quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

IGM E Chevrolet fazem parceria com Alfabetização Solidária

Publicado pelo Pauta Social em 31/01/08

Programa beneficiará jovens e adultos analfabetos de Sergipe e Piauí

A General Motors do Brasil, por meio do seu braço social, o Instituto General Motors – IGM -, em conjunto com a Rede de Concessionárias Chevrolet, acaba de fechar uma parceria inédita com a AlfaSol - Alfabetização Solidária -, para a formalização do programa Rede Chevrolet de Educação Solidária.

A parceria beneficiará milhares de jovens e adultos analfabetos ou com pouca escolarização dos Estados de Sergipe e Piauí. O Programa Rede Chevrolet de Educação Solidária proporcionará condições para que a AlfaSol atenda 24 municípios que possuem os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e piores taxas de analfabetismo desses dois estados - com 240 novas salas de aula para novos alunos.

O evento de assinatura do acordo ocorreu na noite da última terça-feira, 29, em São Paulo, com a presença de Jaime Ardila, presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM do Brasil e do Conselho de Mantenedores do Instituto General Motors, Edson Vaz, diretor geral de Pessoal e Relações do Trabalho da GM do Brasil e presidente do IGM, Marcos Munhoz, diretor geral de Marketing e Vendas da GM do Brasil, e Pedro Luiz Dias, diretor de Comunicação Social e vice-presidente do IGM.

Também compareceram ao evento diretores de concessionárias Chevrolet que aderiram ao programa e Regina Célia Esteves de Siqueira, superintendente executiva da AlfaSol, a responsável pela execução do programa.

“Nós, da General Motors, estamos honrados em contar com o apoio dos concessionários Chevrolet, que aderiram de imediato a este programa de largo alcance social e temos a certeza de que, com seu desenrolar, outros concessionários se juntarão a nós, para tornar esta iniciativa um extraordinário sucesso”, destaca Jaime Ardila, presidente da GM do Brasil e Mercosul.

Segundo Marcos Munhoz, diretor geral de Marketing e Vendas da GM do Brasil, um dos entusiastas do programa, a “Rede Chevrolet de Educação Solidária contará inicialmente com o apoio e a mobilização das concessionárias Chevrolet de São Paulo”.

Criado em 1997, o projeto de Alfabetização solidária teve a GM do Brasil como associada fundadora. “Naquela época já vislumbramos o potencial de sucesso desse programa como uma ação social eficaz para diminuir a alfabetização das populações adultas de algumas das áreas mais pobres do País”, destaca José Carlos Pinheiro Neto, vice-presidente da GM do Brasil e do Conselho de Mantenedores do Instituto General Motors.

De fato, em seus 11 anos de atuação, a AlfaSol consolida resultados expressivos no Brasil, tendo chegado ao final de 2007 com mais de 5,3 milhões de jovens e adultos atendidos e 244 mil alfabetizadores capacitados, com atuação em 2.099 municípios brasileiros.

Para Regina Célia Esteves de Siqueira, superintendente executiva da AlfaSol, “o fato da Alfabetização Solidária ter sido escolhida pela marca Chevrolet, reforça ainda mais a credibilidade e a seriedade que o trabalho desenvolvido pela organização conquistou ao longo de seus 11 anos de atuação”.

A Alfabetização Solidária (AlfaSol) - é uma organização de sociedade civil, sem fins lucrativos, fundada em 1997, com a missão de reduzir os elevados índices de analfabetismo e ampliar a oferta pública de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil. A organização adota um modelo de alfabetização simples, inovador e de baixo custo, baseado em parcerias, que já foi premiado várias vezes internacionalmente. Mais informações sobre a Alfabetização Solidária podem ser obtidas no site www.alfasol.org.br.

A General Motors Corporation (NYSE: GM), maior fabricante de veículos do mundo com base nas vendas de 2006, tem sido líder do mercado mundial por 76 anos consecutivos. Fundada em 1908, a GM emprega atualmente 274.000 funcionários ao redor do mundo. Com sua sede principal em Detroit, a GM manufatura seus carros e veículos comerciais em 35 países. Em 2006, os consumidores compraram globalmente cerca de 9,1 milhões de carros e comerciais GM, comercializados com as marcas: Buick, Cadillac, Chevrolet, GMC, GM Daewoo, Holden, Hummer, Opel, Pontiac, Saturn, Saab, Vauxhall e Wuling. A subsidiária da GM OnStar é a líder da indústria em segurança veicular, proteção e serviços de informação. Mais informações sobre a GM podem ser encontradas no site www.gm.com.

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AACD e Unibanco arrecadam 1,5 milhão

Publicado pelo Pauta Social em 31/01/08

Recursos serão revertidos em atendimentos para as crianças da AACD

O Unibanco Capitalização firmou parceria com a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) para destinar parte das vendas do título de capitalização para seus pacientes. Os recursos serão revertidos em atendimentos para as crianças da AACD.

A oportunidade de fazer uma ação social motivou milhares de clientes do Unibanco a investir em um plano de capitalização. Em apenas dois meses de parceria, a AACD já recebeu cerca de R$1,5 milhão. "Hoje a AACD possui mais de 32 mil crianças e adultos aguardando uma oportunidade de tratamento na fila de espera, com esses recursos poderemos ampliar nosso atendimento, fazendo com que a fila ande mais rápido e consigamos diminuir a angústia de quem depende da AACD para ter tratamento de reabilitação e mais qualidade de vida", detalha Eduardo de Almeida Carneiro, presidente voluntário da AACD.

Carlos Moura, diretor-executivo da Unibanco Capitalização, está entusiasmado com o resultado. "A receptividade de nosso cliente e, principalmente, de nossos colaboradores, foi fantástica! Nossa determinação em fazer mais foi ampliada com este belo começo." afirma.

Qualquer pessoa pode investir no tratamento das crianças da AACD por meio da aquisição dos títulos de capitalização nas agências Unibanco. A parceria contribuirá com a missão da AACD de "Prevenir, Habilitar e Reabilitar os portadores de deficiência física".

A Associação de Assistência à Criança Deficiente, AACD, mantém um amplo serviço de atendimento médico, pedagógico e social, voltado principalmente às crianças e adolescentes, promovendo a reabilitação e reintegração social dessas pessoas. Hoje, 96% dos atendimentos da AACD são gratuitos. Cerca de cinco mil atendimentos por dia são realizados em suas oito unidades: AACD Ibirapuera (SP), AACD Mooca (SP), AACD Osasco (SP), AACD Pernambuco, AACD Minas Gerais, AACD Rio Grande do Sul, AACD Rio de Janeiro e AACD Santa Catarina.

Com patrimônio líquido de R$ 11,6 bilhões (dados do terceiro trimestre de 2007) e ativos totais de R$ 134 bilhões, o Unibanco possui 27 milhões de clientes, 33,6 mil funcionários, uma rede nacional de 19 mil pontos de atendimento - 947 agências e agências in-store, 292 Postos de Atendimento Bancário (PABs) e mais de 13 mil pontos-de-venda da Fininvest.

Ainda, conta com mais 760 pontos de atendimento LuizaCred e PontoCred e 3.827 pontos de atendimento do Banco 24 horas. Estruturado em quatro áreas de negócios (Varejo, Atacado, Seguros e Previdência e Gestão de Patrimônios), o Unibanco apresenta posição de destaque e liderança em todos os segmentos nos quais atua.

A Unibanco Capitalização é uma das maiores companhias do mercado e já distribuiu mais de R$ 170 milhões em prêmios. Sua prateleira contempla produtos para todos os perfis sócio-econômicos, incluindo o Mega-Plin, o Plin Empresarial, o HiperPlin, o Plin dos Sonhos e o Plin dos Milhões.

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Português: Ferramenta indispensável

Publicado pela Revista Isto É em 26/01/08

Apenas 26% dos adultos são plenamente alfabetizados, mas falar e escrever bem é crucial para progredir na vida

O Brasil vive um momento positivo na economia, apesar da crise nos mercados financeiros mundiais. Os investimentos estão em alta, a demanda cresce e o nível de desemprego registrado em 2007, de 9,3%, foi o menor em cinco anos.
Mesmo com os ventos favoráveis, quem não possui qualificação tem mais dificuldade de se colocar no mercado de trabalho e é mais mal remunerado. Só um maior acesso à educação é capaz de mudar esse quadro. E a ferramenta indispensável para tirar proveito dos estudos, causar boa impressão numa entrevista de emprego e abrir as portas do crescimento profissional é a correta utilização da língua.

Esse é um dos maiores problemas do brasileiro. Pesquisas mostram que, no País, apenas 26% das pessoas entre 15 e 64 anos são plenamente alfabetizadas. Isto é, têm domínio total das habilidades de leitura e escrita.

Exames aplicados em estudantes também refletem essa realidade. Os resultados do Pisa (sigla, em inglês, para Programa Internacional de Avaliação de Alunos), prova que mede a eficiência de leitura em adolescentes de 15 anos em 56 países, divulgados no ano passado, foram muito ruins. O Brasil ficou na 48ª colocação. Numa escala até cinco, mais da metade parou no nível um ou abaixo disso. Ou seja, só conseguem localizar informações explícitas no texto e fazer conexões simples. Pior: o desempenho dos estudantes foi inferior ao da prova aplicada em 2003.

“Nós necessitamos de um esforço nacional para combater nossa incapacidade de lidar com a língua escrita”, diz a lingüista Stella Bortoni, professora da Universidade de Brasília (UnB). “Há uma incongruência entre nossa capacidade econômica e de leitura crítica da informação. É preciso que o aluno saia da escola lendo com produtividade.” Com 30 anos de experiência de sala de aula e 20 assessorando empresas, o professor Sérgio Nogueira, autor do livro O português do dia-a-dia, diz que as pessoas só começam a se preocupar quando essa carência afeta a vida profissional. “Aí correm desesperados atrás de cursos”, afirma ele, consultor das Organizações Globo, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de vários escritórios de advocacia.

E não há muitos cursos disponíveis. Com exceção de aulas de português voltadas para concursos, o que existe são companhias preocupadas em investir na qualidade da comunicação de seus funcionários, como a PricewaterhouseCoopers. Há mais de dez anos, a empresa de auditoria contrata os serviços do professor Sérgio Nogueira. “A idéia é consertar vícios de linguagem que as pessoas têm, ensiná-las a ler, interpretar e escrever de maneira adequada no mundo dos negócios”, diz João Cesar Lima, sócio e líder de recursos humanos da Price. Essa preocupação é ainda maior com a nova geração criada com a internet, meio em que a comunicação ocorre de maneira bastante informal.

A popularização do e-mail, aliás, pode ser considerada um divisor de águas. Antes, a correspondência das empresas se dava por carta, que era redigida com calma e revisada por três ou quatro pessoas até chegar ao destinatário. “Hoje, a troca de informação ocorre com muita rapidez e sem intermediários. Por isso, o e-mail expõe o profissional”, diz Nogueira. Se cometer erros de português, ele corre o risco de virar motivo de chacota entre os subordinados ou ser malvisto pelo chefe. E as pessoas parecem ter consciência disso. Quando começou a prestar consultoria, nos anos 80, Nogueira era chamado para dar aulas para secretárias. Na década passada, o público foi ampliado, mas a primeira meia hora era tomada em um processo de convencimento da importância do curso. Hoje, ele não sente nenhuma dificuldade em começar a aula e as turmas estão sempre cheias.

O governo tem alguns projetos para tentar melhorar esse quadro. Lançou em 2004 o Programa Nacional de Bibliotecas, que distribui livros para as escolas, depois o Pró-letramento, que investe na formação continuada de professores, e em fevereiro dá início às Olimpíadas de Português. “Esperamos a adesão de mais de 300 mil alunos”, diz Maria do Pilar, secretária de educação básica do Ministério da Educação. A idéia é inspirada em um projeto da Fundação Itaú Social.

Embora o brasileiro tenha imensa dificuldade em lidar com o idioma escrito, curiosamente, o Museu da Língua Portuguesa, aberto há dois anos em São Paulo, é o mais freqüentado do País, com 580 mil visitantes por ano. “As pessoas se identificam, se vêem representadas no museu”, afirma Antônio Carlos Sartini, superintendente da instituição. Localizado em um dos marcos arquitetônicos da cidade, a Estação da Luz, ele fisga quem o conhece por sua abordagem moderna e interativa. O museu recebe dezenas de estudantes por dia, a maioria de escolas públicas. “Os professores nos dizem que a procura de livros na biblioteca aumenta depois da visita”, diz ele. Até o fim do ano, Portugal também contará com um museu voltado para o português. No futuro, Sartini espera que haja um intercâmbio grande entre as duas instituições.

A língua une Brasil e Portugal, mas a ortografia não. Até o início do século XX, os dois países seguiam uma norma escrita complicada, que buscava a raiz latina ou grega para escrever cada palavra, como “pharmácia” e “estylo”. Em 1911, Portugal fez a primeira reforma simplificando a escrita. De lá para cá, ocorreram outras mudanças que aproximaram as formas de escrever dos países lusófonos, mas elas nunca foram unificadas. Em 1990, foi firmado um acordo padronizando a ortografia nas oito nações em que o português é o idioma oficial – hoje é a única língua que tem duas grafias oficiais. A nova norma já foi ratificada pelo Brasil, por Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, o que permite sua entrada em vigor nesses países. As mudanças são pequenas (leia quadro) e atingem mais a grafia lusitana. Portugal resiste em adotá-la por pressão dos editores de livros que temem perder o mercado africano para o Brasil. “Além disso, há o velho conservadorismo português com ciúme da influência cultural brasileira”, diz Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras.

Alguns focos de insurgência na sociedade civil começam a brotar no velho continente. A Associação Mares Navegados, organização que promove o intercâmbio cultural entre os dois países, passará a usar a nova ortografia em março. Um grupo de ensino importante do país, a Universidade Lusófona, de Lisboa, também planeja adotar a nova ortografia em suas 14 revistas em breve. A língua é viva. Se o governo português não acordar, será atropelado pelos fatos.

ISTOÉ lança gramática
No próximo dia 15, a Editora Três oferece aos leitores de ISTOÉ os dois primeiros fascículos e a capa dura da Novíssima gramática ilustrada, organizada pelo gramático Luiz Antonio Sacconi, professor da Universidade de São Paulo (USP). Com 22 fascículos de 16 páginas e cinco cadernos de testes, a publicação é moderna, atrativa, didática e já está em conformidade com a reforma na ortografia que unificará a escrita dos oito países que adotam o português como idioma oficial. “A língua é dinâmica e saímos na frente ao organizar a gramática conforme o acordo ortográfico”, diz Sacconi.

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Temporão recorre a Michael Moore em campanha pela Saúde

Arnaldo Galvão
Publicado pelo
Valor Online em 31/01/08

Temporão: "É preciso ter consciência política sobre o direito à Saúde mas nada é de graça. É a arrecadação de tributos que sustenta esse direito universal"
Foto Ruy Baron/Valor - 5/12/07

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, assistiu, na noite de terça-feira, a uma apresentação do documentário "Sicko" (doente) do cineasta americano Michael Moore. Apresentado no Festival de Cannes em maio do ano passado, é uma articulada seqüência de duríssimas críticas ao sistema de Saúde dos Estados Unidos e defende, apaixonadamente, o direito universal e gratuito à Saúde.

Depois de os senadores derrubarem a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em dezembro, Temporão entrou em campanha para defender fontes de financiamento para o Sistema Único de Saúde (SUS). Encerrada a sessão, o ministro conversou com os jornalistas e comentou que o filme é um convite à reflexão sobre as políticas públicas. "É preciso ter consciência política sobre o direito à Saúde mas nada é de graça. É a arrecadação de tributos que sustenta esse direito universal", afirmou. O evento da terça-feira, foi realizado no tradicional Cine Brasília e organizado pelo Ministério da Saúde e pela distribuidora Europa Filmes. Em breve, os brasileiros poderão conferir o documentário "Sicko - S.O.S. Saúde" nos cinemas.

Neste ano, o SUS completa 20 anos e Temporão disse estar disposto a resolver o problema do financiamento do sistema. Não sabe o que vai ser definido pelo Congresso, mas garantiu que vai "ouvir as lideranças".

Depois da traumática derrota da CPMF, que tirou R$ 40 bilhões do orçamento deste ano e atingiu principalmente a Saúde, o Palácio do Planalto deu sinais claros de que não vai apoiar a volta do tributo. Há quem defenda a criação de uma nova contribuição para a Saúde no âmbito da reforma tributária. Os secretários estaduais querem vincular 10% da receita bruta e ainda existe a possibilidade de destinar parte da arrecadação da seguridade social.

Os planos particulares de Saúde dão, na avaliação de Temporão, uma falsa sensação de segurança para as pessoas. Isso porque, na sua avaliação, atos complexos e até mesmo a vacinação contra a febre amarela são exemplos da importância do SUS. Disse que a má impressão dos primeiros contatos com o sistema, nas unidades de urgência e nas policlínicas, é totalmente mudada nas internações. "Nos ambulatórios e na média complexidade a situação é mais grave e a hotelaria é ruim. Na Inglaterra, também há fila para cirurgias eletivas", admitiu.

O ministro atribuiu ao abandono a fuga da classe média das escolas públicas e alertou que isso não pode ser consolidado na rede de Saúde. Defendeu o que chamou de "características especiais" do SUS como, por exemplo, o uso da rede hospitalar privada com recursos públicos e a participação da sociedade por meio dos conselhos municipais de Saúde.

O documentário de Moore distribui pancadas nos políticos americanos - Bill e Hillary Clinton incluídos - e, no estilo do cineasta, mostra doentes abandonados. Nessa lista de vítimas estão alguns heróis dos resgates de 11 de setembro, no World Trade Center. Provocador, vai à base de Guantânamo para tentar dar a esses heróis o mesmo tratamento médico dado aos integrantes da Al Qaeda. Aproveitando a vizinhança, leva-os a Cuba, onde são muito bem tratados.

Além da humilhante comparação com a ilha inimiga dos Estados Unidos, Moore aproveita o abismo que separa o sistema americano das políticas públicas de Canadá, Inglaterra e França para chocar. Revela que muitos europeus têm benefícios "inalcançáveis" pelos americanos.

Em uma entrevista com um médico britânico, o documentário também destaca que o salário desse profissional pode ser aumentado se seus pacientes apresentam evolução significativa nos índices de gordura no sangue, na perda de peso ou no abandono do tabagismo. Tudo isso é paradigma para Moore e representa exatamente o oposto da crueldade de mercado que vem sendo imposta à sociedade americana.

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União estuda perdão de dívidas de filantrópicas

Arnaldo Galvão e Raymundo Costa
Publicado pelo
Valor Online em 31/01/08

Luiz Marinho, ministro da Previdência Social: "Nada contra a filantropia. Quero separar a pilantropia"
Foto Marisa Cauduro/Valor

O governo estuda perdoar dívidas de entidades filantrópicas num pacote que tornará mais rigorosa a concessão de benefícios fiscais. A polêmica proposta é do ministro da Previdência, Luiz Marinho. Em entrevista ao Valor, o ministro explicou que uma possível anistia deverá ser apartada - do pacote de medidas em estudo - e remetida ao Congresso por meio de projeto de lei.

A idéia do perdão é justificada pelo ministro. Ele alega que a Previdência não tem estrutura para essa atribuição e, por razões meramente burocráticas, poderia quebrar uma entidade séria que cumpre sua obrigação social. "Nada contra a filantropia. Quero separar a 'pilantropia'", diz.

A falta de estrutura da Previdência é indiscutível porque, nesses processos de filantrópicas que envolvem cerca de 750 entidades, atuam apenas quatro procuradores federais. Portanto, quanto maior a demora no julgamento, mais podre fica o crédito. Com esse perdão Marinho calcula que vai aumentar a arrecadação. Além disso, revela que muitas entidades, principalmente hospitais e universidades, têm planos de abrir capital e, portanto, precisam deixar de ser filantrópicas.

O cenário dessas propostas de Marinho é contabilidade da Previdência Social. Em 2007, deixaram de ser arrecadados R$ 14 bilhões devido às renúncias fiscais que beneficiaram micro e pequenas empresas enquadradas no regime tributário do Simples, entidades filantrópicas e exportadores de produtos rurais. Desse rombo, R$ 4,4 bilhões foram das filantrópicas e o ministro quer acabar com parte da sangria. Ele defende uma ampla reforma da legislação para tornar mais rigorosa a concessão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas). Quer ainda análise prévia dos pedidos e redução de três anos para um ano na validade desses certificados.

No Palácio do Planalto, a delicada reforma da lei das filantrópicas é tratada como "explosiva" porque manobras equivocadas podem perturbar gravemente a relação do governo com as igrejas católica e evangélica e também com muitos parlamentares. Em ano eleitoral, as chances dessa mudança ficam mais reduzidas. Marinho confirma que ministros e políticos de todos os partidos procuram a Previdência para defender esses interesses.

De posse do Cebas, as entidades filantrópicas - geralmente hospitais, universidades e casas de assistência social - ficam livres da contribuição previdenciária patronal, equivalente a 20% da folha de pagamento, e os tributos PIS e Cofins (9,25% sobre o faturamento).

Marinho diz que a única relação dessas entidades com a Previdência é o que deixam de pagar. Além disso, cabe a ele julgar os recursos contra as decisões do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Nesse aspecto, também quer se livrar dessa carga burocrática. Critica a atual falta de controle e pretende que os ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social sejam responsáveis pela fiscalização. "É o ministro da área que tem de saber, de acordo com suas políticas públicas, se a entidade está auxiliando", diz.

O presidente do CNAS, Sérgio Iung, informa que o país tem aproximadamente 7 mil entidades com o Cebas e reconhece que é urgente a definição de um novo marco legal para controlar as atividades. Mas se preocupa com a capacidade de a máquina pública processar com rapidez análises anuais, se prevalecer a proposta de Marinho. "No ano passado, julgamos 4,3 mil processos. Teremos estrutura burocrática para evitar a paralisação de hospitais e escolas?", pergunta.

Desde que chegou à Previdência, Marinho negou 12 recursos de filantrópicas. Entre essas estão o Instituto Presbiteriano Mackenzie e a Sociedade Hospital Samaritano, ambas de São Paulo. Pela legislação, a análise do desempenho da filantrópica somente é feita depois dos três primeiros anos. Muitas entidades estão com dois ou três períodos sem julgamento, o que significa até nove anos sem decisão da administração pública.

Desde julho de 2007, Marinho integrou um grupo de trabalho para tratar das filantrópicas. Também participaram José Gomes Temporão (Saúde), Fernando Haddad (Educação), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e o Ministério da Fazenda. Segundo a assessoria da Casa Civil, a proposta está sendo analisada pelos minis

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Suco da Parmalat disputa público jovem com AmBev

Eliane Sobral
Publicado pelo
Valor Online em 31/01/08

Gisele Gaspar, da Parmalat: "será o maior investimento do ano na categoria"
Foto Davilym Dourado/Valor


Não são só Sandro Dias e Bob Burnquist, os dois maiores nomes internacionais do skate, que vão se exibir na 1 edição brasileira do X Games que acontece em abril no sambódromo paulistano. De um lado da arena estará a Parmalat e do outro o Guaraná Antarctica, da AmBev, ambos de olho no público jovem que acompanha o maior evento de esportes radicais do mundo. A Parmalat pagou R$ 4 milhões pela cota master de patrocínio do evento e vai aproveitar a competição para lançar uma nova versão de seu suco pronto. "Queremos conquistar o público de 12 a 25 anos para o nosso produto e essa será a maior ação de marketing na área de sucos da Parmalat, neste ano", afirma Gisele Gaspar, gerente de marketing da empresa.

Segundo ela, a idéia é lançar embalagens inspiradas nos esportes radicais e em tamanho intermediário entre as de 200 ml e de 1 litro. "O público infantil está atendido pela embalagem de 200 ml e as embalagens de 1 litro são para consumo em família. Vamos explorar o meio termo para atrair jovens preocupados com o consumo de itens saudáveis", diz Gisele que aposta na "conscientização" dos jovens para impulsionar o consumo de sucos, em detrimento dos refrigerantes. A mesma conscientização que vem fazendo as redes de fast-food reverem seus cardápios.

Gisele lembra que o espaço para o avanço da categoria é um dos maiores atrativos do setor. Enquanto os americanos consomem 40 litros de sucos por ano, no Brasil o consumo per capita não passa de 2,5 litros. Mas o mercado de sucos vem crescendo mais do que o mercado dos refrigerantes.

Segundo levantamento da Nielsen, entre 2005 e 2006 a produção subiu 15% - passando de 262 milhões de litros para 301 milhões. Já a receita, de R$ 1,1 bilhão, em 2006, cresceu 18,5% em relação ao faturamento de 2005. Enquanto isso, o mercado de refrigerantes apresenta crescimento bem mais modesto - de 1,9% em volume e de 8,7% em valores.

A estratégia da Parmalat é colocar no mercado três sabores de suco e, dependendo do desempenho, aumentar a linha em 2009. Além da exposição durante o próprio campeonato, a Parmalat aposta na repercussão do evento na mídia nacional.

Organizado pelos canais de esportes ESPN, o X Games acontece em nada menos que oito países e agora o Brasil ganhou status de competição - nas três edições anteriores, a etapa brasileira era apenas classificatória.

"Como o evento ganhou novo status no Brasil e terá a participação dos maiores nomes dos esportes, nossa expectativa é receber cerca de 50 mil pessoas em cada um dos três dias de competições", diz Germán von Hartenstein, diretor geral da ESPN Brasil que divide a organização do evento com a Reúnion, empresa de marketing esportivo do grupo ABC (ex-Ypy).

Hartenstein diz que o modelo de negócio desenvolvido entre o canal e a Reúnion prevê que cada um terá 50% da receita do evento - "que deve ser 30% superior à da edição passada".

Além das cotas de patrocínio - são três masters, de R$ 4 milhões cada, e outras três ouro, de R$ 2 milhões cada uma - os organizadores do X Games prevêem faturar com licenciamento de produtos que, segundo o diretor geral da ESPN deve responder por 15% da receita total do evento.

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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Instituto Trata Brasil e AESBE assinam Termo de Cooperação

Publicado pelo Pauta Social em 30/01/08

O Instituto Trata Brasil assinou um termo de cooperação com a Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais – AESBE - para atuarem em conjunto na divulgação do direito de acesso aos serviços de coleta e tratamento de esgoto e do controle social na utilização dos recursos públicos em obras de esgotamento sanitário.

Assinaram o documento o diretor executivo do Instituto Trata Brasil, Raul Pinho e o presidente da AESBE, Paulo Ruy Valim Carnelli. O objetivo do acordo é promover ações que resultem na inclusão social e no equilíbrio sócio-ambiental. A AESBE é uma entidade civil sem fins lucrativos, constituída por 24 Companhias Estaduais de Saneamento Básico. Essas empresas atendem 103 milhões de pessoas com abastecimento de água, em 3919 municípios. Também prestam serviços de esgotamento sanitário a 45 milhões de pessoas, em 893 municípios.

De acordo com Raul Pinho, o termo de cooperação garante a comunicação junto aos associados da AESBE, que atendem a quase 80% dos municípios brasileiros, bem como a manutenção de informações qualificadas sobre saneamento básico pelo Instituto Trata Brasil.

O Instituto Trata Brasil, lançado em outubro de 2007, coordena uma ampla campanha de mobilização nacional para se alcançar a universalização do saneamento básico, com o objetivo de melhorar a saúde da população, reduzir a mortalidade infantil, preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável.

A parceria com a AESBE está sendo buscada, tendo em vista que a entidade atua no desenvolvimento de ações voltadas às questões de saneamento básico, visando à evolução do setor e perseguindo a meta da universalização dos serviços de saneamento no Brasil.


CONTATO

Nome: Jô Ribeiro
Fone: 11 3021-3143
Empresa: Instituto Trata Brasil
Pauta incluída por: Redação
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CMDC debate soluções para o desenvolvimento das cidades

Publicado pelo Pauta Social em 30/01/08

Tema do 3º dia do encontro é: "Desenvolvimento Local em Cidades"

No 3° dia da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades (15/02), o tema Desenvolvimento Local em Cidades – Processos de Investimento em Capital Social para Desenvolver Ativos Econômicos, Ambientais, Humanos, Sociais e Políticos entra em pauta. Um dos objetivos é apresentar soluções para aqueles problemas que envolvem o desenvolvimento das cidades. Outra questão diz respeito à participação dos agentes políticos. A dúvida é se isso realmente se torna necessário dentro do processo de desenvolvimento local.

A programação inicia às 9h, com a mesa de abertura Desenvolvimento local em cidades. A atividade terá a presença do vice-presidente da Enterprise Development for the Training and Development Corporation in the United States, Michael Shuman; do diretor do Departamento de Política Internacional Municipal da Área de Cooperação Internacional da Fundação Konrad Adenauer, Guenter Dill; e do coordenador do Comitê Científico da CMDC, Augusto de Franco. Em seguida, das 11 às 13h, acontecem 10 oficinas voltadas à exposição de novas teorias, tecnologias ou metodologias associadas ao tema do dia.

No turno da tarde, estão previstas as Rodadas de Comunicações. No total, 40 palestras irão expor pontos de vista teórico-metodológicos, político-programáticos ou relatos de experiências. Elas serão realizadas em duas rodadas: das 15 às 16 horas e das 16 às 17 horas. O cronograma inclui ainda 5 minicursos, das 15 às 18h.

Das 17 às 19h, o público pode escolher um dos 10 painéis para participar do debate sobre assuntos polêmicos. E pela noite, das 19h às 21h, acontece a conferência Criando comunidades sustentáveis em uma Era Global, com o vice-presidente da Enterprise Development for the Training and Development Corporation in the United States, Michael Shuman.

As inscrições podem ser feitas através do site http://www.cmdc2008.com.br/.

Informações também podem ser obtidas na Secretaria Geral da Conferência, pelo e-mail http://www.blogger.com/ ou pelos telefones (51) 3289.3840/3289.3841/3289.1627.

CONTATO
Nome: Almir Freitas
Fone: 51 3330.6636
Empresa: UFFIZI CONSULTORIA EM COMUNICAÇÃO
Pauta incluída por: Redação
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Elite brasileira confia mais na mídia do que no governo, afirma estudo

Publicado pela Folha Online em 30/01/08

A mídia é a instituição em que a elite brasileira mais confia (64%), à frente de empresas (61%), ONGs (51%), instituições religiosas (48%) e governo (22%). De acordo com o nono estudo de confiança da empresa de relações públicas Edelman, o Brasil é o terceiro dos 18 países pesquisados com o maior índice de credibilidade da mídia --atrás de México, com 66%, e Índia, 65%.

Entre os meios de comunicação, os brasileiros colocam os veículos impressos no topo do ranking de confiança. Os entrevistados, na faixa dos 25% com a maior renda familiar do país, dizem recorrer como primeira fonte de informação a impressos (87%), depois a TV (82%), internet (52%) e rádio (32%).

Questionados sobre em qual versão preferem ler o jornal, 41% responderam que lêem tanto no formato impresso como no on-line, contra 32% que dizem se valer do impresso.

A preferência pela versão impressa, no entanto, predomina em 12 dos 18 países pesquisados -Estados Unidos, China, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Holanda, Suécia, Polônia, Rússia, Irlanda, México, Canadá, Japão, Coréia do Sul, Índia e Brasil.

Em cinco deles, incluindo o Brasil, os entrevistados optam pelas duas versões. Apenas na Espanha, há empate.

Ao acessar a internet, as notícias (93%) estão no topo do interesse dos brasileiros. Em segundo lugar, vem pesquisa (85%) e, empatados com 79%, compras e troca de mensagens instantâneas. A preferência por notícias é a mais citada também em outros 13 países.

A pesquisa ainda destaca o interesse das elites por blogs. Com 34%, a Rússia é o país que mais mostrou confiança nesse meio, seguido por China (33%), Índia (29%) e Brasil (21%). Quando entram na internet, 46% dos brasileiros lêem blogs.

Foram entrevistadas 3.100 pessoas com formação superior, de 35 a 64 anos, na faixa dos 25% com a maior renda familiar de seu país e com interesse em mídia, economia e política. No Brasil, foram 150 os entrevistados.

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Falta de informação afeta imagem de ONGs

Rodrigo Zavala
Publicado pelo Portal HSM On-line em 29/01/08

Nos últimos dias, denúncias realizadas por jornais e revistas do país têm deixado uma imagem desconfortável sobre a atuação das organizações não-governamentais no Brasil. As reportagens apontam que o governo repassa quase R$ 3 bilhões de reais a ONGs - sem fiscalização adequada -ligadas a parlamentares ou a seus aliados políticos e doadores de campanha.

Segundo especialistas em terceiro setor, as acusações podem levar a um erro de interpretação simples: não se tem controle sobre o que as ONGs fazem com os recursos que recebem. No entanto, idéias como essas são refutadas por organizações como a Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), o GIFE e profissionais ligados à área jurídica do setor.

Aos moldes do que aconteceu com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o suposto mau uso do dinheiro público repassado a variadas ONGs desde 2001, as acusações deixam dúvidas sobre qual é o real foco do problema: o mau comportamento de organizações ligadas ao governo (em muitos casos, criadas pelos próprios parlamentares) e a respectiva falta de prestação de contas, ou o trabalho realizado pela universalidade de ONGs que atuam no país?

Um exemplo disso foi a entrevista realizada pela rádio CBN, na manhã de ontem (28/01), com o consultor de Economia da ONG Contas Abertas, Castelo Branco. Conhecedor do tema, o especialista mostrou que há formas de controlar para onde vai o dinheiro, quando parlamentares fazem emendas no orçamento beneficiando ONGs.

Um exemplo é a chamada Modalidade 50 do Orçamento, que descrimina todas as transferências feitas por parlamentares a organizações de origem privadas (ONGs, sindicatos, partidos políticos etc).

Para Castelo Branco, o problema central está na hora do parlamentar selecionar a ONG para receber o benefício. “A gente precisa separar o joio do trigo [...]. Mas isso (a duvidosa relação entre Estado e ONGs) não é novo. Na década de 1980, por exemplo, os chamados anões do orçamento, já faziam isso (usar organizações para desviar dinheiro público)”.

No entanto, faltou na entrevista uma dado importante. Ao comentar as reportagens realizadas pelo jornal carioca O Globo, nas edições de 27 e 28 de janeiro, Castelo Branco fez referência ao boom de organizações sociais de origem privada – “a quem use o número de 500 mil ONGs”, chegou a dizer – nas últimas duas décadas e, por essa razão é mais difícil para o governo controlar os repasses.

O que não foi dito é que o governo tem convênio com apenas 7.760 entidades, que englobam desde o Instituto Butantan, em São Paulo, até a ONG Phoenix Auto-estima, no Rio de Janeiro. A organização carioca, segundo apurou o jornal O Globo, funciona em um escritório de luxo, na Barra da Tijuca, e pertence ao deputado federal Manoel Ferreira (PTB), o mesmo que a contemplou com uma emenda de R$ 1 milhão. “Segundo Ferreira, ela funcionaria em Magalhães Bastos”, publicou o jornal, referindo-se ao pequeno bairro de classe baixa na Zona Oeste da cidade.

Mais controversa foi a entrevista concedida pelo ex-ministro da Economia e conselheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Antônio Delfim Neto, à emissora Bandeirantes. “O Brasil é o único país onde as ONGs são patrocinadas pelo governo”, afirmou, tal como foi atribuído pela revista Veja, edição 2044.

A afirmação é contestada por um estudo realizado pela reconhecida Universidade John Hopkins (EUA), em 34 países. O levantamento, de 2003, comparou a origem dos recursos destinados a organizações sem fins lucrativos, realizado pelo Estado e pelo setor privado nos cinco continentes. Só no Reino Unido, o percentual é de 46,7%, na Argentina, 19,5%.

Foco da CPI

Na opinião dos membros da Abong sobre a CPI das ONGs, publicada no site da associação, é preciso foco. “O que deve estar no centro da questão é a lisura, a transparência e a correção no trato com o dinheiro público, por quem quer que o acesse. E, junto a isso, traduzir um debate amplo sobre democratização e transparência no acesso a recursos públicos nas suas mais diversas formas possíveis, uma vez que o dinheiro público pertence a toda a sociedade, e não a governos e partidos”, apresenta o artigo.

Para o secretário-geral do GIFE, Fernando Rossetti, os casos investigados não devem ser encarados como regra, já que não refletem o diverso trabalho realizado pelas organizações sociais. “O corruptor nesse caso é o Estado, que criou canais para que isso ocorresse”, critica.

O Estado, na visão de Rossetti, deve criar regras e acordos de como prestar contas de maneira mais transparente possível, porém, sem dificultar o trabalho das organizações sociais. “Quando o Estado se mete a controlar, ele burocratiza o sistema. Isso poderia trazer conseqüências para o trabalho de pequenas entidades, que se tornariam inviáveis sem um amplo respaldo jurídico”, afirmou.

Fonte: GIFE - Grupo de Institutos Fundações e Empresas

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Prática ou Gramática

Abraham Shapiro*
Publicado pelo
Portal HSM On-line em 29/01/08

A coisa mais atraente que existe neste mundo é a teoria. Sabe por quê? Toda boa teoria é fácil de ser criada, simples de ser admirada e ótima de se transformar numa crença. Teorizar é tão envolvente que, sem o devido cuidado, acaba-se ficando com a cabeça nas nuvens e esquecendo de que os pés e resto do corpo vivem, de fato, no mundo das ações.

Já a prática não é assim. Você deve ter observado que as pessoas comuns são de falar amplamente mais do que de promoverem realizações. Pôr uma teoria em prática é algo que requer esforço e inteligência; às vezes sofrimento, luta contra resistências e quebra de pressupostos interiores.

Mas o desenvolvimento humano decorre do percurso constante e ininterrupto sobre a via que liga a teoria à prática - tanto em ir, quanto em vir. Ter a habilidade de comutar entre a teoria e a prática, e vice-versa, é a grande sabedoria desta vida.

Tudo o que se aprende através do estudo, deve-se buscar praticar. É só assim que o conhecimento não se evapora como um sonho irreal, simples de ser falado e só! Por outro lado, o que se pratica deve-se igualmente transformar numa idéia teórica, pois, deste modo, será possível ensiná-lo a alguém, quando necessário for.

Uma empresa precisa de livros e revistas. Deve possibilitar e facilitar que seus colaboradores os leiam, participem de fóruns, palestras e outros meios de acesso a grandes e elevadas idéias. Isto abre espaço para a inovação e às inspirações que trazem melhorias, a começar dos clientes.

Mas um perigo enorme atinge o ambiente onde as pessoas estão demais presas a teorias. Torna-se confuso, repleto de frases de efeito intangíveis. A visão sobre o que fazer e como fazer é nebulosa aí. Uma empresa existe e se sustenta de resultados, isto é, de idéias que se transformam em feitos palpáveis.

Salutar é a validação da teoria com prática. Quando esta é a opção escolhida, as pessoas se tornam hábeis em tomar atitudes e decidir. Desaparece a tendência natural de ver dificuldades e impor objeções a tudo, especialmente onde e quando elas não existem.

O que fazer se o blá-blá-blá já tomou o lugar da prática, seja onde for? O remédio é diminuir o volume de informações. Faça um break. Depois, promova uma seleção do que for realmente factível e aplicável às situações próprias do ambiente. Esforce-se para colocá-las em exercício e vê-las concretizadas. Comece pelas idéias mais simples. Assim, haverá o sentimento de realização e entusiasmo que se transforma em combustível para a realimentação deste processo, infinitamente.

Teoria e prática são complementares; nunca excludentes. Uma sem a outra pode ser tão inadequado quanto uma carroça sem cavalos.

Agora, que tal pararmos de conversa e por a mão na massa?

* Abraham Shapiro é coach e trainer em formação de time de vendas e diagnóstico situacional da liderança empresarial. Consultor em desenvolvimento de liderança, treinamento de equipes de vendas, relacionamento com o cliente.

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Quando sua equipe precisa de coaching

Anne Field*
Publicado pelo
Portal HSM On-line em 29/01/08

Forças propulsoras das empresas, as equipes estão cada vez mais sujeitas a dificuldades e de vários tipos –de desentendimentos entre seus membros à recusa a enfrentar conflitos. Joseph Weintraub, co-diretor do programa de gestão do Babson College, a célebre faculdade norte-americana, afirma que um dos métodos mais usados para solucionar esses problemas é o coaching, ou seja, o treinamento especializado. A tarefa nem sempre exige a presença de consultores e profissionais externos, como se costuma pensar; um executivo da empresa que seja bem preparado também pode atuar como coach.

Crise
Tom Posey, vice-presidente sênior da Wells' Dairy, fabricante de sorvetes e iogurtes nos Estados Unidos, acredita na eficácia do coaching. Sua empresa, fundada em 1913, enfrentou grandes desafios. Quando os principais clientes declararam preferência pelos grandes fabricantes, os executivos da Wells já haviam percebido que, “para garantir viabilidade no longo prazo, tínhamos de estar entre os três maiores”, lembra Posey. Era preciso aumentar as vendas, aprimorar a cadeia de fornecimento e apertar o controle fiscal. Depois, era a hora de trazer ajuda externa, decisão difícil para uma empresa familiar. Um dos maiores desafios dos recém-chegados foi a cultura de fugir dos atritos. Posey lembra que os executivos não estavam acostumados a
confrontos, pois “sabiam que se encontrariam no almoço de Natal”. Posey contratou um coach do Center for Creative Leadership, que os ajudou a gerir conflitos. As vendas cresceram, a empresa ganhou market share e a equipe aprendeu a discordar.

Como funciona o coaching
Um treinamento desse tipo deve destacar os comportamentos e padrões de comunicação vigentes na equipe, conta Candice Frankovelgia, profissional do Center for Creative Leadership. “O ponto de partida são os entraves cotidianos, com foco nas interações”, esclarece.

As pessoas nem sempre compreendem as reações alheias. Para facilitar esse entendimento o instrutor pode propor avaliações e, com o consentimento do grupo, destacar as abordagens individuais. “Eles aprendem a reavaliar comportamentos que podem causar dificuldades”, explica Frankovelgia.

Regras básicas
Depois de assumir a vice-presidência da Maple Leaf Foods, empresa alimentícia norte-americana, Michael Detlefsen decidiu mudar a interação dos executivos. O grupo discordava nas reuniões e trocava farpas após os encontros.

Detlefsen contratou um coach, que o orientou a apresentar os objetivos com clareza. O vice-presidente decretou o fim do comportamento não-colaborativo e abriu espaço para que todos se manifestassem. Com a ajuda do grupo definiu regras básicas, com itens como “tratar os colegas com respeito”. As normas ajudaram a lembrar que todos formavam uma equipe e deviam concentrar energias na criação de valor e na solução dos problemas.

A clareza das regras é crucial, sobretudo quando existem diferenças culturais. Alguns anos após a primeira experiência como coaching, Detlefsen enfrentou situação similar ao lidar com uma equipe multicultural. A cada trimestre, os executivos se reuniam para discutir as questões críticas. Mas, devido a diferenças no modo de comunicação, alguns tinham dificuldade para interagir com os colegas. A franqueza dos ocidentais era interpretada como falta de tato pelos orientais, que, mais cuidadosos ao se expressar, tinham fama de reticentes.

O grupo criou um padrão de comunicação e pediu que cada um apontasse os aspectos positivos e negativos. Segundo Detlefsen, a idéia era identificar potenciais falhas antes que se tornassem fonte de atrito.

Fatores externos
Nem todos os problemas das equipes têm origem interna. Questões organizacionais, como a disputa entre unidades de negócios ou programas de recompensas pouco claros, podem afetar seu desempenho, sem dúvida. Nas conversas individuais, Weintraub descobriu que o modo de medir resultados surtia o indesejado efeito de indispor os departamentos. A empresa mudou a métrica e começou a premiar a colaboração.

* Anne Field é colaboradora da Harvard Management Update.

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Direto ao ponto na Conferência Mundial de Cidades

Publicado pelo Pauta Social em 29/01/08

Inovações democráticas buscando transformações sociais é um dos temas

O Desenvolvimento de cidades baseado em inovações democráticas buscando transformações sociais para inclusão de todos é um tema amplo e profícuo, mas para tanto, precisa ser bem direcionado.

Esta é uma das preocupações da Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, que acontece entre o dia 13 e 16 de fevereiro, no Centro de Convenções da PUCRS, em Porto Alegre.

Para que o debate – fundamental em uma época de redimensionamento de limites e fronteiras, de reflexão sobre o local e o global – seja realmente produtivo e aponte para alternativas, um Comitê Científico, formado por gestores e intelectuais nacionais e internacionais, formulou 40 questões – chaves que serão a espinha dorsal do evento.

O desafio dos conferencistas será responder às indagações distribuídas pelas quatro temáticas que norteiam a Conferência: Direito à Cidade: políticas locais sobre Direito e responsabilidade dos cidadãos; Governança e Democracia em Cidades: experiências inovadoras de gestão e participação democrática; Desenvolvimento Local em Cidades: processos de investimento em capital social para desenvolver ativos econômicos, ambientais, humanos, sociais e políticos; Sustentabilidade e Cidade-Rede: a emergência das redes sociais e a cidade sustentável do futuro.
A dinâmica pretende contrapor diferentes realidades e soluções, e questionar sua aplicabilidade para problemas sociais comuns em diferentes partes do mundo.

As inscrições para a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades podem ser feitas através do site http://www.cmdc2008.com.br/. Informações também podem ser obtidas na Secretaria Geral da Conferência, pelo e-mail http://br.f374.mail.yahoo.com/ym/Compose?To=cmdc@smgl.prefpoa.com.br ou pelos telefones (51) 3289.3840/3289.3841/3289.1627.

CONTATO
Nome: Almir Freitas
Fone: 51 3330.6636
Empresa: UFFIZI CONSULTORIA EM COMUNICAÇÃO
Pauta incluída por: Redação
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Anúncio em celular caminha devagar

Eliane Sobral e Talita Moreira
Publicado pelo
Valor Online em 30/01/08

Guarnieri, presidente da A1 Brasil, diz que "a linha que divide o marketing da privacidade do consumidor é muito tênue"
Foto Sergio Zacchi / Valor


Anunciantes, operadoras e agências de publicidade não hesitam em apontar um futuro promissor para o telefone celular como mídia para anúncios. O aparelho reúne todas as características com que sonham agências e anunciantes e, de acordo com projeções do mercado, pode vir a representar algo entre US$ 4 bilhões e US$ 7 bilhões de todo o investimento publicitário feito no mundo. Hoje essa participação não passa de meio milhão de dólares e a explicação é simples. As empresas estão cautelosas em avançar muito rapidamente nessa seara. Temem que a propaganda no celular acabe despertando no consumidor a mesma rejeição que a mensagem não autorizada por e-mail, o "spam", criou.

Por isso as iniciativas no mercado brasileiro e mundial ainda são tímidas e esporádicas. "O celular é, sem dúvida, uma das mídias mais promissoras para a publicidade. Mas é também a mais desafiadora para o setor porque a linha que divide o marketing da privacidade do consumidor é muito tênue", afirma Roberto Guarnieri, presidente da agência de publicidade interativa A1 Brasil.

"O tema tem de ser analisado com muito cuidado para não ferir a relação de confiança com os assinantes", completa o diretor de marketing da TIM, Marco Lopes. "A gente é muito cauteloso em relação a isso. A TIM quer ir com calma nesse processo", diz ele acrescentando que a operadora já utiliza telefonemas e mensagens de texto para oferecer produtos e serviços a seus próprios clientes. Nesse caso, porém, a TIM não pede autorização. E quem se sentir incomodado tem que tomar a iniciativa de reclamar.

João Batista Ciaco, diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat diz que o banco de dados da montadora tem hoje 4 milhões de usuários cadastrados. Mas apenas 100 mil permitem recebimento de mensagens publicitárias ou de serviços por celular. Foi para este público que a montadora fez sua primeira ação publicitária pelo celular, em setembro. Enviou mensagens informando o lançamento de seu mais novo modelo e convidando o consumidor a ter mais informação no site da empresa. "Esperávamos 70 mil retornos e tivemos 250 mil", lembra o executivo.

"O ponto de partida para qualquer ação é só enviar publicidade para o consumidor que autorizou esse recebimento. Invasão de privacidade é oferecer algo que o cidadão não quer receber", diz Abel Reis, presidente da agência Click, a maior do mercado de publicidade interativa, que inclui internet e agora o celular.

Ele chama a atenção para a diferença que o conceito de privacidade tem para um jovem de 18 anos e para um homem de 50. "Principalmente no Brasil, o consumidor de 18 anos não sofreu as conseqüências de uma ditadura militar, não teve seu direito à privacidade violado. E ele tende a ter uma relação de confiança presumida com os prestadores de serviço que um homem de 45, 50 anos não tem", afirma Reis.

Mas esta não é uma mídia exclusivamente voltada ao público jovem, na opinião do gerente geral da Ogilvy One na América Latina, Renato de Paula. O celular é a porta para o que o mercado chama de marketing one-to-one (um a um) e isso pressupõe a mensagem certa para cada tipo de público.

"Quanto mais jovem o usuário, maior será a afinidade dele com o aparelho e seus recursos. Para o público de mais idade, pode-se usar recursos mais simples".

A cautela para evitar excessos também tem permeado as iniciativas no exterior. "Os holandeses estão mais à frente nessa área e oferecem muito conteúdo em troca de publicidade. Não temos números mas a receptividade dos usuários parece bastante positiva", afirma Roberto Guarnieri, da A1 Brasil.

A estratégia de patrocínio também está nos planos da Vivo, segundo o diretor de produtos e serviços da operadora, Alexandre Fernandes. Seria uma forma de baratear o conteúdo de músicas e vídeos para os clientes que, em troca dessa redução de preço, autorizariam o recebimento de anúncios publicitários. "Estamos estudando a possibilidade de testar esse modelo. É preciso oferecer valor ao cliente final".

Segundo ele, a operadora prepara-se para entrar também na era dos links patrocinados, como fazem os provedores e buscadores de internet. A parceria, de acordo com Fernandes, já foi fechada com o Yahoo! e deve estrear "nos próximos dias". Quem utilizar a plataforma do serviço terá os links patrocinados mas só irá acessá-los se quiser.

O executivo da Vivo diz que as operadoras são cautelosas em relação ao marketing no celular para não desagradar os clientes. "Não queremos correr o risco de cometer o mesmos erros que foram cometidos na internet e que inibiram o mercado publicitário lá", diz.

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terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Até 2012, 34 milhões de celulares farão transações financeiras, diz estudo

Publicado pelo Computerworld em 29/01/08

Pesquisa da In-Stat aponta que os Estados Unidos poderão ter cerca de 30 milhões de consumidores fazendo compras e confirmando transações financeiras pelo telefone móvel

À medida que os concorrentes alinham suas tecnologias e objetivos, usuários norte-americanos passam a utilizar com mais freqüência os telefones celulares para fazer compras e concluir transações financeiras. A constatação é da empresa especializada em pesquisas de tecnologia In-Stat.

Segundo ela, ainda que 2008 não seja “o ano dos pagamentos móveis” nos Estados Unidos, é muito provável que vejamos um progresso considerável este ano. A pesquisa da In-Stat afirma que entre 9 milhões e 30 milhões de consumidores na América do Norte utilizarão pagamentos baseados na tecnologia near field communication (NFC) até 2012 – o número dependerá de diversos fatores tecnológicos, de marketing e comerciais.

Além disso, diz o levantamento, também em 2012, mais de 34 milhões de telefones celulares poderão ser utilizados para aplicações financeiras, como online banking. “Há sinais claros que o mercado nos EUA irá superar a questão crucial da incompatibilidade tecnológica para o progresso desta modalidade de pagamento em 2008”, disse David Chamberlain, analista da In-Stat.

“Muitas companhias de diferentes setores estão interessadas em levar o padrão NFC, tecnologia-chave para o funcionamento do pagamento móvel, para dentro dos celulares, bem como para terminais de pagamento”, reiterou.

Também há, de acordo com Chamberlain, um consenso sobre a importância dos atuais serviços bancários móveis para o desenvolvimento do uso de aparelhos celulares para compras e transações financeiras.

Intitulada "Mobile Payments Making Progress in North America", a pesquisa sugere que muitas das empresas envolvidas com o desenvolvimento das práticas de pagamentos móveis nos Estados Unidos têm objetivos e entendimento semelhantes, e isso é talvez o que o que faltava para o desenvolvimento desse mercado.

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Bill Gates defende "capitalismo criativo"

Publicado pelo HSM Online em 28/01/08

O presidente da Microsoft Corp, Bill Gates, defendeu na quinta-feira o surgimento de um "capitalismo criativo" que ajude o 1 bilhão de pessoas que vivem no mundo com menos de 1 dólar por dia.

Gates, um dos homens mais ricos do mundo, disse que não pretendia demolir os pilares básicos do capitalismo, mas argumentou que as forças do mercado precisam ser mais bem usadas para atender às necessidades dos que ficaram para trás nos avanços da saúde e da tecnologia.

"Temos de encontrar uma forma de fazer com que os aspectos do capitalismo que servem às pessoas mais ricas sirvam também às pessoas mais pobres", disse ele na reunião anual do Fórum Econômico Mundial. "Gostaria de chamar esta idéia de capitalismo criativo."

O discurso proferido à nata do mundo político e empresarial reunida em Davos reflete o crescente interesse de Gates pela filantropia. O executivo transformou a Microsoft, com sede em Seattle, numa formidável e às vezes polêmica máquina de ganhar dinheiro, acusada no passado de abusar de sua posição no mercado. Mas no final de junho ele deve praticamente se aposentar da Microsoft para se dedicar à Fundação Bill & Melinda Gates, que o casal fundou em 2000 para apoiar projetos de saúde, combate à pobreza e inclusão tecnológica no mundo.

Gates disse que o interesse próprio no ambiente capitalista levou a múltiplas inovações, mas que guiá-las para o benefício de todos exige um aperfeiçoamento do sistema.

Por exemplo, se houvesse mais foco em melhorar a vida dos outros, as empresas poderiam tentar lucrar oferecendo produtos de valor a preços acessíveis para os pobres do mundo.

Ele conclamou as multinacionais a empregarem seus melhores profissionais nessa tarefa. "Este tipo de contribuição é ainda mais poderosa do que dar dinheiro ou oferecer tempo livre para que os empregados façam trabalho voluntário. É um uso com foco daquilo que sua companhia faz de melhor", afirmou.

Fonte: Reuters, 28/01/2008

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

UNFPA recebe nível recorde de contribuições

Publicado pelo Pauta Social em 28/01/08

No total, 181 Estados-membros contribuíram com 419 milhões de dólares

O UNFPA, Fundo de População das Nações Unidas, voltou a ter um ano recorde no que se refere a contribuições recebidas.

No total, 181 Estados-membros contribuíram com 419 milhões de dólares para o UNFPA, o que representa o número mais elevado de países doadores e o maior montante recebido a título de contribuições desde que a agência iniciou suas operações em 1969.

“Estamos extremamente orgulhosos deste apoio financeiro sem precedentes da comunidade mundial”, disse a Directora Executiva do UNFPA, Thoraya Obaid. “Isso ressalta o reconhecimento do nosso mandato e do nosso trabalho. Demonstra também compreensão sobre a importância decisiva das questões de população, especialmente a saúde sexual e reprodutiva, para a consecução do desenvolvimento sustentável”.

O número recorde de países contribuintes em 2007 foi o ápice de um aumento sistemático registrado nos últimos anos: de 69 em 1999, para 172 em 2005, e agora 181 países. Os principais doadores foram os Países Baixos, a Suécia, a Noruega, o Reino Unido, o Japão, a Dinamarca, a Alemanha, a Finlândia, a Espanha e o Canadá. Além disso, todos os países da África Subsariana se comprometeram a contribuir com fundos para o UNFPA em 2007.

Os fundos destinados a projetos ou programas específicos também atingiram um novo patamar em 2007: U$ 244 milhões. Estes fundos incluíram contribuições de doadores como a Comissão Europeia e o Banco Mundial para apoiar programas de recenseamento nacional da população e da habitação, os fundos fiduciários temáticos do UNFPA e a Campanha para Acabar com a Fístula, bem como as atividades humanitárias do UNFPA e a sua ação em prol da prevenção do VIH.

“Estamos muito gratos por esta demonstração maciça de apoio”, disse Thoraya Obaid. “Ao mesmo tempo, esperamos sinceramente que o resto da comunidade mundial se associe aos nossos esforços para promover os direitos das mulheres e assegurar o seu acesso universal à saúde reprodutiva, os quais nos permitiriam avançar rumo à realização do objetivo da erradicação da pobreza”.

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) é o organismo da ONU que promove o direito de cada mulher, homem, jovem e criança a viver uma vida saudável, com igualdade de oportunidades para todos; apóia os países na utilização de dados sócio-demográficos para políticas e programas de redução da pobreza; e contribui para assegurar que todas as gestações sejam desejadas, todos os partos sejam seguros, todos os jovens fiquem livres do HIV/aids e todas as meninas e mulheres sejam tratadas com dignidade e respeito.

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Em entrevista exclusiva à Revista Filantropia, presidente da ABCR conta quais são os planos da Associação para 2008

Paula Craveiro
Publicado pela Revista Filantropia, no. 32

Atual presidente e um dos fundadores da ABCR, Marcelo Estraviz é um dos responsáveis pela retomada das atividades da associação, que prepara para 2008 uma série de ações como encontros com associados e a realização de cursos certificados
Foto divulgação

Ele é consultor de desenvolvimento institucional, com passagem pela área governamental, tendo ocupado cargos de direção em instituições e projetos ligados à Prefeitura e ao Governo de São Paulo. Também é conselheiro da ONG Trópis, presidente da associação de ex-alunos do Colégio Miguel de Cervantes e co-autor do livro Captação de diferentes recursos para organizações da sociedade civil.

Além de todas essas atribuições, Marcelo Estraviz é presidente da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), entidade que recentemente retomou suas atividades após um breve período de paralisação. “Passamos por uma fase pouco produtiva, na qual chegamos a cogitar a possibilidade de extinção da ABCR. O grupo não tinha muito tempo para se encontrar, e o desânimo quase nos abateu. Mas, em um encontro realizado em 2006, onde se reuniram aquelas pessoas que deram início aos trabalhos em 1999, pudemos perceber o quanto se fez desde sua criação e chegamos à conclusão de que seria um desperdício e um retrocesso perdermos esse legado”, explica.

Em entrevista exclusiva à Revista Filantropia, Estraviz conta quais são os planos da ABCR para 2008 que, entre outras ações, engloba a realização de cursos certificados por instituições de ensino internacionais, como a Association of Fundraising Professionals (AFP). O presidente aborda ainda a profissionalização do setor, os principais desafios enfrentados pelos profissionais da área, expressa sua opinião à idéia do comissionamento de captadores e traça um paralelo entre o Brasil e os demais países em relação à mobilização de recursos.

Revista Filantropia: Quem é Marcelo Estraviz e como você entrou na área de captação de recursos?
Marcelo Estraviz: Minha carreira teve início na área empresarial, na qual trabalhava com marketing. Foi graças a essa experiência que tomei contato com o fundraising. Como já atuava como voluntário desde a época de faculdade, ficava buscando maneiras de aliar minha profissão ao voluntariado. Em 1996, fundei com mais algumas pessoas uma produtora cultural e captamos bastante dinheiro por meio das recém-criadas leis de incentivo fiscal. Mas, meu maior passo se deu pouco depois. Percebi que, apesar de ter aparentemente saído da área empresarial, minhas dúvidas e angústias permaneciam. Eu continuava a ganhar dinheiro como empresário de cultura enquanto outras iniciativas, tão boas ou até melhores que as nossas, penavam para obter patrocínios e geralmente não conseguiam.Foi então que resolvi sair da sociedade, espairecer um pouco e começar do zero em outra área, a social. Esse tempo em que fiquei afastado das minhas atividades foi fundamental para que eu pudesse me envolver com outros temas. Assisti a palestras, encontros e reuniões; fiz também minhas primeiras consultorias voluntárias; e percebi que estava mais próximo do que eu gostaria de fazer, que era ajudar entidades a obter recursos para sua sobrevivência. No início de 2000, quando já me considerava um profissional da área, lancei um livro em conjunto com outros autores da coleção Gestão e Sustentabilidade, do Instituto Fonte. Foi uma experiência riquíssima, pois tivemos alguns encontros para integrar o discurso e realizar o primeiro trabalho brasileiro referente ao tema gestão de entidades sociais. Além disso, o livro acabou gerando convites para que eu ministrasse cursos pelo país. Nesse mesmo período, um grupo de profissionais captadores discutia ética em uma lista de discussão que criei. Esse grupo passou a perceber a importância de atuar de
acordo com um código de ética, inspirado em outras experiências internacionais.


Filantropia: E foi a partir dessa lista de discussão que a ABCR foi criada?
ME: Exato! Dos debates que surgiam na lista para a criação de uma associação foi rápido. Foi a partir das idéias discutidas pelos participantes que nasceu a Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR). O curioso disso tudo é que, desde 2001, tive que me desdobrar para atuar em duas frentes, já que passei a trabalhar no Governo do Estado de São Paulo, na gestão do então governador Mario Covas.

Participei de algumas ações públicas que me dão muito orgulho, como a implantação do Acessa São Paulo e a implosão do Carandiru para a implantação do Parque da Juventude. Também fui diretor da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap). Meu último trabalho público foi na prefeitura, a convite do secretário municipal de Assistência Social, para implantar um novo programa com recursos da prefeitura e da União Européia, dedicado à inclusão social no centro da cidade – “Nós do Centro”.

Após desenvolvermos a metodologia e implantarmos o programa, decidi fazer um novo período sabático, desde o começo de 2007, e que deve encerrar-se no meio de deste ano. Essa nova parada se deu ao notar que, após esses anos em governos, estava mais uma vez me distanciando do meu objetivo, que era sair do modelo institucional para me dedicar a experiências pessoais mais gratificantes. E, aproveitando esse momento, estou terminando meu segundo livro sobre captação de recursos e um outro sobre ativismo social em tempos de web 2.0.

Assim, surge tempo disponível para dar continuidade à ABCR, tanto por meio do novo site como pelas novas ações que estamos promovendo para 2008. Tudo de maneira muito singela, mas altamente prazerosa para mim.


Filantropia: Para entrar no assunto: captação de recursos ou mobilização de capitais ? Há diferenças entre as terminologias ou não passam de modismos?

ME: Uso muito o termo mobilização de recursos. Mas concordo que muitos termos são modas passageiras. Mas uma coisa é certa, independentemente do termo e da moda, fundraising é uma atuação necessária e clássica no setor social. Falta apenas profissionalizarmos e difundirmos isso pelas entidades, como ocorre em outros países. Gosto do termo mobilização porque ele dá um sentido mais amplo. Captar me lembra “tomar para si”. Já mobilizar, engloba a idéia de usar recursos – não apenas financeiros – para uma causa. Mobilizar energias é mais interessante que captar energias.


Filantropia: Por que a ABCR ficou basicamente paralisada nos últimos anos?
ME: Porque foi, e ainda é, uma atividade desenvolvida por voluntários que têm suas próprias atividades, compromissos e urgências. Estou aproveitando este momento para me dedicar a essa retomada. Se não fosse assim, nenhum de nós, fundadores da associação, teríamos tempo suficiente para nos dedicarmos à causa da entidade.

O objetivo, nesta nossa gestão, será profissionalizar a entidade, mas antes, como sempre ressalta nosso presidente do conselho, René Steuer, vamos agregar valor, mostrar que a existência da entidade é importante e que, por isso, precisamos mostrar serviço.

Filantropia: Quais são as pretensões da atual gestão, com a retomada das atividades da associação?
ME: Tenho dito para a diretoria que devemos realizar ações simples e efetivas. Acredito que uma falha anterior tenha sido a alta expectativa dos fundadores – na qual me incluo. Realizar muitas coisas durante o pouco tempo disponível de cada um é humanamente impossível.


Nesta gestão, começamos pela retomada do site. O próximo passo será pequenos encontros com associados. Em breve, realizaremos cursos certificados por nós e por entidades internacionais, como a Association of Fundraising Professionals (AFP) e a Resource Alliance, por exemplo. Nossa gestão tem mais dois anos pela frente. Se em 2010 a ABCR estiver profissionalizada e tivermos nos transformado em centro de excelência reconhecido, teremos cumprido nossos objetivos.

Filantropia: Quais os benefícios oferecidos aos associados da ABCR?
ME: Por enquanto, não abrimos vagas para novos associados. Devemos fazê-lo no início de 2008, assim que organizarmos um sistema on-line de inscrição e pagamento. Mas, como disse, precisamos mostrar que somos úteis, criar valor. Tendo feito isso, os novos associados terão benefícios concretos, como descontos em cursos e eventos exclusivos. Hoje, somos pouco mais de 200 associados, todos comprometidos com um código de conduta. Mais do que agregarmos milhares de associados, queremos associados comprometidos com uma ética profissional que contribua para uma sociedade mais justa, por meio do fortalecimento de entidades que defendam causas. de que doar é uma delícia

Filantropia: Como a ABCR se relaciona com outras entidades do setor no Brasil e no exterior?
ME: Nossos principais parceiros internacionais são a AFP, nos EUA, e a Resource Alliance, na Europa. Neste momento, estamos nos aproximando de associações similares no Chile e na Espanha. Diria que esse trabalho internacional foi o que de melhor se fez nas gestões anteriores da ABCR. Cabe replicar esse relacionamento com outras entidades aqui no Brasil.


Com base em minha própria experiência, tenho interesse pessoal em nos aliarmos à Associação Brasileira de Marketing Direto (Abemd) e à Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) para realizarmos concursos de cases de fundraising entre empresas que doam recursos e agências publicitárias que apóiam entidades de forma pro bono.


A realização de prêmios sempre estimula o setor e profissionaliza os envolvidos pela lógica da melhoria da qualidade por meio da concorrência saudável.

Um de nossos vice-presidentes, Michel Freller, está realizando um excelente trabalho de aproximação com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para, juntos, podermos aprimorar e repassar conhecimento para o setor quanto a processos jurídicos envolvidos na captação.

Outro caminho mais convencional é estreitarmos a relação já existente com o Instituto Ethos e com o Grupo de Institutos Fundações e Empresas (Gife). Neste segundo caso, posso adiantar que estamos organizando um evento em parceria, que em breve será anunciado.

Filantropia: Atualmente, como você analisa o setor de captação de recursos no Brasil? Há profissionalismo ou o amadorismo ainda é predominante?
ME: Diria que falta consciência sobre a importância dessa tarefa. Se visitarmos ONGs na Europa, ficaremos encantados com os departamentos de captação de recursos, cheios de profissionais, com campanhas para pessoas físicas, jurídicas, buscadores de recursos de fundações e governos. Aqui no Brasil, infelizmente, ainda estamos muito longe disso.

Nós temos vergonha em falar sobre dinheiro. Falamos como se fosse algo sujo, uma imoralidade. As entidades brasileiras, em sua maioria, são administradas por técnicos sociais, o que amplia ainda mais o distanciamento da tarefa em buscar recursos para sua sobrevivência. Preocupam-se muito com o atendimento de qualidade ao seu público-alvo, mas se esquecem de pensar em como continuar os atendendo. Sem contar que muitos ainda acham que correr atrás de recursos é um acinte. Preferiam estar em suas entidades dedicando-se somente a atender seus objetivos sociais.
americanos sabem o prazer que é doar e o aprendem desde criança. Nós somente seremos bons captadores se vivenciarmos a experiência


Mas sou um otimista irreparável; vejo que a profissionalização do Terceiro Setor caminha lado a lado com a profissionalização da captação de recursos. Teremos boas histórias para contar daqui em diante. Porém, o lado ruim dessa história é que muitas entidades perecerão junto com a defesa de várias causas. Sobreviverão apenas as que forem capazes de mobilizar aliados.

Filantropia: Com a expansão e o fortalecimento do Terceiro Setor no Brasil, a mobilização de recursos tornou-se uma área desafiadora dentro das organizações?
ME: Tudo é desafiador no Terceiro Setor. E captar não é exatamente um grande problema. Ao contrário, é a solução para amainar os desafios das entidades. É a área que possibilita que as causas continuem sendo defendidas.

Filantropia: Qual a posição do Brasil em relação a países como os EUA, que possuem um mercado forte e profissionalizado há muitos anos? Se possível, dê outros exemplos.
ME: O Brasil ainda está engatinhando. Para falar sobre isso, teria que abordar a história da captação no país, em perspectiva com a realidade americana e européia. Costumo dizer que, nesse caso, somos mais parecidos com o modelo europeu do que com o americano. Nós ainda falamos de dinheiro com vergonha. Já os EUA falam de dinheiro sem sentimento de culpa. Lá, qualquer cidadão se envolve com atividades sociais de forma pragmática: compra um brinde com a marca da ONG ou vai a um jantar beneficente mesmo sendo muito mais caro, pois sabe que o lucro obtido irá para uma determinada causa. Eles fazem assim porque seus pais, avós, bisavós também faziam. Eu comento em minhas aulas que isso só ocorre porque os americanos sabem claramente o prazer que é doar e o aprendem desde criança. Nós somente seremos bons captadores se vivenciarmos a experiência de que doar é uma delícia. Os europeus estão percebendo isso agora também, por isso gosto de acompanhar a trajetória do fundraising por lá, pois esse desenvolvimento se assemelha ao nosso em idade.

Filantropia: Sabe-se que um projeto mal elaborado, ou mesmo mal redigido, tem menos chances de ser aprovado e de conquistar os recursos. Quais são os “sete pecados” cometidos pelos profissionais neste setor?
ME: Realizar projetos é uma das muitas atividades do captador. Se você se refere a projetos para obtenção de recursos por meio de fundações internacionais, por exemplo, diria que existem dois grandes pecados: a falta de clareza ao fazer um orçamento, que geralmente não contabiliza recursos já existentes; e o excesso de otimismo na proposta. Vale mais a pena ser realista, mostrar as dificuldades que podem surgir, inclusive apontando e contabilizando isso. Fazendo dessa maneira, o doador perceberá que quem fez a proposta é um gestor sensato e pragmático.

Mas se você se refere a projetos para obtenção de recursos com empresas, os pecados são outros: dependendo da postura do captador em uma reunião, ele pode perder oportunidades por falta de visão. Outro erro vem em decorrência do anterior: por não privilegiarem o relacionamento e, sim, a busca de recursos imediatos, não conseguem gerar confiança no potencial doador. Ainda existem, porém, muitos outros pecados, que variam conforme a situação em que se encontra o profissional.

Filantropia: O profissional que capta recursos para uma ONG pode ser o mesmo que trabalha para uma instituição educacional? Como se dividem as sub-áreas dentro da captação de recursos?
ME: Não pode, não! A ABCR defende claramente a profissionalização da captação de recursos por meio da criação de departamentos de mobilização dentro das entidades. Esses profissionais devem trabalhar para uma única entidade. Não dá para confiar em um captador que tenha em sua “carteira de projetos” uma infinidade de causas. Soa estranho. Imagine a cena: “Hoje tenho mico-leão dourado e criança com câncer, qual vai querer, patroa?”. Não é coerente. Um dos problemas é que existem muitos profissionais assim aqui no Brasil... Uma pena, pois as entidades que dependem deles desaparecerão em breve, junto com suas causas.

Filantropia: Você acredita que, hoje, as entidades buscam mais transparência frente a seus stakeholders, seja na apresentação do orçamento de seus projetos, na clareza da destinação dos recursos ou na prestação de contas?
ME: Acho que sim, mas ainda é insuficiente. Sou partidário à transparência absoluta, não apenas das entidades, mas de governos, políticos e tudo que se relacione às tarefas públicas. Minha opinião é que, a partir do momento que as entidades recebem recursos de governos, empresas e pessoas físicas, esse dinheiro torna-se público e, por isso, deve ser demonstrado no site da entidade como ele foi gasto, quanto sobrou, quanto falta, quanto custou isso ou aquilo.

Filantropia: Como o profissional deste setor pode se aprimorar?
ME: Fazer cursos sobre o tema que se trabalha ajuda bastante, assim como ter grande curiosidade por pesquisar sobre as fundações e as empresas. Mas não é só isso. Nos estatutos da ABCR, consta uma tarefa que será preciso realizar na próxima década, que é a de oficializar a profissão, para que ela conste no código brasileiro de profissões. Isso é uma necessidade, embora insuficiente. Pela ABCR, pretendemos trabalhar para esse fim, além de gerar uma formação que possa ser minimamente certificada, o que ainda não existe no Brasil.

Profissionais carregam suas certificações por seus estudos fora, na Universidade de Indiana ou em outras entidades certificadoras. Temos conversado com a AFP para, em um primeiro momento, criarmos uma certificação mista AFP/ABCR e, em seguida, termos uma certificação brasileira, contendo as nossas realidades.

É importante frisar que o fato de um captador ser associado da ABCR não o certifica instantaneamente. Cabe sempre a sintonia do captador com a causa que está contratando. Uma defesa que venho fazendo para entidades pequenas é a de que contratem recém-saídos das universidades, que têm o sincero interesse em crescer junto com a entidade. Isso permite que, aos poucos, possam receber melhores salários assim que a entidade passa a receber mais recursos. É um modo saudável de as entidades começarem seus departamentos de mobilização de recursos.

Filantropia: Uma polêmica – Você é a favor do comissionamento do captador de recursos? Qual a maneira mais justa e honesta de remunerar este profissional, ou este trabalho deveria ser exclusivamente voluntário?
ME: Sou terminantemente contra. Da mesma maneira que não faz sentido um captador “vender” mico-leão dourado e criança com câncer simultaneamente, não faz sentido um captador reter parte de uma doação. Como você, sendo doador, se sentiria ao saber que 10% do dinheiro que acabou de doar para reformar uma creche foi parar no bolso do captador? Você não preferiria que esses 10% se transformassem em telhas? Para esse tipo de situação, existe algo mais simples e clássico: a contratação como funcionário. Com isso, o profissional receberá seu salário assim como qualquer outro funcionário da entidade. Essa é a nossa defesa.

Filantropia: A ABCR está prevendo algum evento em 2008?
ME: Para 2008, além dos encontros com os associados e a realização do primeiro curso certificado, temos o objetivo de fortalecer os núcleos regionais, que hoje são três, além de São Paulo: Porto Alegre, Rio de Janeiro e Belém. Devemos fazer um evento em Salvador (BA), para fortalecer a rede de captadores no Nordeste do país.

Também estamos organizando os temas mais interessantes para a realização de eventos para não-sócios. Conforme os projetos forem se concretizando, disponibilizaremos as informações em nosso site.

Link: www.captadores.org

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Governo paga salários mais elevados que setor privado

Sergio Lamucci
Publicado pelo
Valor Online em 28/01/08

Nelson Marconi, da FGV, que considera incorreta a prática de salários maiores no setor público: "O Estado está gastando mais recursos do que deveria"
Foto Marisa Cauduro/Valor


Ser funcionário público tem um grande atrativo além da estabilidade e da perspectiva de uma aposentadoria mais gorda: quem trabalha para o governo ganha mais do que na iniciativa privada. Segundo o professor Nelson Marconi, professor da Escola de Economia de São Paulo (EESP) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006 mostram que os servidores públicos são mais bem remunerados que os trabalhadores do setor privado nas três esferas de governo, nos três níveis de escolaridade, com exceção dos funcionários municipais com curso superior.

A diferença é maior no caso de funcionários públicos da União com ensino médio, que ganham, em média, 71,8% a mais do que empregados da iniciativa privada com o mesmo nível de escolaridade. Entre os servidores federais com curso superior, a diferença de salário atinge 69,2%. Marconi destaca que o setor privado paga mais do que o setor público nas funções de alta gerência, mas diz que é complicado calcular a diferença de remuneração nesses cargos. "É difícil identificá-los na PNAD e a escolha envolve certa dose de arbitrariedade", afirma ele, que também é professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo.

Os números calculados por Marconi mostram que as menores diferenças estão no nível municipal. Funcionários de prefeitura com nível médio ganham, em média, 8,5% a mais do que os trabalhadores com a mesma escolaridade da iniciativa privada. Quem tem nível superior e é servidor municipal recebe 13,9% a menos do que alguém com formação equivalente no setor privado. Marconi explica que os diferenciais de salários se referem sempre a comparações entre pessoas com as mesmas características, como faixa etária e sexo.

Autor de uma tese sobre o assunto, Marconi não vê com bons olhos o fato de os funcionários públicos terem, em média, salários bem acima dos trabalhadores da iniciativa privada. "Acho que a remuneração no setor público deve ser justa: a pessoa deve ganhar um salário compatível com suas atribuições, seu conhecimento, experiência, escolaridade e responsabilidade. Um parâmetro bastante razoável para determiná-los é o que o setor privado paga, pois é um segmento mais dinâmico", diz ele. "Assim, não entendo que a prática de salários superiores no setor público seja razoável. O Estado está, nesse caso, gastando mais recursos do que deveria."

Para o consultor econômico do Senado Marcos Mendes, a escalada da carga tributária desde meados dos anos 90 ajuda a explicar a remuneração elevada dos funcionários públicos. "Aumentou a disponibilidade de recursos nas mãos do poder público", afirma ele. Mendes nota que o próprio processo de redemocratização levou o país a caminhar nessa direção. "Quando os governos precisam de votos para se manter no poder, eles têm que responder às demandas de determinados interesses organizados da sociedade, e os funcionários públicos são um dos grupos mais organizados", diz ele. Mendes lembra ainda que, por contar com autonomia orçamentária, o Legislativo e o Judiciário costumam jogar para cima a média do salário do funcionalismo.

O economista Raul Velloso sempre destaca que isso dá origem a uma corrida por isonomia por parte dos funcionários do Executivo, que passam a pleitear equiparação salarial com os servidores dos outros poderes.

Mendes diz ainda que a possibilidade de os funcionários públicos promoverem greves, sem nem ao menos terem descontados os dias parados, também ajuda a empurrar os salários para cima. Isso dá um poder de pressão muito forte, especialmente para categorias organizadas e importantes, como a Polícia Federal e a Receita Federal. Nesse cenário, há muito espaço para distorções. Segundo ele, um funcionário de nível médio da Polícia Federal pode ganhar mais do que um médico do Sistema Único de Saúde (SUS).

Assim como Marconi, Mendes não vê com bons olhos a diferença salarial pró-funcionário público. O mais indicado seria que a remuneração andasse em linha com a do setor privado. Ele avalia ainda que, recentemente, houve uma demonização equivocada das terceirizações no atual governo. Para Mendes, não é porque houve alguns problema localizados, como os que ocorreram com médicos peritos terceirizados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que toda a estratégia deve ser desmontada. No caso dos médicos peritos do INSS, há indícios fortes de que a terceirização levou a fraudes que elevaram acentuadamente a concessão do auxílio-doença.

"Não há por que o setor público ter na folha de pagamento secretárias e pessoas que tiram xerox, por exemplo. Esse tipo de função deve ser terceirizada, e o governo ter uma política de pessoal que privilegie as carreiras típicas de Estado (como juízes, fiscais da Receita e diplomatas)", afirma ele.

Marconi destaca ainda outro ponto que considera fundamental: "O prêmio que o setor público pratica torna-se ainda maior se considerarmos a questão da estabilidade e da aposentadoria, que, na prática ainda não mudou, para os servidores públicos. Isso torna a vantagem pecuniária no setor público maior ainda e o diferencial, injustificável."

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