terça-feira, 20 de novembro de 2007

ONU reconhece ter superestimado total de vítimas de Aids no mundo

Publicado pela BBC Brasil em 20/11/07


Portadora do HIV na Índia, onde ONU reviu estimativa de infectados
O relatório anual da ONU publicado no ano passado havia mostrado que em 2006, 39,5 milhões de pessoas estavam infectadas com o vírus da Aids. Mas, a Unaids reviu sua metodologia para contagem de dados e, neste ano, estimou que 33,2 milhões de pessoas estão vivendo com o HIV. E, aplicando a nova metodologia, a Unaids também reviu os números de 2006, estimando que, no ano passado, 32,7 milhões de pessoas tinham o vírus da Aids.

Índia
Segundo o relatório da Unaids, a razão para a redução nos números globais da doença no último ano foi a recente revisão das estimativas na Índia, depois de uma grande reavaliação da epidemia naquele país.

As estimativas revisadas para a Índia, combinadas com importantes revisões dos números de infecções em cinco países da África subsaariana (Angola, Quênia, Moçambique, Nigéria e Zimbábue), são responsáveis por 70% da redução da prevalência do HIV, em comparação com as estimativas de 2006.

"A informação para avaliar a epidemia de HIV usada pela Unaids/OMS (Organização Mundial da Saúde) teve uma expansão considerável e melhorou nos últimos anos", disse Ron Brookmeyer, professor de bioestatística da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg.

"No entanto (...) há uma necessidade de melhorar os sistemas de vigilância para rastrear melhor as subepidemias em populações de risco de cada país. Estimativas mais precisas vão levar à melhoria dos projetos e avaliação dos programas de prevenção", acrescentou o professor que também foi o diretor do Painel Independente de Revisão na última Consulta Internacional em estimativas epidemiológicas estabelecida pela Unaids e pela OMS.

Novas infecções
O relatório da Unaids afirma que, em 2007, 2,5 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e outras 2,1 milhões morreram devido à Aids.

Na região da África subsaariana, ocorreram 1,7 milhões de novas infecções, uma redução desde 2001, segundo o documento.

Apesar da redução, a Unaids afirma que a região continua a mais afetada pela doença. Estima-se que 22,5 milhões de pessoas com o HIV, ou 68% do total do mundo, estão na África subsaariana. Oito países nesta região são os responsáveis por quase um terço de todas as novas contaminações por HIV e mortes por Aids no mundo.

Na África subsaariana, o aumento no tratamento contínuo e a prevenção estão trazendo resultados em alguns países, mas a mortalidade causada pela Aids continua alta, pois as necessidades de tratamento na região não foram atendidas.

O relatório afirma que a prevalência do HIV entre mulheres grávidas entre 15 e 24 anos que têm assistência médica caiu desde 2000 em 11 dos 15 países mais afetados.

Informações preliminares também mostram mudanças favoráveis em comportamentos de risco entre jovens em países como Camarões, Chade, Haiti, Quênia, Zâmbia, Zimbábue, Botsuana, entre outros, indicando mais impacto das políticas de prevenção.

Além da África subsaariana, a Unaids também observou queda nos números da doença no sul e sudeste da Ásia, principalmente Camboja, Mianmar e Tailândia.

Autoridades da Unaids e da OMS afirmam que estas novas estimativas não mudam a necessidade de ação imediata e o aumento das verbas para dar acesso universal à prevenção do HIV, tratamento e serviços de apoio.

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A guerra do Ipea: não ao alinhamento

Valdo Cruz *
Publicado pela
Folha Online em 20/11/07

Desde o afastamento de quatro pesquisadores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), todos com uma visão crítica em relação a políticas do governo Lula, tornou-se pública uma guerra interna dentro da instituição notabilizada pela sua pluralidade, uma marca registrada desde sua criação nos anos 60. Segundo pesquisadores do instituto, tudo ficou muito claro em uma reunião com o novo presidente do Ipea, Marcio Pochmann, quando ele teria dito o que desejava de sua equipe.

O tom da fala do economista, que assumiu o posto recentemente, é traduzido mais ou menos assim por quem não concorda com os rumos que Pochmann vem dando ao órgão: a determinação a partir de agora seria montar um Ipea mais alinhado ao pensamento desenvolvimentista, mais ao gosto dos ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil). O que, sinceramente, seria uma estupidez. O Ipea, por sua tradição e seu perfil de debatedor de políticas públicas, não pode se alinhar a essa ou aquela corrente. Seria um desserviço ao próprio governo, que assim estaria demonstrando sua total incapacidade de assimilar críticas. O que, diríamos, não é uma inverdade.

Pochmann rebate essa versão. Diz que jamais teria dito tal coisa. Segundo ele, o que disse é que o Ipea precisa "contribuir com o planejamento do desenvolvimento industrial" do país. Daí a dizer que estava determinando um alinhamento do órgão a esse tipo de pensamento haveria uma grande distância, garante ele.

O presidente do instituto assegura que não há nenhuma política de alinhamento do Ipea a essa ou aquela corrente de pensamento. "A missão do Ipea é planejar o desenvolvimento, mas não vamos abandonar as outras linhas", afirma Pochmann, que trabalhou na gestão da petista Marta Suplicy à frente da Prefeitura de São Paulo. Acrescenta que não há um "clima de intranquilidade" dentro do órgão como a mídia estaria passando.

Não é o que dizem vários pesquisadores do instituto hoje comandado por Pochmann, subordinado ao ministro Mangabeira Unger. Relatos indicariam que os trabalhos estão num ritmo lento, quase parando, diante da insatisfação com o que consideram rumos indesejáveis. Tem gente que chega a dizer que a "liturgia" do órgão estaria sendo quebrada. Em outras palavras, em vez de hipóteses serem testadas para, então, montar estudos sobre determinado tema, a linha atual seria corroborar teses do novo comando do órgão. Pode ser um exagero de quem não gosta nem um pouco da dupla Unger/Pochmann, mas que mais cedo ou mais tarde se tornará pública se for verdadeira.

O que Pochmann não pode negar, porém, é que o Ipea só tem a perder com o afastamento de pesquisadores como Fábio Giambiagi, Regis Bonelli, Otávio Tourinho e Gervásio Rezende. Podem não rezar pela mesma cartilha de quem manda no governo Lula, mas funcionavam como consciência crítica de um governo que realmente não gosta nada de ser contestado. Perdem ainda os novos economistas do órgão, que agora não terão mais o convívio com esses pesquisadores. Talvez esse fosse um dos objetivos.

O fato é que não é de hoje que gente dentro do governo reclamava da liberdade de pensamento reinante no Ipea. É lembrado um fato recente, quando o governo divulgou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e lançou a previsão de taxas de crescimento na casa dos 5%. Em seguida, veio o Ipea dizendo que aquilo só seria possível bem mais à frente. Até agora, contudo, ninguém havia resolvido mudar os rumos do instituto. As críticas ficavam nisso, em críticas. O clima parece estar mudando, apesar das negativas do novo comandante do órgão. Somente ele poderá mostrar que realmente não se trata de nada disso que todos estão dizendo. A conferir.


*Valdo Cruz, 46, é repórter especial da Folha. Foi diretor-executivo da Sucursal de Brasília durante os dois mandatos de FHC e no primeiro de Lula. Ocupou a secretaria de redação da sucursal e atuou como repórter de economia. Escreve às terças.

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Teletrabalho: como garantir o sucesso na adoção

Network World
Publicado pelo
Comnputerworld em 20/11/07

Horários de trabalho flexíveis ajudam as empresas a reduzir custos e reter talentos, mas, para que dêem certo, gerentes precisam ir além da configuração do acesso remoto.

À medida que as iniciativas de teletrabalho se disseminam, gerentes interessados em adotar o modelo de trabalho flexível têm de definir políticas de uso, implementar tecnologias capacitadoras e estabelecer metas para os funcionários de modo a garantir o sucesso desta empreitada.

Todos os indicadores apontam que o número de teletrabalhadores está aumentando nas empresas norte-americanas. Segundo pesquisa recente realizada com aproximadamente 200 gerentes de RH pela fornecedora de talentos e outsourcing Yoh, 81% das empresas adotam políticas de trabalho remoto e 67% dos entrevistados acreditam que o teletrabalho crescerá nos próximos dois anos.

De acordo com a WorldatWork, associação profissional norte-americana sem fins lucrativos focada em recursos humanos, cerca de 12,5 milhões de pessoas se beneficiam do teletrabalho naquele país. A associação define os “teletrabalhadores empregados” como funcionários em tempo integral ou parcial que trabalham em casa pelo menos um dia por mês.

Contando com os teletrabalhadores autônomos, que só trabalham em casa, o número de trabalhadores à distância nos Estados Unidos totalizou perto de 29 milhões em 2006, um aumento de aproximadamente 10% em comparação a 2005. Este número deverá aumentar em 2007, na medida em que mais empresas percebam os benefícios do teletrabalho.

“Os programas de teletrabalho normalmente têm início quando um funcionário pede para trabalhar fora do escritório um ou dois dias por mês. A partir daí, esta prática pode se espalhar como mato dentro de uma organização”, diz Rose Stanley, líder de práticas de vida no trabalho da WorldatWork.

“O local de trabalho nunca mais será o mesmo; será muito diferente”, afirma Rose, complementando: “E os gerentes precisam começar a estabelecer políticas para possibilitar o teletrabalho porque a nova força de trabalho o exigirá.”

Adesão ao teletrabalho
As empresas que possuem uma força de trabalho distribuída e recursos limitados para instalações físicas recorrem ao teletrabalho com freqüência. Os programas de trabalho remoto ajudam Linda Casey, gerente de operações sênior da companhia norte-americana McKesson Health Solutions, a montar call centers virtuais para novos clientes, conservar funcionários contratados valiosos e cortar gastos com imóveis.

A McKesson, que aloca enfermeiras diplomadas nos call centers para fornecer serviços de triagem e gerenciamento de doenças pelo telefone a membros de planos de saúde, mantém um programa de trabalho a distância que emprega entre 80% e 85% de seus funcionários sob o regime de teletrabalhadores em tempo integral. A população de profissionais remotos da McKesson cresceu para quase 800 operadores de call center nos últimos quatro anos.

“Muitas empresas relutam em se aventurar no teletrabalho, mas, depois que o fazem, não tem mais volta”, diz Linda. “Os benefícios tanto para o empregador quanto para o empregado são tão grandes que as empresas não podem se dar ao luxo de abrir mão dele”, reforça a executiva.

Para a McKesson, os benefícios variam do dinheiro economizado com imóveis, que chega a 1 milhão de dólares por ano, à maior eficiência do agendamento, que também proporciona mais uma economia de cerca de 1 milhão de dólares. E a organização de serviços de saúde deixa de gastar 500 mil dólares com novos clientes quando um call center virtual substitui uma localização física tradicional. Além disso, os call centers virtuais permitem que a McKesson empregue talento local para os novos clientes, o que lhe rende pontos juntos a estes clientes.

“O teletrabalho proporciona diversidade na contratação de novos funcionários, e os clientes gostam quando empregamos talento local. O trabalho remoto também nos possibilita reter funcionários contratados se, por alguma razão, eles precisarem se mudar para outro lugar”, explica Linda.

Pesquisando no website da American Automobile Association, ela descobriu que funcionários com trajetos de ida e volta de aproximadamente 46 quilômetros, por exemplo, podem economizar pelo menos 3 mil dólares por ano. Este definitivamente é um bom argumento.

Mas o programa de teletrabalho da McKesson não teve sucesso garantido assim que foi lançado, em 2003. Uma parcela dos funcionários da empresa não era talhada para isso. “Existem funcionários que não são adequados para o teletrabalho, eles precisam de mais interação social. E também há os que simplesmente não trabalham”, observa.

É como se o teletrabalho fosse o casamento: você tem de estabelecer confiança, e ambos os lados, empregador e empregado, precisam se empenhar para que a relação seja produtiva.

Comunicação virtual
A comunicação clara e contínua desempenha um papel importante no sucesso do teletrabalho, segundo especialistas. “Os empregadores têm de sentar com os funcionários para determinar como eles vão se comunicar, como o trabalho será levado a cabo e como o desempenho dos funcionários será medido sem haver muito contato frente a frente entre o gerente, o teletrabalhador e os outros colegas de trabalho”, diz Jane Anderson, diretora do Midwest Institute for Telecommuting Education (MITE). “Fundamentalmente, as linhas de comunicação precisam ser muito abertas”, afirma.

Os gerentes devem documentar as políticas de teletrabalho que detalham as expectativas do gerente para a comunicação. Os teletrabalhadores podem ser instados a se comunicar via telefone ou e-mail uma vez por dia, por semana ou outro intervalo de tempo qualquer, por exemplo.

Os gerentes também devem deixar para trás a idéia de “ver para crer” quando se trata da produtividade do trabalhador remoto. Eles precisam confiar que estes funcionários estão trabalhando quando estão fora do escritório. “O maior medo do gerente é perder o controle sobre a produtividade dos funcionários quando eles não estão no escritório”, observa Cindy Auten, gerente geral da Telework Exchange.

Para avaliar a adequação de funcionários e seus cargos a potenciais postos de teletrabalho, a Telework Exchange oferece uma calculadora online que funciona como um teste, em que o profissional coloca seus dados, batizada de Telework Eligibility Gizmo. A calculadora ajuda funcionários a justificar o teletrabalho para a gerência.

“O desempenho tem de ter foco no resultado real do trabalho, não na percepção intuitiva de que se está trabalhando, prática comum no mundo corporativo. Em muitos casos, os teletrabalhadores têm menos motivos de distração e tendem a ser mais produtivos do que as contrapartidas no escritório”, afirma Cindy.

A relação dos teletrabalhadores com os funcionários do escritório é tão importante quanto a interação com seus gerentes. De acordo com observadores da indústria, ensinar aos colegas de trabalho que os profissionais remotos trabalham tanto quanto eles é vital para o ambiente do escritório.

Por sua vez, “as pessoas que trabalham em casa receiam a percepção de que não estejam trabalhando realmente e, com freqüência, exageram e trabalham muito mais para provar que merecem o mesmo respeito que os colegas do escritório”, ressalta Jack Nilles, co-fundador e presidente da empresa de consultoria em gestão JALA International.

Outros acreditam que mostrar a todos os funcionários os benefícios do teletrabalho e promover a comunicação entre colegas por meio de videoconferência e teleconferência, reuniões no local e encontros sociais ajuda a fazer com que os funcionários continuem trabalhando em prol dos mesmos objetivos.

Os gerentes dizem que também precisam se empenhar para manter os teletrabalhadores desestressados. “Não é uma questão de ‘longe dos olhos, longe do coração’. Queremos que os funcionários façam pausas, levantem da mesa de trabalho para almoçar e se sintam uma parte importante do time”, diz Cindy, da McKesson.

Tecnologias capacitadoras
Para promover a comunicação, as empresas precisam adotar novas tecnologias que mantenham os teletrabalhadores em contato no home office. Os teletrabalhadores devem ter à disposição no mínimo a mesma tecnologia usada por suas contrapartidas no escritório. Isso significa que os home offices devem ser equipados com conexão à internet de alta velocidade e que o departamento corporativo de TI deve conceder aos funcionários capacidade de acesso remoto, como VPN.

O computador, seja do próprio empregado ou fornecido pelo empregador, precisa seguir normas de segurança padrão, e o pessoal do help desk deve ser treinado para lidar com problemas que possam ocorrer em um home office ou escritório remoto.

“Os requisitos tecnológicos precisam ser definidos e os funcionários precisam ser treinados desde o início para satisfazer estes requisitos ao trabalhar fora da empresa”, diz Cindy, da Telework Exchange.

Para quem trabalha em casa e não tem acesso à banda larga, o governo federal norte-americano apóia centros de teletrabalho na periferia das grandes áreas metropolitanas. A banda larga ainda não está em todas as áreas, mas pode haver um centro adequado para o funcionário em uma determinada região.

Com os baby boomers deixando a força de trabalho, um número maior de empresas terá novos funcionários que usam comunicação móvel no dia-a-dia e tornam mais popular o uso de mensagem instantânea, mensagens de texto e telefone celular nas operações de escritório. “A Geração Y tem a expectativa de teletrabalhar. É uma das primeiras coisas que eles pedem nas entrevistas de emprego”, diz Anderson, da MITE.

As empresas também podem optar por fornecedores que oferecem novas ferramentas de colaboração para possibilitar o teletrabalho em sua organização. Tecnologias da Citrix Systems e da WebEx Communications ajudam os profissionais remotos a participar de reuniões com colegas do escritório; fornecedores de software como serviço, como a Everdream, desenvolvem atualizações de patches contínuas para laptops; e a Symantec anunciou recentemente um serviço de backup online.

“O teletrabalho impõe uma grande carga de tecnologia em algumas empresas”, reconhece Jeff Kaplan, diretor da empresa de consultoria ThinkStrategies. O fato é que fornecedores de software como serviço e de serviços gerenciados estão moldando seus acordos de serviços gerenciados para incluir não só o escritório centralizado, mas também os trabalhadores remotos do cliente.

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UE e BID reforçam acordos de cooperação em projetos na AL

France Presse
Publicado pela
Folha Online em 19/11/07

A Comissão Européia - braço executivo da UE (União Européia) - e o BID (Banco Inter-americano de Desenvolvimento) assinaram nesta segunda-feira, em Bruxelas, um acordo que reforça sua cooperação na América Latina, com prioridade para a luta contra a pobreza e o desenvolvimento das energias renováveis.

"A intenção é reforçar nossa coordenação em temas tão importantes como a coesão social, a luta contra a pobreza e a promoção das energias renováveis", afirmou a comissária européia de Relações Exteriores, Benita Ferrero Waldner, depois da assinatura do documento com o presidente do BID, Luis Alberto Moreno.

Moreno também destacou a importância de desenvolver projetos vinculados às energias renováveis, afirmando que a América Latina se encontra no "coração da revolução" desse setor --que inclui os biocombustíveis, favorecida por uma conjuntura mundial de preços altos do petróleo e uma maior consciência sobre as conseqüências da mudança climática.

O BID já participa do programa EURO-SociAL da Comissão Européia, lançado em 2005 e com quatro anos de duração, centrado no incentivo de políticas públicas de educação, saúde, administração da justiça, fiscalidade e emprego.

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Detetives cegos combatem crime na Bélgica; veja vídeo

Publicado pela Folha Online em 19/11/07

Seis detetives cegos fazem parte de uma nova unidade da polícia belga. Com ouvidos treinados, o grupo trabalha na análise de sons: escuta de telefone ou outros tipos de gravações. Segundo o diretor da polícia federal da Bélgica, Paul Van Thielen, no início, muitos não acreditavam que pessoas cegas pudessem se tornar policiais.

"Com o tempo, nós conseguimos integrá-los à equipe", diz Van Thielen.
Um dos detetives do grupo, Sacha Van Loo, conseguiu identificar recentemente o país de origem de um traficante de drogas, apesar da gravação ruim a que tiveram acesso.

Veja vídeo dos detetives cegos na Bélgica

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Jovens alemães conciliam moda e consciência social

Louisa Schaefer
Publicado pela
Deutsche Welle em 20/11/07

Martin Höfeler (e) e Anton Jurina, os fundadores

Dois estudantes alemães fundaram uma empresa de moda, que pretende trabalhar apenas com meios éticos e ecologicamente sustentáveis, e ganharam por isso um prêmio de 250 mil euros.

No início deste ano, Martin Höfeler e Anton Jurina fundaram a Social Fashion Company, em Colônia, e com ela a etiqueta Armedangels (anjos armados) que, segundo Höfeler, oferece roupas fabricadas "de maneira ética e ecologicamente aceitável". Isso significa trabalhar com fornecedores que não empregam trabalho infantil e oferecem aos seus empregados salários justos e horas de trabalho aceitáveis. Os dois estudantes também só usam, na produção das roupas, algodão isento de pesticidas e com a menor quantidade possível de produtos químicos.

A meta dos jovens empresários é manter uma empresa cujos métodos sejam compatíveis tanto com o ambiente quanto com sua consciência social. "Queremos criar moda exclusiva distinta do lema das produções de massa: 'bom e barato'", afirma Höfeler.

Promover a sustentabilidade
Outras companhias, como a Levi's, Nike e a rede sueca H&M, têm descoberto que "ecomoda" vende. Da mesma forma, as empresas de cosméticos orgânicos estão em alta, e cada vez mais companhias vendem produtos com base em políticas de comércio justo.

Mas Höfeler e Jurina, com 25 e 28 anos, respectivamente, garantem que sua empresa distingue-se de todas as outras: uma parte de seus lucros é doada diretamente a organizações de caridade.

Neste momento, a linha Armedangels é composta de camisetas em estilo street wear – manga curta ou longa e regata – que variam de 29 a 50 euros. Para cada camiseta vendida, a Armedangels repassa 3,33 euros em benefício de escolas e hospitais na Bolívia.

Certificado de comércio justo com design chique
Para garantir que a Armedangels mantenha a reivindicação de sustentabilidade dos alunos, ela só trabalha com empresas socialmente responsáveis que têm rótulos e certificados de comércio justo.

Höfeler e Jurina atualmente importam algodão do Peru e têm camisetas costuradas nas Ilhas Maurício. Porém pretendem mudar para um produtor de algodão da Índia, com uma boa reputação de comércio justo.

Justificando-se devido ao impacto ambiental causado pelo longo trajeto de transporte, Höfeler lembrou que a Alemanha não é um país produtor de algodão.

Cansados do velho slogan capitalista
A dupla freqüentava junto aulas de gestão corporativa quando surgiu a idéia da Armedangels.

"Nós estávamos cansados de ouvir o tradicional lema capitalista de 'maximizar lucros' cada vez que tínhamos aulas sobre comércio", recorda Höfeler, acrescentando que ele sempre quis fundar sua própria empresa.

Os dois passaram tempo suficiente fazendo estágios em grandes empresas para perceber que não queriam ser engrenagens na "máquina capitalista". Em vez disso, decidiram capitalizar no segmento de mercado socialmente consciente – com sucesso.

Recompensa pela idéia
A empresa de moda social de Höfeler e Jurina conquistou o Jovens Empresários (Gründerpreis), prêmio da revista econômica alemã Wirtschaftswoche, por encontrar a combinação certa nesta eclética mistura de interesses. A empresa recebeu também 250 mil euros para marketing, negócios e consultoria jurídica.

"A Armedangels tem uma equipe entusiasta e uma idéia de mercado absolutamente convincente que se encaixa bem na atual tendência de moda sustentável e consciência ambiental", declarou Jochen Mai, coordenador do prêmio da Wirtschaftswoche, cuja matéria de capa de setembro se ocupa da concepção de que moral conduz ao lucro.

Höfeler e Jurina também foram bem-sucedidos de outra maneira: eles convenceram alguns "business angels" – empresários mais velhos, com negócios sedimentados e dispostos a investir nos jovens empresários – a dar-lhes capital de giro. Os dois têm trabalhado tanto que adiaram seus estudos em Economia e Direito.

Os rapazes têm planos de expandir a Armedangels. Atualmente seus produtos só podem ser adquiridos pela internet.

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