quinta-feira, 1 de maio de 2008

Programa Democratização Cultural abre inscrições para seleção pública

Em 2008, o Programa de Democratização Cultural investirá R$ 4 milhões em projetos de todas as áreas culturais - artes visuais, artes cênicas, cinema e vídeo, literatura, música e patrimônio - desde que objetivem a fruição, experimentação e vivência de conteúdos culturais pelo público, principalmente pelos jovens entre 15 e 24 anos.

Esta seleção pública traz inovações perante a edição anterior. Este ano, não haverá categorias diferenciadas de projetos, com faixas de investimento específicas. O limite do investimento por parte do Grupo Votorantim será de R$ 600 mil por projeto – tanto na condição de patrocinador único, quanto na condição de patrocinador de um segmento dos projetos selecionados. Tais iniciativas deverão se destacar pelo alto impacto cultural e, também, pelo benefício ao público jovem. No processo seletivo, serão considerados aspectos como diversidade de portes de projetos e regiões beneficiadas, qualificação dos conteúdos, elementos de diferenciação, planejamento, potencial de visibilidade, entre outros pontos detalhados neste regulamento.

Podem participar da seleção artistas, grupos, produtores e instituições, de todas as regiões do País, que realizem ações culturais para estimular o interesse e ampliar o acesso dos jovens às manifestações artísticas. Os conteúdos devem ser atrativos e apresentados em locais de fácil acesso, de forma gratuita ou a baixo custo.

A inscrição de projetos é gratuita e estará aberta a pessoas físicas ou jurídicas entre os dias 24 de abril e 08 de agosto de 2008, às 18h. Serão qualificados para a etapa de análise, somente projetos que possuam número de registro no Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura) até o término do período de inscrição, em 08 de agosto de 2008, às 18h.

Os projetos recebidos serão avaliados por uma Comissão Técnica independente, formada por especialistas da área cultural. A decisão final fica a cargo do Comitê e do Conselho do Instituto Votorantim, que examinarão os projetos pré-selecionados pelos especialistas.

O resultado do processo de seleção será anunciado até 04 de novembro deste ano, no site do Programa de Democratização Cultural. Os projetos contemplados serão implementados durante o ano de 2009.

Visite os links abaixo para acessar os capítulos do documento ou clique aqui para baixar uma versão em PDF.


1. Programa de Democratização Cultural e a Causa Jovem
2. 3ª Seleção Pública de Projetos
3. Tipos de Projetos Beneficiados
4. Proponentes
5. Leis de Incentivo à Cultura
6. Datas de Inscrição e Avaliação de Projetos
7. Período de Realização dos Projetos
8. Valores de Investimento
9. Inscrição de Projetos
10. Informações Importantes
11. Seleção dos Projetos
12. Contrato com os Projetos Selecionados
13. Contrapartidas dos Projetos Selecionados

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Você sabe o que é Pegada Ecológica?

Qual é o impacto que você causa no planeta? Aprenda a medir como suas atividades do dia-a-dia influenciam a capacidade de regeneração da Terra.

Pegada Ecológica
A cada ano que passa, o consumo da humanidade supera mais rapidamente a capacidade de regeneração do planeta. Em 1987, o ano do primeiro Ecological Debt Day – dia em que a humanidade passa a estar em débito em relação ao meio ambiente -, ocorreu no meio de dezembro. Em 95, essa marca passou para novembro e, em 2007, chegou ao dia 6 de outubro.

A diferença entre o que o planeta é capaz de regenerar e o consumo efetivo das populações humanas provoca um saldo ecológico negativo e compromete, ao longo dos anos, a capacidade de sobrevivência da humanidade e de manutenção na vida do planeta. Esse cálculo é feito pela Global Footprint Network, Ong internacional que tem entre seus integrantes o pesquisador William Rees, co-autor da ferramenta conhecida como Pegada Ecológica, que serve de base para análise de impacto do consumo apresentada pela Ong.

O Cálculo
A Pegada permite calcular qual é a área (em hectares) necessária para produzir tudo aquilo que é consumido e, ainda, absorver os resíduos desses processos, em um ano. A conta é feita considerando toda a quantidade de água e de espaço físico necessários para o plantio, pastagem, pesca, etc. Todo esse conjunto é chamado de “biocapacidade” do planeta, ou seja, a habilidade dos sistemas ecológicos de gerar recursos e absorver resíduos em um determinado período.

Ao calcular o dia em que a Pegada Ecológica total da Humanidade é igual à biocapacidade da Terra, os pesquisadores identificam em qual data a população atinge o seu limite de consumo para o período. Esse é considerado o dia em que passamos a usar mais recursos ambientais do que a Terra é capaz de renovar, em um ano.

Como agir?
Cada um de nós pode contribuir para diminuir a Pegada Ecológica da humanidade. É preciso tomar consciência do problema e procurar saber quais são os impactos do seu estilo de vida – na sociedade, na natureza e sobre si mesmo. O Brasil tem uma pegada ecológica média de 2,1 hectares por habitante por ano, número superior à média mundial sugerida para que atingíssemos um padrão de consumo sustentável hoje, que seria de 1,8 (hectares/hab./ano), mas bastante próxima da média mundial per capta de 2,2.

Você pode descobrir qual é a sua pegada ecológica em www.earthday.net/Footprint/index.asp. É possível, por meio desse cálculo, descobrir como anda o seu ritmo de consumo dos recursos naturais e ver se não está na hora de repensar hábitos. Para saber mais sobre consumo, acesse o site do Instituto Akatu e leia o Manual dos 12 Princípios do Consumidor Consciente.

Mobilize-se
A Global FootPrint Network e seus 85 parceiros internacionais organizam todos os anos uma campanha internacional de mídia para divulgar o Ecological Debt Day e a Earth Day organiza em abril a comemoração do Dia da Terra, em todo o mundo. Quem tiver interesse em participar das campanhas internacionais pode acessar o www.footprintnetwork.org ou http://www.earthday.net/.

Publicado pelo Boletim V2V nº 65, abril/08

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LIVRO EXPLICA COMO AUMENTAR RESULTADOS DO MARKETING SOCIAL

Consultor Miguel Fontes lança livro Marketing Social Novos Paradigmas

A maior parte dos investimentos realizados pelas empresas na forma de programas de responsabilidade social não se utiliza das ferramentas de marketing social, o que contribui para a sua baixa eficácia. Para Miguel Fontes, doutorando em saúde pública internacional pela Johns Hopkins University e diretor da John Snow do Brasil Consultoria (www.johnsnow.com.br), a principal causa é a distorção feita entre marketing de “causas sociais” e marketing social. O primeiro está relacionado à valorização da marca da empresa no engajamento em promoções sociais (como as campanhas feitas para arrecadar recursos a uma determinada entidade assistencial). Marketing social, na verdade, está relacionado à área de saúde pública e implica em desenvolver inovações sociais que provoquem mudança de comportamento, atitudes e práticas individuais e coletivas.

"Ao confundir as duas coisas, as empresas acabam por não ter uma referência exata sobre o resultado dos seus investimentos. Não sabem avaliar com exatidão qual o benefício para a sociedade ou o valor agregado às suas marcas”, considera Miguel Fontes. Este é um dos temas que o seu livro Marketing Social – Novos Paradigmas (Editora Campus/Elsevier, 110 páginas), propõe a esclarecer. Voltada para profissionais do setor público e privado, estudantes e professores universitários, a obra é a primeira no Brasil a apresentar o verdadeiro contexto e conceito do marketing social no mundo. Além disso, coloca à disposição todas as ferramentas a serem utilizadas no desenvolvimento de um efetivo plano de marketing social. “Um programa social que não se utiliza das ferramentas de marketing social pode cair no simplismo promocional, atividades puramente assistencialistas e na falta de impacto”, alerta.

No Brasil e no mundo, o conceito de marketing social se torna ainda mais importante quando se constata que a principal causa de mortandade e mortalidade não está mais relacionado ao contágio de doenças infecciosas, mas ao comportamento humano (violência, obesidade, hábitos alimentares não saudáveis, fumo, sexo sem preservativo etc.). Para o autor, as ferramentas do marketing social são as únicas que oferecem ao gestor social a capacidade de identificar rapidamente erros, estabelecer estratégias a partir da realidade dos públicos adotantes e demonstrar qual o benefício econômico em valores monetários dos investimentos feitos na área social.

Sobre o Autor
Miguel Fontes é doutorando em saúde pública internacional pela Bloomberg School of Public Health da Johns Hopkins University, nos Estados Unidos. O autor recebeu o título de mestre em desenvolvimento social, político e econômico da América Latina e Caribe pela Escola de Estudos Internacionais Avançados (SAIS) da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos. Atualmente, é o diretor da John Snow do Brasil Consultoria. Trabalhou como consultor em projetos de desenvolimento social financiados por diversos organismos internacionais (USAID, Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento, entre outros) e é autor de diversas publicações de marketing social e artigos científicos sobre comportamento humano.

Pauta Social, 24/04/08

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Concurso Banco Real Talentos da Maturidade completa dez anos

Iniciativa mostra que a inspiração vem da experiência de vida

O Concurso Banco Real Talentos da Maturidade chega à 10ª edição com excelentes resultados. A iniciativa - que promove a atividade artística e cultural de pessoas com mais de 60 anos, estimula a reflexão sobre o envelhecimento e apóia o desenvolvimento de projetos que visem melhorar a qualidade de vida e a integração do idoso na sociedade - já premiou 176 talentos. O total de participantes das últimas nove edições ultrapassa 100 mil inscritos. Só no ano passado, foram mais de 12 mil inscritos.

Nesta edição, as inscrições ficam abertas de 22 de abril a 22 de agosto. O tema escolhido para essa edição, na categoria Monografia, é “Mais de 60 anos - os desafios dos profissionais de comunicação no relacionamento com esse público”. Segundo Daniela Dutra, gerente de Eventos, Promoções e Patrocínios do Banco Real, o intuito é provocar os profissionais de comunicação a repensarem o relacionamento com o público com mais de 60 anos, que hoje é massificada.

Daniela Dutra, gerente de Eventos, Promoções e Patrocínios do Banco Real, explica que hoje a maturidade é vista sob uma nova perspectiva, mais positiva. Hoje a história de vida da pessoa e suas experiências são valorizadas e se refletem em importantes contribuições para a sociedade. “Hoje as pessoas chegam aos 60 mais preparadas, conscientes e com melhor planejamento financeiro; querem viver cada vez mais e melhor. A maturidade é encarada como um momento em que podem aproveitar oportunidades que não estavam ao alcance quando eram mais novas”, diz.

O psicólogo José Newton Garcia de Araújo, professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), é um exemplo de quem soube aproveitar experiências pessoais para valorizá-las como inspiração. Ele começou a escrever na juventude e, de vez em quando, tira alguma história do baú e faz um conto. “Retalhos de Fazenda”, com o qual ganhou o Concurso Banco Real Talentos da Maturidade em 2007, foi escrito durante uma temporada que passou na França, elaborando sua tese de doutorado. “De tempos em tempos, entre as muitas lembranças do Brasil, as recordações da infância batiam com força na porta”, lembra. O ponto de partida do conto vencedor foi uma situação que viveu quando tinha seis anos de idade.

Jorge Maciel, 63 anos, aproveitou bem as preferências pessoais como contribuição para sua arte. Nas três vezes que participou do concurso, homenageou ídolos eternos da MPB. Por isso, ficou orgulhoso de ter ganhado com auxílio da obra de músicos que tanto aprecia. “Estou feliz por ter vencido sem precisar abrir mão das minhas preferências, que são bem conservadoras”, diz Jorge, integrante do Clube do Choro de Santos, no litoral paulista, onde nasceu.

Como se inscrever
O Concurso Banco Real Talentos da Maturidade conta com seis categorias. São elas: Artes Plásticas, Música Vocal, Contador de Histórias, Literatura, Monografia e Programas Exemplares. As quatro primeiras são artísticas e voltadas a pessoas com mais de 60 anos. A Monografia é aberta a pessoas de todas as idades que cursam ou já concluíram o ensino superior e visa gerar uma reflexão acadêmica sobre temas relacionados ao envelhecimento no país.

A categoria Programas Exemplares foi criada em 2001 e já beneficiou 33 projetos. A categoria passou por uma evolução em 2007 e desde então, tem com objetivo apoiar novas propostas a serem implantadas ou que estejam em andamento, e necessitem de recursos financeiros para seu desenvolvimento, consolidação ou aprimoramento. Os projetos selecionados recebem consultoria de apoio para ampliar suas chances de gerar resultados efetivos e sustentáveis. Serão financiadas iniciativas de pessoas jurídicas sem fins lucrativos que desenvolvam programas na área de valorização do idoso com foco no apoio ao idoso empreendedor e ao idoso vulnerável e sua família.
Com premiação diferenciada das demais categorias, os cinco melhores projetos selecionados receberão, por tempo determinado, ajuda financeira de até R$ 100 mil, além de consultoria para o projeto.

Os interessados devem procurar uma agência do Banco Real e retirar o regulamento. As fichas de inscrição e as obras devem ser postadas de acordo com as regras estabelecidas. Mais informações podem ser obtidas no www.bancoreal.com.br/talentos ou pelo 0800 12 00 77.

Categorias
- Artes Plásticas, Contador de Histórias, Música Vocal e Literatura (apenas para participantes com mais de 60 anos);
- Monografia (aberta a participantes de todas as idades com curso superior concluído ou em andamento);
- Programas Exemplares (voltado para empresas sem fins lucrativos que desenvolvem projetos com idosos).

Sobre o Concurso Banco Real Talentos da Maturidade
O projeto, criado em 1999, visa promover o debate sobre a condição do idoso no país e sua integração na sociedade, além de incentivar a produção acadêmica sobre o envelhecimento e estimular a produção artística. O objetivo do Banco Real com essa iniciativa é estimular projetos e estudos relacionados à qualidade de vida dessa população para auxiliar na promoção de uma sociedade melhor, hoje e no futuro.

Informações: www.bancoreal.com.br/talentos ou 0800 12 00 77.

Pauta Social, 24/04/08

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Número de internautas residenciais sobe 40% e bate recorde

O número de internautas residenciais ativos no Brasil subiu para 22,7 milhões em março, maior número já apurado em pesquisa mensal feita pela Ibope//NetRatings desde setembro de 2000, informou a companhia nesta quinta-feira.

O levantamento afirma que o tempo médio de uso residencial da internet pelo brasileiro também bateu recorde no mês passado, avançando a 23 horas e 51 minutos, duas horas e 56 minutos acima do tempo de março de 2007. A média mantém o Brasil na liderança em tempo de navegação entre os 10 países monitorados pela empresa de pesquisa.

Na medição relativa a pessoas com acesso à internet em todos os ambientes, que inclui local de trabalho, cibercafés e telecentros, o país se manteve com 40 milhões de usuários, número relativo ao quarto trimestre de 2007.

Em relação à quantidade de usuários residenciais ativos em março, o crescimento foi de 3,2% em relação a fevereiro e 40% maior do que em março de 2007.

"O ritmo de crescimento da internet brasileira é intenso", afirma o gerente de análise do Ibope//NetRatings, Alexandre Sanches Magalhães. "A entrada da classe C para o clube dos internautas deve continuar a manter esse mesmo compasso forte de aumento no número de usuários residenciais", disse o analista em comunicado à imprensa.

Para Magalhães, o forte crescimento da economia brasileira é o grande responsável para o atual e futuro crescimento no número de internautas. "Estamos vivendo um bom momento econômico, com maior número de trabalhadores com carteira assinada, portanto com maior possibilidade de (...) comprar computador para sua família."

O analista aponta ainda para a queda nos preços dos computadores e no custo da banda larga como fatores para a expansão na base de usuários residenciais.

Reuters, 25/04/08

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Cana avança em áreas de alimentos

Apontada pelos críticos dos biocombustíveis como uma das vilãs da disparada dos preços dos alimentos, a cana-de-açúcar tem avançado sobre áreas cultivadas com soja, milho, café e laranja na região centro-sul do país, revela estudo oficial divulgado na terça-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Os dados apontam que ao menos 27% da expansão da área de cana no ano-safra 2007/08, segundo declaração dos próprios produtores, ocorreu em regiões antes ocupadas por esses culturas. O restante da expansão foi em áreas de pastagens.


O governo vinha negando de maneira sistemática a ampliação da área de cana em regiões ocupadas por grãos. E tem usado esse argumento para rebater os recentes ataques à produção dos biocombustíveis e seus efeitos sobre a inflação dos alimentos.

A dimensão dessa substituição, entretanto, é ainda bastante restrita, mostra a Conab. Apenas 176,2 mil hectares de soja, milho, café e laranja foram desalojados pela cana no centro-sul, segundo os dados do levantamento "Perfil do setor do açúcar e do álcool no Brasil", que pesquisou 343 usinas em 19 Estados.

A maior parte da expansão da matéria-prima do etanol (64,7%) ocorreu, porém, em áreas de pastagem. Neste ano-safra, foram substituídos 423,1 mil hectares de pastos. A pesquisa da Conab também mostra o avanço da cana em 15,5 mil hectares de novas áreas (2,4%) e em 38,9 mil hectares de outras áreas não-especificadas pelos produtores (6%).

Os números não permitem inferir que a expansão tenha ocorrido em regiões de floresta. Pode ter sido em áreas até então em regime de pousio. "A cana-de-açúcar não tem, na tradição brasileira, o papel de lavoura pioneira em áreas virgens da fronteira agrícola", afirma, no estudo, o coordenador da pesquisa Ângelo Bressan. "O movimento recente de expansão, com crescimento anual da área cultivada acima de 10%, segue o padrão tradicional e se expande, na quase totalidade, em áreas já ocupadas por outras atividades agropecuárias". O estudo conclui que o crescimento da área de cana nos anos recentes "não parece ser suficiente para modificar o panorama agrícola e pecuário do país". Mas adverte que devem ser examinadas "com mais cautela" questões sobre mudanças na paisagem local e seus efeitos provocados pela construção de novas usinas.

A Conab também divulgou na terça-feira a nova estimativa recorde de produção de cana-de-açúcar e de álcool no país. Mesmo com a crescente onda retórica contra os biocombustíveis, os produtores devem colher a maior safra da história com uma variação entre o piso de 608 milhões de toneladas e o teto de 631,5 milhões de toneladas. O desempenho pode ser de 9% a 13% superior às 558,5 milhões de toneladas colhidas no ciclo anterior. A Conab aponta os fatores para o forte avanço: investimentos em tecnologia nas usinas, variedades mais produtivas e clima favorável. A expansão da produção deve-se também ao aumento da área plantada, que deve saltar de 7 milhões para 7,8 milhões.

Este primeiro levantamento da Conab mostra que a maior parte da cana será destinada à produção de álcool. As usinas devem processar entre 310 milhões e 322 milhões de toneladas (55%) para o biocombustível. A industrialização deve resultar em 26,4 bilhões a 27,4 bilhões de litros de álcool, algo como 15% a 19,4% acima do resultado do ciclo passado. A Conab estima a exportação de 4,2 bilhões de litros - 2,5 bilhões de litros para os Estados Unidos. Se confirmadas as atuais condições, a produção de açúcar (44% do total) deve ficar entre 248 milhões a 258 milhões de toneladas. Outras 50 milhões a 51,7 milhões de toneladas devem ser usadas na fabricação de outros produtos, como aguardentes, ração animal, sementes e mudas.

O avanço da área para cana no Brasil tem suscitado vários debates no mercado internacional. Críticos afirmam que a expansão da cultura é feita em regiões do bioma amazônico. Houve pouco avanço da cultura nessas regiões.

De acordo com Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, a cana não pode ser culpada pelo desmatamento da amazônia. Nastari afirma que essas críticas, sobretudo da União Européia, chegam em tom de restrição de acesso a mercado. "A cana avança sobre as pastagens", observa. Mas, segundo o consultor, a atividade pecuária no Brasil tem registrado ganhos de eficiência, com maior número de cabeças de gado por hectare. "Antes a ocupação era de 0,4 a 0,5 cabeça por hectare no país. Saltou para 0,8 hectare", diz ele.

Nastari lembra, também, que o governo federal deveria rever o conceito do uso econômico da terra para fins de reforma agrária no país. "Hoje a legislação brasileira considera as áreas de pastagens isentas de risco de serem tomadas para a reforma agrária", diz. (Colaborou MS)

Mauro Zanatta
Valor Online, 30/04/08

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