segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Inscrições para o Prêmio Parcerias vão até fim de janeiro

Publicado pelo Programa Parcerias em 12/01/08

As inscrições para a segunda edição do Prêmio Parcerias, ação que faz parte do Programa Parcerias – Empresas e ONGs para o Desenvolvimento Solidário do Nordeste, foram prorrogadas até o fim do mês de janeiro.

A premiação tem como objetivo reconhecer publicamente parcerias intersetoriais entre empresas e ONGs; identificar e apoiar práticas consolidadas e principiantes, que, preferencialmente, envolvam o poder público no intuito de influenciar a melhoria das políticas públicas e contribuir para o cumprimento dos objetivos do milênio na Região Nordeste.

Empresas e ONGs podem concorrer nas categorias Parcerias Consolidadas, que tenham mais de um ano de execução e Parcerias Principiantes.

As ongs e empresas que quiserem concorrer devem preencher a ficha de inscrição clicando aqui. Outras informações podem ser obtidas através do telefone 3221.3079.

Programa Parcerias
O Programa Parcerias está na sua segunda edição e é desenvolvido pela Aliança Interage, e pelo Instituto Ação Empresarial pela Cidadania e apoiado pelo Instituto C&A, Fundação Avina, Instituto Arcor e Plan Internacional.

Mais...

O programa concede prêmios para aquisição de instrumentos de sopro a bandas de todo o Brasil. O objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade téc

Publicado no site do Ministério da Cultura em 09/01/08

O programa concede prêmios para aquisição de instrumentos de sopro a bandas de todo o Brasil. O objetivo é contribuir para a melhoria da qualidade técnica e artística dos conjuntos musicais do País

A Fundação Nacional de Artes (Funarte), instituição vinculada ao Ministério da Cultura, divulgou nesta sexta-feira, dia 28 de dezembro, o Edital do Programa Nacional Bandas de Música, que concederá prêmios para aquisição de instrumentos de sopro com o objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade técnica e artística dos conjuntos musicais do país.

A iniciativa prevê contemplar, no mínimo, 138 projetos com prêmios no valor de até R$ 20 mil, cada um, atendendo a todos os estados da federação. Os critérios de avaliação são a qualificação da banda, a clareza na exposição de suas necessidades e a viabilidade prática do projeto.

Podem se inscrever bandas de música compostas por instrumentos de sopro e percussão, com pelo menos 15 músicos, que tenham diretoria e regimento interno e ofereçam cursos de formação para instrumentistas. As inscrições estarão abertas até 14 de março de 2008.

Veja o edital e os anexos:
Edital Programa Nacional de Bandas.
Bandas Beneficiadas em 2005 e 2006.
Ficha de inscrição.

Mais informações em http://www.funarte.gov.br/

Mais...

Prêmio iBest é reformulado e amplia participação dos internautas

Publicada pela IDG Now! em 14/01/08

Edição 2008 do prêmio inicia votações com 1.800 sites cadastrados e recebe 800 novas indicações no primeiro dia

O prêmio iBest da internet brasileira começou sua 12º edição na quinta-feira (10/01) trazendo novidades.

Na edição de 2008 os internautas, além de votar em seus candidatos favoritos (como nos prêmios anteriores), podem sugerir novos candidatos e categorias. Com isso, o Internet Group, responsável pelo Ibest, amplia a participação dos usuários.

“Iniciamos as votações com 1.800 sites cadastrados e no primeiro dia recebemos mais 800 indicações que estão sendo avaliadas”, afirma Caíque Severo, diretor de conteúdo do Internet Group.

O prêmio tem 38 categorias divididas em nove grupos (Afinidades, Blogs, Lazer, Vídeos, Comércio Eletrônico, Finanças e Seguros, Cidadania, Indústria e Regionais). Outra novidade é que a academia iBest só votará em 12 categorias e em todas as do grupo Blogs, onde IDG Now! está indicado, na categoria Tecnologia.

As votações ocorrem até o dia 09/05 e os vencedores serão divulgados no dia 20/05.

Mais...

Entrevista: Nicholas Negroponte avalia futuro do notebook de 100 dólares

Nick Barber
Publicada pela IDG Now! em 14/01/08

Negroponte diz que Intel é bem-vinda de volta ao conselho e revela possível laptop XO com Windows e Linux, além de OLPC nos EUA

O fundador da iniciativa One Laptop Per Child, Nicholas Negroponte, compareceu ao Consumer Electronics Show (CES 2008) para promover seus notebooks educacionais. A iniciativa, atualmente, soa um pouco confusa para a indústria, após a saída da Intel de seu conselho.

Negroponte, contudo, esclarece a situação em entrevista ao IDG News Service e confirma uma versão do laptop XO que roda Windows e Linux. Além disso, ele revela planos de ampliar a iniciativa da OLPC aos Estados Unidos. A equipe norte-americana da iniciativa já possui um diretor e presidente, segundo o fundador.

Recentemente, foi anunciado o plano de estender as operações da OLPC para a Europa.

A entrevista conta também com a participação do Ministro da Ciência e Tecnologia de Ruanda, Romain Murenzi.

Quais serão as mudanças benéficas do projeto para 2008?
Este ano nos levará a grandes mudanças. Até agora, temos sido como um grupo terrorista que ameaça fazer algo por meio de afirmações grandiosas. E 2008 é o ano em que nos tornamos não uma revolução, mas uma civilização.

Os notebooks foram apresentados em diversos países. Milhões de crianças em todos os continentes foram alcançadas e criamos uma comunidade para apoiar e promover a idéia da OLPC. Não é necessário que este modelo seja usado, mas sim que existe qualquer laptop que conecte as crianças e jovens muito pobres e que estão distantes da tecnologia.

Na semana passada, a Intel anunciou que estava deixando o conselho da OLPC após afirmar que foi pressionada para interromper a produção do Classmate PC, competidor direto com o XO. Você afirmou, contudo, que seria possível restabelecer esta relação.
O que aconteceu com a Intel é muito triste. Espero que exista uma forma de recriarmos este contato no futuro. A OLPC não tem interesse em excluir a Intel. O objetivo é levar o notebook a um grande número de crianças, e infelizmente a forma como a Intel resolveu anunciar sua escolha e pintar a figura de que a OLPC é contra a competição, o que é ridículo. Gostaríamos de ver mais laptops por aí para que as crianças tenham mais opções.

Atualmente, o XO atua com Linux. Mas você está trabalhando em uma nova opção que rode com Linux e Windows, correto?
Trabalhamos muito próximos à Microsoft para termos um sistema de boot duplo, assim como a Apple faz.

Mas não ter o Windows no XO não parece ser um problema para alguns países.
Romain Murenzi: É para que seja possível adicionar mais recursos e, caso isto aumente o custo do notebook, teremos um problema. Como costumo dizer, é preciso ter uma bicicleta na qual você saiba como pedalar. Então provavelmente, dessa forma, a iniciativa terá todos os recursos que todos desejam.

Com Ruanda e outras nações em desenvolvimento querendo aumentar o atendimento escolar, Negroponte disse que computadores poderiam ser a solução.
Negroponte: Muitas pessoas de países em desenvolvimento pensam que as crianças saem das escolas para trabalhar e contribuir com a receita da família - ou mesmo cuidar de seus irmãos mais novos e assim por diante. Enquanto este é o caso, algumas vezes, não é esta a razão recorrente. Geralmente elas saem porque os colégios são chatos.

As crianças de Ruanda puderam testar os laptops da OLPC e parece que tanto Negroponte quanto Murenzi concordam que entretenimento e educação andam de mãos dadas.
Murenzi: As crianças puderam testar os computadores, levando-os para tirar fotos em casa e filmar eventos como o nascimento de um bezerro. Alguns deles acessaram a internet, com informações as quais nunca haviam tido acesso. Ao mesmo tempo em que aprendem, eles se divertem.
Negroponte: Não vejo uma linha que separa entretenimento e educação. Você pode perceber, ao tentar capturar a vida inteira de uma criança, os momentos na sala de aula estão costurados a sua vida em geral.

Nick Barber, editor do IDG News Service, de Boston

Mais...

Ex-diretora de tecnologia da OLPC quer lançar laptop de 75 dólares

Agam Shah
Publicada pela IDG Now! em 10/01/08

Por meio de sua nova empresa, a Pixel Qi, Mary Lou Jepsen, ex-CTO da One Laptop per Child, pode criar concorrente para o XO

Um laptop educacional com valor abaixo de 100 dólares pode chegar às salas de aula. A promessa foi feita por Mary Lou Jepsen, ex-Chief Technology Officer (CTO) da organização One Laptop per Child, no web site de sua nova empresa, a Pixel Qi.

Segundo Jepsen, que deixou a organização criadora do XO, o 'laptop de 100 dólares', há duas semanas, a nova empresa pretende desenvolver microcomputadores de baixo custo e consumo de energia, bem como celulares e outros eletrônicos com telas que podem ser vistas à luz solar.

Ao anunciar sua saída da OLPC, Jepsen explicou que seu objetivo seria trabalhar com tecnologias que ela desenvolveu na organização, incluindo as telas adaptadas para funcionar com baixo consumo de energia.

No site da Pixel Qi, a especialista escreve que há um vasto mercado comercial para tecnologias criadas na OLPC e que os preços de equipamentos de próxima geração podem ser reduzidos por meio do uso de múltiplos avanços fundamentais da tecnologia.

A nova companhia continuará trabalhando em conjunto com a organização sem fins lucrativos, mas comercializará dispositivos para organizações comerciais, informou Jepsen, que participou da feira Consumer Electronics Show (CES 2008), em Las Vegas, nos Estados Unidos.

A promessa de fabricar um laptop educacional de 100 dólares foi feita pela OLPC em 2005, quando o projeto de inclusão digital foi lançado. Desde então, os esforços foram afetados por atrasos em produção e aumento nos custos, que levaram o laptop a custar os atuais 188 dólares.

Agam Shah, editor do IDG News Service, de Las Vegas

Mais...

De bolso cheio, Peru não sabe em que gastar

Bob Davis, The Wall Street Journal, de Lima
Publicado pelo Valor Online em 14/01/08

O governo do Peru tem um problema que daria água na boca da maioria dos políticos: como gastar todo o dinheiro que tem. Cerca de US$ 3 bilhões estão acumulados no estatal Banco de la Nación, uma soma enorme para um governo que arrecada em torno de US$ 15 bilhões por ano em impostos.

A alta do cobre, do ouro e do gás natural está forrando os cofres peruanos com royalties e impostos. Isso põe o país diante de um desafio hoje presente em muitos países em desenvolvimento que desfrutam do boom mundial de commodities: decidir como melhor tirar proveito de sua bonança.

O Chile está reservando a receita com cobre num fundo para gastar quando a cotação da commodity cair. Países petrolíferos do Oriente Médio estão comprando participações em empresas do Ocidente. A Venezuela está importando febrilmente, enquanto o Chade, um produtor de petróleo africano muito mais pobre, está deixando seus ganhos escorrer pelo ralo da corrupção.

Com quase metade de sua população abaixo da linha de pobreza, o governo peruano diz que sua prioridade é distribuir a riqueza. É uma escolha tanto política quanto econômica. Venezuela, Bolívia e Equador são governados por presidentes populistas porque os eleitores rejeitaram candidatos vistos como amigos das elites. No Peru, o populista Ollanta Humala perdeu por uma pequena margem para Alan García no ano passado.

"A questão central no Peru", diz o ex-presidente do conselho de ministros Pedro Pablo Kuczynski, "é como o dinheiro do governo chega ao povo".

Desde 2002, a economia deste país montanhoso de 29 milhões de habitantes tem tido um crescimento forte, de 5,9% ao ano. Mas, como em muitas nações pobres, a maior parte dos ganhos ficou com quem mora nos bairros mais ricos, enquanto muita gente continua sem eletricidade e saneamento básico decente. Para reduzir a desigualdade, o Peru agora divide sua receita com mineração e gás natural entre o governo federal e as áreas remotas.

Mas poucas localidades rurais têm usado o dinheiro com eficiência. Regras governamentais exigem que os fundos sejam gastos principalmente com infra-estrutura, o que levou a um "miniboom" de arenas de touradas, estádios de futebol e outros projetos que trazem votos para os prefeitos. Mas a maior parte do dinheiro fica no banco. Em geral, diz o ministro das Minas, Juan Valdívia, os municípios gastaram cerca de um terço dos recursos repassados a eles em 2007.

As regras econômicas no Peru têm o objetivo de dificultar gastos para assegurar a disciplina fiscal, um lembrete de sua história de hiperinflação, corrupção e centralização. Poucos prefeitos, ou suas equipes, são treinados para fazer projetos, orçá-los, licitá-los e supervisionar suas finanças. Não era preciso saber nada disso para fazer uma cozinha numa escola municipal - o tipo de projeto que podiam pagar no passado. Mas os municípios têm de seguir as complicadas regras de licitação do governo se quiserem construir grandes redes de água e esgoto ou escolas de ensino secundário.

Para superar o déficit de conhecimento, o governo Alan García voltou-se ao setor privado, mas isso não ajudou muito. A Confederação de Associações de Empresas Privadas só agora está contratando presidentes aposentados de empresas para ensinar técnicas de gestão aos municípios.

Em 2008, o governo negociou uma contribuição "voluntária" de US$ 800 milhões do setor de mineração ao longo de cinco anos - na forma de um imposto sobre os lucros decorrentes do atual boom - para ser gasto em projetos rurais perto das minas. Como contribuição, as minas Buenaventura ajudaram a construir escolas na região andina de Huancavelica. ("Fica no meio do nada", diz José Miguel Morales, o diretor jurídico da companhia.) Mas muitos dos projetos financiados por mineradoras também estão atrasados, porque as empresas primeiro têm de negociar acordos com os municípios e autoridades da comunidade.

A International Finance Corp., do Banco Mundial, tem treinado funcionários públicos municipais na cidade de Baños del Inca, perto de uma enorme mina de ouro no norte dos Andes, para usar software de orçamento e compra para cumprir as regras do governo. Os recursos da cidade oriundos da mineração saltaram de US$ 1 milhão há cerca de cinco anos para US$ 17 milhões agora. Ela está usando o dinheiro para melhorar sistemas de água e irrigação. Mesmo assim, a cidade ainda gasta só metade do que está disponível, diz Javier Aguilar, um gerente de programas da IFC, que está expandindo o programa de treinamento para cinco outras regiões.

Frustrado, o governo García está trabalhando num plano para gastar um terço dos fundos de mineração em cheques para os habitantes rurais ou doações sem condições específicas para as comunidades. Esse dinheiro seria torrado de uma vez, dizem críticos de direita e de esquerda. "É muito demagógico", diz Javier Diez Canseco, um ex-parlamentar de esquerda. O dinheiro da mineração "deveria construir outros projetos econômicos".

O Banco Interamericano de Desenvolvimento teve uma idéia mais segura. Em 2003, o BID pressionou o Peru a pôr royalties de gás natural num fundo que seria administrado por uma comissão independente que iria considerar aplicações para financiamento de grupos comunitários e municípios. Os projetos não seriam limitados à infra-estrutura.

A idéia era canalizar com rapidez o dinheiro para projetos úteis e reduzir o atraso político. O Congresso rejeitou o plano, com receio de que não receberia os créditos pelos gastos, e aprovou um repasse maior de verbas para as localidades. Mas os regulamentos tornaram mais difícil gastar o dinheiro.

Resultado: depois de cinco anos de boom econômico, a vida mudou pouco na zona rural peruana. Isso está acontecendo em outros países ricos em recursos naturais, algo que pode ser atraente para políticos populistas.

Mais...

Onde está o lucro

Danilo Fariello e Angelo Pavini
Publicado pelo Valor Online em 14/01/08

O otimismo do mercado financeiro quanto ao rumo do Índice Bovespa (Ibovespa) não é uniforme para todas as ações. Todos os anos, fundos de gestão ativa e aplicadores independentes ficam à procura das barbadas da bolsa, aqueles setores que vão estourar. Uma pesquisa da Financial Investor Relations (Firb) analisou mais de 500 relatórios de 24 instituições do mercado para chegar em projeções médias para os setores e, por conseqüência, o Ibovespa. Para o índice, a perspectiva média é de que ele atinja no fim do ano 81.625 pontos, o que significaria alta de 28% no ano ou 32% sobre o fechamento de sexta-feira, a 61.942 pontos. Mas há muitas nuances quando avaliadas as perspectivas para cada setor do Ibovespa.

Sem considerar o risco embutido em cada papel, o setor com melhores perspectivas, segundo os analistas considerados pelo Firb, é o sucroalcooleiro. No Ibovespa, ele é composto unicamente por Cosan, e tem perspectiva média de alta de 58,46%. Trata-se de um exemplo de uma tendência verificada em diversos setores, de recuperação de ações que andaram em descompasso com o mercado. Em 2007, quando o Ibovespa subiu 43,65%, o papel da Cosan caiu 52,82%, por conta de fracos fundamentos do setor e por uma reestruturação societária que não foi bem digerida pelos investidores. Daniel Gorayeb, da Corretora Spinelli, porém, acha arriscados os negócios com biodiesel e cana de açúcar. "Talvez sejam segmentos promissores para 2009, mas não devem dar lucro de maneira rápida", diz.

O exemplo serve para dar uma idéia também de que o investidor deve ponderar os riscos de cada setor, além da sua perspectiva de valorização apontada na pesquisa. "Em geral, quem andou menos no passado tenderia a recuperar terreno e subir mais agora", diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da corretora Ágora. Mas essa regra não é sempre verdadeira.

Outro setor com boas perspectivas que não andou bem no ano passado é o de telecomunicações - com previsão de alta de 39,75% no ano. Em 2007, o Índice de Telecomunicações (Itel), que compreende as maiores empresas do setor, subiu apenas 16,14%, enquanto o Ibovespa avançou 43,65%. Contudo, as ações do setor já aceleraram bastante no começo deste ano, ao sabor das notícias sobre compras e consolidação. Para Bandeira, o melhor a fazer agora é esperar para ver o resultado do acordo entre Oi (ex-Telemar) e Brasil Telecom para tomar uma decisão.

Segundo a Firb, ponderado o peso das ações no índice, o setor de telecomunicações seria o segundo maior propulsor para a alta do Ibovespa, depois de mineração, com previsão de alta de 28,03%. "Os analistas prevêem novamente um bom aumento para o minério de ferro este ano, o que favoreceria a Vale", diz Arleu Aloisio Anhalt, presidente da Firb. Porém, Vladimir Pinto, estrategista da Unibanco Corretora, acredita que o reajuste do minério já está embutido no preço das ações. "E é um setor que depende da dicotomia do cenário externo, se tudo for bem e as commodities subirem, ele irá muito bem, se não, vai sofrer."

A alta recente do preço do petróleo faz Petrobras seguir como uma boa opção, enquanto as petroquímicas devem sofrer com o preço da matéria-prima, diz Pedro Galdi, do ABN Amro Real.
Segundo Anhalt, é majoritária a perspectiva de que as ações em geral deverão passar por um forte período de turbulência até a situação melhorar ao longo do ano. "Seria mais ou menos o contrário do ano passado, um primeiro semestre mais turbulento, seguido de um mais tranqüilo."

Destaque na comparação entre os setores feita pela Firb é a nítida expectativa positiva dos analistas com o mercado interno. Os setores de varejo, construção e alimentos e bebidas têm boas perspectivas (ver gráfico). "Melhores condições de emprego e renda deverão puxar essas empresas", diz Bandeira.

As projeções para o setor de transportes indicam alta de 27,59% no ano, porém as histórias são diferentes para seus segmentos. "As projeções são piores para as companhias do setor aéreo do que para aquelas rodoviárias e de transporte majoritariamente ferroviário", diz Anhalt. Para a corretora Spinelli, ALL é uma boa opção no setor de transportes. Os analistas ouvidos pela Firb têm expectativa otimista com o aumento do trânsito nas ferrovias, principalmente por causa das projeções boas para certos setores agrícolas.

Pinto, do Unibanco, indica o setor financeiro, que sofreu com a crise global. Investidores internacionais venderam os papéis indistintamente por conta da crise "subprime", apesar de, no Brasil, isso não fazer sentido. Na lista da Firb, o potencial de alta do setor financeiro é de 25,22% em 2008. Bancos e seguradoras são favorecidos por perspectivas de crescimento de 25% a 30% no volume de crédito no ano, diz Gorayeb. Pedro Galdi, do Banco Real, indica no setor Unibanco, Itaú e Bradesco.

O setor de papel e celulose, especialmente VCP, também tem potencial, afirma Pinto, do Unibanco. A projeção de alta de é 28,17% no levantamento da Firb.

Entre os setores de maior potencial na lista da consultoria está o de holdings, que compreende as empresas Bradespar e Itaúsa, com projeção de alta média de 45,91%, a segunda maior. Sem uma direta relação entre si, elas refletem as empresas em que aplicam (a primeira, principalmente na Vale, e a segunda, no Banco Itaú). E são consideradas meios mais acessíveis e baratos para se aplicar nas empresas em que investem, contando ainda com maior diversificação.

Para Gorayeb, as empresas de energia elétrica devem se dar bem com o crescimento do PIB. "Temos Energias do Brasil, Cemig e Eletrobrás, que é boa pagadora de dividendos e que está atrasada." Anhalt diz que, com as discussões sobre um futuro apagão novamente acesas, os analistas dizem que as empresas do setor elétrico tendem a se valorizar, com o preço da energia mais alto. "Mas é nesse momento que surgem as grandes diferenças em gestão entre as empresas do setor, portanto, é necessário cuidado na escolha das empresas." Para Galdi, do Real, as indicadas do setor são CPFL e Copel.

A previsão para o Ibovespa de Gorayeb, da Spinelli, é de 85 mil pontos, e tem como premissa um crescimento de 25% no lucro das empresas brasileiras, que já jogaria o valor do Ibovespa para 81 mil pontos. Mas há ainda o grau de investimento que "não vai mudar o país, assim como ninguém muda após o aniversário", mas ajudará o processo de atração de capital externo. Segundo Anhalt, a maioria dos analistas consultados pela Firb também considera a conquista do grau de investimento ainda neste ano. Portanto, o investidor deve considerar que, se certas premissas macroeconômicas não forem realizadas ao longo do ano, as projeções poderão chegar a dezembro com severas diferenças.

Mais...

O segredo do sucesso das empresas mais produtivas

Elzo Guarnieri *
Publicado pelo
Valor Online em 14/01/08

O segredo do sucesso de qualquer empreendimento está na coesão coletiva. Empresas que operam com um aglomerado disforme de funcionários têm chances quase nulas de crescimento. Isto porque é a harmonia entre os diversos departamentos que permite o comprometimento do negócio diante das oscilações do mercado. Líderes que não norteiam suas ações com base nesta premissa correm o risco de legar às suas corporações um futuro pouco alvissareiro.

Companhias que privilegiam o foco no desenvolvimento humano têm mais chances de se firmar no longo prazo. Sempre que um profissional pede a minha opinião a respeito das perspectivas profissionais de sua empresa, peço a ele que olhe ao seu redor. Se fizer parte de uma equipe na qual são cultivadas boas relações interpessoais, em que as partes do trabalho formam engrenagens bem azeitadas dentro da cadeia produtiva, as chances do empreendimento obter sucesso são enormes. Mas se, por outro lado, este profissional estiver cercado por pessoas desmotivadas e com reduzida qualificação, a possibilidade de fracasso cresce exponencialmente.

Por isso, as empresas que não desejam sucumbir diante da concorrência devem apostar em qualificação da mão-de-obra em todos os níveis. Torna-se vital, portanto, que os gestores utilizem o máximo de seu potencial, o que só é conquistado por meio de aprimoramento profissional.

É importante que o quadro de colaboradores seja freqüentemente submetido a cursos de reciclagem. Em contextos de alta competitividade, aqueles que não investirem em atualização correm o risco de ficar defasados. Os funcionários competentes devem ser valorizados de todas as formas. Afinal, o resultado final do trabalho é sempre fruto de um esforço coletivo, não individual.

O Brasil é um dos países que menos investem em educação. E ela é um tema de fundamental importância para o desenvolvimento de uma nação. Por isso, países emergentes como a China apostaram em uma reformulação universitária para contar com massa crítica e mão-de-obra qualificada a fim de se tornarem mais competitivos no cenário internacional. E este, sem dúvida, é o exemplo que o Brasil deve seguir para aumentar a sua produtividade e alavancar a economia nacional.

Em pesquisa sobre produtividade, realizada pela Proudfoot Consulting em 10 países (Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Estados Unidos, Espanha, França, Portugal e Reino Unido), com 462 executivos, os entrevistados foram instados a responder à seguinte questão: Quais fatores terão maior impacto em sua empresa nos próximos dois anos? Logo após a primeira opção escolhida, a competição dos mercados emergentes, com 26%, aparecem preocupações relacionadas ao gerenciamento de pessoas. Cerca de 16% optaram por educação e treinamento dos funcionários da empresa e 13%, por falta de mão obra qualificada e habilitada entrando no mercado de trabalho. Estes problemas citados pelos entrevistados constituem graves entraves à produtividade.

No Brasil, a atual conjuntura não destoa dessa tendência mundial. Por aqui, a relação custo/benefício da mão-de-obra- geralmente mal qualificada- ainda é bastante onerosa para as empresas. Não é à toa que a produtividade no Brasil, na contramão dos índices globais, vem caindo a níveis inferiores aos verificados em 1980, segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Para elevar a produtividade a níveis consideráveis, acreditamos que o foco de todo salto de qualidade, em qualquer ramo empresarial, deve estar nas pessoas, pois são elas o maior capital de uma empresa. Não existe um caso sequer de empresas de sucesso que não tenham em seus quadros profissionais altamente qualificados. Deste modo, cria-se uma via de mão-dupla: funcionários produtivos formam empresas bem-sucedidas e vice-versa.

* Elzo Guarnieri é vice-presidente executivo da Proudfoot Consulting

Mais...



Acesse esta Agenda

Clicando no botão ao lado você pode se inscrever nesta Agenda e receber as novidades em seu email:
BlogBlogs.Com.Br