quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Deutsche Bank promove Urban Age Award

Até 1º de setembro de 2008, estão abertas as inscrições para o Deutsche Bank Urban Age Award 2008 São Paulo

No início de abril de 2008, abriram-se as inscrições para o Deutsche Bank Urban Age Award São Paulo. Mais uma vez, o prêmio reconhecerá novas alianças de responsabilidades partilhadas entre residentes, empresas, ONGs e instituições do setor público que ajudem a aprimorar a qualidade de vida nas cidades.

Em 2008, o prêmio elegerá projetos na Região Metropolitana de São Paulo. O prêmio, no valor de 100.000 dólares, será entregue em 03 de dezembro, antecedendo o início da Urban Age South America Conference em São Paulo.

Mais informações sobre o Deutsche Bank Urban Age Award Sao Pãulo e as condições de inscrição estão anexadas em português (favor baixar os documentos “informações gerais” e “formulário de inscrição” ao lado.) Sobre o prêmio e o júri, acesse os documentos “flyier”, “júri”, “press-release abril” e “press-release junho”.

Informações sobre Urban Age South America
Informações gerais [PDF / 772 KB]
Formulário de inscrição [PDF / 840 KB]
Júri [PDF / 168 KB]
Flyier
Press-release junho [PDF / 56 KB]
Press-release abril [PDF / 56 KB]
Urban Age South America [PDF / 3,8 MB]
www.urban-age.net

Em caso de dúvidas, enviar e-mail para:
M.L.Rosa@lse.ac.uk

Mais...

Uma conversa ao redor do fogão

“Dois problemas se misturam.
A verdade do Universo e a prestação que vai vencer”
Raul Seixas


Captar recursos é uma atividade fundamental e tida pela grande maioria das organizações da sociedade civil como um dos maiores desafios na gestão profissional. Nos últimos anos, tem sido um dos temas de cursos, palestras e seminários mais procurado por profissionais que atuam nessas organizações. Via de regra, as questões que mobilizam essas pessoas a procurarem os cursos são: “Onde eu acho os recursos?”, “Quais são as fontes de financiamento que têm mais recursos?”, “Como chegar a essas fontes?”.

Certamente essas perguntas são importantes para quem está num processo de captação de recursos, mas há outras que estão mais na raiz da questão da sustentabilidade das organizações: “Somos capazes de criar projetos inovadores para enfrentar os problemas que nos propomos a resolver?”, “Nossa equipe é competente o suficiente para conceber e implementar projetos ousados?”, “Nosso conselho está envolvido com a organização, nos ajudando nos caminhos de futuro?”, “Os doadores atuais estão realmente satisfeitos e envolvidos com nossa organização?”. Em outras palavras: “Estamos prontos para captar recursos?”.

Selecionar potenciais parceiros, escrever projetos, fazer visitas a fundações, realizar campanhas com indivíduos, entender das isenções fiscais, criar um banco de dados são certamente atividades fundamentais para o captador de recursos e para a organização. Porém, se a resposta para essa última pergunta for negativa ou evasiva, provavelmente todas as atividades podem nos levar a uma prática artificial.

Não por acaso, o captador de recursos é chamado de “profissional de desenvolvimento institucional”. Justamente porque seu papel é conhecer e procurar intervir em diversas questões do desenvolvimento da organização, já que todas elas refletirão na capacidade dessa organização captar recursos de maneira mais sustentável para sua causa.

Organização e causa
O crescimento avassalador do setor da sociedade civil organizada no Brasil nos últimos anos – cerca de 60% das organizações existentes hoje no país nasceram nos anos de 1990 – e a influência da cooperação internacional e das empresas privadas como parceiros dessas organizações pressionam a que elas tenham uma preocupação quase paranóica para importar conceitos empresariais para o dia-a-dia delas. Hoje, percebemos que isso trouxe um avanço para algumas organizações em termos de planejamento, organização, estrutura, avaliação, resultados etc.

Mas o lado perverso dessa pressão é tentar estabelecer no ambiente social um ritmo apropriado para o ambiente econômico. Em termos de captação de recursos, esse lado perverso se reflete na busca desenfreada por recursos, quando vale mais os interesses da organização do que a causa em si. Essa postura cega os gestores para as reais demandas sociais e faz com que se trabalhe somente em prol das demandas da própria organização. É quando uma organização da sociedade civil começa a trabalhar mais como uma organização com interesses privados.

No outro extremo, trabalhando em prol da “causa”, um gestor social (ou o captador de recursos) passa a tratar sua atividade de captação de recursos mais como “mobilização” de recursos, em que não há um processo de captar no sentido de atrair ou conquistar, mas de mobilizar, movimentar.

Um (o que capta) parece que trata o interlocutor como objeto, doador, e estabelece, sem querer, uma relação vertical, muitas vezes à base de culpa social. O outro (que mobiliza) trata o interlocutor como sujeito, parceiro, e estabelece uma relação horizontal, à base de envolvimento e responsabilidade. Claro que esses conceitos são teóricos, e não existe certo ou errado nessa história. Na prática, podemos falar a toda hora de mobilização de recursos e praticar o contrário, e vice-versa.

Podemos também oscilar entre os extremos, ou seja, em alguns casos ter uma prática mais captadora e, em outros, mais mobilizadora. O que importa é ficarmos atentos a nossas atitudes e nossos padrões. Pensando nesses conceitos, em nossa organização, predomina mais a prática da captação ou da mobilização? Vamos conversar mais sobre isso?

Fontes de pesquisa:
www.captadores.org
www.institutoelosbr.org.br
www.resourcealliance.org


Rodrigo Alvarez
Vice-presidente de Desenvolvimento Institucional da Associação Brasileira de Captadores de Recursos (ABCR), responsável pela Área de negócios e Mobilização de Recursos do Instituto Elos e Consultor da The Resource Alliance no Brasil.

Revista Filantropia - OnLine - nº163

Mais...

Decisões sobre a Visão

A sua organização precisa de uma declaração de visão compartilhada? Muitos dos líderes com quem converso sentem que não têm uma escolha nesse assunto. Para o bem ou para o mal (eu penso que para o mal), “líder” e “visionário” têm sido vistos como sinônimos. E ser visionário é equivalente a criar e comunicar a declaração de visão.

Sentindo-se pressionados a provar que eles têm o que o ex-Presidente George H. W. Bush denominou “a coisa da visão”, os líderes arrastam suas equipes para reuniões formais de discussão sobre a visão. Nelas, exercícios vazios rendem “declarações de visão” diante das quais os funcionários periodicamente se ajoelham, mas que não têm nenhum significado relevante. O resultado final é anti-inspirador.

O propósito da visão, afinal, é inspirar: a visão promove motivação por meio de inspiração. E inspiração é um elemento-chave, que confere motivos para as pessoas se animarem com a direção estratégica da empresa (o outro elemento-chave são os incentivos). Uma declaração de visão eficaz fornece uma imagem inspiradora de como será atingir a missão e os objetivos organizacionais. A visão cristaliza uma conexão emocional entre os funcionários e a empresa. A rigor, uma afirmação formal da visão não é um fim em si mesmo. Ela é, ao mesmo tempo, o produto e o símbolo de um processo de gerar compreensão e comprometimento compartilhados entre os funcionários.

Quando a sessão de compartilhamento da visão funciona, os resultados podem ser poderosos. Meu exemplo favorito de uma grande declaração de visão foi desenvolvido por uma unidade da Johnson & Johnson que concebe, fabrica e vende implantes ortopédicos, como joelhos e quadris artificiais. A visão da empresa é “Restaurar a alegria do movimento”. Trata-se de uma evocação que encapsula os valores que a empresa gera às pessoas que sofrem de dores debilitantes devido às doenças severas nas articulações. Essa visão traz à mente grandes atletas que podem voltar a competir e avós que podem novamente brincar com seus netos. (Revelação: a Johnson & Johnson é minha cliente).

Mas há circunstâncias, e muitas, em que é melhor evitar o compartilhamento formal da visão. Pode acontecer de a empresa simplesmente não ser um ambiente intrinsecamente inspirador. Ou pode ser que o momento não seja o adequado. Não arrisque uma visão, quando sua empresa está no meio de uma dolorosa reestruturação ou quando você está planejando fazer mudanças cruciais na sua equipe.

Há, ainda, as situações em que você está liderando uma parte de uma grande organização que já tem uma declaração de visão. Nesse caso, raramente faz algum sentido criar uma visão separada para sua própria unidade, porque camadas de declarações de visão geralmente não levam a algo inspirador. Você pode decidir não criar uma declaração compartilhada de visão e ainda ser um bom líder (isso é uma heresia, eu sei). Afinal de contas, quando definir a visão é um exercício vazio, não se engana ninguém.

Há, também, muito que você pode fazer para inspirar as pessoas que trabalham para você, sem formalizar uma visão. Você faz isso vivendo a visão e os valores nos quais acredita. Pense nisso como “criar uma visão na ação”. Meu exemplo preferido disso é Herb Kelleher, da Southwest Airlines. Até onde sei, a Southwest não tem uma declaração formal de visão. Mas alguém poderia dizer que Kelleher não é um visionário e um líder inspirador?


Michael Watkins
Autor do best-seller internacional Os primeiros 90 dias: estratégias de sucesso para novos líderes. É um dos conferencistas do Fórum Mundial de Negociação da HSM, que será realizado em 23 e 24 de setembro de 2008.

HSM On-line, 19/08/08

Mais...

Franchising mais sustentável

Setor de franquias se adapta às novas tendências do mercado e desenvolve indicadores sustentáveis para a auto-avaliação das empresas

No ano em que completa o seu vigésimo aniversário, o setor de franquias prepara para o próximo mês de outubro um conjunto inédito de indicadores para avaliar o desempenho das empresas que o compõem em relação à responsabilidade social. Com o propósito de se adaptar às novas demandas por sustentabilidade no mercado, o franchising brasileiro espera combinar consciência ambiental com rentabilidade, melhorando, desse modo, os negócios com os fornecedores e a relação com os clientes.

Segundo Cláudio Tieghi, presidente da Associação Franquia Solidária,(Afras), a finalidade da adoção de indicadores próprios é incluir definitivamente as questões socioambientais na agenda das empresas. “Assuntos relacionados à responsabilidade social muitas vezes entram pela porta do marketing. Quando propusemos esse trabalho, o primeiro objetivo foi proporcionar aos líderes das empresas uma reflexão sobre o seu modelo de gestão, sobre como a questão da sustentabilidade está sendo ou não abordada”, diz. Os indicadores específicos -enfatiza Tieghi- vão integrar um único questionário, por meio do qual será possível aos franqueadores realizarem uma auto-avaliação de sua performance socioambiental em comparação com a média geral das outras empresas.

Na avaliação de Tieghi, o setor de franquias vive duas realidades distintas - a do franqueado e a do franqueador - o que pode levar a um dilema na hora de cada segmento responder os questionários já existentes. “Com uma nova ferramenta, tentamos diminuir esse tipo de dúvida. Em um primeiro momento, tivemos que escolher os indicadores para o franqueador, aquele que detém a marca. Mas já existe uma primeira derivação desse projeto, que futuramente pode abarcar também as franquias”, afirma o presidente da Associação.

A formulação do questionário de responsabilidade social teve início no final do mês de junho, quando a Afras começou a realizar reuniões com grupos de trabalho específicos. Empresas representantes de diversos setores estão auxiliando no processo de criação, entre elas O Boticário, CNA, Yázigi Internexus, Amor aos Pedaços, BIT Company, Bob's, China in Box, McDonald's, Rei do Mate, Spoleto, Flytour Viagens e Turismo, Linces Vistorias e Arezzo. “Resolvemos convidar 13 marcas relacionadas ao setor, com diferentes graus de representatividade. Mas a idéia é que todas as empresas se sintam, de alguma forma, representadas”, ressalta o presidente da Afras.

Ao longo de quatro oficinas, grupos de trabalho devem finalizar a elaboração dos indicadores com base naqueles utilizados pelo Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social para análise de pequenas empresas. O questionário levará em consideração, entre outros aspectos, a ética nas relações com os stakeholders, além de temas como transparência e governança. O resultado de todo esse esforço conjunto será apresentado na Convenção da Associação Brasileira de Franchising (ABF), no mês de outubro.

De acordo com Tieghi, após a apresentação, em outubro, o questionário ficará disponível para consulta pública no site do Instituto Ethos. Lá, os dados fornecidos pelas empresas serão processados resultando numa nota média para cada segmento. A partir da análise do desempenho médio, a companhia pode avaliar em quais quesitos vai bem e em quais deve investir em melhorias para alcançar o padrão do grupo, ou até mesmo superá-lo. O simples exercício de preenchimento do questionário leva à reflexão sobre quais atitudes e conceitos têm sido bem desenvolvidos e quais estão abaixo das empresas socialmente responsáveis, o que pode favorecer os negócios daqueles comprometidos em atingir um patamar sustentável.

“Já existem candidatos a abrir franquias interessados em saber se a franqueadora adota responsabilidade social como um de seus valores. Essa é uma informação que se tornará tão importante para a decisão da abertura de um negócio quanto qualquer outra considerada estratégica”, afirma o presidente da Afras. Em sua opinião, um processo como este contribui para a definição de planos estratégicos muito mais alinhados com a questão do desenvolvimento de negócios mais sustentáveis. “A primeira questão é educacional. Quanto mais esse tema for tratado de modo pragmático e mais estiver inserido no modelo de gestão das empresas, mais se construirá uma nova consciência”, afirma.

Indicando desafios e oportunidades
Segundo Adir Ribeiro, sócio-diretor de educação corporativa do grupo Cherto, alguns pontos são fundamentais para fazer propagar o pensamento da sustentabilidade no setor. “No primeiro nível, o desafio está na concepção dos projetos sociais, que também devem ser projetados como negócios. No segundo nível, temos o elemento da conscientização, essencial para mudar a maneira de pensar do mercado.

E no terceiro nível, os incentivos empresariais são necessários para desenvolver uma nova visão dentro das franquias”.
De acordo com Ribeiro, outra dificuldade que envolve a adaptação do segmento à questão da sustentabilidade é o apoio restrito aos pequenos negócios, que sofrem com a alta carga tributária no Brasil. “Acredito que a falta de estimulo tributário é um problema a ser destacado, pois esse benefício aumentaria o engajamento das empresas. O nível de consciência também vem com o estímulo financeiro”, aponta.

A questão econômica também esteve presente nas discussões que precederam o consenso sobre a criação dos indicadores. No entanto, o ponto principal foi a percepção de que a criação e o uso da ferramenta pressupõe um nível de amadurecimento ainda não comum no franchising brasileiro. Entre os críticos, o argumento recorrente foi que talvez o setor não tenha porte e preparo suficientes para enfrentar esse novo desafio, e que seria, portanto, necessário mais tempo para sensibilizar as empresas e fortalecer o comprometimento necessário.
Tieghi ressalta, porém, que só haverá consciência por parte do setor se ele for visto de uma forma sistêmica e gerencial. De outro modo, a falta de preparo seria mera suposição. “Ao contrário de imaginar que não estamos preparados, argumentamos que somos capazes de ampliar a visão e mostrar o caminho para as empresas que desejam segui-lo”, afirma.

Já parece haver, no setor, um consenso de que a sustentabilidade gera benefícios hoje e no futuro. De acordo com Ribeiro, os negócios que adotarem valores socioambientais na pauta corporativa terão grandes oportunidades no mercado. “Segundo o NRF (National Retail Foundation, ou Fundação Nacional de Varejo), 43% dos americanos já preferem comprar produtos de empresas responsáveis, o que para nós é um indicador muito forte de uma tendência que está chegando e irá se consolidar em nossa cultura. No Brasil já existe o questionamento por parte do consumidor, o que poderá gerar ações concretas no futuro”, destaca o diretor.

Uma das atitudes socialmente responsáveis já adotadas pelo franchising é a inclusão de pequenos produtores, comunidades e cooperativas em uma produção mais sustentável. Além de adicionar valor ao negócio, esse tipo de prática reverte em benefícios financeiros e sociais, seja na forma de eficiência e economia de processos seja na conquista de maior confiança junto aos clientes. “A questão da responsabilidade social empresarial não pode mais ser vista como despesa, e sim como o desenvolvimento de uma inteligência mais sustentável”, destaca Tieghi.

Segundo o sócio-diretor do grupo Cherto, boas práticas de gestão sustentável podem influenciar outras empresas a também inserirem os temas socioambientais em suas estratégias de negócio. “O pensamento que deveria balizar as ações das empresas é `devolver ao mundo aquilo ele nos deu´. É extremamente benéfico para a marca registrar o seu nome como ambientalmente responsável entre os consumidores, identificando tendências e ajudando a disseminá-las em seu mercado de atuação", ressalta Adir.


Franquia empresarial em prol da comunidade
Apesar de os indicadores de responsabilidade social estarem sendo desenvolvidos apenas agora, o setor já tem uma experiência considerável na atuação comunitária. O conceito de franquia diz respeito a replicar medidas bem sucedidas por meio de outros processos, e as ações ligadas ao terceiro setor não são uma exceção à regra. Através da utilização de ferramentas dos negócios, a gestão de organizações se aprimora a cada dia, multiplicando administrações de sucesso e transferindo conhecimento à sociedade.

O franchising social pode ser muito benéfico aos gestores das empresas. Além de criar executivos extremamente capacitados e com a habilidade de administrar negócios eficientes com poucos recursos, o desafio estimula uma visão mais ampla das oportunidades do mercado em uma época onde responsabilidade social é um conceito relevante em todos os processos.

Muitos projetos comunitários acabam não tendo continuidade devido à administração inadequada e a falta de conhecimento por parte do gestor, questão que pode ser resolvida através da franquia social. Quebrar barreiras e unir os segmentos com uma mesma finalidade pode gerar atitudes inovadoras e benefícios para mercado e comunidade.

Segundo Ribeiro, ainda existe uma certa resistência na utilização de ferramentas comuns ao mercado em ações sociais, mas aos poucos a idéia de a franquia empresarial disseminar conhecimento para outras áreas irá se estabelecer. “Talvez possamos rever a nossa missão, não que ela não seja boa como negócio, mas devemos pensar no mundo que queremos daqui pra frente. Nós desejamos proporcionar uma visão mais ampla para os negócios e o estímulo para que eles contemplem também as questões do meio ambiente.”

Possibilidades dos indicadores de responsabilidade social do franchising
Desafios
-Estimular a conscientização do setor
-Adaptar os franqueadores à questão da sustentabilidade
-Preparar gestores para um mercado mais exigente

Oportunidades
-Ampliar a visão da empresa para novos caminhos
-Melhorar o relacionamento com clientes e comunidades
-Conquistar a confiança dos consumidores
-Mapear a cadeia complexa em a empresa atua
-Influenciar as franquias a adotar padrões socioambientais mais elevados


Idéia Socioambiental, 19/08/08

Mais...

Identificando as empresas esforçadas em sustentabilidade

No artigo da semana passada, arriscou-se aqui, a pedido dos leitores, classificar as empresas segundo o seu envolvimento com o tema sustentabilidade. Mesmo admitindo de antemão que, por mais bem intencionadas, classificações são, por natureza, simplistas, o desafio foi encarado como uma forma de orientar aqueles que querem mais informações para distinguir as empresas sustentáveis das que não são.

Usando como norte a distância e a coerência entre discurso e práticas sustentáveis, propôs-se dividi-las em quatro categorias: as líderes, as esforçadas, as cínicas e as indiferentes.

Sobre as líderes, houve pouca dúvida. A julgar pelos e-mails recebidos, os leitores sabem identificá-las, talvez porque normalmente elas são as maiores, já estejam na estrada sustentável há pelo menos dez anos ou tenham conseguido comunicar, com maior eficácia, os seus compromissos socioambientais. A condição de líder, no entanto, não assegura, por si só, uma nota 10 em sustentabilidade. Apenas indica que caminharam mais e, de modo mais intenso, na incorporação do conceito.

Em relação às esforçadas, sobraram algumas dúvidas. Compreensíveis, na verdade. Dada a sutileza da principal diferença apontada para as líderes - o ritmo lento e tortuoso com que avançam nas práticas de responsabilidade social - é razoável que muitos leitores não saibam distingui-las das que compõem a primeira categoria. Agrava ainda o fato de que informações sobre esses processos não costumam ser de conhecimento geral.

Nunca é demais lembrar: nas esforçadas, como o próprio nome sugere, há um interesse honesto pela inserção da sustentabilidade na cultura organizacional, embora este conceito, ainda expresso na forma de práticas isoladas, não tenha entrado na estratégia de negócio a ponto de romper o modo habitual de pensar e fazer negócios. Se isso não ocorreu –vale frisar – não foi necessariamente por falta de vontade. Pode ser conseqüência de se estar em um negócio complexo, instável e baseado em modelo difícil de mudar no curto prazo. Pode ser também resultado da falta de prioridade ao tema, da ausência de líderes afinados com ele, de uma cultura resistente à mudança ou ainda temerosa do risco de assumir o custo presente de mudar, substituindo estratégias negociais historicamente vitoriosas e lucrativas.

Nas esforçadas, o conceito segue, no entanto, ainda mais atrelado às noções de risco e custo do que às de oportunidade e investimento, o que explica, em alguma medida, a sua trajetória não tão linear, marcada por avanços e retrocessos, dilemas e contradições.

Como então identificá-las? Não há respostas absolutas. Uma medida sensata é analisar a evolução de suas práticas a partir, por exemplo, da leitura de relatórios de sustentabilidade. A publicação desses documentos é, como medida, um bom indício de honestidade de intenções. Atesta que, no mínimo, a empresa está disposta a compartilhar informações sobre sua atuação sustentável com diferentes públicos de interesse. Mas, evidentemente, apenas publicar pode não significar grande coisa até porque, como se sabe, papel e espaço na internet aceitam tudo.

Para aqueles que querem, de fato, fazer uma avaliação mais criteriosa do quanto as práticas socioambientais estão evoluindo numa empresa, recomenda-se o seguinte passo a passo:

Identificada a empresa, acessar o site e verificar a existência de um link específico para donwload de relatório de sustentabilidade, normalmente em campo para Responsabilidade Social. A não existência dele configura, de partida, pouco interesse (e baixo grau de transparência) em disponibilizar informações para diferentes públicos. Muitas empresas preferem distribuir relatórios impressos para públicos que variam entre 2 mil e 5 mil pessoas. Quanto maiores as empresas, e mais superlativos os seus impactos, maior deve ser a preocupação em relatar seus compromissos sustentáveis. Eis um item importante de análise

Acessado o relatório, analisar há quanto tempo a empresa o publica. Tempo é importante, pois indica compromisso. No entanto, mais importante do que o tempo é o modo como a empresa sistematiza as informações socioambientais e as relaciona com os seus negócios.

Os melhores relatórios são os que seguem alguma diretriz capaz de organizar as informações. Ferramentas como os Indicadores Ethos e, mais recentemente, o GRI (Global Reporting Intiative), ajudam a ter uma visão mais ampla do conjunto de ações socioambientais da empresa. O conjunto é importante na medida em que reflete a preocupação mais abrangente da companhia com o conceito. Tão importante quanto atender a um amplo check list de práticas ideais é a qualidade das ações, algo que pode ser analisado a partir da descrição delas.

Se o objetivo é avaliar a evolução, apenas a leitura de uma série de relatórios possibilita uma comparação. Um cuidado importante é verificar como, e com que nível de honestidade, as empresas equilibram as notícias boas (práticas bem resolvidas) com as ruins (áreas nas quais ainda há muito por se fazer). O bom senso manda desconfiar de documentos que retratam perfeição, até porque, em tema tão recente, nenhuma empresa pode se atribuir notas elevadas. Outra dica: verificar se os relatórios têm algum tipo de auditoria externa. Não só em número mas em procedimentos.

Na próxima semana, a coluna vai tratar de como identificar as empresas cínicas.


Ricardo Voltolini, da Revista Idéia Socioambiental
Imagem: The Son of Man, de Rene Magritte
Envolverde, 20/08/08

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

Mais...

Visões da Vida une cultura e educação em saúde

Muzy Projetos Culturais comemora os bons frutos colhidos com a primeira edição do projeto que superou em dez vezes o objetivo incial

A Muzy Projetos Culturais comemora os bons frutos colhidos com a primeira edição do projeto Visões da Vida, iniciativa desenvolvida para promover a cultura e a saúde junto às populações carentes das cidades do Estado de São Paulo por meio da exibição de longas-metragens nacionais e ações de educação e conscientização em relação à saúde. De março a junho, mais de 19 mil pessoas (das quais 75% entraram em um cinema pela primeira vez), entre crianças, jovens e adultos, assistiram aos filmes. Além disso, aproximadamente 45 mil indivíduos foram envolvidos pela iniciativa na área de prevenção.

"O projeto superou todas as expectativas. Nosso objetivo inicial foi superado em dez vezes. Queríamos levar cultura para a população e acabamos criando um serviço de utilidade pública. O tema cinema atrai a atenção das pessoas e serve de isca para que recebam mensagens de qualidade de vida e prevenção de doenças. O Visões da Vida praticamente pára as cidades por onde passa e é alarmante ver como a população está sem acesso a cultura, saúde e entretenimento", conta Gerson Ferreira Cajui, diretor comercial da Muzy.

A empresa já prepara a segunda edição, prevista para começar ainda neste ano. O projeto, que está em fase de aprovação no Ministério da Cultura, deverá receber aporte de R$ 4,2 milhões e ganhar mais corpo. Na primeira edição, com investimentos de R$ 800 mil, a ação alcançou as cidades de Santos, Guarujá, Itu, Sorocaba, Americana, Ribeirão Preto, Araraquara, Cotia e São Paulo (que teve apresentações no Parque do Ibirapuera e em Taipas). Ao todo, foram mais de 180 sessões para longas-metragens e mais de 360 para curtas-metragens. As sessões acontecem em auditórios móveis de 92 lugares instalados em carretas, que são verdadeiras salas de cinema, com som e vídeo digitais, ar condicionado e banheiro químico.

Becton, Dickinson and Company (BD), Credit Suisse Brasil, Volkswagen Caminhões e Ônibus e MRS Logística, por meio de benefícios fiscais concedidos pela Lei ­Rouanet, foram os patrocinadores da primeira edição e devem continuar no projeto, que também teve o apoio institucional da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), Supergasbras, Nextel, Terra Networks, Meio & Mensagem e Prosegur.

Ampliação
"O nosso plano é expandir o Visões da Vida para todas as cidades do País. A cada novo apoio ao projeto, novas cidades serão incluídas no circuito. O projeto não apenas passa pelas cidades, mas também deixa um legado educacional para a população local, especialmente para as crianças. As nossas conversas com as secretarias de cada cidade têm o objetivo de mostrar aos gestores a importância de dar continuidade ao trabalho, com workshops de cinema e atividades culturais que envolvam as crianças das escolas públicas municipais", declara Jorge Muzy, presidente da empresa.

Em outra ponta do projeto, a Muzy também está em fase de aprovação no Ministério da Educação do Filma Brasil, concurso de curtas e médias-metragens criado para gerar produção nacional no segmento de qualidade de vida. Serão contemplados oito curtas e quatro médias, que receberão, respectivamente, R$ 40 mil e R$ 70 mil cada. O patrocínio é da MRS Logística. A previsão é de que as inscrições dos projetos tenham início em setembro.


Fernando Murad
Meio & Mensagem, 19/08/08

Mais...

Proposta de alteração em leis de incentivo avança

Juca Ferreira, ministro interino da Cultura, informa que o texto será discutido com a Casa Civil e a classe artística antes de ser enviado ao Congresso Nacional

O ministro interino da Cultura, Juca Ferreira, disse nesta terça-feira, 19, que a proposta de alteração nas leis de incentivo e financiamento à cultura, como a Lei Rouanet, está em fase de conclusão. Segundo Ferreira, o Ministério da Cultura (Minc) está encerrando a etapa de discussões com a área econômica do governo. Em seguida, serão iniciadas conversas com a Casa Civil e com a classe artística para só então fechar a proposta e enviá-la ao Congresso.

Além disso, Ferreira destacou que aguarda a sua confirmação como ministro para fazer a proposta de mudança nas leis oficialmente."Vamos promover uma série de seminários juntamente com os artistas para que eles conheçam a proposta e para que a gente possa debater e, se surgir alguma sugestão e julgarmos pertinente, nós modificaremos o texto", disse.

Segundo o ministro, surpreendentemente, o texto do Minc está sendo bem recebido pelos ministérios da Fazenda e do Planejamento. Ferreira acredita que, a partir desse consenso, o avanço da proposta dentro do governo tende a ser rápida.

A proposta incorpora novos conceitos à política atual que está baseada em renúncia fiscal. Ferreira ressalta que o texto prevê a criação do Vale Cultura - semelhante ao vale alimentação -, da Loteria da Cultura e de linhas de financiamento a juros baixos para o setor. O ministro defende ainda um incremento no orçamento do Ministério da Cultura.

Entre as mudanças na Lei Rouanet para que ela integre os novos mecanismos de incentivo e financiamento da cultura no País está a revisão dos índices de renúncia, que atualmente são fixados de acordo com a área cultural. No novo formato, os índices passariam a ser definidos a partir da avaliação dos projetos.

O ministro da Justiça, Tarso Genro, também participou do encontro e falou sobre a importância da integração das políticas de combate ao crime e de cultura.


Alexandra Bicca
Meio & Mensagem, 19/08/08

Mais...

"Jantar do Século" terá lugares leiloados

Comandado pelo gênio da gastronomia Ferrán Adriá, o evento tem suas cotas de patrocínio master sendo disputadas com o mesmo apetite com que se disputa uma reserva no El Bulli

Batizado de Jantar do Século, o evento beneficente que a revista Prazeres da Mesa e o Senac/SP farão em 03 de novembro no Hotel Hyatt, na capital paulista, já está fazendo os apaixonados pela altíssima gastronomia salivarem. Ele conseguirá reunir, sob o comando do mais celebrado gênio da cozinha da atualidade, Ferran Adriá, dono do El Bulli, os 15 maiores chefs da Espanha e do mundo, mais Alex Atala representando o Brasil.

Com 80 lugares leiloados por um mínimo de R$ 5 mil por convidado, o jantar terá sua renda revertida para a causa social que seu patrocinador master escolher. No menu, 15 pratos mostrarão o melhor das tendências gastronômicas criadas por mestres da cozinha. "Para realizar este feito, foi preciso muito esforço e muitas negociações que envolveram o governo espanhol e a empresa espanhola GSR", conta Mariella Lazaretti, diretora do evento Semana Mesa SP.

O jantar abrirá a Semana Mesa SP composta pelos eventos Prazeres da Mesa Ao Vivo (dirigido ao público em geral, com aulas, degustações e exposição) e Mesa Tendências, que é um fórum para profissionais. "Será o Jantar do Século. Nunca se conseguiu reunir tantas estrelas Michelin espanholas na mesma cozinha. E, dada a inflexibilidade desses chefs em cozinhar fora de casa e suas agendas impossíveis, é tido como certo que esse milagre nunca mais se repetirá", comenta Mariella.

Para conseguir que todos arrumassem suas agendas, Ferran ligou pessoalmente para cada chef, convencendo-os de que a vinda ao Brasil para as palestras no Mesa Tendências deveria deixar algo de cunho social. "Vamos leiloar os lugares para otimizar a captação de recursos para a entidade que será beneficiada", explica Georges Schnyder, diretor comercial do evento e da revista.

Os executivos da Prazeres da Mesa estudam a possibilidade de abrir um percentual de lugares para venda antecipada, devido ao grande número de solicitações que já estão recebendo de fãs da gastronomia. O que ainda não se sabe é quem será a empresa que arrematará a cota master. Na disputa há duas instituições financeiras e uma empresa de grande porte.


Andréa Ciaffone
Meio & Mensagem, 19/08/08

Mais...



Acesse esta Agenda

Clicando no botão ao lado você pode se inscrever nesta Agenda e receber as novidades em seu email:
BlogBlogs.Com.Br