sábado, 14 de julho de 2007

Em meio a vaias, Lula deixa de abrir oficialmente os Jogos

Clarice Spitz e José Ricardo Leite
Publicado pela Folha Online


Atletas sustentam bandeira do Brasil, na abertura dos Jogos Pan-Americanos
(Foto Ricardo Moraes/AP)

Após o início dos torneios femininos de futebol e handebol, o Rio de Janeiro viu nesta sexta-feira a cerimônia de abertura oficial da 15ª edição dos Jogos Pan-Americanos, realizada no estádio do Maracanã. A festa, que tinha início programado para 17h, começou com cerca de uma hora de atraso e ficou marcada pela rejeição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente foi diversas vezes vaiado pelo público e não fez o discurso de abertura dos Jogos, que custaram cerca de R$ 1,8 bilhão aos cofres do governo federal. Lula foi substituído pelo presidente do COB e do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman.

Em seu discurso, Nuzman exaltou o Pan-Americano como prova de que o Brasil tem condições de realizar grandes eventos esportivos, deixando clara a sua pretensão de levar os Jogos Olímpicos-2016 ao Rio de Janeiro.

Quem falou na seqüência foi Mario Vásquez Raña, presidente da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), que divertiu o público. A cada momento que o dirigente iniciava uma frase com referência ao dia de hoje,"hoy" [hoje] em espanhol, a arquibancada ironizava com um som de resposta em 'oi', como se retornasse um cumprimento.

O Planalto considerou o fato de Lula não abrir os Jogos apenas um desencontro de cerimoniais.

O prefeito do Rio, César Maia (DEM), disse que as vaias deixaram o presidente constrangido e que Lula deveria ter explicado a confusão de protocolo. "O presidente [Lula] não se sentiu bem, levantou-se durante o desfile dos países, não devia ter feito, é postura de elegância."


Presidente foi vaiado pelo público presente
(Foto Jamil Bittar/Reuters)

"Houve uma confusão e assessoria do presidente pediu para Lula não fazer a declaração, mas esqueceu de informar ao presidente da Odepa", disse o prefeito.

Na saída, Lula e o vice-presidente, José Alencar, evitaram falar com a imprensa. O ministro do Esporte, Orlando Silva, afirmou que as vaias podem ter sido "orquestradas".

Desfiles
Ao contrário do que era esperado pelo governo brasileiro, o evento não contou com a presença das principais lideranças do continente. Segundo o Palácio, compareceram representantes de apenas seis países, entre chefes de Estado e chefes de governo: Panamá, Honduras, Canadá, Antígua e Barbuda, Aruba e Antilhas Holandesas.

A cerimônia começou com a execução do hino nacional, por Elza Soares. Na seqüência, Ana Costa cantou a música-tema da competição, um "samba exaltação" criado pelos paulistas Arnaldo Antunes e Liminha, que foi criticada por alguns sambistas do Rio, como Neguinho da Beija-Flor.

As 42 delegações iniciaram o desfile ao som de chorinhos brasileiros, e a pista do Maracanã tinha cara de sambódromo, já que havia o som de 1.500 percussionistas que formavam um círculo.

A Argentina abriu o desfile. O Brasil foi o último a entrar no estádio, com um saltitante maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, medalha de ouro nas duas últimas edições do Pan, como porta-bandeira.

As maiores vaias ficaram por conta da delegação dos Estados Unidos, que só ouviu coro menor do que o presidente Lula quando este aparecia no telão. Outra delegação a receber considerável vaia foi a da Venezuela, uma das últimas a entrar no Maracanã. Dentre os países preferidos do público estiveram Cuba, que entrou com as cores verde e branco, Haiti e México, além do Brasil.

Após a entrada das equipes, a cerimônia passou para a sua fase mais musical. Alternando canções como "Águas de Março" e "Wave" com movimentos de balé, o Rio viu o espetáculo intitulado 'Viva Essa Energia', que demorou dois anos e meio para ser produzido pela equipe liderada por Scott Givens, vice-presidente de entretenimento da Disney.

Após passar por 51 cidades brasileiras em 38 dias de viagem, a tocha pan-americana entrou no Maracanã nas mãos do velejador Torben Grael, dono de duas medalhas de ouro em Olimpíadas. Depois, passou por diversos outros nomes importantes da história recente do esporte nacional até chegar a Joaquim Cruz, ouro em Los Angeles-1984 no atletismo, que acendeu a pira.

A festa foi encerrada com um show da cantora baiana Daniela Mercury.

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Rússia suspende participação em tratado antiarmas

Publicado pelo UOL Últimas notícias em 14/07/07

O presidente russo, Vladimir Putin, suspendeu a participação do país em um dos mais importantes tratados antiarmas dos período posterior à Guerra Fria.

O Kremlin disse que a decisão foi tomada devido a "condições extraordinárias" afetando a segurança nacional e afirmou que a Rússia não pode seguir as regras do tratado - que limita o número de armamentos pesados na Europa - enquanto outros países não o fazem.

O governo russo se opõe aos planos dos Estados Unidos de construir um sistema de defesa antimísseis na Polônia e na República Checa.

A Otan, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, descreveu a decisão do presidente Putin como "um passo na direção errada".

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Terror aumenta em 150% os custos de segurança em aeroportos

Publicado pelo UOL Últimas notícias em 14/07/07

Londres (EFE) - Os custos de segurança nos aeroportos britânicos para combater a ameaça terrorista aumentaram 150% desde os atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, avaliaram hoje os representantes do setor.

A Associação Britânica do Transporte Aéreo afirmou que o setor não pode mais suportar as crescentes despesas. Atualmente, os aeroportos são responsáveis por todos os custos.

"Queremos um padrão de segurança alto", disse um porta-voz da associação à rede britânica "BBC", pedindo porém "uma mudança de enfoque" no financiamento da segurança.

Desde 2001, o Governo britânico já introduziu restrições à bagagem de mão, proibiu levar líquidos a bordo e, mais recentemente, aumentou a distância entre a área destinada a veículos e os terminais dos aeroportos, entre outras medidas.

O executivo-chefe da empresa proprietária do aeroporto de Manchester, Geoff Muirhead, disse à "BBC" que não é justo que o Governo insista na necessidade de medidas mais estritas de segurança e, ao mesmo tempo, não contribua com o financiamento.

Ele explicou que seu grupo gastou £ 20 milhões (? 30 milhões) adicionais desde os atentados de 7 de julho de 2005 em Londres. Além disso, teve que contratar 200 novos empregados de segurança e adquirir novos equipamentos.

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Governo quer permitir que fundações privadas administrem hospitais públicos

Paulo de Tarso Lyra
Publicado pelo
Valor Online em 13/07/07

José Gomes Temporão: "O que desejamos é a profissionalização do sistema"
(Foto Elza Fiúza / ABr)


O governo encaminhará em breve ao Congresso projeto de lei abrindo espaço para que Fundações Públicas de Direito Privado passem a administrar hospitais públicos. Assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, o projeto antecede outros que devem ser encaminhados ainda este ano para o Legislativo, criando um modelo de gestão para as fundações. "Não podemos considerar essa idéia um elixir para resolver todos os nossos problemas. Mas é uma alternativa para dar melhores condições de gestão ao sistema", afirmou, em entrevista, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

A saúde foi escolhida como primeira área para implantação do modelo devido às dificuldades crônicas de gestão da rede hospitalar pública. Bernardo antecipou que outros setores do governo poderão beneficiar-se posteriormente com a iniciativa. Ele mencionou assistência social, cultura, ciência e tecnologia, meio ambiente, turismo e até mesmo o futuro Plano de Previdência Complementar do Serviço Público.

Segundo o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a novidade poderá resolver alguns problemas sérios do sistema de saúde brasileiro. "Será fundamental nos momentos em que precisarmos contratar profissionais, especialistas com remunerações melhores ou substituir equipamentos quebrados sem as burocracias da Lei 8666 (Lei de licitações)", destacou. "O que desejamos é a profissionalização do sistema", disse Temporão.

Existem hoje 6,5 mil hospitais no Brasil, sendo 2,5 mil administrados pelo poder público - União, Estados e municípios. Caso o projeto venha a ser aprovado, os primeiros alvos serão os dez hospitais administrados pelo Ministério da Saúde - nove no Rio de Janeiro (Hospital Geral de Bonsucesso, dos Servidores do Estado, de Ipanema, da Lagoa, do Andaraí, Cardoso Fontes, Inca, Instituto Nacional de Cardiologia e Instituto Nacional de Traumatorpedia) e um no Rio Grande do Sul (Grupo Hospitalar Conceição). Em seguida, os focos serão os 45 hospitais universitários espalhados pelo país.

O governo optou por encaminhar primeiro o projeto de lei que regulamenta o artigo 37, inciso XIX da Constituição Federal. A partir daí, então, encaminhar outros projetos para definir como funcionarão as fundações. "As modalidades são diversas: podemos ter uma fundação administrando todos os hospitais do Estado ou uma fundação para cada unidade", disse.

O ministro garantiu que governadores de pelo menos dez Estados - Acre, Amazonas, Pará, Pernambuco, Ceará, Bahia, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro - já afirmaram que gostariam de implantar o modelo. "O governador Sérgio Cabral me disse que vai encaminhar no início do agosto projeto semelhante à Assembléia Legislativa do Rio (Alerj) para os hospitais estaduais".

Antes mesmo do projeto chegar ao Congresso, ele já está sendo bombardeado. Uma das críticas mais pesadas partiu do presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior. Para Júnior, o projeto é mercantilista, não ouviu os atores envolvidos no problema - pacientes e profissionais de saúde - e fere mortalmente o Sistema Único de Saúde (SUS). "Não descartamos entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal", confirmou o presidente do CNS.

O conselho tem diversas reclamações. A primeira delas é o fato de o governo ter transferido para o Congresso o debate sobre a matéria, não aprofundando a discussão entre os profissionais de saúde. Júnior também questiona a adoção de um novo modelo. "Se o governo foi capaz de identificar tantos problemas, fica muito mais fácil de corrigi-los dentro do atual sistema."

O presidente do Conselho Nacional de Saúde critica a substituição do modelo estatutário pela CLT caso as Fundações possam atuar no setor de saúde. "O concurso público é fundamental para que possamos qualificar os profissionais que trabalham nos hospitais". Pelo projeto do governo, as fundações terão liberdade para contratar profissionais em áreas carentes de mão-de-obra.

Júnior também teme que os modelos de fundações possibilitem a demissão dos profissionais. "A estabilidade é essencial para um trabalho bem feito." Temporão nega que a medida abra espaço para demissões. "Profissionais do BNDES, Banco do Brasil e Petrobras já são celetistas e ninguém teme demissões". O ministro adianta que, com um modelo mais profissional, será possível fazer um composição salarial, com uma parte dos vencimentos fixa e outra variável, dependendo de critérios de desempenho. "Vamos avaliar melhor a gestão dos hospitais, a partir do trabalho de seus profissionais", afirmou Temporão.

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