segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sistema Nacional de Cultura realiza série de seminários

O Sistema Nacional de Cultura (SNC) está realizando série de 30 seminários até o início de dezembro, em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal. A idéia é fornecer informações aos gestores públicos e privados de Cultura que darão subsídios para implantação dos sistemas municipais e estaduais.

Nas oficinas, os palestrantes informarão propostas do MinC, experiências exitosas e casos práticos das políticas que buscam atender os princípios do SNC. Essas informações darão subsídios aos gestores e membros dos conselhos de cultura para implantarem, nos seus respectivos municípios e no estado, as bases locais para o desenvolvimento do SNC. Para o coordenador geral de Relações Federativas e Sociedade da Secretaria de Articulação Institucional do Ministério da Cultura e do SNC, João Roberto Peixe, “os seminários trarão fortalecimento institucional, diálogo com gestores públicos estaduais, municipais e membros dos conselhos de cultura”. Mais informações podem ser encontradas no Blog do SNC: http://blogs.cultura.gov.br/snc

Oitavo seminário
Do primeiro encontro, realizado em Salvador, no dia 6 de julho, participaram mais de 300 municípios, o que representa 72% dos 417 municípios baianos. Depois, em Maceió, nos dias 13 e 14 de julho, o segundo seminário contou com a participação de 85 dos 102 municípios alagoanos. No terceiro, em Recife, nos dias 17 e 18 de julho, 83% dos municípios pernambucanos estavam representados. No quarto, em Natal, nos dias 27 e 28 de julho, dos 167 municípios, metade participou. Em Fortaleza, nos dias 3 e 4 de agosto, 74% dos 184 municípios enviaram seus representantes. Em Teresina, nos dias 6 e 7 de agosto, das 224 cidades, metade esteve representada. No mais recente evento, em Aracaju, 100% de participação municipal. Os próximos seminários serão realizados em São Luís (MA), nos dias 17 e 18 de agosto, e João Pessoa (PB), nos dias 20 e 21 de agosto. Em São Paulo, dois seminários serão realizados: nos dias 27 e 28 de agosto, em São Paulo; e 31 de agosto e 1º de setembro, em Ribeirão Preto.

Histórico
A base institucional do SNC há muito vem sendo construída em todas as instâncias federativas. Órgãos específicos para gestão da política cultural, Conselhos de Política Cultural, Fundos de Financiamento da Cultura e Sistemas Setoriais (museus, bibliotecas, informação, entre outros) foram criados; Conferências de Cultura foram realizadas; e Planos de Cultura elaborados e em tramitação nos Legislativos. Todavia, estas iniciativas não foram articuladas dentro de uma estratégia comum, especialmente, no que trata da inter-relação entre os componentes do SNC, seja no âmbito de cada ente federado, seja entre eles.

Atualmente, um dos grandes desafios do MinC é construir essas articulações onde elas inexistem, a exemplo dos subsistemas setoriais com o SNC, e reestruturar as instâncias pré-existentes, especialmente, os conselhos constituídos em outro contexto político e que não atendem aos critérios previstos no SNC. Segundo Peixe, “o SNC é fundamental para o avanço da gestão cultural no Brasil, pois consolidará um modelo de administração com compartilhamento de competências, decisões e recursos. Além de democratizar os processos decisórios, trará economicidade, eficiência, eficácia, eqüidade e efetividade na aplicação dos recursos públicos”.

SERVIÇO
Seminários de Gestores Culturais

Locais
Em São Paulo: Espaço Cultural Funarte/Sala Guiomar Novaes
Alameda Nothmann, 1058 - Campos Elíseos

Em Ribeirão Preto: Teatro Municipal de Ribeirão Preto
Praça Alto do São Bento, s/n

Datas:
Em São Paulo: 27 e 28 de agosto
Em Ribeirão Preto: 31 agosto e 1º de setembro

Em ambas as cidades, a programação será a mesma. As atividades terão início às 8:00 no primeiro dia e às 8:30 no segundo dia.

PROGRAMAÇÃO
PRIMEIRO DIA - MÓDULO I - SISTEMA NACIONAL DE CULTURA
EM SÃO PAULO - 27 DE AGOSTO
EM RIBEIRÃO PRETO - 31 DE AGOSTO
8h - Credenciamento
9h - Abertura
10h - Café
10h30 - TEMA I: O Desenvolvimento do Sistema Nacional de Cultura: Estruturação, Institucionalização e Implementação
12:30 - Almoço
14h - TEMA II: Sistemas Setoriais de Cultura
15h00 - TEMA III: Instancias de Participação no Sistema Nacional de Cultura
16h15 - Café
16h30 - TEMA IV: Formulação e Implantação dos Planos Estaduais e Municipais de Cultura
17:30 - TEMA V: Sistema Nacional de Informações e Indicadores Culturais

SEGUNDO DIA - MÓDULO II - GESTÃO E PROGRAMAS EM CULTURA
EM SÃO PAULO - 28 DE AGOSTO
EM RIBEIRÃO PRETO - 01 DE SETEMBRO
8h30 - TEMA VI: Acordo de Cooperação Federativa
10h30 - Café
10h45 - TEMA VII: Programas Federativos na Área da Cultura
12h45 - Almoço
14:30 - TEMA VII: Construção e Institucionalização dos Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura
16h - Debate sobre a construção do Sistema Estadual e dos Sistemas Municipais no Estado de São Paulo
18h - Café de encerramento


Marcos Araujo
Ministério da Cultura, 17/08/09

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As 1001 utilidades de uma marca - O caso da Bombril é um exemplo de como uma marca sólida pode salvar uma empresa até das mais profundas crises

Tentativa de limpar a casa - Ronaldo Ferreira, hoje no comando: corte de custos e executivos no lugar dos amigos

Foto Lailson Santos

A Bombril está comemorando: registrou um lucro de 84 milhões de reais no primeiro semestre de 2009. Não se trata de um resultado como qualquer outro. É a primeira boa notícia em muitos anos - e o primeiro sinal palpável de que uma crise que, muitos apostavam, obrigaria a empresa a fechar as portas pode estar se revertendo.

O processo de decadência começou na década de 80 - mas atingiu seu auge entre 2002 e 2006, quando a Bombril chegou a paralisar a produção por falta de dinheiro para comprar matéria-prima. Nesse longo período, sucederam-se episódios negativos, como a guerra por poder travada entre os herdeiros, que chegaram a trocar socos e xingamentos nos corredores da fábrica de São Bernardo do Campo, desvios de dinheiro e uma coleção de fraudes financeiras.

De 2006 para cá, teve início uma reestruturação radical, capitaneada por um dos três herdeiros, o economista Ronaldo Sampaio Ferreira, o único que ainda está lá. Nos quadros de administração, parentes e amigos foram substituídos por executivos tarimbados, que renegociaram uma dívida astronômica, frearam gastos e enxugaram custos fixos, além de trazer à Bombril novas práticas de gestão e governança corporativa.

Certamente, a empresa não teria permanecido viva se não estivesse apoiada numa marca tão forte, criada pelo comerciante Roberto Sampaio Ferreira em 1948 e até hoje sinônimo do produto que é, de longe, seu carro-chefe: a lã de aço. Diz o consultor René Werner: "Por mais trapalhadas que houvesse na empresa, elas nunca respingaram na marca".

O mesmo rosto - Carlos Moreno, na década de 70: 31 anos no ar
Foto Divulgação

Marcas valiosas ajudam a explicar a longevidade de algumas das mais antigas empresas brasileiras, como, por exemplo, Hering e Lupo (veja reportagem). Mas nenhuma marca nacional, seja qual for o setor de atuação da companhia, é mais sólida do que a Bombril. Isso se vê em números. Suas lãs de aço chegam a 80% das casas brasileiras, um recorde para qualquer setor. Trata-se ainda do segundo artigo de limpeza mais vendido no país, atrás apenas do sabão em pó Omo (da multinacional Unilever). Em nenhum outro lugar do mundo a lã de aço foi tão assimilada quanto no Brasil, que concentra dois terços do mercado mundial desse produto. A razão é cultural. Os brasileiros revelam um apreço pelo brilho na limpeza como ninguém mais, segundo mostram as pesquisas. Além disso, conferiram vários usos à tal lã, como afixá-la à antena da televisão para melhorar a imagem e até servir de adubo para plantas. Nos anos 70, um produto parecido surgiu no Brasil - mas vinha com detergente, tal qual nos Estados Unidos, e não vingou. A antiga versão já havia sido incorporada aos hábitos locais. Conclui Alexandre Zogbi, da consultoria Interbrand: "A Bombril é um daqueles casos raros em que um vínculo emocional liga as pessoas a um produto - e à sua marca".

No ápice da crise, em 2003, foi justamente a marca que salvou a empresa do pior. Sem crédito na praça e com 570 títulos protestados, a Bombril precisou demitir 30% de seus funcionários e paralisou a produção. "Só se via gente ociosa. O silêncio das máquinas era o maior sinal da decadência", recorda-se a gerente de novos produtos, Adelice de Moraes, há 33 anos lá. Nesse tempo, os executivos da Bombril batiam à porta das grandes redes de supermercados e atacadistas, implorando para que fizessem compras antecipadas e mais: que pagassem à vista. Em troca, concediam-lhes descontos graúdos. Havia um detalhe peculiar nessa transação: com prateleiras abarrotadas de Bombril, os supermercados não colocavam à venda a nova mercadoria. Ela ficava armazenada em depósitos. Por que, então, essas redes seguiam comprando mais e mais lãs de aço? "Para manter a Bombril de pé", explica Hélio Mariz de Carvalho, da consultoria FutureBrand, que acompanhou o caso. "Se a empresa morresse, provavelmente desapareceria com ela uma marca que atrai gente às lojas."

Mudanças na fábrica - Vendendo menos lã de aço, a saída é diversificar
Foto Lailson Santos

A história da dívida da Bombril - de 450 milhões de reais só de impostos devidos à União, mais a quantia relativa a multas por operações financeiras irregulares, cujo valor ainda se discute na Justiça - remete a meados dos anos 80. Foi quando o governo federal incluiu a lã de aço na cesta básica. Poderia ter sido bom, caso o preço não fosse tabelado e tão baixo. Para piorar, o valor do produto ainda se depreciava com a inflação de dois dígitos, e a empresa perdia dinheiro, o que se agravou nos anos seguintes, aí por má administração. Nesse contexto, o italiano Sergio Cragnotti, então dono da Cirio, até hoje uma das marcas mais conhecidas do ramo de alimentos na Europa, comprou a Bombril dos irmãos Ferreira.

A gestão do empresário italiano foi decisiva para levar a Bombril ao fundo do poço. Ele liderou uma série de transações financeiras duvidosas. Por algumas delas, é acusado de lavagem de dinheiro. Cragnotti retirava dinheiro da Bombril e com ele simulava, por meio de contratos falsos, comprar títulos da dívida americana. Numa outra operação, fez ainda a Bombril arrematar a Cirio - fraude em que o comprador e o vendedor são a mesma pessoa, mais conhecida no mercado como "Zé com Zé". Mesmo assim, a Bombril continuou, por um bom tempo, a obter crédito e a captar dinheiro no mercado de ações, no qual havia ingressado em 1984. "Isso só foi possível porque, naquela época, a fiscalização das empresas na bolsa era bem menos vigilante", diz o economista Maílson da Nóbrega. Em 2003, já com uma maior transparência do sistema e a má situação da Bombril cristalina, as ações da companhia chegaram à sua pior cotação na década - 2,80 reais. Hoje, o valor é de 6 reais.

"É um milagre a Bombril ter sobrevivido, ela era o avesso de uma empresa moderna", diz o economista José Bacellar, um dos três administradores apontados pela Justiça para gerir a companhia depois do escândalo Cragnotti. Sobre esse período, ele incluiu um capítulo no livro A Surdez das Empresas, que fala de sua experiência na reestruturação de empresas. Lançado recentemente, o livro foi alvo de uma ação legal e chegou a ser retirado das prateleiras. O autor da ação foi Ronaldo Sampaio Ferreira .- que decidiu reassumir o comando da empresa e tem feito tudo para proteger sua imagem. Colecionador de carros de luxo, como o Mercedes 300 SL, uma raridade, e criador de gado, Ronaldo reconhece que é capaz de atos inconsequentes. "Sou um apaixonado por novidades", comenta. Ele aprendeu a manter os pés no chão a um custo alto.

A palavra do dia hoje na Bombril é diversificar a linha de produtos. Não é apenas por causa da concorrência. A Bombril, que já teve 90% do mercado de lã de aço no Brasil, agora detém uma fatia de 70% (os outros 30% estão nas mãos da Hypermarcas, dona da Assolan). A diversificação é também necessária porque a procura pelo produto tende a encolher - caiu 10% somente no ano passado. Os hábitos de consumo estão mudando. As panelas de hoje não precisam mais ser areadas. As televisões tampouco têm antena. Mais preocupadas em manter as unhas benfeitas, as mulheres começaram a buscar produtos de limpeza até com hidratante. Para manter sua tão valiosa marca, a Bombril tem pela frente o desafio de adequar-se aos novos tempos.


Cíntia Borsato
Veja, 16/08/09

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Sem Lei Rouanet, São Paulo ganha novo teatro de US$ 35 milhões e mais de 1400 lugares

Um novo teatro de 1.457 lugares e mais de 7 mil metros quadrados será inaugurado na primeira quinzena de setembro em São Paulo, dentro do shopping Bourbon

Batizado de Teatro Bradesco, o empreendimento feito em sociedade entre o banco, o grupo varejista gaúcho Záffari e a Opus Produções (produtora cultural), custou cerca de US$ 35 milhões. Segundo os investidores, os recursos usados na construção do teatro são 100% privados e não houve uso da lei Rouanet (incentivo fiscal).

Criado pelo mesmo grupo de arquitetos responsáveis pela reforma da Sala São Paulo, o teatro terá múltiplos usos, podendo abrigar concertos, óperas, balé, shows, musicais nacionais e internacionais e até pré-estreias de cinema.

- É um teatro capaz de receber as maiores produções nacionais e internacionais - garante o diretor da Opus, Carlos Conrad.

O palco tem 600 metros quadrados e um fosso de orquestra móvel - o primeiro deste tipo usado na América Latina. Varas motorizadas, instaladas uma a cada 30 cm em uma altura de 27 metros, permitem a troca rápida de cenários, além de possibilitar que vários espetáculos diferentes estejam em cartaz simultaneamente. Um elevador é capaz de trazer um carro ao palco.

- Projetamos o palco para que ele fornecesse toda a infraestrutura e tecnologia. É um teatro diferenciado, que não deve nada às melhores casas da Europa e dos Estados Unidos - afirma Ismael Soler, responsável pela arquitetura cênica.

Na coletiva de apresentação do teatro, realizada na manhã de terça-feira, os empreendedores não quiseram revelar qual espetáculo vai inaugurar a casa.

- Queremos fazer um soft open, testando a casa para nós mesmos - explicou Claudio Luis Záffari, diretor do Grupo Záffari.

Está previsto na programação, o musical “Hairspray” ( em cartaz no Rio, no Oi Casa Grande ), com Edson Celulari e direção de Miguel Falabella. A temporada paulista deve acontecer no final de 2009 ou início de 2010.

Os cantores Ney Matogrosso e Simone também devem estrear shows no novo teatro, que deve receber ainda uma companhia de balé russa.


Márcia Abos,
O Globo, 12/08/09

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