sábado, 5 de julho de 2008

Moeda Verde

Os moradores da Bacia do Aribiri, em Vila Velha, têm mais uma opção para geração de renda de forma sustentável. É que agora eles possuem além de um banco comunitário, um supermercado solidário e uma moeda própria: o Verde. E olha que isso é apenas o começo.

A assistente social do projeto, Renata Lima, explica que a idéia do Banco Verde Vida é promover o desenvolvimento local e a consciência do consumo sustentável. Funciona da seguinte forma: Os moradores da região podem trocar plásticos, papéis, óleo de cozinha, metais e vidros, pelo Verde de acordo com a tabela de valores dos produtos recicláveis. Depois, com a moeda, é só se dirigir aos estabelecimentos credenciados, adquirir produtos ou serviços e pagar com a moeda.

O banco fica localizado na casa sede do Fórum Permanente da Bacia do Aribiri, no bairro Ataíde. Em frente à casa, semanalmente, ocorre a feira de economia solidária, onde também moradores oferecem seus produtos para venda e aceitam a moeda Verde.

Para o Sr. Joãozinho, representante da comunidade no banco Verde Vida, envolver a sociedade nesse projeto é essencial. "As coisas são difíceis, mas temos escutado o 'sim' das pessoas que conhecem a idéia, e isso nos dá perspectiva de avançar" afirma o engajado morador.

O supermercado solidário também funciona na sede do Fórum e aceita a moeda Verde. Por lá pode se encontrar produtos da cesta básica nacional, ítens de limpeza e higiene, além de produtos caseiros produzidos pela cooperativa de mulheres da região.

Existem também os acionistas que contribuem mensalmente com doação de produtos para o supermercado. Assim o dinheiro arrecadado vai para o fundo de investimento do Banco. Isso mesmo. "Esse é apenas o início. A idéia é que o banco ofereça crédito para a população desenvolver ações sustentáveis. Por exemplo, se uma família quiser pegar crédito para criar um sistema de reaproveitamento de água de chuva em casa, terá direito." afirma Renata Lima.

São 21 bairros integrantes da Região 3 de Vila Velha que agora trabalham juntos para promover o desenvolvimento local e a apropriação da riqueza produzida por eles. Esse é um claro exemplo de como é possível integrar a sociedade em prol de um objetivo único, a melhoria da qualidade de vida.

Fórum Permanente da Bacia do Rio Aribiri
(27) 3229-8822

Fonte: Gazeta online

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O artesanato sustentável do Brasil

Arcos, flexas, bordunas e tacapes. Banquinhos de madeira em forma de tamanduás, onças e outros bichos. Tapetes e cestos de buriti com desenhos ancestrais indígenas e outros instrumentos de caça. Não é uma aldeia indígena ou alguma disputa entre índios e brancos pela posse de um pedaço de terra. Trata-se da Associação Ponto Solidário, uma organização não-governamental que divulga e coloca à venda artesanatos produzidos por diversas etnias brasileiras, como os Baniwa, que vivem na Amazônia, os Mehinako e os Waurá, ambas do Alto Xingu.

Além do artesanato indígena, mais de 130 cooperativas e comunidades de artesãos expõem suas produções na associação. São entidades de diversos estados do Brasil que produzem suas peças a partir de material reaproveitado. São bolsas de couro de peixe; esculturas com latas de alumínio; camisetas, taieres e cachecóis de garrafa PET; porta-jóias com cascas de frutas secas; jogos americanos feitos com um capim exclusivo da região centro-oeste do país; capelas e oratórios em madeira com representações de santos católicos.

A diversidade cultural do Ponto Solidário inclui ainda estatuetas em cerâmica feitas no Vale do Jequitinhonha; luminárias de bagaço de cana; agendas, bolsas e álbuns fotográficos de saco de cimento reciclado; cordéis de Juazeiro do Norte ilustrados com xilogravuras; sabão feito com óleo de cozinha usado; brinquedos, colares, peças em marchetaria e diversas outras produções. Dentre as exclusividades estão os sabonetes de babaçu produzidos no Maranhão e a Canjinjim, bebida artesanal com propriedades afrodisíacas utilizada também em festas religiosas e produzida artesanalmente por quilombolas do Mato Grosso desde o período colonial.

A Associação Ponto Solidário foi criada em 2002 com o objetivo de gerar renda às comunidades por meio do comércio justo e solidário. A loja está localizada na Avenida Nove de Julho, 3186, São Paulo e fica aberta de segunda a sexta-feira das 10 as 19 e aos sábados das 10 as 16. Os telefones para contato são 2132-7459 / 2132-7393. Visite o site: www.pontosolidario.com.br


Mapa do Terceiro Setor, junho/08

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Terra compra direitos de transmissão de Olimpíada na A. Latina

O portal Terra informou na quinta-feira que comprou os direitos para transmitir ao vivo os Jogos Olímpicos de Pequim pela internet para a América Latina.

O Terra, que é uma unidade do grupo espanhol Telefónica, também transmitirá os Jogos por celular, porém com um atraso de cinco minutos.

"Com um investimento de 7 milhões de dólares, o Terra aposta fortemente nos conteúdos esportivos e de entretenimento, possibilitando o acesso através da internet, seja por celular ou por computador", disse Alejandro Adamowicz, diretor do Terra para a Argentina.

"É a primeira vez que um evento esportivo de tal magnitude será transmitido por estes dois canais", destacou.

O site do Terra para os Jogos Olímpicos estará disponível a partir do dia 1o de agosto e permitirá aos usuários seguir as competições de diferentes modalidades.

As Olimpíadas de Pequim acontecem entre os dias 8 e 24 de agosto.


Reuters, 04/07/08

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Governo confirma plano para turbinar agricultura familiar

Cassel: mais 18,6 milhões de toneladas por ano à produção familiar até 2010
Foto Ruy Baron/Valor


Na mesma linha de elevar a produção para reduzir o impacto da carestia dos alimentos nos índices inflacionários, o governo confirmou na quinta-feira os planos de "modernização" da agricultura familiar com base no modelo de forte mecanização adotado pelo agronegócio empresarial.

O orçamento para investimento nas pequenas propriedades crescerá R$ 1,2 bilhão, chegando a R$ 6 bilhões no ano-safra 2008/09, iniciado em 1º de julho. No total, o segmento familiar terá R$ 13 bilhões para financiar operações de custeio e comercialização da safra.

Mas a idéia de "acabar com a agricultura de subsistência", defendida pelo presidente Lula no lançamento do Plano de Safra 2008/09, acendeu um debate ideológico ao chocar-se com a posição política dos movimentos sociais ligados ao campo, que rejeitam o modelo empresarial. "Os mini-produtores não vão deixar de existir. Temos é que acabar com a idéia de que o familiar produz só um saquinho de feijão, uns litros de leite", diz o presidente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos. "Isso afeta a questão política".

O coordenador da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf-Brasil), Altemir Tortelli, diz que o setor "não tem nada a aprender" com o agronegócio empresarial. "Trabalhamos a auto-suficiência e a produção de excedentes para melhorar o padrão de vida. Se o Lula acha que só interessa o empresário, ele está errado", diz. "Não queremos aprender nem reproduzir o modelo do agronegócio, com agrotóxicos e custos de produção altíssimos".

No discurso do presidente, o novo plano da agricultura familiar "é o mais sólido" dos últimos anos porque permitirá o "salto de qualidade" e a "noção do potencial produtivo" do setor. "Se [o produtor] planta dez, vamos plantar 20", disse. O governo espera adicionar 18,6 milhões de toneladas anuais à produção da agricultura familiar até 2010. "É igual ao consumo de dois meses e meio do Brasil", disse o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

O plano de mecanização da produção familiar, similar ao "Moderfrota" oferecido aos empresários a partir de 1998, prevê um forte subsídio ao financiamento de tratores, máquinas, equipamentos e implementos agrícolas. Um acordo inédito firmado com a indústria (Abimaq) permitirá descontos médios de 15% para até 20 mil tratores com potência de até 75 cavalos.

Os empréstimos de até R$ 100 mil por beneficiário terão juros anuais de 2%, dez anos de prazo para pagar e três de carência. Até 2010, o governo prevê financiar 60 mil tratores e 300 mil equipamentos agrícolas com R$ 25 bilhões de orçamento para investimentos no campo. "Agora, teremos crédito rápido, fácil e barato para alavancar as vendas", comemorou Francisco Maturro, diretor da indústria Marchesan, dona da marca Tatu.

Nos planos do governo, estão o fortalecimento da assistência técnica com reforço de orçamento. Serão usados R$ 397 milhões para azeitar as ações de uma rede estimada em 30 mil extensionistas. A Embrapa ganhará R$ 15 milhões para ajudar na difusão tecnológica. "Sem isso, não funcionaria", afirmou o secretário de Agricultura Familiar, Adoniran Sanches.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário prevê ainda a ampliação do seguro rural de crédito e de renda dos produtores, e elevação dos recursos para a compra direta da produção familiar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A Companhia Nacional de Abastecimento terá R$ 623,3 milhões para comprar uma lista de 15 produtos do segmento. "Com seguro e compras garantimos a renda do produtor", disse Sanches. Neste ano, a Conab também comprará R$ 700 milhões em produtos do setor para a merenda escolar.


Mauro Zanatta
Valor Online, 04/07/08

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