quinta-feira, 17 de abril de 2008

Uma nova inspiração para a causa do bem

A segunda edição do Projeto Generosidade dará R$200 mil a uma ação exemplar. Os leitores podem ajudar
Foto Ernesto de Souza/Ed. Globo


Durante seis meses, no ano passado a primeira edição do Projeto Generosidade promoveu uma causa pioneira na mídia brasileira: revelar e repercutir ações e exemplos de gente que faz e promove o bem no Brasil. Casos exemplares e relatos dos leitores originaram mais de cem reportagens nas revistas da Editora Globo.

O sucesso levou à repetição do projeto. A partir desta semana, e até setembro, publicaremos em nossas revistas reportagens, depoimentos, colunas e artigos sobre pessoas e entidades que doam tempo, trabalho, dinheiro e amor para ajudar alguém. Os leitores de ÉPOCA podem participar enviando seus testemunhos e relatos por meio de epoca.com. br até 30 de setembro.

Todas as reportagens sobre generosidade publicadas nas revistas da Editora Globo estarão na íntegra no site do projeto. Todas as histórias enviadas ao site e publicadas nas revistas participarão da seleção do melhor projeto de ação social. A escolha ficará a cargo de um júri formado por convidados e parceiros da Editora Globo.

O ganhador receberá um incentivo no valor de R$ 200 mil para ser integralmente investido no projeto. Os critérios serão clareza e relevância dos objetivos, capacidade de realização, impacto sobre o público-alvo, capacidade de articulação com outros parceiros e com o poder público e impacto da doação sobre a realização e ampliação das metas do projeto.

A equipe editorial da Editora Globo fará uma pré-seleção das ações, que serão depois submetidas a nosso júri. O projeto escolhido será divulgado em dezembro. Nesta semana, apresentamos a segunda edição do projeto mostrando o impacto do incentivo de R$ 100 mil sobre o trabalho dos Amigos do Bem, vencedores de 2007.

Publicado pela Revista Época em 04/04/08

Mais...

Estado deve disponibilizar recursos para o terceiro setor, mas não impor projetos

“O Estado tem sim que disponibilizar recursos para que a sociedade civil construa novos projetos. Mas não no sentido de utilizar o terceiro setor como uma maneira fácil de colocar ações com baixo custo. Caso isso seja feito, estaremos correndo o risco de aplainar o terceiro setor. Vamos perder a criatividade. Devemos brigar pela heterogeneidade”.

O alerta é da socióloga e presidente da organização não-governamental (ONG) Comunitas Ruth Cardoso, que participou do 5º Congresso sobre Investimento Social Privado do Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), que aconteceu na cidade de Salvador (BA).

Durante a discussão sobre legitimidade e transparência do terceiro setor, o principal ponto de discussão focou a polêmica que envolve a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, gerada a partir de denúncias contra instituições que recebiam recursos do governo federal. “Também aparecem denúncias em relação às empresas, mas ninguém pede o fim do segundo setor. As parcerias público-privada nunca aparecem como polêmicas”, levantou o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Brasil (CMB), Antonio Britto, que também participou da discussão.

Reconstruindo a formação do terceiro setor no Brasil, Britto lembrou que a relação das ONGs com o poder público nunca chegou a ser ordenada. “Muitos falam de um marco legal. Já tivemos muitos marcos. Cada governo estabelece novas regras e sempre temos de nos enquadrar na vírgula que nos cabe. Falta um pacto social para começarmos do zero. Senão, continuaremos à mercê do temperamento de cada governo”, disse Britto.

Após as denúncias, o atual governo determinou regras mais rígidas para liberar recursos e aprovar projetos. “A sociedade não deve ser executora das políticas prontas do Estado, senão o terceiro setor perde o sentido”, completou Ruth, lembrando que uma das medidas do governo é a de contratar instituições civis como executoras de projetos do Poder Executivo. “A legislação deve possibilitar uma flexibilização e não cobrar a nota fiscal do pãozinho”, explicou Ruth.

“O crescimento do terceiro setor foi observado porque a sociedade se organizou e se deparou com questões novas. Para resolvê-las era necessário liberdade e flexibilidade para inovar com criatividade”, lembrou Ruth. “Assim, o terceiro setor é fragmentado pela sua própria natureza. As instituições nasceram dos movimentos sociais que buscavam resolver questões diferentes. Toda a sociedade civil é heterogênea, então toda ação da sociedade civil é heterogênea”, Ruth.

Para resolver o problema de legitimidade que o terceiro setor enfrenta, ambos os participantes ressaltaram que o Ministério Público deve ser um ator de fiscalização, assim como a sociedade civil. “Terceiro setor só se cria em sociedades democráticas. E, na prática, essa sociedade exerce um controle público difuso”, explicou Ruth. “É preciso estabelecer uma linha comum do terceiro setor para a questão da política, não da atuação”, concluiu Britto.


Por Alan Meguerditchian, Aprendiz
Publicado pela Envolverde em 10/04/08

© Copyleft - É livre a reprodução exclusivamente para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída.

Mais...

Grupo Deib Otoch planeja expansão para o Centro-Oeste

O libanês Abrahão Otoch chegou ao Brasil em 1895 e se estabeleceu no Ceará, onde ganhava a vida como vendedor de tecidos e bananas. Em 1950, montou em Fortaleza o armazém de tecidos Esplanada, que seria administrado por três filhos. Quase 60 anos depois, o grupo Deib Otoch, que segue gerido pelos filhos e netos do libanês Abrahão, vai iniciar sua expansão para a região Centro-Oeste do país. Capitalizado pelo crescimento do varejo nordestino acima da média nacional nos últimos anos, o grupo planeja aumentar o número de lojas de departamento de 35 para 45 neste ano e elevar o faturamento - hoje da ordem de R$ 400 milhões - em 72% até 2009.

O grupo, com sede em Fortaleza, tem como principal fonte de renda lojas de departamento, sob as bandeiras By Express e Lojas Esplanada, distribuídas nos Estados do Nordeste e no Distrito Federal. Durante quase cinco décadas, as atividades foram focadas na venda de tecidos mas, há nove anos, o foco de atuação mudou radicalmente, com a substituição de pequenas lojas - algumas com apenas 80 m2 - por lojas de 2 mil m2 e a diversificação de produtos, que vão de confecções, calçados e DVDs a colchões e artigos de decoração. As lojas seguem o modelo de redes de departamento americanas, como Big K e J.C. Penney, que oferecem produtos voltados à classe média, mas a preços populares.

Ronaldo Otoch, diretor comercial da Deib Otoch, afirmou ao Valor que negocia a aquisição de uma rede de lojas do Centro-Oeste - cujo nome ele não revela - e analisa outras possibilidades de compra no Sudeste. "Já temos loja no Distrito Federal e percebemos que só é possível entrar nesses mercados adquirindo outras redes que já atuam na região", afirma.

Em março, o BNDES aprovou financiamento de R$ 38,1 milhões à Deib Otoch para a abertura de dez lojas nas regiões Norte e Nordeste. O valor corresponde a dois terços do investimento total, de R$ 58 milhões, que serão aplicados ao longo do ano. Ronaldo Otoch diz que o projeto contempla a abertura de lojas de grande porte, voltadas à venda de produtos de maior valor agregado. "O mercado no Norte e no Nordeste vai muito bem não só pela expansão da economia em si, mas também devido à instalação de indústrias, principalmente de pólos petrolíferos, o que gerou aumento de empregos e riqueza", observa o diretor.

Os recursos do BNDES serão utilizados na instalação de dez lojas no Nordeste e no Norte, expandindo as redes para 45 lojas, projeto que deve gerar 1,5 mil novos postos de trabalho. Hoje o grupo mantém 2,4 mil colaboradores. "Tivemos resultados excelentes nos últimos anos, o que nos permitiu acelerar o projeto de expansão."

O crescimento acelerado do grupo, que em 2000 tinha a metade do faturamento atual, funcionou como estímulo para a parceria selada há dois anos com o Bradesco, que buscou reforçar sua atuação no Nordeste após a aquisição do Banco do Estado do Ceará (BEC). Juntos, eles criaram a Redesplan, que gerencia os cartões de crédito private label (de loja) Esplanada Card e Otoch Card para vendas a prazo, que já somam 3,2 milhões de cartões ativos.

O grupo Deib Otoch parece não ser o único interessado em expandir suas atividades para além das terras nordestinas. Circula no mercado a informação de que a varejista Insinuante reservou R$ 400 milhões para adquirir empresas de pequeno e médio portes, entre elas, a Eletrozema, do Grupo Zema , de Minas Gerais, e que possui 170 lojas em Minas e São Paulo. Procurada, a empresa não quis se pronunciar sobre o assunto.

Cibelle Bouças
Publicado pelo Valor Online
em 17/04/08

Mais...

Instituições portuguesas ampliam operação no Brasil

Catraio, do BPN: grande aposta é na continuidade do aumento do consumo
Foto Silvia Costanti / Valor

Longe da crise financeira nos Estados Unidos, três bancos portugueses continuam apostando em bons negócios no Brasil. Estão atraídos pelo forte crescimento do mercado de capitais, do crédito, da renda e do aumento do consumo interno no país.

Na avaliação do presidente do banco BES Investimento, Alberto Kiraly, o mercado de crédito imobiliário é um segmento a ser mais explorado e não tem nenhum problema relacionado à crise das hipotecas de alto risco nos Estados Unidos, pois a participação deste tipo de crédito no PIB do Brasil ainda é muito pequena.

Outro fator que enche os olhos do bancos estrangeiros, diz ele, é o crescimento do mercado de capitais. Ele citou que a soma das emissões primárias e de títulos de renda fixa superou o total de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no ano passado. "Isso, certamente atrai os bancos para esse tipo de operação no mercado de capitais", disse o diretor do BES, especializado em operações de emissões primárias de ações de empresas na Bovespa e de captações externas.

Kiraly diz que, embora a volatilidade dos mercados financeiros no exterior tenham causado uma redução nos IPOS (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) no Brasil, a perspectiva é de uma retomada no segundo semestre. Além disso, o mercado de eurobônus, que também tinha sofrido efeitos da crise americana até um mês atrás, deve voltar a ficar mais aquecido.

Já o Banif, cujo foco são produtos de mercado de capital ligados ao crédito imobiliário, com 11 agências no país, deve abrir mais seis até o fim do ano e chegar a 2009 com 25 agências. "Esperamos que o Brasil se torne investment grade. O mercado de capitais vai crescer", disse o presidente do Banif no Brasil, Paulo Pinho.

Para o presidente executivo do BPN Brasil, Carlos Catraio, a grande aposta é na continuidade do aumento do consumo e do agronegócio. No Brasil, o banco trabalha com operações de crédito consignado em folha de pagamento e a partir de 2006 entrou no segmento de crédito a pequenas e médias empresas. Embora tenha apenas uma agência em São Paulo, o Banif possui diversos correspondentes bancários em cidades médias. "São 20 milhões de pessoas que migraram para a classe C, o consumo e o crédito cresceram muito", comentou. O aumento do consumo, diz, fomenta o investimento das empresas, que precisam de mais crédito. "Emprestamos às empresas que prestam serviço às grandes empresas", diz. O bom momento no mercado de crédito se reflete nos números deste ano. A meta do banco português para o saldo de operações de crédito para este ano, de R$ 500 milhões, deve ser alcançada já em junho, antecipou o presidente do Banif. Ao final do ano passado, o banco fechou registrou saldo de operações de crédito no Brasil de R$ 409,5 milhões.

Apesar das preocupações do Banco Central e da equipe econômica do governo com o aumento do consumo e do crédito, Catraio prevê a continuidade da expansão do crédito porque os investimentos das empresas não pararam de subir. "Indiscutivelmente, a demanda vai continuar a crescer."

Sobre o agronegócio, ele estima que o Brasil vai se beneficiar com a demanda em alta por alimentos do Brasil, da China e da Índia diante dos preços favoráveis das commodities.

Ana Paula Grabois, do Rio
Publicado pelo
Valor Online em 17/04/08

Mais...



Acesse esta Agenda

Clicando no botão ao lado você pode se inscrever nesta Agenda e receber as novidades em seu email:
BlogBlogs.Com.Br