quarta-feira, 2 de julho de 2008

PNUD recebe 21% mais doações regulares

Mesmo com aumento de US$ 198 milhões em 2007, verba regular corresponde a menos de um terço das outras fontes de recursos
Foto ONU/Divulgação


As contribuições voluntárias regulares ao PNUD cresceram 21,5%, passando de US$ 922 milhões em 2006 para US$ 1,12 bilhão no ano passado. A alta pelo sétimo ano consecutivo é resultado tanto do aumento das contribuições quanto de alterações cambiais no período. Quando as contribuições são corrigidas pela variação do dólar em relação a outras moedas e pela inflação, o crescimento registrado é de 12,1%.

Embora as contribuições regulares (não necessariamente vinculadas a um ou mais projetos com data para terminar) tenham crescido, elas ainda estão muito aquém do volume de contribuições extraordinárias, que variam conforme o interesse do doador na causa a ser ajudada. Este tipo de doação, no ano de 2007, se manteve no mesmo nível dos dois anos anteriores, em US$ 3,8 bilhões – mais de três vezes o total de contribuições regulares.

Os dados constam do recém-publicado Relatório Anual do PNUD 2008, intitulado "Capacity Development – Empowering People and Institutions" (Desenvolvimento de Capacidade – Habilitando Pessoas e Instituições). O documento destaca o papel do PNUD como apoiador de instituições nacionais e de países em medidas que melhorem o padrão de vida de seus cidadãos.

"Segue havendo um desequilíbrio na proporção entre recursos regulares e extraordinários, ainda que esta relação tenha melhorado ligeiramente devido ao aumento dos recursos regulares em 2007", alerta o relatório, ao destacar a importância das verbas regulares para os trabalhos do PNUD. "Um foco na mobilização de recursos regulares segue sendo imperativo para permitir que o PNUD cumpra seu mandato e preste apoio eficaz ao fortalecimento da capacidade efetiva de desenvolvimento aos países para que adotem gestões flexíveis e integradas, com enfoque em desenvolvimento de longo prazo, efetivo e sustentável", completa o texto.

A agência da ONU contribui para que governos obtenham, dirijam e administrem diferentes tipos de financiamento conforme as prioridades nacionais. Entre os doadores de recursos considerados regulares, destacaram-se a Noruega (US$ 131,6 milhões), Países Baixos (US$ 124,9 milhões), Suécia (US$ 119,9 milhões), Reino Unido (US$ 109,9 milhões) e Estados Unidos (US$ 106,9 milhões), nessa ordem.

Entre as contribuições extraordinárias, houve um pequeno decréscimo daquelas direcionadas a programas desenvolvidos dentro do próprio país doador. De 2006 a 2007, elas passaram de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,2 bilhão. O número, no entanto, foi compensado por igual acréscimo de US$ 100 milhões nas doações vindas de colaborações de outros países.

Conheça o relatório:
Relatório Anual do PNUD 2008 "Capacity Development – Empowering People and Institutions" (Desenvolvimento de Capacidade – Habilitando Pessoas e Instituições)

Fonte: site do PNUD

Mais...

Banco JPMorgan seleciona projetos sociais para apoio em 2009

O Banco JPMorgan inicia processo de seleção de projetos sociais para apoio em 2009. As iniciativas inovadoras devem se inserir nas seguintes áreas:
- arte e cultura;
- educação de jovens;
- desenvolvimento comunitário; e
- microcrédito.

Os projetos devem ser executados nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro e devem ter duração máxima de 12 meses. Importante: os valores solicitados não podem ser superiores à R$ 90.000,00 por projeto.

Inscrições:
Envio do projeto para o e-mail responsabilidade.social@jpmorgan.com até 20 de julho de 2008.

Mais...

Conferência Internacional debate inovação para o terceiro setor

O Instituto Wiliam Davidson da Universidade de Michigan e o CNU - Conversando com as Nações Unidas – Brasil abre inscrições para a II Conferencia Internacional - “Inovação para o Terceiro Setor: Sustentabilidade e Impacto Social” que acontecera em agosto de 2008, em São Paulo.

O objetivo da II Conferência é fortalecer as organizações através dos trabalhos de lideres de empreendimento social da América Latina, compartilhando as melhores práticas globais e modelos inovadores em temas como:

- Estratégias inovadoras de financiamento como geração de recursos, novas organizações doadoras, novas ferramentas de financiamento, novas formas de filantropia;
- Estratégias eficientes de gestão de recursos humanos;
- Oportunidades Sociais e Econômicas Sustentáveis através da Tecnologia de Informação;
- Formação de alianças e parcerias intra-setoriais.

O congresso ocorrerá nos dias 6, 7 e 8 de agosto de 2008 no Centro de Convenções do SENAC em Cidade de São Paulo. Durante a conferência, as organizações participantes terão a oportunidade de compartilhar suas práticas, debater conceitos e a aplicação de ferramentas de gestão a fim de:

- Implementar práticas comerciais adequadas para sua atividade;
- Aumentar sustentabilidade através de estratégias inovadoras de financiamento;
- Integrar estratégias de gestão e liderança;
- Desenvolver as estratégias de parceria intra-setoriais;
- Recrutar, desenvolver e reter equipes internas e voluntários.

A submissão de projetos não será aceita, o abstrato devera focar em um dos tópicos da conferencia. Para maiores detalhes clique em http://www.impactosocial.org.br/2008/abstratos.aspx. Para se inscrever, envie seu abstrato por este endereço: https://wdi.umich.edu/Events/296/Register/


redeGIFE Online, 30/06/08

Mais...

Instituto Wal-Mart abre processo de seleção para projetos sociais

O Instituto Wal-Mart lançou o edital para seleção de 25 projetos sociais nos 17 Estados onde a rede está presente no Brasil. O objetivo é identificar programas alinhados com a missão da organização: promover o desenvolvimento social, econômico e cultural de comunidades em situação de vulnerabilidade social.

A íntegra do edital está disponível no site www.iwm.org.br, assim como demais informações sobre o processo. As inscrições poderão ser realizadas no período de 15 de julho a 30 de agosto de 2008.

Poderão se inscrever organizações da sociedade civil, legalmente constituídas e sem fins lucrativos, que desenvolvam projetos sociais nas localidades onde existam lojas da rede Wal-Mart Brasil, que inclui hipermercados Bompreço, BIG e Wal-Mart Supercenter, supermercados Bompreço, Nacional, Mercadorama, atacado Maxxi e o clube de compras SAM’S CLUB (veja relação das principais cidades abaixo). Os projetos selecionados receberão aporte de recursos por um período de 24 meses para desenvolvimento de infra-estrutura e consultoria, no valor total de até R$ 250 mil, considerando os dois anos da parceria.

“Nosso objetivo é apoiar iniciativas que gerem transformação social de fato, iniciativas que mudem as vidas das pessoas e das comunidades através da promoção da autonomia”, afirma o diretor do Instituto Wal-Mart, Paulo Mindlin. Esta ação está alinhada com a missão do Wal-Mart, que é contribuir para melhorar a qualidade de vida nos locais onde opera com suas lojas.

Desde a sua fundação, em 2005, o Instituto Wal-Mart já financiou 45 projetos sociais, tendo beneficiado 3,8 mil pessoas pelas iniciativas de geração de trabalho e renda. Também atendeu 900 mil famílias por meio do programa Família Brasileira Fortalecida, em parceria com o UNICEF. Só no ano passado, o Instituto Wal-Mart investiu R$ 7 milhões e, em 2008, os recursos disponíveis são de R$ 7 milhões para o financiamento de projetos sociais.

Sob o eixo econômico estão os programas para geração de renda com o apoio a cooperativas e associações de economia popular, além de atividades de formação de jovens para o mercado de trabalho. Na área social, a proposta é fortalecer as famílias, especialmente as lideradas por mulheres, por meio de ações educativas e informativas. E sob o aspecto cultural, os programas valorizam a história e tradições das comunidades.


redeGIFE Online, 30/06/08

Mais...

Instituto Unibanco abre seleção de projetos de educação complementar

O Instituto Unibanco selecionará instituições sem fins lucrativos, com foco em desenvolvimento de programas e projetos ligados à educação complementar, para repassar parte dos rendimentos dos fundos Unibanco Private Social FI Renda Fixa e Unibanco Multigestor Social II FICFI Multimerado.

Criados há cinco e seis anos, respectivamente, os fundos são uma opção para clientes que queiram aliar seus investimentos a ações sociais.

Os projetos beneficiados serão escolhidos por meio de edital e devem atender a um mínimo de 50 e máximo de 100 crianças ou jovens, de 7 a 21 anos. A expectativa é de repasse de, ao menos, R$ 1.100 por aluno atendido.

“Esse edital reforça a atuação do Instituto Unibanco, uma vez que o apoio prestado a entidades que trabalham com educação complementar pode aumentar o impacto de nossos projetos, voltados a contribuir para a melhoria da qualidade de escolas públicas, garantindo para nossos jovens o direito de aprender”, afirma a superintendente do instituto, Wanda Engel.

As inscrições para o edital começaram na segunda-feira (23/06) e os critérios de seleção já estão disponíveis no site www.institutounibanco.org.br.

Quem pode participar:
Pessoas jurídicas não-governamentais e sem fins lucrativos, sediadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, tais como associações, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs), centros comunitários e cooperativas, desde que tenham mais de três anos de funcionamento e estejam devidamente registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescente (CMDCA) da cidade onde o programa será executado.

Inscrições:
Para participar do Edital Fundo de Investimento Social 2008, as instituições deverão realizar a pré-inscrição no site do Instituto Unibanco (www.institutounibanco.org.br) e enviar a proposta via correio impreterivelmente até o dia 23 de julho de 2008 (data de postagem).

Avaliação dos projetos:
A avaliação dos projetos será realizada por um Comitê Gestor, formado por integrantes do Instituto Unibanco. A decisão sobre os finalistas é de exclusiva responsabilidade do Comitê de Investimento Social.


redeGIFE Online, 30/06/08

Mais...

Gestão por processos: 5 passos para o sucesso e algumas armadilhas!

Falar em processos é quase sinônimo de falar em eficiência, redução de custos e qualidade, por isso é o assunto é recorrente na agenda de qualquer executivo. O atual dinamismo das organizações, aliado ao peso cada vez maior que a tecnologia exerce nos negócios, vem fazendo com que o tema processos e, mais recentemente, gestão por processos (Business Process Management, ou BPM) seja discutido e estudado com crescente interesse pelas empresas.

Os principais fatores que têm contribuído para essa tendência são:

* o aumento da demanda de mercado vem exigindo desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços de forma mais ágil e rápida;
* com a implantação de sistemas integrados de gestão, os chamados ERPs, existe a necessidade prévia de mapeamento dos processos. Entretanto é muito comum a falta de alinhamento entre processos, mesmo depois da implantação sistema;
* as regras e procedimentos organizacionais se mostram cada vez mais desatualizados, devido ao ambiente de constante mudança. Em tal situação, erros são cometidos ou decisões são postergadas por falta de uma orientação clara;
* a maior freqüência de entrada e saída de profissionais (turnover) tem dificultado a gestão do conhecimento e a documentação das regras do negócio, gerando maior dificuldade como na integração e no treinamento de novos colaboradores

Os efeitos dessas e outras situações têm levado um número crescente de empresas a buscar uma nova forma de gerenciar seus processos. Muitas começam pelo desenvolvimento e revisão das normas da organização ou ainda pelo mapeamento de processos. Entretanto, fazer isso de imediato é “colocar o carro na frente dos bois”.

Em vez disso, o ponto de partida inicial é identificar os processos relevantes e como devem ser operacionalizados com eficiência. Questões que podem ajudar nesta análise são:

* qual a dimensão ideal da equipe para a execução e o controle dos processos?
* qual o suporte adequado de ferramentas tecnológicas?
* quais os métodos de monitoramento e controle do desempenho a serem utilizados?
* qual é o nível de integração e interdependência entre processos?

A resposta a essas questões representa a adoção de uma visão abrangente por parte da organização sobre os seus processos e sobre como estão relacionados. Essa visão é o que chama de uma abordagem de BPM. Sua implantação deve considerar no mínimo cinco diferentes passos fundamentais:

1. tradução do negócio em processos: é importante definir quais são os processos mais relevantes para a organização e aqueles que os apóiam. Isso é possível a partir do entendimento da visão estratégica, de como se pretende atuar e quais os diferenciais atuais e desejados. Com isso, é possível construir o mapa geral de processos da organização;

2. mapeamento e detalhando os processos: a partir da definição do mapa geral de processos, inicia-se a priorização dos processos que serão detalhados. O mapeamento estruturado, com a definição de padrões de documentação, permite uma análise de todo o potencial de integração e automação possível. De forma complementar, são identificados os atributos dos processos, o que permite, por exemplo, realizar estudos de custeio das atividades que compõe o processo ou, ainda, dimensionar o tamanho da equipe que deverá realizá-lo;

3. definição de indicadores de desempenho: o objetivo do BPM é permitir a gestão dos processos, o que significa medir, atuar e melhorar! Assim, tão importante quanto mapear os processos é definir os indicadores de desempenho, além dos modelos de controle a serem utilizados;

4. geração de oportunidades de melhoria: a intenção é garantir um modelo de operação que não leve ao retrabalho, perda de esforço e de eficiência, ou que gere altos custos ou ofereça riscos ao negócio. Para tal, é necessário identificar as oportunidades de melhoria, que, por sua vez, seguem quatro alternativas básicas: incrementar, simplificar, automatizar ou eliminar. Enquanto na primeira se busca o ganho de escala, na última busca-se a simples exclusão da atividade ou a sua transferência para terceiros;

5. implantação de um novo modelo de gestão: o BPM não deve ser entendido como uma revisão de processos. A preocupação maior é assegurar melhores resultados e, nesse caminho, trata-se de uma mudança cultural. É necessária maior percepção das relações entre processos. Nesse sentido, não basta controlar os resultados dos processos, é preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar fluxo de atividades mais equilibrado e de controles mais robustos.

É por causa desse último passo que a implantação de BPM deve ser tratada de maneira planejada e orientada a resultados de curto, médio e longo prazos.

Como já dissemos, o BPM representa uma visão bem mais abrangente, na qual a busca por ganhos está vinculada a um novo modelo de gestão. Colocar tal modelo em prática requer uma nova forma de analisar e decidir como será o dia-a-dia da organização de hoje, amanhã, na semana que vem, no próximo ano e assim por diante...


Marcelo Raducziner
Sócio-Diretor Compass International
marceloraducziner@compassbr.com.br
HSM On-line, 01/07/08

Mais...

Email Marketing: vá além do operacional

Ao procurar por uma plataforma de email marketing, o desejo das empresas, em geral, é um só: mandar sua mensagem para o maior número possível de pessoas. Por isso, dentre todas as funcionalidades que o serviço apresenta, o envio costuma ser a mais valorizada. Porém, reduzir uma ferramenta de email marketing a um sistema de envio de mensagens é um equívoco que precisa ser evitado. Trata-se de um processo longo e abrangente, que possui diversos aspectos – todos eles fundamentais para o sucesso dos negócios.

A quantidade de pessoas que uma plataforma de email marketing consegue agregar é, sem dúvida, um dos aspectos mais importantes do trabalho. No entanto, está longe de ser o único. Enxergar o marketing digital como algo maior do que simplesmente seguir cronogramas para campanhas de email marketing é uma característica imprescindível para estruturar retornos bem-sucedidos e aumentar a visibilidade da marca.

Aqui falamos que, além de realizar as ações operacionais, é preciso ampliar o campo de visão sobre o que é necessário ser feito em todas as etapas, desde a prévia de uma campanha até a mensuração de seu retorno. Seguir corretamente o antes, o durante – e não apenas o durante – e o pós, certamente contribuirá para o retorno mais importante no processo: a entrega dos resultados.

Não estamos longe de realmente fazer jus à boa reputação de nossa imagem. Acredite se quiser, é possível aplicar o conceito de Governança em email marketing. Sim, aplicar processos que seguem padrões nas diversas fases que envolvem uma campanha, com delegação correta de tarefas para cada responsável por uma atividade. Inclusive, com acompanhamento entre o tempo de desenvolvimento x a entrega de determinada etapa.

Isso é extremamente vantajoso para todas as partes envolvidas, desde a empresa que planeja, envia e mensura uma ação de email marketing, até o próprio público-alvo que a recebe. Justamente porque, se as ações foram desenvolvidas de maneira correta e, principalmente, transparente, a probabilidade de aproveitamento da mensagem é muito maior. E, conseqüentemente, voltamos ao que quis dizer no início deste artigo: irmos além do simples disparo e efetivarmos nossa preocupação real com o lado macro da história, a nossa imagem.

Junto a tudo isso, conhecimentos prévios em marketing digital, estudos sobre o assunto e pesquisas infindáveis já disponíveis na Internet com órgãos que se preocupam com essa questão são essenciais para o planejamento estratégico e auxiliam muito como guias para operacionalização de cada ação.

Quando falamos em empresas de grande porte, que, em sua maioria, contam com agências digitais para realização das campanhas, essa preocupação triplica. Quanto mais campanhas, mais cuidado é preciso, pois é praxe: quanto maior o número de atividades (em qualquer área), maior a probabilidade de erros e acertos. Isso não isenta o mercado de PMEs, que pode aproveitar este momento, em que se fala de políticas e normas para comunicação on-line, para começar da forma mais correta.

Estamos vivendo um marco na era digital. Esse momento exige não só a atenção com o que está chegando, mas também a responsabilidade em aplicar o que, para os outros, ainda é uma tendência. Se quisermos chegar à frente, as boas práticas em comunicação digital devem ser realidade.


Walter Sabini Júnior
Presidente da Virid Interatividade Digital, empresa especializada em soluções e serviços de marketing digital.
jr@virid.com.br
HSM On-line, 01/07/08

Mais...

Lei amplia benefício fiscal para empresas de serviços de saúde

O governo federal ampliou o rol de empresas da área de saúde que poderão beneficiar-se, a partir do ano que vem, de uma redução no Imposto de Renda (IR) de 75% e na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) de 66%. A Lei nº 11.727, publicada há uma semana, passou a considerar como hospitalar seis tipos de atividades antes não listadas em qualquer norma que trate do tema. Como os serviços hospitalares recolhem um percentual reduzido de 8% do IR e 12% para a CSLL - e não os 32% recolhido pelos demais prestadores de serviços - essas atividades listadas passam a contar com o benefício. Dentre os beneficiados estão, por exemplo, os serviços de diagnóstico, de patologia clínica, imagenologia e medicina nuclear. O benefício é válido para as empresas que estão no lucro presumido.

A alteração trazida pela lei, porém, não encerrará as discussões judiciais entre clínicas médicas que buscam o enquadramento como atividade hospitalar para terem direito à tributação reduzida. Segundo advogados, ações sobre o tema continuarão a ocorrer porque a nova legislação listou tipos de empresas da área de saúde que têm direito ao benefício, mas novamente não conceituou o que é atividade hospitalar.

O tributarista Eduardo Fleury, do Fleury Advogados, afirma que a Receita Federal, desde 2003, publica instruções normativas pelas quais equiparou clínicas, laboratórios e bancos de sangue aos prestadores de serviços hospitalares. Em dezembro de 2007, entretanto, alterou esse entendimento por meio da Instrução Normativa nº 721. A partir dessa norma passou a fazer uma série de exigências que, na prática, concediam o benefício apenas a hospitais e não mais a clínicas ou laboratórios. "A maior parte das atividades listadas na nova lei estava perdendo na Justiça e sendo autuada pela Receita Federal", afirma Fleury. Segundo ele, muitas empresas, em razão disso, mudaram o regime de apuração do IR, ou seja, passaram a adotar o lucro real, que tornou-se mais vantajoso em relação ao lucro presumido.

O advogado Rogério Ramires, do Loddi e Ramires Advogados, afirma que a Lei nº 11.727 beneficiou os serviços que mais contestavam na Justiça a equiparação a serviços hospitalares. De acordo com ele, a argumentação em grande parte das ações era a de que uma instrução normativa não poderia restringir o benefício tributário, apenas uma lei. Apesar da ampliação, ele acredita que os questionamentos continuarão a ocorrer por aqueles serviços que não foram beneficiados. "Continua a não existir uma definição do que é serviço hospitalar", diz.

O advogado Rogério Aleixo, do Aleixo Pereira Advogados, diz que uma das exigências para obter-se o benefício é ser uma sociedade empresária. Ele afirma que as sociedade simples devem analisar os reflexos de uma alteração para sociedade empresária sobre o Imposto Sobre Serviços (ISS). A sociedade empresária recolhe o ISS sobre o faturamento e a simples, em geral, pelo número de profissionais que possui. Segundo ele, ao mudar de classificação o fisco municipal poderá tentar cobrar o ISS dos últimos cinco anos da empresa pelo faturamento e não pelo número de profissionais.


Zínia Baeta, De São Paulo
Valor Online, 02/07/08

Mais...

Governo amplia os subsídios ao campo

O forte impacto dos preços dos alimentos sobre os índices de inflação levou o governo a reforçar os subsídios concedidos ao setor agropecuário. Mesmo sem enfrentar graves problemas estruturais, como a precariedade da logística de escoamento da produção e a disparada dos custos de produção, os planos do governo para o novo ano-safra 2008/09, iniciado oficialmente ontem, elevam em 51% o volume de recursos do crédito rural com taxas de juros parcialmente bancadas pelo Tesouro.

O presidente Lula anuncia hoje, em Curitiba (PR), a destinação de R$ 65 bilhões para o financiamento da chamada agricultura empresarial. Desse volume, R$ 55 bilhões serão emprestados pelos bancos com taxas subsidiadas pelo caixa da União. Na safra passada (2007/08), o governo previa equalizar R$ 45,4 bilhões. Com isso, o governo amplia de 63% para 85% o total de recursos cobertos por subsídios e espera elevar para além de 150 milhões de toneladas a produção total de grãos, fibras e cereais, atualmente em 143,3 milhões.

Na prática, o Tesouro Nacional paga a diferença entre o custo de captação do dinheiro no mercado - geralmente com taxa Selic - e os juros do crédito rural, cuja média é de 7,35% ao ano. Estima-se um custo total de R$ 2,6 bilhões para o Tesouro com essas operações de equalização. Nos financiamentos de custeio, por exemplo, os produtores pagam 6,75% ao ano. Para esta modalidade, o presidente Lula anunciará um pacote de R$ 45 bilhões cobertos pelo caixa do Tesouro - na safra anterior, foram previstos R$ 36,5 bilhões.

"O novo plano vai marcar uma posição de apoio à produção de alimentos", diz uma fonte. O governo também antecipará o lançamento de mecanismos de sinalização de preços para compras futuras, o que garante ao produtor a margem de lucro mesmo com eventuais quedas de preços no mercado. A ampliação do seguro rural será efetivada neste plano.

Os recursos para custeio e comercialização da nova safra terão R$ 32 bilhões das chamadas exigibilidades rurais, a parcela obrigatória de 25% dos depósitos à vista que os bancos têm que emprestar ao setor - na safra anterior, foram R$ 30 bilhões.

Mas a principal elevação de recursos ocorrerá na "poupança rural". Dessa fonte, sairão R$ 11 bilhões para financiar o setor. Em 2007/08, a poupança previa R$ 2,5 bilhões. Outros R$ 2 bilhões virão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Os recursos para os programas de investimento saltarão de R$ 8,9 bilhões para R$ 10 bilhões. Mais R$ 10 bilhões serão ofertados com juros livres de mercado como componente do crédito rural para 2008/09.

O novo Plano de Safra da agricultura empresarial contará com a elevação dos limites de crédito individual dos produtores e o aumento dos preços mínimos dos produtos básicos, como arroz, feijão, milho, trigo e mandioca. O governo prevê gastar até R$ 4,4 bilhões na recomposição dos estoques públicos de alimentos em mãos da Conab. Em horas de crise de preços, espera vender estoques para baixar os preços no varejo.

Os planos do governo para o setor rural incluem, ainda, o lançamento de um pacote de R$ 13 bilhões com medidas de apoio à produção familiar de alimentos. Todo esse volume de recursos contém algum tipo de subsídio oficial sob a forma de equalização das taxa de juros ou de bônus para pagamento em dia. O presidente Lula fará esse anúncio amanhã, em Brasília. Mas a base do novo plano da agricultura familiar é o investimento em mecanização e a adoção de novas tecnologias mais modernas.

O "Mais Alimentos" oferecerá uma linha de crédito de R$ 6 bilhões para investimentos de longo prazo a 300 mil produtores familiares, e estima produção adicional de até 18,6 milhões de toneladas de arroz, feijão, leite, mandioca, trigo, leite, carnes, frutas e soja, que hoje somam 110 milhões de toneladas.


Mauro Zanatta
Valor Online, 02/07/08

Mais...

Cães e gatos passam da classe D para a C e setor fatura US$ 1 bilhão a mais

Luiz Luccas, diretor da Merial: "Animais que não eram tratados agora são vacinados e cuidados com antipulgas"
Foto Anna Carolina Negri/Valor


No ano passado, cerca de 900 mil cães e gatos deixaram a classe D e passaram para a C, segundo estimativas da indústria pet. Eles acompanharam as duas milhões de famílias brasileiras que melhoraram seu padrão de vida entre 2006 e 2007. Assim como aconteceu no universo das pessoas - que passaram a consumir mais e melhor - os bichos também sentiram os benefícios da ascensão social.

"Esses cães, que antes não eram vacinados, tratados ou que recebiam apenas restos de comida, agora se alimentam de ração, tomam vacinas e usam antipulgas", diz Luiz Luccas, diretor da operação brasileira da Merial, uma das maiores indústrias veterinárias do mundo.

Graças a esses novos consumidores caninos - e felinos também -, a ração para animais de estimação passou a fazer parte da cesta básica de compras de mais pessoas, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos para Animais Domésticos (Anfalpet). "Os cães que comiam pouca ração, estão comendo agora a quantidade certa. Os que ganhavam apenas um bifinho por semana, agora ganham dois", diz o secretário-executivo da entidade, José Edson Galvão de França, se referindo a um dos petiscos caninos.

Em 2006, segundo ele, 42% dos cães e gatos domésticos eram alimentados com ração. Agora são 47%. Em relação a uma população brasileira de cães e gatos estimada pela indústria em 31 milhões, os cinco pontos percentuais de crescimento correspondem exatamente aos 900 mil bichinhos promovidos de classe social. Com isso, o faturamento dos fabricantes de rações passou de US$ 2,33 bilhões para US$ 3,06 bilhões no período.

O segmento de produtos econômicos ou básicos, que representa 65% do mercado de rações, absorveu todo o crescimento do setor no ano passado, conforme a Anfalpet. As rações "standard" ou padrão, que são 23% do total, permaneceram estáveis. O segmento premium (8% ) e o superpremium (4%), mais caros e voltados para as classes A e B, tiveram queda. "Isso significa que o crescimento do mercado ocorre nas faixas mais pobres da população", conclui França.

Marco Antonio Santos, gerente comercial da Rações Guabi confirma a tese. "No ano passado tivemos um aumento de vendas em volume de até 20% nas rações mais baratas, que custam entre R$ 2 e R$ 3 o quilo no varejo", diz. Na Mars, fabricante das rações Pedigree, para cães, e Whiskas, para gatos, em 2007 o faturamento foi 20% maior que em 2006. "Isso aconteceu em todas as regiões do país", diz José Carlos Rapacci, diretor-geral das marcas de "pet care" da companhia. Na Nestlé, dona da marca Purina, rações mais baratas, como Kanina, Alpo e Gatsy, tiveram também aumento de vendas "impulsionado pelo consumidor de classe média", informou a empresa sem citar números.

A chegada de mais animais à classe C também engordou a venda de outros artigos que fazem parte do mercado, como vacinas, remédios e acessórios (coleiras, perfumes e "roupas"). Isso se refletiu, por exemplo, nas vendas da Merial, que passaram de R$ 292 milhões em 2006 para R$ 316 milhões no ano passado. Vinte por cento disso é Frontline, o antipulgas da marca. Só no ano passado, a empresa vendeu no Brasil 3 milhões de doses do remédio, a R$ 30 cada. Seis anos antes, as vendas não chegavam a 2 milhões de doses anuais. "O consumidor da classe C não pode gastar muito. Por isso, prefere o medicamento de primeira linha, mesmo que mais caro. Ele não quer se arriscar com o mais barato, já que pode não funcionar. E se não funcionar, não vai haver dinheiro para uma segunda tentativa", diz Luccas.

O resultado de tanto cuidado foi o crescimento significativo do setor, que faturou US$ 1 bilhão a mais, incluindo vendas de rações, medicamentos, serviços (consultas veterinárias, banho e tosa) e acessórios, entre 2006 e 2007. Conforme a Anfalpet, as vendas pularam de US$ 3 bilhões para US$ 4,1 bilhões. Para este ano, a expectativa é atingir US$ 5 bilhões.

Mas alcançar esse resultado vai depender muito de como se comportarão os preços nos pet shops. Isso porque, ao contrário do que muito dono pensa, a ração animal não é feita a base de carne ou peixe. Setenta por cento do alimento do animal é arroz, milho e trigo. Ou seja: commodities que tiveram altas gigantes. Só nos seis primeiros meses de 2008, milho, trigo e arroz subiram até 40%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Por isso, houve um reajuste médio de preços de 7% este ano para o varejo. "Já sentimos uma queda de 10% nas vendas dos alimentos mais populares neste ano", diz o executivo da Guabi. Na Mars, entretanto, o aumento não se refletiu nas vendas. "O consumidor vê os benefícios que a alimentação balanceada traz para o animal e se torna fiel ao produto. Não volta mais para as sobras de comida", afirma Rapacci.


Lílian Cunha
Valor Online, 02/07/08

Mais...



Acesse esta Agenda

Clicando no botão ao lado você pode se inscrever nesta Agenda e receber as novidades em seu email:
BlogBlogs.Com.Br