quarta-feira, 15 de julho de 2009

Nova era exige atuação digital

Empresas e pessoas físicas estão deixando de grafar as assinaturas em papel de documentos importantes, como contratos, operações com instituições financeiras e também com o Judiciário, além de escriturações de notas fiscais e livros contábeis. Utilizam de modo crescente o meio digital como instrumento de ratificação, autorização e designação de autoria dessas práticas.Tais fatos vêm ocorrendo em razão de uma série de mudanças de serviços implantadas por cartórios, bancos e poderes públicos, em busca de mais segurança, melhor controle e qualidade na arrecadação de tributos.

A transformação está fazendo com que as pessoas transfiram todos os procedimentos, até então oficializados por intermédio da impressão dos arquivos eletrônicos em papel, para o meio exclusivamente digital, com validade jurídica e respaldo legal. Exemplo disto é a massificação do uso da Nota Fiscal Eletrônica municipal e estadual.

De agora em diante, as empresas, em maior escala, deverão fornecer todo o movimento econômico, antigamente registrado nos chamados livros diários e auxiliares, imediatamente após o encerramento do exercício fiscal, para o SPED – Sistema Público de Escrituração Digital. Este agrupa as informações das Notas Fiscais Eletrônicas, escrituração fiscal dos livros de registros de saídas, entradas e inventário, bem como o antigo livro diário, em um repositório nacional administrado pela Receita Federal.

As Juntas Comerciais, sinônimo de grande cartório com montanhas de papéis, estão se atualizando para que todos os procedimentos utilizem o fluxo eletrônico, desde a sua geração, transmissão, análise e retorno ao usuário. O novo sistema chama-se Registro Mercantil Digital.

O cruzamento das informações econômico-fiscais está cada vez mais eficiente, pois o trânsito dos dados eletrônicos, anteriormente restrito aos papéis, agora é realizado eletronicamente pelos próprios contribuintes para as autoridades fiscais, por meio de programas que validam as informações e as transmitem, via internet, para o banco de dados do governo. Graças aos instrumentos legais da Era Digital, os profissionais da área contábil e da advocacia, que há décadas sofrem com a burocracia imposta pelos cartórios, órgãos públicos e o Judiciário, conseguem trabalhar sem sair de casa ou do escritório. A geração dos processos com Certificação Digital lhes dá garantia legal e autenticidade da assinatura, como se fosse de próprio punho.

São muitos os exemplos do sucesso da Certificação Digital em distintas atividades, tais como: acesso ao banco de dados dos contribuintes da Receita Federal, com retificações de guias de recolhimentos, emissão de segundas vias, consulta às informações fornecidas por terceiros para o Fisco e diversos benefícios que evitam as famigeradas idas e vindas ao balcão de atendimento; protocolo on-line de petições no Judiciário, o Sisdoc — Sistema Integrado de Protocolização de Documentos Físicos e Eletrônicos; envio de processos judiciais desde o início pela internet; e Registro do Livro Diário Eletrônico nas Juntas Comerciais.

Assim, cabe aos profissionais que utilizam os benefícios dos meios eletrônicos (1,1 milhão de cidadãos, sendo 400 mil contabilistas e 700 mil advogados) ajudar o governo a reduzir a burocracia, além de ensinar, disseminar e multiplicar perante a população o bom uso dessa ferramenta. Compete ao governo criar mecanismos para transferir todos os processos existentes que ainda exigem a presença física das pessoas e dos papéis para os meios eletrônicos.

A nova geração entra no mercado com a filosofia digital e facilita o entendimento desses benefícios. A Era Digital deu partida a uma corrida tecnológica rumo ao futuro, sem a mínima possibilidade de retorno. Por mais saudosista que alguém seja, tornou-se inexoravelmente inútil teclar na velha máquina de datilografia ou continuar raciocinando de maneira analógica. Daquele valioso instrumento de trabalho dos nossos pais, nos resta guardar a boa herança da digitação. Entretanto, até mesmo essa aptidão migrará, oportunamente, “da ponta dos dedos” para o comando de voz.

Além disso, a simples transposição de registros, documentos, processos e informações das agora ultrapassadas cópias impressas para os meios eletrônicos representa o louvável respeito à economia de recursos naturais, em razão da prosaica dispensa do uso de papel.

Como todas essas mudanças são extremamente bruscas, vertiginosas, muitas pessoas ainda não se deram conta. Outros criaram certa resistência e até um medo justificável, pois nem sempre é fácil enfrentar o novo. E, assim, vão ficando de fora, ou por fora, do seu próprio mundo.

Antoninho Marmo Trevisan
Colunista de Plurale, colaborando com um artigo por mês. Empresário e educador, é presidente do Conselho Consultivo da BDO Trevisan, da Trevisan Consultoria e Gestão, da Trevisan Escola de Negócios e Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).


Envolverde, 14/07/09
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Os brasileiros mais premiados em Cannes

Dupla que atua na Leo Burnett de Lisboa fatura sete Leões em Cannes com projeto para a Cruz Vermelha

Há talentosos criativos brasileiros trabalhando em várias agências pelo mundo. Muitos deles tiveram projetos premiados no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, realizado no mês passado. Entretanto, nenhum - nem mesmo os que atuam no País - somou tantos Leões quanto a dupla formada pelo diretor de arte Renato Lopes e o redator Erick Rosa, da equipe da Leo Burnett de Lisboa.

Eles desenvolveram o case "Store+. A loja que vende esperança", premiado no evento com nada menos que sete Leões: um Ouro, uma Prata e um Bronze no Promo Lions; duas Pratas no Direct Lions; uma Prata em Design; e um PR Lions.

O que encantou quatro diferentes júris foi a ideia de montar uma loja em um shopping de Lisboa durante o período de Natal do ano passado. Nas prateleiras, nenhum produto ou serviço convencional. O que estava à venda ali era "esperança" para os povos beneficiados pelo trabalho da Cruz Vermelha.

O público podia fazer doações para quatro causas: socorro; idosos e dependentes; crianças e jovens; e teleassistência. Como normalmente ocorre com as lojas de shopping, o espaço tinha um provador e um caixa, onde eram emitidos vouchers aos doadores.

"Era uma cópia fiel das lojas de roupas. Só que as pessoas saíam com as mãos vazias, literalmente, mas com a ideia de que, ao comprar 'esperança', estariam com os corações cheios. A loja tinha até um 'provador', em que cada pessoa podia se informar mais sobre as causas em um monitor com headphone, antes de decidir para qual delas doar", detalha Lopes.

Ele e Rosa foram também diretores de criação do projeto na equipe comandada pelo argentino Chacho Puebla, diretor executivo de criação, cujo time inclui a cadelinha Tura, que esteve em Cannes com direito a nome nas fichas técnicas ("creative advisor"), crachá e presença no palco do Palais des Festivals para receber os troféus.

Renato Lopes começou sua carreira em 1994, como assistente de arte na Giovanni, passando a diretor de arte um ano e meio depois. Ainda no Brasil, atuou nas equipes da Africa e da Lew'Lara, de onde saiu no final de 2007 para atravessar o Atlântico e ingressar no time da Leo Burnett de Lisboa.

Erick Rosa também começou como estagiário da Giovanni, em 2000, sendo contratado como redator em 2001. Depois disso, esteve na Euro RSCG entre 2002 e 2004, quando voltou para a Giovanni, onde ficou até o início de 2007. Naquele ano, seguiu para a Leo Burnett de Lisboa, como redator.

Em agosto de 2008, os dois foram promovidos a diretores de criação.

O mercado português foi pródigo em prêmios em Cannes também para outros publicitários brasileiros. Da mesma equipe da Leo Burnett Lisboa, o diretor de arte Ricardo "Mico" Toledo - que está de saída da agência - faturou uma Prata no Media Lions, um Bronze no Promo Lions e um PR Lions para o projeto "Museu efêmero", criado para o rum Pampero, da Diageo. Ele atuou ainda na criação de outro case premiado com um Bronze em Design ao lado do também brasileiro Bruno Ribeiro (hoje na Ogilvy Brasil): o filme "Todos contra todos", desenvolvido para a Anistia Internacional, produzido pela brasileira Lobo, com direção de Mateus de Paula Santos.

A equipe da Fischer América Portugal também comemorou o resultado de Cannes pelo Leão de Prata conquistado em Press, com campanha de três peças para o modelo Honda Jazz, da Honda Automóveis. A equipe de criação responsável pelo projeto tem três brasileiros: o diretor de criação Diogo Mello, o redator Rafael Pitanguy e o diretor de arte Marco Martins.


Alexandre Zaghi Lemos
Meio & Mensagem Online, 14/07/09

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