segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Animais sobreviventes em SC ganham ajuda de entidades

Durante 11 dias, um grupo percorreu a região de Itajaí, a mais afetada pelas chuvas em Santa Catarina, atrás de animais. Era uma caçada do bem. Na peregrinação, conseguiram salvar 80 bichos. Todos eles estavam muito assustados. Alguns, presos em quintais de casas abandonadas. Outros, sobre telhados e carros. A maioria passava frio, fome e sede. Houve casos de cães afundados no meio da lama.

Eles foram alojados no canil da ONG Viva Bicho, que já soma um total de 650 animais. Para complicar a situação, a sede da entidade corre sério risco de desabar. "Isso parece um pesadelo", desabafa Bianca Jung, 26, secretária da organização.

Vítimas silenciosas da tragédia, cerca de 26 mil animais domésticos foram afetados pelas enchentes, estima a Rede Catarinense de Solidariedade aos Animais (Resa). Analista de ações para catástrofes, o veterinário Werner Payne, da ONG Veterinários Sem Fronteiras, sobrevoou com a Defesa Civil a zona interditada do complexo do Baú, a mais atingida por desmoronamentos.

Cem mil animais, entre aves, porcos e bois, continuam presos na região, segundo estimativa do especialista. Muitos morreram afogados e soterrados.

"A água baixou e agora é possível ver os corpos jogados. Há ainda centenas deles vagando pelas ruas, famintos e com sede", conta Halem Nery, 61, coordenador da Resa e secretário do Instituto Ambiental Ecosul. Existem bichos presos em casas vazias. Outros estão ilhados em árvores, sem poder se mexer ou se alimentar.

Em meio à tristeza, às mortes e ao sofrimento, a solidariedade promove a esperança. Entidades de defesa de São Paulo começam a organizar campanhas para ajudar os animais em Santa Catarina.

Para conseguir salvar a vida dos animais abandonados, as entidades contam agora com mais um capítulo da solidariedade humana.

O que doar
Água potável
Caixa de transporte
Casinha
Coleira
Material de higiene
Ração
Remédios (antibióticos, sarnicidas e anestésicos)
Utensílios médicos (máscaras, luvas, seringas e agulhas)
Vacinas

Onde
Casa do Consolador (www.casadoconsolador.com.br). Rua Guapiaçu, 75
Pet Center Marginal (www.petcentermarginal.com.br). Av. Presidente Castelo Branco (marginal Tietê), 1.795, tel. 0/xx/11 2797-7400
Posto de Coleta. Av. Marechal Mario Guedes, 301, Jaguaré, tel. 0/xx/11 3768-1977


Flávia Gianni, da Revista da Folha
Folha Online, 08/12/08

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Prefeitura de Blumenau (SC) pede doação de leite em pó às crianças

A Prefeitura de Blumenau (SC) reforçou o pedido de doações de dinheiro e produtos nesta segunda-feira. O pedido principal é pela doação de leite em pó às crianças.

Segundo balanço da Defesa Civil Estadual, 122 pessoas morreram devido às chuvas no Estado. Outras 29 pessoas permanecem desaparecidas. O número de pessoas desalojadas ou desabrigadas é de 32.946. Destes, 5.710 estão desabrigados --dependem de abrigos públicos-- e 27.236 estão desalojados, ou seja, ficam hospedados na casa de amigos e familiares.

Segundo a prefeitura, a quantidade de roupas e colchões é suficiente. Entretanto, solicita a doação de alimentos não perecíveis, achocolatados, fraldas descartáveis e itens de higiene pessoal. O telefone para mais informações é o 00/xx/47/3326-6972. Saiba como ajudar.

Blumenau foi uma das mais atingidas pelas chuvas. A cidade sofreu com deslizamentos, alagamentos e 20.000 pessoas ficaram desalojados e 2.800 ficaram desabrigadas. Ao todo 18.150 casas foram danificadas pelas águas da chuva e 24 pessoas morreram. Ao todo 41 abrigos estão em funcionamento na cidade.

O cônsul honorário da Alemanha em Blumenau, Hans Dieter Didjurgeit, realizou a entrega simbólica de alimentos, cobertores e combustíveis à Prefeitura de Blumenau. O valor total dos donativos é de R$ 140 mil. Somente neste fim de semana foram recebidos 17 caminhões de donativos vindos de diversas partes do país.

Amanhã psicólogos da rede de saúde da cidade receberão um treinamento. A intenção é auxiliar em locais que não dispõem desses profissionais. Eles vão trabalhar na abordagem das famílias atingidas.

Relatório
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou nesta segunda-feira que todos os setores do governo federal elaborem um relatório minucioso sobre as providências tomadas para ajudar na reconstrução do Estado de Santa Catarina.

Amanhã à noite, Lula se reunirá com o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), para analisar quais outras medidas poderão ser tomadas para colaborar com a população atingida pelas enchentes.

A Cohab (Companhia de Habitação) de Santa Catarina estima que ao menos 3.000 casas precisam ser reconstruídas no Estado.

A Defesa Civil Estadual reforçou nesta segunda-feira o pedido de auxílio de voluntários para a central de arrecadação e distribuição. As doações --principalmente em dinheiro-- continuam a ser recebidas. Saiba como ajudar.

O governo do Estado de Santa Catarina anunciou a criação da Fundação de Amparo a Pesquisas, que será integrada por especialistas e pesquisadores. Eles irão discutir e estudar o que aconteceu nas regiões afetadas pelas chuvas e os reflexos dos deslizamentos de terra.


Folha Online, 08/12/08

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Uma senhora embaixadora

Não por acaso - Carla, na linha de frente do combate à aids: "O prolongamento de ações que empreendo com minha família"
Foto Wireimage/Getty Images


Ajudar os outros faz bem à psique de quem ajuda – e mais ainda quando se tenta fazer o bem numa esfera relacionada a perdas pessoais. É por isso que milionários financiam pesquisas sobre o câncer ou centros de ajuda a drogados quando perdem filhos para algum desses males. E é por isso que Carla Bruni, ex-modelo e atual primeira-dama francesa, pôs o que tem de mais valioso – a sua imagem – a serviço de uma causa que lhe é especialmente cara.

Desde o começo do apressado e altamente divulgado casamento com o presidente Nicolas Sarkozy, Carla havia prometido se aplicar em atividades beneméritas. Na segunda-feira passada, Dia Mundial de Luta contra a Aids, tornou-se embaixadora do Fundo Global contra a Aids, Tuberculose e Malária, organização sediada em Genebra e patrocinada pela ONU.

"Não é por acaso. Esse cargo é o prolongamento de uma ação que já empreendo com minha família e que fico feliz de poder ampliar. Por causa do meu irmão, sou muito sensível à questão da aids", declarou, na única referência, indireta porém clara, a Virginio Bruni Tedeschi, que morreu da doença em julho de 2006, aos 46 anos. Carla disse que pretende aproveitar o furor midiático que compreensivelmente a cerca para divulgar a causa. "Acho que o mundo se acostumou com a aids. Ela não é vista mais como um escândalo, uma emergência", declarou. Sua atividade será focada na África, o continente mais devastado pela doença, em particular mulheres e crianças atingidas pela epidemia – apesar dos avanços no tratamento, ainda nascem anualmente 500 000 bebês infectados com o vírus HIV. No total, são 33 milhões de portadores no mundo.

Virginio Bruni, na verdade, é meio-irmão de Carla, parte da história familiar complicada que ela tem – só soube aos 30 anos que não era filha do homem que havia conhecido a vida toda como seu pai, mas sim de uma relação paralela da mãe com outro homem, hoje um empresário radicado em São Paulo. Virginio era o primogênito, destinado a herdar o comando da indústria da família, original de Milão. Em lugar disso, tornou-se designer gráfico e fotógrafo. Também fazia o gênero romântico do navegador solitário e amava as travessias oceânicas de barco. Em meados dos anos 90, contraiu aids. Depois de virar cantora, mas antes de se tornar a senhora Sarkozy, Carla lhe dedicou o primeiro disco. "Virginio era sete anos mais velho. Não conhecia o mundo sem ele", disse numa entrevista. "Passou dez anos doente. Aí veio um linfoma terrível, que o matou em duas semanas."

No ano passado, a mãe dos dois, Marisa, levou a leilão parte do acervo de quadros e antiguidades do palacete da família na Itália, amealhou o equivalente a 50 milhões de reais e criou a Fundação Virginio Bruni Tedeschi, que financia pesquisas e tratamentos de aids. Em setembro deste ano, sua viúva, Isabelle Bezin, organizou uma exposição das fotos dele em Paris. A causa agora ganha o reforço de Carla na posição de primeira-dama. Um belo reforço.


Veja.com, 08/12/08

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Faltam voluntários na retomada de Santa Catarina

Com o fim das chuvas e o retorno à vida normal na maior parte das regiões afetadas pela inundação em Santa Catarina, há 16 dias, a Defesa Civil do Estado se depara agora com a escassez de voluntários nos centros de recepção de donativos.

De acordo com último balanço da tragédia, são cerca de 27,2 mil desalojados e 5.700 desabrigados, além de 122 mortos e 29 desaparecidos.

O gerente da Defesa Civil de Santa Catarina, major Emerson Emerin, afirma que os donativos continuam sendo enviados de todo o país, mas que não há número suficiente de pessoas para recepcioná-los nas cidades atingidas, fazer toda a triagem do material e ajudar no transporte às famílias que estão nos abrigos.

Em Florianópolis, por exemplo, apenas seis pessoas trabalhavam na tarde de de sábado para recepcionar carretas carregadas de mantimentos que chegaram durante todo o dia na Central de Doações.

Depois de anúncios na mídia local requisitando voluntários de emergência, a Defesa Civil conseguiu elevar o número de pessoas na equipe para 20.

Em Blumenau, o problema também ocorre no Parque Vila Germânica, que centraliza o recebimento dos donativos. Os caminhões fazem fila para descarregar no lado de fora do parque, o que fez a Defesa Civil do município colocar anúncios com apelos para a inscrição de mais voluntários. Em troca, os voluntários terão almoço e jantar custeados.

Emerin estima que o envio de doações de mantimentos prosseguirá em ritmo acelerado até o próximo final de semana. "Na maioria dos municípios, com o retorno à normalidade, os voluntários também começaram a ficar em menor número porque todos acabam tendo de voltar à rotina de trabalho", diz.

Como a maior parte dos donativos ficará estocada, a Defesa Civil tem planos de formar equipes fixas de voluntários para garantir o envio regular de mantimentos às famílias enquanto permanecerem nos abrigos.

A normalização da vida diária em Blumenau também fez o Exército liberar grande parte da equipe de salvamento aéreo que trabalhou durante o resgate de flagelados em regiões isoladas pela chuva.

Dos cinco helicópteros que estavam no 23º Batalhão de Infantaria, com sede em Blumenau, apenas dois vão ficar de prontidão a partir deste final de semana.

Decisão de ficar
Na casa do micro empresário Leonardo Schiminelli, 63, a decisão foi permanecer morando no mesmo local, no bairro Velha Grande, onde houve o deslizamento de um morro que matou cinco pessoas, entre elas, a filha de Schiminelli, o genro e a neta de 9 anos.

"Tem algum lugar para ir em Blumenau que seja seguro?", questiona o micro empresário para justificar a decisão de continuar morando na mesma casa, construída quando ele se mudou com a mulher e os cinco filhos depois de perder tudo na grande enchente que atingiu Blumenau em 1983.

"Me mudei para cá para ver se a gente se livrava de enchente, mas o morro [localizado atrás do terreno onde os filhos construíram suas e que fica a 300 metros da propriedade] desabou e foi engolindo tudo."


Dimitri do Valle
da Agência Folha, em Blumenau
Folha Online, 07/12/08

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Inter doará dinheiro de Cleiton Xavier para governo de SC

Antes da partida entre Figueirense e Internacional, neste domingo, que terminou com a vitória por 3 a 1 do alvinegro catarinense, o vice-presidente do Internacional, Giovanni Luigi, disse que o Figueirense pagou, por meio de um cheque, uma determinada quantia para poder escalar o meia Cleiton Xavier, no Orlando Scarpelli.

O capitão alvinegro tem vínculo até o final deste ano com o Internacional e, por isso, estava impedido de jogar sem o pagamento da multa. O dinheiro recebido pelo jogador será doado pelo Inter às vítimas da tragédia em Santa Catarina.

"O Inter recebe o cheque do Figueirense e repassa para o governo de Santa Catarina porque a questão financeira também é importante neste momento", disse em entrevista ao Portal Clicrbs.

da Lancepress
Folha Online, 07/12/08

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Blumenau (SC) pede ajuda de voluntários para recebimento de doações

A Secretaria de Desenvolvimento Regional de Blumenau anunciou neste domingo que está precisando de voluntários para auxiliar nos trabalhos de descarga e triagem de doações para as vítimas das enchentes e dos deslizamentos em Santa Catarina. Todo o material é recolhido na Central de Recepção, localizado no setor 1 do Parque Vila Germânica.

O secretário Paulo França disse que caminhões com donativos estão chegando do país inteiro e que não há pessoal suficiente para realizar todo o trabalho necessário. "Temos bem claro que a nossa meta é abastecer todos os abrigos e ajudar as pessoas que perderam tudo ou parte dos seus bens", afirmou França.

Os colaboradores recebem almoço e janta no Centro de Recepção. O depósito está localizado na Rua Alberto Stein, 199, bairro Velha.


Folha Online, 07/12/08

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No mercado de alto luxo, consumo resiste à crise

Em tempos de crise financeira, reavaliar as despesas, substituir marcas caras pelas mais em conta e cortar itens supérfluos passam a fazer parte da vida de muita gente. O mês de dezembro deverá ser marcado por essas atitudes para muita gente, mas não por todos. De acordo com Jessia Lobo Krell (na foto ao lado), consultora de marketing para marcas de luxo da fabricante de bebidas Pernod Ricard Brasil, o público consumidor do mercado de alto luxo até abre concessões em momentos de crise, “mas dentro dos padrões com o qual está acostumado”. Para ela, quem consome esses tipos de produtos e serviços nem pensa em parar de gastar nesse fim de ano.

O mercado de luxo brasileiro possui um público ativo de consumidores estimado entre 500.000 e 800.000, cuja renda familiar mínima é de 22.000 reais. O segmento movimenta cerca de 5 bilhões de reais por ano. São Paulo representa 70% desse mercado, que tem como produtos mais vendidos os de moda (32%), alimentos e bebidas (18%), saúde e cosméticos (14%) e jóias e relógios (14%). Jessia lembra que esse mercado não se restringe aos produtos de altíssimo luxo: ele inclui também o chamado luxo acessível, que possibilita a aquisição de bens de relativo “baixo custo”.

Jessia afirma que nunca viu um momento tão bom para o mercado de luxo no Brasil. “Pelo menos até agora, não há nenhum sinal de que essa crise vá de fato mexer com os negócios desse setor. Nem com os hábitos”, afirma ela. Para a empresária Tatiana Monteiro de Barros, proprietária da loja de lingerie La Perla, do Shopping Cidade Jardim, voltado para o público de classe social AA, dificilmente as pessoas desse segmento de consumo deixam de consumir as marcas preferidas. “O que acontece é substituir a bolsa Prada de 4.000 reais que se daria de presente para a mãe por um par de sapatos da mesma marca, que custa 1.500 reais”, explica ela. “Já percebi que algumas pessoas que entram na minha loja deixam de levar um babydoll completo, que é mais caro, mas não deixam de comprar uma calcinha ou um sutiã.”

Na avaliação de Tatiana, a marca exerce um peso muito grande na decisão de compra desse público. “Ela carrega consigo a garantia de qualidade, procedência e de exclusividade, que é uma característica desse segmento”, completa. Em dezembro, o shopping de alto luxo paulistano promoveu uma campanha para dividir em até 10 vezes sem juros as compras de todas as lojas. “Com esse dólar alto, é melhor do que comprar no exterior”, diz Tatiana.

O empresário Antonio Augusto Orcesi da Costa, dono da Tabacaria Caruso, também trabalha com o segmento de luxo. “Aqui temos opções para quase todos os bolsos”, diz ele, mostrando uma caixa de charutos cubanos Cohiba Genius de 2.000 reais com 25 unidades. Costa dá um exemplo de substituição de gastos no segmento de alto luxo: ao invés do Cohiba, o consumidor pode preferir levar um Danneman nacional, por 625 reais a caixa com 25 charutos.

A administradora de empresas Ivete Campos é uma das clientes do shopping que vai se utilizar do chamado "luxo acessível" para evitar mais despesas. “Aquela camisa de 120 reais que eu compraria para um amigo-secreto vai ser substituída por uma de 80,00”, avisa. Ivete diz que vai repensar seus planos para este fim de ano, e já começou com a filha mais velha, que a havia pedido um iPhone como presente de Natal. “Eu já disse para ela que esse tipo de presente está fora de cogitação nesse momento”.


Luiz de França
Veja.com, 08/12/08

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