quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Inscrição de propostas aberta para as programações de 2009 nos Centros Culturais BNB

O Banco do Nordeste do Brasil divulgou a abertura do prazo para inscrição de propostas para as programações de 2009, a serem desenvolvidas nos Centros Culturais BNB de Fortaleza - área metropolitana da capital cearense; de Cariri - localizado em Juazeiro do Norte (CE) e com atuação estendida a municípios daquela região; e de Sousa (PB) - que alcança os municípios integrantes da região do Alto Sertão Paraibano.

As propostas deverão ser apresentadas até 30 de setembro e os projetos poderão contemplar os seguintes segmentos: artes cênicas, artes visuais, literatura, música, manifestações artísticas da tradição cultural nordestina, atividades culturais infantis, cursos de apreciação de arte e oficinas de formação artística.

O Edital e os modelos de formulários para inscrição estão disponíveis nos Centros Culturais, nas Agências do BNB e na Internet, no site www.bnb.gov.br/cultura.
O resultado da seleção será divulgado no dia 5 de dezembro, no mesmo endereço eletrônico.

Oficinas de Orientação
Com o objetivo de orientar os artistas, produtores, gestores culturais e demais interessados para a elaboração das propostas e preenchimento dos formulários serão realizadas, neste mês de setembro, três oficinas em Fortaleza (dias 6 e 12, às 14h; e dia 18, às 10h), três no Cariri (dia 6, às 17h; dia 12, às 15h; e dia 24, às 17h), e duas em Sousa (dias 16 e 23, às 16h).

Informações: (85) 3464-3108 ou Rua Floriano Peixoto, nº 941 - Centro - Fortaleza; (88) 3512-2855 ou Rua São Pedro, nº 337 - Centro - Juazeiro do Norte; e (83) 3522-2980 ou Rua Cel. José Gomes de Sá, nº 7 - Centro - Sousa.

Fonte: RRNE/MinC

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Reduzir pobreza requer US$ 50 bilhões ao ano, afirma Unctad

A maior parte dos países em desenvolvimento não poderá atingir o objetivo do Milênio de reduzir a pobreza pela metade caso não haja um aumento anual da chamada AOD (Assistência Oficial para o Desenvolvimento) de mais de US$ 50 bilhões.

A conclusão foi tirada pelo relatório sobre comércio e desenvolvimento de 2008 da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento), titulado "Preços dos produtos básicos, fluxos de capital e financiamento do investimento".

"Caso não injetemos no sistema US$ 50 bilhões ou US$ 60 bilhões anualmente não poderemos cumprir os objetivos estabelecidos pela ONU", afirmou em entrevista coletiva o secretário-geral da Unctad, Supachai Panitchpakdi, ao apresentar o relatório.

"Apesar de os desembolsos terem aumentado consideravelmente, a maior parte dos doadores não está em dia com suas promessas de AOD", disse.

"Além disso, continua havendo uma diferença considerável entre as correntes reais de AOD e as estimativas da ajuda necessária para aplicar medidas que permitam alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio', acrescentou.

O relatório critica o condicionamento, em muitos casos, de ajuda ao cumprimento de vários critérios de boa governabilidade, "embora existam opiniões muito variadas sobre o conceito de instituições e políticas adequadas e apesar das poucas provas de que a governabilidade influencie efetivamente a eficácia da assistência".

O texto também diz que a eficácia da ajuda deveria ser calculada em função de objetivos claramente definidos e lembra que a Declaração do Milênio coloca em primeiro plano os objetivos de desenvolvimento humano, mas às custas do crescimento econômico em longo prazo.

Os analistas da Unctad comprovaram que a AOD destinada à saúde, à educação e a outros serviços sociais aumentaram consideravelmente em detrimento da proporção destinada a aperfeiçoar a infra-estrutura econômica e a fortalecer os setores produtivos.

"A Unctad considera que a ajuda aos serviços sociais é essencial e está bem justificada, mas a redução sustentada da pobreza depende ainda mais da intensificação do aumento da receita e da criação de empregos."

Segundo os economistas da Unctad, para melhorar a eficácia da ajuda poderia se potenciar a AOD com o financiamento interno dos investimentos por meio da criação ou do reforço de instituições que conduzam à assistência a projetos de investimentos públicos e privados financiados junto com instituições financeiras nacionais.

A agência da ONU considera que deveria se canalizar todo o aumento da AOD para os países mais pobres, "que são os que possuem mais dificuldades para iniciar processos auto-sustentáveis de investimento e de crescimento".

Caso estes US$ 50 bilhões fossem necessários para cumprir os Objetivos do Milênio, demandaria um valor "muito mais alto para responder às necessidades financeiras para investimentos produtivos que garantam que a redução da pobreza seja garantida após esta data", acrescenta o texto.

Commodities
Por outro lado, o relatório se refere ao aumento do preço dos produtos básicos, do qual os países em desenvolvimento se beneficiaram, mas diz que "estas nações devem continuar se concentrando na diversificação econômica e na industrialização sustentada".

"Os alarmes já estão tocando sobre uma queda brusca dos preços dos produtos básicos. Nós recomendamos a rápida diversificação da economia para afastar a dependência das exportações", afirmou Panitchpakdi.


Marta Hurtado
Folha de São Paulo, 04/09/08

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Comissão quer Orçamento participativo

No mês em que o governo federal contabiliza o maior montante de investimentos dos últimos oito anos (R$ 14 bilhões de janeiro a agosto), a Comissão de Orçamento do Congresso se prepara para criar uma nova modalidade de emenda. Além das emendas parlamentares individuais e coletivas, haverá a emenda popular para a proposta orçamentária.

A comissão quer instituir o Orçamento participativo federal. A idéia é fazer votações com os cidadãos que participam das audiências públicas no país para definir investimentos locais. Hoje as propostas apresentadas nos seminários são encaminhadas para as bancadas no Congresso, que podem ou não transformá-las em emendas.

"Eu quero colocar o Orçamento participativo em prática neste ano. E posso criar um anexo de participação popular no Orçamento. Vai ser difícil o governo ser contra", afirmou o presidente da comissão, Mendes Ribeiro (PMDB-RS).

A primeira experiência de orçamento participativo no país começou na Prefeitura de Porto Alegre, em 1989, na administração do petista Olívio Dutra.

O modelo do Orçamento participativo federal ainda está sendo desenhado. Os integrantes da Comissão de Orçamento discutem o valor destinado à nova modalidade de emenda e a melhor forma de selecionar as sugestões dos cidadãos. "Neste primeiro ano será uma experiência. O modelo será artesanal. Em cinco anos, será possível fazer uma implementação definitiva para a sociedade escolher onde o imposto será gasto", disse o vice-líder do governo no Congresso, o deputado Gilmar Machado (PT-MG).

O responsável pelo relatório de estimativa da receita, deputado Jorge Khoury (DEM-BA), disse que está se preparando para prever nos cálculos verbas que possam ser destinadas ao Orçamento participativo.

Para o presidente da Comissão de Orçamento do Congresso, dificilmente o governo federal deixaria de repassar verbas para as emendas apresentadas pela sociedade. "Hoje, o único orçamento verdadeiro é o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. As ações previstas nele são as únicas executadas", disse Mendes Ribeiro.

A parcela destinada às emendas da população deve ser muito pequena. Dos R$ 750,926 bilhões destinados às despesas primárias no Orçamento 2099, 72,2% do total vão cobrir gastos da Presidência e dos ministérios com pessoal, encargos sociais, custeio, investimentos e despesas obrigatórias como precatórios judiciais, de acordo com a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso.

Em 2007, o valor das emendas coletivas foi de R$ 10,15 bilhões, e das emendas individuais, R$ 4,75 bilhões. Ainda não se definiu o valor das novas emendas, mas integrantes da Comissão de Orçamento crêem que ele será ainda menor.

As principais críticas nas cidades onde há orçamento participativo são as restrições para indicar obras e ações e também o valor reservado para as indicações dos segmentos organizados da sociedade. A Comissão de Orçamento do Congresso pensa em permitir indicações populares apenas para ações estruturantes já previstas pelo governo federal.


Fernanda Odilla
Folha de S.Paulo, 04/09/08

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Seminário discute os desafios para o empresariado na AL

Quais são os desafios do movimento de responsabilidade social de empresas na América Latina? É possível articular um trabalho em conjunto entre os países? Como lidar com as especificidades de cada região ao criar indicadores de avaliação comum a todo o bloco?

As questões acima foram os eixos fundamentais do seminário “O Novo Empresariado Latino-Americano: Percepções e Práticas de Responsabilidade Social Empresarial”, realizado no último dia 28 de agosto, em São Paulo. Promovido pelo Governo do Chile, o evento analisou os benefícios, contrapartidas, custos e diferentes formas de cooperação e troca de experiências.

Para a diretora do Comitê de Responsabilidade Social (Cores) da Fiesp, Eliane Belfort, a percepção sobre importância de formas mais sustentáveis de produção é uma realidade. No entanto, o empresariado ainda está em um longo caminho de amadurecimento de suas práticas. “Percebemos que não basta dar assistência aos excluídos, mas acabar com a exclusão”, resumiu, citando uma conhecida frase do presidente da Fiesp, Paulo Skaff.

A constatação de Eliane se refere ao movimento brasileiro, mas poderia ser estendida a todos os países da América Latina. Embora eles possam estar em estágios diferenciados de apropriação do conceito, a diretora do Cores acredita que os desafios sejam similares para todo o bloco. “Cada um desses países deve conhecer suas especificidades, criatividade, mas o trabalho articulado é possível”.

Para Todos
Uma das novas experiências sobre o assunto foi divulgada no evento pela coordenadora de políticas públicas do Instituto Ethos, Ana Letícia Silva. Trata-se do Programa Latino-americano de RSE, promovido pelo Ethos, Fundação Avina, Agência Internacional de Cooperação (Icco) e o Fórum Empresa.

A princípio, o trabalho será realizado em seis países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guatemala, Paraguai e Peru. Neles serão implementados, por meio de parcerias com organizações em prol do movimento de RSE, alguns dos principais projetos do Instituto Ethos no Brasil: os Indicadores Ethos, Prêmio Ethos de Jornalismo e Rede Ethos de Jornalistas.

A proposta é incentivar a avaliação, prêmios e redes latino-americanas de responsabilidade social em três grandes áreas: indicadores, meios de comunicação e combate a pobreza. “O objetivo maior é somar forças com foco na troca de experiências. Um alinhamento no trabalho desses diferentes países”, afirmou Ana Letícia.

Outra experiência também mostrou que é possível trabalhar de forma conjunta em vários países. Ao trabalhar por uma causa, a habitação, o projeto Um Teto para o Meu País (Utpmp), consegui alcançar 12 deles (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Peru e Uruguai) e ser uma das mais bem-sucedidas ações de voluntariado com estudantes universitários.

Por meio de parcerias com o primeiro, segundo e terceiro setores, a organização social convida jovens universitários a trabalhar em populações de baixa renda, na construção de casas modulares e em ações sociais de educação, saúde e cultura.

“Trata-se de um trabalho comunitário, em que jovens de uma elite intelectual conhecem outras realidades e passam a ter novas vivências. Um aprendizado importante para quem, no futuro, estará à frente de empresas e da administração pública”, argumentou o diretor social da Ong Um Teto Para Meu País, Claudio Castro.

Nos 10 anos de atividades, a organização já envolveu 177 mil jovens em trabalhos voluntários, construindo mais de 37 mil casas. “Os moradores pagam apenas 10% de todo o custo, porque eles também devem se sentir participantes da construção. O resto é dividido entre empresas e o governo local”, explicou Castro.

Um ponto curioso nesse trabalho, acompanhado pelo jovem diretor, se refere à participação do empresariado. Questionado sobre qual era a visão da empresa que patrocinava a iniciativa - se acreditava ser filantropia ou investimento social estratégico -, Castro foi assertivo ao dizer que, nos últimos anos, esses conceitos têm mudado.

“É claro que algumas empresas fazem uma doação e depois vão lá com jornalistas. Mas, cresce cada vez mais o número de empresários que não querem apenas dar dinheiro. Eles envolvem seus funcionários. Fazem com que a comunicação de empresa trabalhe para a causa, não simplesmente para a marca”, lembrou.

Universidades
O trabalho com jovens universitários e, conseqüentemente no currículo de seus cursos, é um dos pontos mais defendidos pela Professora da Universidad de Valparaíso (Chile), Liliana Tapia. No comando das áreas de Ética Profissional e Responsabilidade Social Empresarial, ela acredita que esse é um dos passos mais importantes para a difusão desses conceitos de pela população.

Segundo ela, o trabalho pode ser dividido em dois grandes eixos: a responsabilidade social universitária e da empresa. No primeiro, estimula-se que os alunos de todos os cursos façam algum trabalho social voluntário (como o caso do Um Teto para Meu País), com reconhecimento acadêmico de seus esforços.

O segundo caso, coloca-se a temática de forma transversal no currículo das matérias, principalmente engenharia, economia, administração, direito e comunicação. “O Chile tem um forte compromisso com a formação de seus estudantes nessa área. Conseguimos montar uma rede de universidades, que vão de norte ao sul do país para articular experiências”, contou.

O seminário “O Novo Empresariado Latino-Americano: Percepções e Práticas de Responsabilidade Social Empresarial” integrou a Semana do Chile em São Paulo. O evento, realizado em diversos pontos da capital paulista, foi idealizado pela Embaixada do Chile e pelo ProChile, escritório de fomento de exportações de produtos e serviços da Direção Geral de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores do Chile com o apoio do Consulado Geral do Chile em São Paulo.


Rodrigo Zavala
redeGIFE Online, 01/09/08

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Empreendedorismo e geração de renda própria

Empreendedor competente é aquele que sabe não ser personalista e faz o nome da entidade maior que o seu próprio

Por Michel Freller*

Há 60 anos, um grupo de pais de jovens com deficiência mental leve a moderada se reuniu e criou uma ONG que deveria abrigá-los durante o dia. Iniciados os trabalhos terapêuticos, descobriram que a sociedade não iria bancar a instituição e começaram a pensar em produtos que poderiam ser vendidos, para que o resultado entre receita e despesa fosse revertido para a organização se manter e prestar o melhor serviço possível a estes jovens.

Hoje, esta entidade se desenvolveu. Possui loja em shopping center e vende seus produtos como brindes para várias grandes empresas; supermercados revendem seus produtos. Consegue atender cem jovens diariamente em seu galpão, com refeições e atendimento psicológico para toda a família, suprindo uma necessidade da sociedade.

Uma pessoa que se autodenomina empreendedor social compra remédios no atacado e vende, sem lucro, para a população de uma cidade do Brasil Central. Tem suporte dos laboratórios, que lhe vendem com tabela de atacado, e consegue apoio dos governos municipais para o “seu negócio”. Esquece de alguns stakeholders (público de interesse) importantes como as farmácias locais e do fisco federal – isenção da Cofins. Faz isto com o intuito de atender a missão de sua entidade que não visa lucros, mas, para tanto, remunera familiares.

Outro artesão do litoral paulista reúne jovens para ensinar a sua arte e não cobra nada por isso. Porém, depois, revende os produtos em beneficio próprio como justificativa para continuar ensinando. Também vende a arte produzida por ele sob o guarda-chuva da ONG que fundou, dando recibo de donativo para a venda dos produtos – que não é o documento hábil.

Estes são alguns dos casos que já analisamos em nosso escritório, e sempre permanece uma questão: qual a relação do empreendedorismo com este setor que abriga ONGs, associações sem fins lucrativos e fundações, com ou sem qualificação de Oscip ou título de Utilidade Pública? Temos de buscar a sustentação financeira da organização, mas a que preço? Qual a diferença entre os três casos relatados? Quem é o empreendedor social?

Segundo a organização mundial Ashoka Empreendedores Sociais, este personagem é uma pessoa visionária, criativa, prática e pragmática que sabe como ultrapassar obstáculos para criar mudanças sociais significativas e sistêmicas. Possui uma proposta verdadeiramente inovadora, já com resultados de impacto social positivo na região onde atua, e demonstra estratégias concretas para disseminar essa idéia nacional e/ou internacionalmente.

A Ashoka identificou algumas características comuns e aspectos diferenciados do trabalho de líderes sociais com perfil empreendedor, tais como;
• criação de campos de trabalho inteiramente novos na área social;
• criação de novas instituições, mais arejadas e dinâmicas;
• foco em um público-alvo específico, que na maioria das vezes sofre discriminação ao longo dos anos. Com muita persistência, os empreendedores sociais superam as dificuldades e conseguem tornar acessível a esse grupo social noções de organização comunitária e de exercício de cidadania, nunca antes experimentadas.

Como começar?
A questão que se coloca é: qual a diferença de um empreendedor qualquer que começa um negócio e o empreendedor social? Muitas vezes, a entidade que o empreendedor social constrói fica totalmente atrelada a ele, ou seja, ele é seu presidente ou coordenador com salário garantido.

O proprietário de um novo negócio, o microempresário, também contribui para o desenvolvimento da sociedade, para um mundo melhor. Contrata funcionários, paga impostos sobre a venda de seus serviços e produtos. Na verdade, muitos dos projetos de empreendedorismo social são empresas travestidas em negócios sociais. Sem aprofundar mais nesta polêmica, prefiro mostrar as vantagens de um empreendedorismo social de grupo e menos personalista.

Quando um grupo de amigos ou conhecidos resolve se organizar em uma associação sem fins lucrativos, o empreendedor tem visão do que quer atingir e sabe que sozinho não conseguirá. Esta é a essência de uma associação. Ela não começa com um patrimônio, como uma fundação, mas, sim, como uma reunião de pessoas com o mesmo interesse e visão.

É lógico que haverá uma ou duas pessoas que assumirão a liderança da iniciativa e conduzirão o grupo todo, agregando mais homens e mulheres com os mesmos ideais. E, se forem verdadeiros empreendedores sociais, agregarão pessoas que, no futuro, poderão ser os novos diretores, para que o grupo inicial não se perpetue na direção da associação.

Observamos este tipo de empreendedorismo social coletivo no primeiro caso relatado: uma organização que supera no tempo a maioria das organizações, pois os primeiros empreendedores souberam não ser personalistas e fizeram o nome da entidade maior que o seu próprio. Pensaram em produtos que não tivessem concorrentes e pagaram todos os impostos devidos, emitindo nota fiscal de venda dos produtos – com as isenções possíveis para as ONGs.

As organizações do Terceiro Setor deveriam sempre pensar em meios de diversificar suas fontes de receitas, e uma delas – que sempre recomendamos – é a geração de renda própria. Em algumas ONGs, servirá apenas como mais uma fonte. Em outras, será a estratégia principal, visto que a sua causa não consegue um apoio maior da sociedade, quer de indivíduos ou de empresas.

Sem dúvida, é mais fácil buscar recursos para crianças, educação, meio ambiente, saúde, cultura etc. Porém, quando criamos organizações para cuidar da ressociabilização de população carcerária, idosos, deficientes mentais, dependentes de álcool e droga, doentes terminais, a busca de recursos por meio da venda de produtos e serviços torna-se condição indispensável.

Planejamento
Dividimos as organizações em três tipos, de acordo com suas prioridades em relação a quem recebe a receita da venda de produto e serviços:

1. só os beneficiários participam financeiramente. Exemplos: artesão, comunidade carente, empreendedor social personalista;
2. a instituição e os beneficiários dividem as receitas – não necessariamente 50% para cada: beneficiário produz e pode também beneficiar-se financeiramente;
3. a receita compõe a renda da instituição e faz parte da estratégia de diversificação de fontes de recursos: produtos podem ser fabricados por terceiros e/ou por beneficiários, serviços também podem ser vendidos.

No Plano de Captação de Recursos e Sustentabilidade (PCRS) que elaboramos normalmente, recomendamos os projetos de geração de renda do tipo 3, sempre levando em conta a necessidade da sociedade e todos os stakeholders envolvidos.

Os tipos de receitas por meio de geração de renda própria mais comumente encontrados são:
* taxas de associados: poderão ser associados votantes ou mantenedores – conceito mais moderno;
* venda de serviços: consultorias e assessorias, cursos, web design, guias de ecoturismo, educação e saúde, palestras motivadoras e/ou esclarecedoras para funcionários de uma empresa;
* venda de produtos: bazar com produtos usados ou novos, doces e salgados, artigos institucionais (canetas, chaveiros etc), artesanato, leilões de arte, royalties;
* Marketing Relacionado à Causa (MRC), como o McDia Feliz, Colgate Herbal / SOS Mata Atlântica;
* aluguel de imóveis – recebidos por doação ou comprados –, aluguel de salas ou salão ociosos;
* rendimento de patrimônio (endowment fund): receita de juros sobre recursos aplicados no mercado financeiro.

Valem algumas dicas sobre o que é necessário para empreender um projeto social que tenha a geração de renda própria como uma parte importante da receita: conhecimento profundo do que se está fazendo ou executando; noções da lógica de mercado; formação de preços; logística e distribuição; marketing; produção própria ou terceirizada; planejamento estratégico para os próximos cinco anos; capacidade financeira para o investimento inicial; plano de negócio; planejamento e gestão; profissionais capacitados; adequação legal; e escala.

Todos estes itens são muito importantes, e sua ordem descrita não é uma lista de prioridades. Sem dúvida, a criatividade, o planejamento e o desenho de produtos inovadores são a chave do sucesso.

Links
www.adere.org.br
www.artesol.org.br
www.ashoka.org.br
www.criando.net
www.lojaverde.com.br
www.nesst.org


* Michel Freller
Administrador pela Fundação Getúlio Vargas, palestrante, facilitador, consultor, professor, vice-presidente da ABCR-Associação Brasileira de Captadores de Recursos e diretor da Consultoria Criando.

Revista Filantropia - OnLine - nº165

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Internet também faz parte da estratégia de marketing das marcas de luxo

No segundo dia do Atualuxo 2008, Gabriel Nogueira da Taste, Yaffa Assouline da Luxury Culture e Aaron Simpson da Quintessentially, debateram sobre a estratégia de crescimento das marcas de luxo na internet, sem banalizar. Banners e pop-ups são substituídos por espaço para divulgação de campanhas de parceiros.

A publicidade é uma das ferramentas essenciais para os portais de luxo. Mas o formato da comunicação deve ser diferenciado. No site Luxury Culture não há banners ou pop-ups, mas sim, um espaço chamado Gallery no qual os parceiros disponibilizam seus catálogos, campanhas e filmes publicitários. “Não queremos fazer publicidade e sim, parcerias. Não queremos incomodar nossos usuários com anúncios e por isso criamos esse espaço no qual os parceiros disponibilizam seus materiais”, disse Yaffa Assouline. Para ela, a melhor estratégia de divulgação de um produto é o “boca-a-boca” e é essa a estratégia de marketing utilizada pelo Luxury Culture para sua divulgação. “Não fazemos publicidade. Atualmente, possuímos 66 mil assinantes de nossa newsletter. Afinal, buscamos qualidade e não quantidade”, complementou.

Com um faturamento de US$ 5 milhões em publicidade, o portal britânico Quintessentially também aposta no formato de comunicação por meio de parcerias, mas também oferece espaço para banners. Além do espaço de notícias e informações sobre tudo relacionado ao mundo do luxo, o site oferece o serviço de clube privado que gere estilo de vida de luxo, com serviço de concièrge 24 horas. “Temos cinco mil clientes e tentamos manter esse número para manter a exclusividade”, disse Aaron Simpson, ceo do Quintessentially. Atualmente, o site tem uma audiência de três milhões de usuários ao mês e está presente em 52 países.

No Brasil, o site Taste além de oferecer espaço publicitário aposta em outros tipos de comunicação, como a experiência de marcas, ações de relacionamento e promocionais. Segundo Gabriel Nogueira, sócio-fundador do Taste a comunicação por conteúdo geram lealdade, fidelização e interação das marcas que se vestem desse conteúdo. A vitrine virtual com fotos, vídeos e produtos da coleção geram interesse e retorno às marcas. A Taste licencia conteúdo e para Nogueira, o futuro das marcas é ser mídia.


Fonte: Propmark e HSM on-line
HSM on-line, 03/09/08

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BB e Visa lançam pagamento por celular

Denominado "Visa Mobile Pay", serviços possibilita que pagamentos sejam feitos com celulares de qualquer operadora brasileira

O Banco do Brasil e a Visa anunciam o lançamento do "Visa Mobile Pay", serviço que permite que as compras feitas com as bandeiras de cartão de crédito Visa e débito Visa Electron sejam pagas com celulares de qualquer operadora brasileira.

Esse é o piloto do projeto, implementado no Brasil e que servirá como teste para toda a América Latina. Inicialmente, será aceito em estabelecimentos comerciais delivery e de venda-direta. A transação de até R$ 100,00 será feita apenas com uma mensagem de texto (SMS) pelo celular. A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento (VisaNet Brasil) será responsável pela implementação desta tecnologia no comércio.


Meio & Mensagewm Online, 02/09/08

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Bancos brasileiros adotam garantias sócio-ambientais

Febraban aponta que 73% das instituições levam em conta critérios ambientais para compra de materiais. Mais da metade dos bancos considera aspectos sócio-ambientais na concessão do crédito. Em 2007, bancos brasileiros investiram mais de R$ 1 bilhão em sustentabilidade.

Sustentabilidade nas relações de consumo. Este será o tema de um dos encontros do Semarc – Seminário de Marketing e Relacionamento com Clientes –, dia 17 de setembro, às 09h, no painel “A qualidade do relacionamento com os consumidores como elemento indispensável à gestão sustentável nas empresas”.

“Quando falamos em sustentabilidade, temos de abordar a questão levando em consideração três aspectos: o social, o econômico e o ambiental”, avalia a diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade da Febraban, Sonia Favaretto, uma das participantes do painel. “Isso tem de ser levado com conta em qualquer decisão de negócios e, sobretudo, nas relações com clientes”.

As relações dos bancos com seus clientes devem, portanto, ser guiadas por valores como a ética, transparência e imparcialidade. Isso abrange desde a venda de um produto como um plano de previdência privada ou a concessão de um financiamento até o tratamento dado numa agência.

Também participarão do painel sobre sustentabilidade Marcos Caetano, diretor de Comunicação e Sustentabilidade do Unibanco e Carlos Nomoto, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Banco Real.

Investimentos Sociais
O último Relatório Social da Febraban indica que, em 2007, os bancos brasileiros investiram mais de R$ 1 bilhão em ações ligadas à sustentabilidade – a maior parte dos investimentos foi destinada a programas de educação.

O Relatório revelou que, considerando-se somente os 26 maiores bancos do País, mais da metade considera aspectos sócio-ambientais na concessão do crédito. As instituições também estão cada vez mais atentas à adoção ou não desses critérios como norteadores de ações por parte de fornecedores.

Compras Sustentáveis
De acordo com o Relatório 73% das instituições levam em conta critérios ambientais para a compra de qualquer tipo de material. “Mais da metade dos bancos que responderam ao questionário que deu origem ao relatório declarou que uma de suas formas de selecionar fornecedores é conhecer os critérios de processos éticos de gestão da informação, e algumas das instituições financeiras já começaram a exigi-los em contratos”, salienta Sonia.


Fonte: ABCE Comunicação
Meio & Mensagem Online, 03/09/08

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Claro anuncia festival de curtas

Poderão concorrer filmes [sobre o tema "Diversidade e Inclusão"] produzidos a partir de telefones celulares e câmeras digitais

Com o objetivo de premiar boas idéias e estimular a produção audiovisual em plataformas diferentes, a operadora Claro anunciou nesta terça-feira, 3, o lançamento do festival Claro Curtas. Até o próximo dia 30 de setembro, o projeto irá receber curtas do Brasil inteiro com duração de 30 a 90 segundos e pensados em cima do tema "Diversidade e Inclusão". Todos deverão ser feitos a partir de telefones celulares ou câmeras digitais.

Entre os possíveis assuntos a serem abordados estão: igualdade, equidade de oportunidades, garantia de direitos civis, respeito das identidades culturais entre outros. "Nos sites Claro Curtas e Claro Idéias, além de executarem as inscrições, os participantes encontrarão notícias sobre o setor audiovisual e tema sugerido, dicas de como elaborar o curta e entrevistas com profissionais do mercado falando sobre os recursos dos telefones celulares para essa funcionalidade", conta Cristina Duclos, diretora de comunicação institucional da Claro.

A primeira fase do festival consistira em uma análise técnica dos vídeos apresentados feita por Mario Ramiro e Marcus Bastos - profissionais do audiovisual - pela qual serão definidos os critérios de classificação. Da segunda etapa sairão os 100 trabalhos pré-selecionados e, da terceira, os 20 melhores, quando também será aberta a votação popular. Os vinte finalistas irão trabalhar em cima do conteúdo produzido e participarão de workshops com grandes nomes do cinema. Eles passarão ainda pelo julgamento dos cineastas Breno Silveira, José Padilha e Stephen Hopkins, além de Sérgio Sá Leitão - diretor da Ancine - e Tadeu Jungle - artista multimeios. "O Brasil tem grande tradição em cinema engajado, mas o formato e a duração propostos configuram um grande desafio. Na internet, os vídeos engraçados são os mais populares. Vamos ver como será a audiência dos conteúdos com importância social", comenta o diretor José Padilha.

Co-patrocinado pela LGG e MSN Vídeo, o festival distribuirá R$ 100 mil em barras de ouro, sendo R$ 50 mil para o primeiro colocado, R$ 30 mil para o segundo, R$ 15 mil para o terceiro e R$ 5 mil para o escolhido pelo público. A premiação acontece no dia 27 de novembro com a participação dos diretores, artistas, finalistas do Claro Curtas e convidados que poderão se inscrever pelo site do festival.


Mariana Ditolvo
Meio & Mensagem Online, 02/09/08

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Digital Age 2.0: sete especialistas internacionais já estão confirmados para a segunda edição do evento


Conferência sobre marketing online e o futuro dos negócios com a Internet como plataforma de relacionamento será realizada nos dias 1º e 2 de outubro, em São Paulo

Sete especialistas internacionais já confirmaram sua participação no evento, que terá como tema “Expandindo as Fronteiras da Internet”. Na agenda, palestras e debates sobre redes sociais, mobilidade, rich media, direito autoral no século XXI, novas tendências de marketing na era digital, blog corporativos, como medir a eficiência de novas mídias.

“O Digital Age 2.0 é a conferência para discutir e entender o futuro dos negócios online, conhecer práticas de marketing e comunicação efetivas para a nova geração de consumidores e encontrar novos mercados usando estratégias de Web 2.0”, explica Silvia Bassi, presidente e publisher do Now!Digital Business. Segundo ela, em sua segunda edição, o Digital Age 2.0 é mais uma oportunidade para que os profissionais brasileiros conheçam a visão e as experiências de especialistas internacionais, muitos deles pela primeira vez no Brasil. Os nomes já confirmados são:
- Larry Lessig, reconhecido como a maior autoridade mundial sobre direito autoral, eleito pela Scientific American como uma das 50 pessoas mais visionárias do mundo e um dos fundadores do Center for Internet and Society;
- Seth Godin, autor de mais de 10 best sellers e um dos mais influentes blogueiros sobre marketing e mídia no ranking Power150, da AdAge – em videoconferência exclusiva;
- Danah Boyd, “a sacerdotisa das redes sociais” como foi chamada pelo Financial Times, uma das principais autoridades internacionais no estudo de como as pessoas usam comunidades online;
- Steve Rubel, vice-presidente e diretor da Insights da Edelman Digital, com mais de 15 anos de experiência na área de marketing digital;
- Travis Katz, diretor internacional da Fox Interactive Media e do MySpace;
- Andrew O’Dell, sócio da Pereira&O´Dell - nova agência criada pelo brasileiro PJ Pereira nos Estados Unidos - e ex-presidente de marketing interativo da AQKA, eleita a melhor agência digital do mundo pela Ad Age e Ad Week em 2008;
- Martin Piombo, vice-presidente e gerente geral do Yahoo! Connected Life para a AL.

A conferência será realizada nos dias 1º e 2 de outubro, no WTC Hotel, em São Paulo, voltada a um público formado por executivos de marketing, negócios e tecnologia, publicitários, formadores de opinião e profissionais de agências de marketing e comunicação em geral.

Mais informações em www.digitalage20.com.br

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