terça-feira, 7 de outubro de 2008

Grifes estão de olho nas pré-adolescentes

Suzana, da Cookie, decidiu apostar no potencial de consumo das meninas de 10 a 14 anos: "Elas ainda são um pouco crianças, mas têm um poder de decisão incrível"
Foto Gustavo Lourencao/Valor


Elas não querem mais saber de roupas infantis. Mas também não se sentem à vontade com o estilo de roupas de suas mães. Elas são as "tweens" (o nome vem da palavra between, em inglês), ou pré-adolescentes, as mais novas consumidoras a entrar no mira do mercado de moda. Ainda dependentes do pais, mas com muita decisão sobre o que querem usar, essas meninas de 10 a 14 anos, que têm despertado a atenção de publicitários e da indústria de bens de consumo, começam a contar com grifes só para elas.

É o caso da Cookie, que acaba de abrir as portas no bairro de Moema, em São Paulo, e é um misto de loja com espaço para eventos. A grife carioca Mary Zaide também enxergou boas perspectivas nesse segmento. Há um ano e meio, criou a Miss Zaide, focada na moda para meninas. "As tweens representam um nicho com muito potencial de crescimento", diz a consultora de varejo Celina Kochen.

A Cookie nasceu de um sonho antigo da empresária Suzana Pasternak Kuzolitz, dona da Iorga, indústria de lubrificantes industriais. "Minha família já atuou no ramo da tecelagem e eu sempre tive essa ligação com moda", diz a empresária, que bancou uma pesquisa de mercado para encontrar um setor promissor dentro do universo da moda. Foi assim que ela descobriu as "tweens". "Elas ainda são um pouco crianças, mas têm um poder de decisão incrível."

Para poder atender os desejos dessas consumidoras mirins, Suzana optou por criar uma grife exclusivamente feminina. "Fui atrás dos gostos e preferências delas", afirma Suzana, que descobriu, por exemplo, que as "tweens" adoram bichos de pelúcia e preferem lingeries grandes e confortáveis.

Além de roupas, a Cookie vende acessórios, artigos de papelaria e perfumes. A loja também comercializa bichos de pelúcia fabricados pelas ONGs Orienta Vida, de São Paulo, e Bichos do Mar de Dentro, do Paraná. "A consciência ecológica e o comércio justo são preocupações que já passam pela cabeça dessa geração", afirma Suzana. A empresária reservou um espaço da loja para encontros das clientes com as amigas. "Também pretendemos realizar oficinas de customização." A coleção da Cookie é bastante colorida e feita basicamente de roupas de malha. "Descobri que essas meninas prezam o conforto porque o seu corpo está em transformação", diz.

Essa também é a opinião da consultora Celina Kochen: para agradar esse público é preciso fugir dos decotes, do salto-alto e de outros atributos da moda para mulheres. "Acerta quem consegue criar uma moda nem tão infantil, mas sem o apelo sensual da moda feita para as adultas."

Para o empresário Eduardo Zaide, as consumidoras pré-adolescentes não querem roupas descartáveis. "Elas já prezam a qualidade", diz ele, diretor das marcas Mary Zaide (feminina) e Essencial (masculina), do Rio de Janeiro. As duas grifes, voltadas para o público adulto, foram criadas no início dos anos 1990. Há cerca de um ano e meio, mais uma grife se uniu à família: a Miss Zaide, destinada à meninas e que já representa 20% do faturamento da empresa.

"No próximo ano, deveremos abrir a primeira loja exclusiva Miss Zaide", diz o empresário. Por enquanto, as meninas encontram as roupas da grife dentro das lojas Mary Zaide -- 17, ao todo, distribuídas entre São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. A coleção da Miss Zaide inclui roupas para o dia-a-dia e para festas. "Antes, as meninas iam à loja com as mães", diz Eduardo. "Hoje, já vão sozinhas."

O público "tween" é considerado difícil por Marcos Ribeiro, diretor de marketing da Cia. Hering. "Nessa idade, o jovem muda muito, muda de tribo, de escola e de estilo", diz Ribeiro. "Além disso, ele dificilmente é fiel a uma grife." Ainda assim, a Hering não descuida do público pré-adolescente, atendido pela linha Hering Kids (com roupas de zero a 14 anos).

Com 25 anos de mercado, a Tkts, de São Paulo, resolver dividir sua linha de produtos, há três anos, para atender crianças e adolescentes de forma separada. "Passamos a focar o consumidor 'tween' mais fortemente", diz Diego Gadelha Júnior, diretor comercial da grife, que recentemente contratou a estilista Mariana Rotta para cuidar da linha feminina. "O segmento infantil está muito concorrido e as vendas de roupas para os adolescentes vem crescendo", afirma o executivo.


Vanessa Barone, de São Paulo
Valor Online, 07/10/08

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Tenista russa apóia 'filhos de Chernobyl'

Maria Sharapova doa US$ 210 mil para programa que tenta ajudar alunos de região afetada por acidente nuclear a concluir universidade

A estrela do tênis feminino Maria Sharapova doou US$ 210 mil a um programa educacional voltado a estudantes de uma área afetada pelo maior acidente nuclear da história, o de Chernobyl, ocorrido há 22 anos. A iniciativa, uma parceria da Fundação Maria Sharapova e do PNUD, vai permitir que 12 jovens talentosos de Belarus possam concluir os estudos em duas das principais faculdades do país.

A usina nuclear de Chernobyl, em que um reator explodiu em 26 de abril de 1986, ficava numa parte da União Soviética que hoje é a Ucrânia. O desastre, porém, também afetou áreas onde hoje ficam a Rússia e Belarus. Na ocasião, a família de Sharapova morava na província de Homiel (Belarus), mas fugiu para a Sibéria (Rússia), onde a tenista nasceu, em 1987.

A fundação por ela criada já contribuiu com US$ 100 mil para projetos envolvendo jovens dos três países atingidos pelo acidente. "Sempre foi meu sonho ajudar a recuperação da região onde tenho ligações pessoais", disse a campeã na entrega do cheque ao PNUD. "Contribuir para que jovens talentosos concluam os estudos é parte do esforço de construir um futuro brilhante para a região", acrescentou ela, que é Embaixadora da Boa-Vontade do PNUD.

A parceria com o PNUD vai oferecer financiamento por cinco anos para 12 estudantes na Academia Estadual de Artes Belarus e na Universidade Estadual Belarus. Os jovens serão selecionados a partir de uma lista preparada pelas universidades, em um trabalho conjunto com o PNUD e o Ministério de Emergências da Bielorrússia, responsável pelos programas de recuperação das vítimas de Chernobyl.

O objetivo é contribuir para a formação de jovens talentos que, de outra forma, não teriam oportunidade de terminar a faculdade. Esta é a primeira vez em Belarus que uma organização não-governamental oferece apoio desse tipo para projetos de educação. Os primeiros alunos beneficiados vão iniciar seus estudos em setembro de 2009.


da PrimaPagina
Boletim Diário PNUD Brasil, 06/10/08

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Legislação do Brasil terá 'Google das leis'

Serviço de buscas vai tornar mais fácil encontrar jurisprudências, leis, normas e projetos na internet; buscador deve estrear em novembro

Um grupo que reúne técnicos de 12 organismos federais, como o Senado, o Superior Tribunal de Justiça, a Advocacia Geral da União e o Ministério da Justiça, está desenvolvendo uma ferramenta de buscas na internet que vai varrer sites do poder público para encontrar, de maneira simples e direta, leis, normas, decretos, projetos de leis e jurisprudências.

O serviço, que se chamará LexML e será de livre acesso, permitirá localizar os textos por meio de seu número, pelo nome, pela data ou até pelo apelido. Assim, uma busca por “11.340”, “Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher”, “7 de agosto de 2006” e “Lei Maria da Penha” apontaria, nos resultados, para a lei que torna mais rigorosa a punição contra agressão às mulheres.

A expectativa é que a primeira versão do "Google das leis" esteja disponível em novembro, no endereço eletrônico www.lexml.gov.br (ele já existe, mas atualmente traz informações sobre o projeto). O objetivo é que já nessa versão seja possível buscar mais de 1 milhão de registros — todas as leis, projetos de leis e jurisprudências federais dos últimos 20 anos, desde a homologação da Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Numa etapa posterior, as legislações estaduais e municipais também deverão ser incluídas.

"Imagine que um cidadão quer informações sobre a lei seca. Hoje, basicamente, ele vai ao Google e faz a pesquisa e lá obtém 100 mil registros, embora só exista uma lei. A proposta do LexML é que ele encontre uma página que vai gerar links para páginas do Diário Oficial, do Senado, da Câmara e do Ministério da Justiça, onde a lei estiver disponível", afirma o analista de informática legislativa do Senado Federal João Lima, que lidera a execução do LexML. "O cidadão vai encontrar informações categorizadas da lei, no original, com as transformações por que ela passou ao longo do tempo, até a versão atualizada."

A intenção da equipe responsável pelo serviço é que, a partir do primeiro semestre de 2009, a base de dados do LexML contenha legislações, jurisprudências e proposições legislativas anteriores a 1988, ou seja, que facilite a busca de mais de 10 milhões de registros. Também devem ser incluídas leis dos maiores municípios do país e dos Estados. Para que isso ocorra, as cidades têm de usar um software desenvolvido pelo INTERLEGIS (Comunidade Virtual do Poder Legislativo) com apoio do PNUD: o módulo Provedor de Dados do LexML. "A partir do próximo ano, vamos ter 100% das leis federais e algumas estaduais e municipais — para aqueles que usam o SAPL [Sistema de Apoio ao Processo Legislativo] a integração será bastante tranqüila", diz Lima. No site do LexML vai haver um formulário de adesão para órgãos da administração pública direta e indireta, que poderão enviar perfis e baixar o módulo Provedor de Dados do LexML.

A consulta no sistema é simples. A página inicial é limpa e dá bastante destaque ao logotipo do serviço e ao campo para busca (foto acima). Quando o usuário aciona a consulta, aparece uma segunda tela, com os resultados relacionados às palavras ou aos números que ele digitou (como data, tipo de documento e abrangência — federal, estadual ou municipal). Ao clicar no link que está procurando, o internauta é levado a uma nova página, em que poderá encontrar o registro com a data de publicação, versão original, publicada no Diário Oficial da União. Há ainda links para a lei em outras esferas do governo federal, a lei em outras línguas, se houver, retificações e a versão atualizada da lei, levando em consideração todas as alterações pelas quais ela passou ao longo dos anos (veja a imagem abaixo).



"Decreto, lei, medida provisória, jurisprudência... O que o usuário quiser ele vai encontrar em um único ponto de acesso, a partir dessa página de resultado, que vai trazer os links possíveis", afirma Lima. "Hoje, no Brasil, não existe nenhum site que faça esse serviço. E é realmente algo bem simples. O esforço, comparado com o benefício, é muito pequeno."

O grupo de técnicos envolvidos no projeto chama-se Comunidade TI Controle. A idéia surgiu em 2000, mas só começou a ser tocada a partir deste ano. Como não tem um orçamento exclusivo, o serviço terá uma rede de computadores que vai crescendo conforme a necessidade de ampliação do banco de dados. O site não é vinculado diretamente a nenhum órgão.

Além de apoiar a execução do sistema SAPL, o PNUD participa do LexML com contribuições técnicas para o trabalho. Ambos compõem o projeto Rede de Integração e Participação Legislativa.


Osmar Soares de Campos, da PrimaPagina
Boletim Diário PNUD Brasil, 06/10/08

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