia de inclusão e transformação social. Cerca de sete mil pessoas de todo o Brasil e do exterior participarão da sétima edição do evento, que este ano contará com a presença de outros 13 países (Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Cuba, Costa Rica, Cabo Verde, Estados Unidos, Nicarágua, Peru, Paraguai, Portugal e Uruguai).

A Expo Brasil 2008 será aberta no dia 12 de novembro, no Centro de Eventos do Pantanal, com destaque especial para uma ampla feira com exposição de produtos sustentáveis, projetos inovadores, atividades culturais e ambientes de aprendizagem coletiva. Entre as autoridades e os especialistas com participação prevista está o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, com a conferência "Desenvolvimento Sustentável em Bases Territoriais" (12/11, às 17h).

Importantes temas em foco no cenário internacional também serão abordados na Expo Brasil, como a "Crise mundial dos alimentos: oportunidades e riscos", que terá como conferencista Milton Rondó, do Ministério das Relações Exteriores; "Desenvolvimento Sustentável em grandes metrópoles: é possível?", que reunirá o movimento Nossa São Paulo; "Biocombustíveis", "Evolução do Desmatamento da Amazônia" e "Impactos das Mudanças Climáticas na Agricultura" também são alguns dos assuntos da programação.

A VII Expo Brasil é considerada ainda um dos eventos nacionais em celebração do Ano Internacional do Planeta Terra (2007-2008-2009) da ONU, que está sendo coordenado em todo o mundo pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com a União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS). Tendo como tema central "Ciências da Terra para a Sociedade", o Ano contará, no dia 12/11, com uma palestra relacionada ao desenvolvimento local a ser proferida pelo conselheiro Sênior do Ano Internacional no Brasil, Carlos Oití, do Ministério de Ciência e Tecnologia.

O evento, que teve sua primeira edição em Brasília, em 2002, volta a acontecer na região Centro-Oeste depois de seis anos. Além de reunir palestras, painéis temáticos, debates, apresentação de experiências, oficinas, minicursos, um circuito de TV ao vivo e a feira de produtos, a Expo Brasil 2008 terá uma Mostra de Tecnologias Sociais. Coordenada pela Rede de Tecnologia Social (RTS), a Mostra apresentará algumas das melhores iniciativas existentes no país nas áreas de saneamento, habitação, sistemas integrados de produção, tecnologias associadas a processos produtivos, energia renovável e água. Como exemplos estarão presentes o fogão ecoeficiente, o aquecedor solar de baixo custo e um método inovador de ensino de matemática para pessoas com deficiência visual.

Outro destaque da programação será o Encontro de Prefeitos, promovido pela Confederação Nacional dos Municípios e Associação Mato-Grossense dos Municípios, que reunirá os novos gestores municipais. Outros encontros paralelos também serão realizados, tais como o Encontro Regional de Comercialização Solidária, a V Feira de Roças e Quintais e o V Encontro de Agroecologia.

Eixos temáticos
A programação da Expo Brasil está norteada em quatro eixos temáticos principais, que se entrelaçam: Governança democrática, que envolve as redes sociais, a democracia participativa e os mecanismos inovadores de gestão compartilhada nos territórios (fóruns, conselhos, consórcios, pactos, agências); Inclusão produtiva, que engloba novas dinâmicas econômicas de base territorial e sistemas integrados de fomento (economia solidária, comércio justo, alternativas de financiamento, aplicação de tecnologias sociais, incubação de empreendimentos); Meio Ambiente e Vida Sustentável, com atenção especial aos Biomas Cerrado, Pantanal e Amazônia (mudanças climáticas, preservação florestal, biocombustíveis, reciclagem de resíduos, renovação e sustentabilidade de ambientes urbanos); e Integração Latino-americana (intercâmbio de iniciativas, novas dinâmicas comerciais, fluxos de cultura e conhecimento).

Cultura, comunicação e dinâmicas de rede são dimensões transversais da programação, que permeiam o evento e atravessam os quatro eixos acima.

A exemplo de suas seis primeiras edições – 2002 (Brasília/DF), 2003 (Belo Horizonte/MG), 2004 (Olinda/PE), 2005 (Fortaleza/CE), 2006 (Salvador/BA) e 2007 (Natal/RN) –, a Expo Brasil de Cuiabá deverá reunir centenas de instituições e redes envolvidas com o tema desenvolvimento local. Na sua sétima edição, conta com a participação de agências nacionais e regionais, ministérios, governos estaduais, prefeituras e centenas de entidades da sociedade civil, além de organismos internacionais, fundações, universidades e colegiados (fóruns, conselhos, consórcios) de todo o país. Mas sua principal força está na participação ativa de agentes locais, atores da base da sociedade que promovem, em seus territórios, o cotidiano das iniciativas de desenvolvimento sustentável.

A Expo Brasil Desenvolvimento Local conta, em 2008, com o patrocínio do Sebrae, da Petrobras e do Governo do Estado do Mato Grosso. Também estão entre os potenciais patrocinadores deste ano o Banco do Nordeste, Furnas e o Governo Federal, por meio de diferentes ministérios, como o Ministério do Meio Ambiente, o Ministério do Desenvolvimento Agrário, o Ministério do Trabalho e Emprego e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, entre outros.

Outras Informações: www.expobrasil.org.br


Notícias da Rede - Nº 55, 22/10/08

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Informalidade ajuda mais a deixar pobreza

Dados de seis regiões metropolitanas do Brasil indicam que trabalho informal tira mais pessoas da pobreza do que trabalho com carteira

Nas maiores regiões metropolitanas do Brasil, o emprego informal tira mais pessoas da pobreza do que o emprego formal, afirma um estudo publicado pelo Centro Internacional de Pobreza, um instituto de pesquisa do PNUD em parceria com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O documento indica, porém, que o trabalhador com carteira registrada tem menor chance de entrar na pobreza.

Em artigo intitulado Where are the Jobs that Take People Out of Poverty in Brazil?, os autores do estudo sintetizam os resultados, que têm como base números de 2004 da Pesquisa Mensal de Empregos, feita pelo IBGE em seis regiões metropolitanas de capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador.

No texto, os pesquisadores Rafael Ribas, do Centro Internacional de Pobreza, e Ana Flávia Machado, do CEDEPLAR (Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, ligado à UFMG), analisam a mobilidade social de trabalhadores pobres, classificando a população de 18 e 60 anos em três grupos: trabalhadores formais, trabalhadores informais e desempregados. São definidos como pobres os que têm renda per capita inferior a 60% da mediana (teto da remuneração dos 50% que ganham menos).

Dos trabalhadores pobres no setor informal em um dado mês, 3% ficavam acima da linha de pobreza no mês seguinte. No setor formal, o percentual era de apenas 1%. Entre os desempregados, 6% da população deixava de ser pobre todo mês.

É sobre esse percentual de desempregados que o artigo mais se debruça. "O resultado mais interessante é que apenas 14% dos desempregados apresentam mobilidade positiva por encontrar um emprego formal. Isso sugere que o setor formal não ajudou tanto as pessoas a escaparem da pobreza quanto o setor informal. Trabalhos informais responderam por 37% da mobilidade ascendente experimentada pelos desempregados”, afirma o texto.

Por outro lado, a chance de desempregados e trabalhadores informais caírem na pobreza é maior: a cada mês, 3% e 4%, respectivamente. Entre trabalhadores que ocupam postos no setor formal, 2% viram pobres a cada mês. "Trabalhadores do setor informal, desta forma, estão mais propensos a cair na pobreza por estarem desprovidos de proteção durante períodos de turbulência econômica", observam os autores.

Os pesquisadores salientam a importância da geração de empregos como forma de reduzir a pobreza urbana. "Obviamente, o setor formal oferece as melhores condições para os trabalhadores, mas no Brasil os pobres têm um acesso muito limitado a esse setor." Eles sugerem ênfase na criação de postos de trabalho formal, oferta de cursos de especialização e expansão do crédito para pequenas empresas. "Melhores redes que protejam tanto trabalhadores formais e informais deve ser uma política alternativa efetiva no curto prazo", concluem.


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PNUD Brasil, Boletim nº 512, 21/10/08

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