quinta-feira, 9 de abril de 2009

Incentivo da Lei Rouanet desaba em 2009

Nova ferramenta, disponível na rede desde o dia 2, evidencia concentração de recursos e o efeito da crise nas captações

O valor de captação de recursos por meio da Lei Rouanet nos três primeiros meses de 2009 indica forte retração do mecanismo, muito possivelmente em decorrência da crise econômica. Segundo planilha do Ministério da Cultura, foram captados até março R$ 83 milhões, o equivalente à média de apenas um mês do ano anterior.

Os dados se tornaram públicos na semana passada por meio de uma nova ferramenta do MinC, o Sistema de Apoio às Leis de Incentivo à Cultura (SalicNet), que traz informações estatísticas sobre toda a trajetória da Lei Rouanet desde 1993, ano de sua implantação.

Há 16 anos, foram captados apenas R$ 21 mil. Em 2007, ano de maior euforia do incentivo, esse valor saltou para R$ 1,2 bilhão. Por meio do SalicNet, é possível ter acesso aos dados sobre projetos, proponentes, incentivadores (públicos e privados) e percurso da lei.

A concentração de recursos no eixo São Paulo-Rio é evidente. Em 16 anos, dos 15 maiores projetos aprovados, 14 foram realizados nestes Estados. Entre 2003 e 2009, a região Sudeste teve 23 mil projetos apresentados e R$ 3 bilhões captados. Em contrapartida, a região Norte apresentou 786 projetos e teve só R$ 40 milhões captados.

Entre os 10 maiores proponentes de projetos de 2008 estão o Instituto Itaú Cultural (R$ 29 milhões) e a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (R$ 14 milhões). Instituições ligadas a governos estaduais dependem fundamentalmente da Lei Rouanet para sobreviver, caso dos paulistas Fundação Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (R$ 8,2 milhões) e TV Cultura (R$ 10 milhões). Muitos dos organismos estatais também foram construídos com verba da lei, caso da Estação da Língua Portuguesa, um dos 10 maiores projetos da história do Mecenato, que consumiu R$ 25 milhões em 2001.

Instituições como o MAM de São Paulo (R$ 8,9 milhões) e Instituto Tomie Ohtake (R$ 7,3 milhões) demonstram dependência vital da renúncia fiscal. Por outro lado, a Lei Rouanet depende também das estatais para manter os níveis de captação altos. Entre 2002 e 2008, a Petrobrás respondeu por R$ 1 bilhão da captação, seguida de Eletrobrás (R$ 204 milhões), Banco do Brasil (R$ 139 milhões) e BNDES (R$ 75 milhões).

A Lei Rouanet tem sido muito atrativa para a iniciativa privada, segundo mostram os dados. Permitiu o desenvolvimento de um nicho de mercado especializado em captação, caso da empresa Dançar Marketing & Comunicações, que trabalhou com Ambev, HSBC, Bradesco, Nestlé, Coca-Cola, Telefônica e Gessy Lever. A Dançar foi o segundo maior proponente de 2008, logo atrás do Instituto Itaú Cultural, com R$ 17 milhões. Todos esses dados são públicos desde o dia 2, e podem ser checados no endereço http://sistemas.cultura.gov.br/salicnet/Salicnet/Salicnet.php

DISTRIBUIÇÃO
Captação de recursos desde 2002 nas regiões do País:
Sudeste - 23 mil projetos e R$ 3 bilhões captados
Sul - 7 mil projetos e R$ 477 milhões
Nordeste - 4,7 mil projetos e R$ 293,5 milhões
Centro-Oeste - 3 mil projetos e R$ 145,5 milhões
Norte - 786 projetos e R$ 40 milhões


Jotabê Medeiros
O Estado de S. Paulo, 06/04/09

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Marketing criativo derruba a mesmice das escolhas

O consumidor se deixa guiar por hábitos que tomam conta de suas atitudes Foto Eduardo Knapp / Folha Imagem
"Hábitos de Consumo" - Neale Martin Campus/Elsevier, 189 págs.


Tudo é uma questão de hábito. Você não compra um produto da Microsoft ou um "combinado" do McDonald's - um hambúrguer duplo com refrigerante e fritas - por que realmente gosta disso, mas por que está tão acostumado que nem pensa em uma alternativa, mesmo que ela esteja disponível.

Este é o cerne de "Hábitos de Consumo - O Comportamento do Consumidor que a Maioria dos Profissionais de Marketing Ignora", do especialista em comportamento do consumidor Neale Martin. Americano, claro - são os americanos os mais interessados em dissecar os costumes das pessoas quando vão às compras e também são eles os que mais escrevem livros, tratados, estudos, pesquisas sobre o tema. Seu currículo mistura o trabalho como consultor de empresas como Motorola, Cisco e Nextel com a atividade de conselheiro de programas de recuperação de alcoólatras e de viciados em drogas. É a partir dessa combinação que Martin faz sua proposta central. Tudo é uma questão de hábitos, de rotinas, que, uma vez estabelecidas, impõem densas barreiras à troca de um produto por outro, mesmo que semelhante, ou de uma marca por outra.

Recheado de histórias e casos de marketing fracassados por que não se conseguiu vencer a "tendência natural" do consumidor de escolher o produto de sempre, o livro de Martin dá grande importância a uma série de trabalhos de pesquisadores da Duke University, dos Estados Unidos, que dão conta de que as pessoas fazem as mesmas escolhas, nos mesmos horários, todos os dias, 45% do tempo, enquanto pensam sobre outro assunto qualquer. As implicações desse levantamento sobre as decisões de compra são amplas e profundas.

Quando são chamadas a explicar por que preferem um produto a outro semelhante ou o que acham de determinado sabor ou cor, muitos consumidores buscam uma explicação "racional" para suas decisões que, na verdade, foram feitas automaticamente, como resultado de hábitos. Por isso mesmo, pesquisas sobre as preferências dos consumidores muitas vezes falham ao procurar identificar as razões do sucesso ou do fracasso de uma marca. O consumidor nem sabe explicar por que comprou um sabonete Nivea em vez de um Lux ou vice-versa.

A "teoria" do livro é facilmente compreensível e parece mesmo verdadeira quando se pensa como muitos consumidores - em especial aqueles que têm a responsabilidade de abastecer os armários da cozinha da sua casa - fazem compras no supermercados. A cada vez, seguem mais ou menos a mesma sequência de compras, trilham o mesmo caminho entre as prateleiras do supermercado e colocam no carrinho basicamente os mesmos produtos, como que obedecendo a uma lista mental.

Mesmo em segmentos onde supostamente a tomada de decisões é mais lenta do que a simples compra de um refrigerante ou sabão em pó, a "mente habitual" continua comandando as ações dos consumidores, assegura Martin. A compra de produtos eletrônicos ou a escolha de um investimento em um fundo ou em caderneta de poupança também seriam feitas por força de hábito.

O que as empresas deveriam fazer, por conseguinte, na opinião de Martin, é investir na formação de hábitos dos consumidores. O que é preciso fazer para que a compra de determinado item se torne parte da rotina de milhões de pessoas, que vão comprá-lo "inconscientemente", sem gastar seus miolos para tirar o produto das gôndolas do supermercado de forma automática? Esta seria a questão-chave que transforma um novo item ou serviço em um retumbante sucesso ou faz com que ele engorde as estatísticas que mostram que cerca de 80% de todos os produtos novos fracassam ou têm desempenho de vendas drasticamente menor do que o esperado.

Mesmo a questão da definição crucial do preço pode ser encarada nessa perspectiva, afirma Martin. Assim, quando um cliente desenvolve o uso rotineiro de determinado produto, o preço já é parte integrante de seu comportamento - o consumidor fiel do café macchiato tamanho grande da Starbucks não pensa mais em quanto está pagando por ele, mesmo que seja muito mais caro que outras opções também de fácil acesso.


Célia de Gouvea Franco, de São Paulo
Valor Online, 09/04/09

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ONGs que atuam com a causa da deficiência podem participar de projeto apoiado pelo BID

Organizações não governamentais de todo o País, interessadas em atuar ou ampliar os serviços prestados às pessoas com deficiência, podem participar de um Programa de Cooperação Técnica Internacional desenvolvido por meio da parceria estabelecida entre a AVAPE, instituição filantrópica beneficente de assistência social, com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Fundo Multilateral de Investimentos (FUMIN).

“Este programa inclui ações empreendedoras e metas arrojadas que irão prover oportunidades para o mundo do trabalho para milhares de pessoas com deficiência no Brasil, por meio da atuação de organizações que farão parte da Rede Social AVAPE”, afirma Mariana Lorca, responsável pela área de Relações Internacionais e Projetos da AVAPE.

Ainda, segundo a executiva, a Lei de Cotas (Lei 8.213), que torna obrigatória para empresas com mais de 100 funcionários a reserva de 2% a 5% das vagas para pessoas com deficiência contribui para acelerar a inclusão social e movimenta empresas e organizações de terceiro setor a se especializarem nesse processo de inclusão, o que torna ainda mais importante a disponibilização de serviços de atendimento e capacitação especializados.

A Rede AVAPE é um projeto de expansão que visa à multiplicação da marca e metodologia consolidada dos programas AVAPE na área da reabilitação, capacitação e inclusão de pessoas com deficiência, baseado em um modelo de gestão similar ao de franquia social. Instituições provenientes de qualquer região do País poderão se licenciar para atuar nesse segmento.

As organizações selecionadas para fazer parte da Rede se beneficiarão do apoio do projeto em parceria com o BID, e receberão treinamentos especializados para a gestão e para a implantação dos processos e padrões adotados pelos programas. “Nosso objetivo é promover as competências de pessoas com deficiência, levando a outras regiões todo o conhecimento adquirido ao longo de 26 anos de história”, explica Mariana.

Expansão
O projeto foi idealizado pela AVAPE a partir da constatação da necessidade de programas especializados para atender a pessoa com deficiência em outras partes do Brasil, além das empresas que necessitam cumprir a Lei de Cotas. “A inclusão de pessoas com deficiência demanda serviços específicos desde o atendimento clínico até a inclusão no mundo do trabalho”, diz Mariana Lorca.

O desenvolvimento do programa se iniciou com um estudo de geomarketing que identificou 125 cidades do Brasil com potencial para receber uma unidade AVAPE. Os critérios de elegibilidade utilizados na identificação desses locais levaram em consideração cidades com mais de 200 mil habitantes e que possuem cobertura de Internet banda larga, população com deficiência em idade produtiva, organizações nas áreas de saúde e deficiência, empresas socialmente responsáveis e universidades.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2000, 14,5% da população brasileira possuem algum tipo de deficiência, o que significa, com atualização percentual da população, cerca de 27 milhões de pessoas.

Metas
Até 2011, a meta é a instalação da Rede AVAPE em todas as regiões brasileiras, incluindo a capacitação de nove mil pessoas com deficiência,1000 reabilitadas profissionalmente e quatro mil preparadas para o mercado, das quais 1.200 deverão ser colocadas/incluídas.

Como participar
As instituições interessadas em se inscrever para participar da Rede AVAPE devem preencher o formulário disponível no site www.avape.org.br/redeavape
Informações: (11) 3055-5000 ou pelo e-mail convocatoria@avape.org.br

Sobre a AVAPE
Com 26 anos de atuação, a AVAPE (Associação para Valorização e Promoção de Excepcionais) é uma instituição filantrópica beneficente de assistência social, que tem como missão promover as competências de pessoas com deficiência. Fundada em 1982, a entidade é considerada modelo de gestão e foi a primeira em sua área a receber a certificação ISO 9001. A AVAPE é reconhecida pelo trabalho de prevenção, diagnóstico, reabilitação clínica e profissional, qualificação e colocação profissional, programas comunitários e capacitação em gestão para organizações sociais. Oferece atendimento a pessoas com todos os tipos de deficiência, do recém nascido ao idoso. Desde o seu início, já realizou mais de 18 milhões de atendimentos gratuitos e inseriu 10 mil pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Na busca de parâmetros internacionais, mantém parcerias e termos de cooperação técnica com diversas organizações do mundo.


Fonte: AVAPE
Portal do Voluntário, 03/04/09

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Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social tem 5ª edição lançada em Brasília

"Aqui está o diploma da faculdade, da escola, que você não teve". É assim, como um reconhecimento, que o diretor-executivo do Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac), Orélio Silva, vê o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, cuja quinta edição foi lançada na noite de ontem (25), no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília/DF.

O projeto Agroextrativismo Sustentável da Favela, conduzido pelo Cedac, foi o vencedor da região centro-oeste em 2007. "Ganhar o prêmio foi muito importante, porque nos fez ser reconhecidos como cidadãos e trouxe mais famílias para o projeto", disse.

O Prêmio Fundação Bando do Brasil tem como proposta identificar, certificar, premiar e difundir tecnologias sociais. O conceito compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade, que representem soluções efetivas de transformação social.

As inscrições podem ser feitas até o dia 29 de maio, por meio da www.fundacaobancodobrasil.org.br

O presidente da Fundação Banco do Brasil, Jacques Pena, acredita que o grande mérito do prêmio, criado em 2001, é, justamente, reconhecer o mérito alheio. "A cada dois anos, realizamos uma festa bonita e rica em emoção. Temos a oportunidade de divulgar, reconhecer, certificar e premiar idéias simples que representam um conjunto de experiências vividas em todo o Brasil. Mais do que o valor do prêmio, de R$ 50 mil, as instituições testemunham o crescimento de seus projetos após se sagrarem vencedoras", afirmou.

Outra tecnologia social apresentada durante o lançamento foi o projeto Surdodum - na batida do silêncio. Trata-se de uma banda de percussão formada, em sua maioria, por músicos com deficiência auditiva. O projeto também venceu o Prêmio Fundação BB de Tecnologia Social, porém em 2003. "Com a premiação, podemos montar a oficina Surdodum e incentivar a inclusão de pessoas com esse tipo de problema a fazer parte de um conjunto musical, unindo coisas que parecem antagônicas. As possibilidades podem e devem ser transformadas em realização", disse a coordenadora musical do projeto, Ana Lúcia Soares.

Soluções
Parceiros do prêmio também participaram da cerimônia. O representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, disse que falar em tecnologia social é falar da história do mundo. "São soluções para problemas da vida cotidiana e é necessário que essas boas idéias sejam conhecidas e reaplicadas. E o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social é uma ótima chance para isso", disse.

Também para a Petrobrás é muito importante fazer parte do Prêmio, disse o gerente setorial de Comunicação da empresa, José Samuel Magalhães. Para ele, divulgar tantas boas idéias é relevante não apenas para os premiados, mas para todos os inscritos na seleção, que têm suas experiências colocadas na internet, no Banco de Tecnologias Sociais (BTS).

O diretor da KPMG conclamou todos os participantes do evento a ajudar na divulgação do prêmio para que haja o maior número possível de inscrições. "O BTS ajuda a desenvolver o Brasil", enfatizou.

A divulgação de idéias simples que podem ser reaplicadas no Brasil e no mundo, proporcionada pelo prêmio, também deu o tom da fala do representante do Banco do Brasil no evento.O vice-presidente de Varejo e Distribuição do banco, Milton Luciano, desejou, ainda, sucesso aos participantes.

Mais informações
Fundação Banco do Brasil
Gerência de Comunicação e Mobilização Social
Portal: www.fundacaobancodobrasil.org.br
Endereços eletrônicos: dalva@fbb.org.br; priscilla@fbb.org.br; rodrigo.farhat@fbb.org.br; waleska.barbosa@fbb.org.br
Telefones: (61) 3310.1974/3310.1967


Waleska Barbosa
Site da Fundação Banco do Brasil

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