segunda-feira, 16 de julho de 2007

BVS&A recebe inscrições de projetos ambientais

Rodrigo Zavala
Publicado pelo redeGIFE Online em 16/07/07


A Bolsa de Valores Sociais e Ambientais (BVS&A), principal programa em Responsabilidade Social da Bovespa, está recebendo inscrições de projetos ambientais em busca de recursos.

Funcionando como uma replicação do mercado de capitais, a BVS&A lista projetos que necessitam de recursos para serem implantados ou ampliados, buscando fazer a ponte desses projetos com investidores socioambientais (doadores) dispostos a apoiá-los.

Lançada em 2003, a BVS&A já captou R$ 5,4 milhões no mercado, permitindo que 39 projetos fossem 100% atendidos. Saiba mais acessando http://www.bovespasocial.org.br/. No site é possível encontrar a ficha de inscrição que pode ser preenchida e enviada online – primeiro passo para ter seu projeto analisado.

As áreas ambientais abrangidas são:
Educação para a Sustentabilidade – Projetos cujo objetivo é apoiar a educação como meio de construção da cidadania e de um sistema econômico que permita maior igualdade social; formação de profissionais e líderes voltados para o desenvolvimento sustentável; atividades educativas para crianças e adolescentes e apoio a iniciativas multidisciplinares; defesa dos direitos humanos e do consumidor e geração de emprego e renda.

Mudanças Climáticas –Projetos direcionados para a avaliação e redução dos impactos das mudanças; trabalhos que tenham como meta a diminuição de emissões de gases de efeito estufa, o desenvolvimento de fontes renováveis de energia.

Recursos Hídricos – Projetos que busquem aperfeiçoar e racionalizar as várias formas de uso da água; fomentar iniciativas de proteção e combate à sua degradação e assegurar a sua qualidade e quantidade.

Biodiversidade e Florestas – Atividades de conservação, recuperação e uso sustentável da biodiversidade associadas ao desenvolvimento das comunidades locais; criação de reservas naturais; proteção de espécies ameaçadas de extinção.

Cidades Sustentáveis – Iniciativas em saneamento ambiental, poluição atmosférica e dos mananciais; déficit habitacional e ausência de políticas de transporte e de trânsito; projetos voltados para a criação de áreas verdes em centros urbanos; desenvolvimento de novos hábitos de moradia, transporte e consumo.

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IDIS e parceiros lançam Guia Prático de Marketing Relacionado a Causas

Publicado pelo Idis

O IDIS e seus parceiros da Iniciativa de Marketing Relacionado a Causas (MRC) acabam de lançar o “Guia Prático de Marketing Relacionado a Causas: Diretrizes e Casos”. A publicação pretende contribuir para apoiar profissionais de marketing de empresas e de mobilização de recursos de organizações da sociedade civil na realização de programas inovadores de investimento social privado que utilizem a ferramenta do MRC.

O material apresenta textos sobre o conceito do MRC, princípios e premissas de um programa de MRC, além de diretrizes para elaborar um programa bem-sucedido e casos brasileiros e internacionais. As experiências apresentadas são de organizações participantes da rede Agente - mobilizador do marketing relacionado a causas, que surgiu em 2006, a partir do Comitê de OSCs de Marketing Relacionado a Causas, formado pela Iniciativa de MRC do IDIS.

Estão registrados na publicação os seguintes casos: AVON, com a Campanha Um Beijo pela Vida; parceria Havaianas-IPÊ, com a produção de sandálias estampadas com animais em extinção; parceria Santander Banespa e Doutores da Alegria, com o título de capitalização Din Din Natal da Alegria; aliança Copagaz e Fundação Abrinq, para o Programa Adotei um Sorriso; parceria Atlantica Hotels International e a WCF-Brasil, para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes; aliança Whirlpool e Habitat for Humanity, com a doação de uma geladeira e um fogão para cada casa construída pela OSC; e parceria IBTT e WWF International, com a produção de brinquedos de pelúcia.

O lançamento da publicação foi realizado na manhã do dia 4 de julho, em Säo Paulo, e contou com a presença de cerca de 70 pessoas. Durante o evento foi apresentado também o novo vídeo da Iniciativa de MRC, que traz depoimentos sobre o uso da ferramenta por representantes do Comitê de Empresas da iniciativa de MRC do IDIS, da Rede Agente e parceiros.

Para realizar a publicação, assim como as demais ações da Iniciativa de Marketing Relacionado a Causas, o IDIS conta com o patrocínio da AVON, Nestlé e Charities Aid Foundation e apoio da Enfoque Pesquisa de Marketing, E-consulting, Grupo Camargo Corrêa e The Key. A impressão do livro foi viabilizada com o apoio da Inter-American Foundation. A versão digital do documento está disponível para download na biblioteca do Portal do Investimento Social logo após o evento de lançamento.

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Falta de informação emperra políticas de microcrédito

Rodrigo Zavala
Publicado pelo
redeGIFE Online em 16/07/07

Considerados como uma das ferramentas fundamentais para o desenvolvimento local, os programas de microcrédito alcançam apenas 1% de seu público potencial em todo o Brasil. As razões para o baixo grau de penetração dessas iniciativas são, na visão de especialistas, a falta de informação da população, problemas de gestão das instituições creditícias e a inexistência de uma política nacional coerente.

Segundo o diretor do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets), Manuel Thedim, ainda persiste no país um entendimento equivocado sobre o que seja microcrédito, considerado erroneamente apenas como um “empréstimo de pouca monta”. Trata-se, na verdade, tal como defende o especialista, de um “crédito voltado a empreendedores com acesso restrito a empréstimos adequados ao seu perfil de renda e ciclo produtivo”.

Em outras palavras, tratam-se de empréstimos a pessoas físicas ou jurídicas rejeitadas pelo setor bancário, por não apresentarem garantias tangíveis para o pagamento da dívida. Por essa razão, grande parte das instituições creditícias é formada por Organizações da Sociedade Cilvil de Interesse Público (Oscips) e Sociedades de Crédito ao Microempreendedor, com a missão de estimular a geração de renda e postos de trabalho para o desenvolvimento econômico da região em que atuam.

Nessas iniciativas atuam os chamados Agentes de Crédito, que fazem um completo levantamento sobre os negócios candidatos a receber empréstimos, por meio de entrevistas locais, na comunidade em que os microempreendedores vivem e fazem negócio. “Eles traduzem o negócio informal em dados analisáveis. Constróem um balanço patrimonial, fluxo de caixa e até uma estrutura financeira familiar, já que esses negócios se mesclam, muitas vezes, ao orçamento de seus lares”, explica Thedim.

As facilidades apresentadas para quem busca o microcrédito parecem atrativas, exceto para seu público-alvo. As pouco mais de 200 Oscips e sociedades creditícias registradas pelo Ministério da Justiça mantém, segundo estimativas aproximadas aferidas por Thedim, 320 mil créditos ativos. “Se cruzarmos esses dados com os mais de 20 milhões de possíveis microempreendedores (que trabalham por conta própria) contabilizados pelo Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), o alcance ainda é irrisório”, argumenta.

Com a falta de pesquisa sobre a atuação dessas instituições, as explicações para o pequeno grau interesse na obtenção de microcrédito se centravam no desconhecimento generalizado sobre o tema. No entanto, estudo lançado pela Fundação Itaú Social e pelo Iets, aponta que as razões são mais complexas.

Ele teve como base em uma análise realizada com instituições inscritas para o Prêmio Itaú de Apoio ao Empreendedor 2005, que teve por objetivo identificar, divulgar e apoiar o trabalho de Oscips creditícias. No total, foram analisadas 39 iniciativas (19% das 207 entidades existentes) por todo o país, abordando temas como infra-estrutura, produtos ofertados, eficiência, crescimento e sustentabilidade.

Entre as principais conclusões destaca-se que o setor está em expansão. No entanto, uma análise mais detalhada dos indicadores de resultado operacional indica que essa expansão, tanto da rede de atendimento como da demanda, não tem se traduzido integralmente em ganhos econômicos do ponto de vista da atividade fim das instituições, isto é, da concessão de empréstimos.

“É preciso fortalecer essas instituições. Elas apresentam problemas de gestão e não trabalham de forma articulada. Um dos frutos do Prêmio, nesse sentido, é a construção de uma rede institucional para potencializar a aplicação de recursos do banco Itaú em Micro-crédito”, afirma o vice-presidente do banco, Antonio Matias.

Outro dado proveniente do diagnóstico realizado por meio do prêmio apontou se essas instituições atendiam os empreendedores de mais baixa renda. O valor médio dos empréstimos realizados pelas 39 instituições pesquisadas foi de R$ 1.640,00 e a mediana é de 1.237.

Esse indicador mostrou uma relação inversa entre o valor médio dos empréstimos e o tempo de funcionamento das instituições. O mesmo ocorre com o tamanho da organização, isto é, quanto maior o número de créditos ativos, menor o valor dos empréstimos. “Esse resultado reforça a conclusão anterior de que o crescimento de uma Oscip de microcrédito está vinculado ao atendimento a clientes menos estruturados”, conclui a pesquisa.

Setor bancário
Além do Itaú, outros bancos começam a incorporar em suas operações bancárias iniciativas ligadas à microcrédito, aos moldes das realizadas pela sociedade civil organizada. É o caso do ABN Amro Real que recentemente inaugurou um posto de atendimento da Real Microcrédito nas cidades pernambucanas de João Pessoa (PE) e Campina Grande.

A proposta do programa é oferecer atendimento personalizado para entender a situação do cliente e identificar suas necessidades, além de assessoria para todo o processo de solicitação do crédito. Segundo o superintendente dessa iniciativa, José Giovani Anversa, o projeto tem cerca de 17.165 clientes ativos e um total de 26.800 operações realizadas desde o início das atividades, em julho de 2002.

"O objetivo é contribuir para o desenvolvimento das pessoas que possuem pequenos negócios gerando emprego e renda nas próprias comunidades. Com a abertura dos postos de atendimento em João Pessoa e em Campina Grande, nossa perspectiva é aumentar em 300% o total de transações concretizadas", destaca o executivo.

Atualmente, a Real Microcrédito está em toda a periferia de São Paulo, Campinas (SP), Rio de Janeiro (Baixada Fluminense), Caruaru, Aracajú, Campina Grandre, João Pessoa, Maceió, Natal, Recife, São Luís, Teresina. A meta para 2007 é atingir 55.000 clientes ativos, totalizando uma carteira de cerca de R$ 80 milhões.

O Citigroup, por outro lado, em parceria com as Ongs ACCIÓN International e Gaia (Grupo de Aplicação Interdisciplinar à Aprendizagem), lançou a 4ª Edição do Prêmio Melhores Microempreendedores . O objetivo é reconhecer microempreendedores de todo o Brasil que se destacaram pelo sucesso alcançado em seus negócios e pela contribuição na busca da sustentabilidade de suas famílias e das comunidades onde estão inseridos. “Esta iniciativa estimula os pequenos negócios de sucesso e prestigia aqueles que dão o exemplo a outros milhares de pessoas", afirma o CEO do Citigroup no Brasil, Gustavo Marin.

Este ano serão distribuídos R$ 51 mil entre os nove empreendedores vencedores, divididos em três categorias: comércio, produção e serviço. Os premiados também participarão de um curso em Gestão de Negócios, e as cinco instituições que mais enviarem projetos qualificados serão premiadas com uma capacitação. Ambos os cursos serão ministrados pela Fundação Getúlio Vargas.

O prêmio é aberto à participação de pessoas físicas e jurídicas. As inscrições podem ser feitas até o dia 31 de agosto. A ficha de inscrição e o regulamento do prêmio estão disponíveis no site, http://www.citi.com.br/. Mais informações poderão ser obtidas no telefone (11) 4009-2004, com Cleidiane Matos, ou pelo e-mail responsabilidade.social@citi.com.

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Guia traz o contato de mais de 600 fontes em Desenvolvimento Sustentável

Rodrigo Zavala
Publicado pelo
redeGIFE Online em 16/07/07

A Fundação AVINA e A Iniciativa de Comunicação, aliança de 29 organizações internacionais, lançam a “Guia de Fontes para o Desenvolvimento Sustentável”, um banco de dados gratuito com informações detalhadas e contatos de 634 especialistas e organizações não-governamentais de 23 países, atuantes em 22 áreas de Desenvolvimento Sustentável.

A agenda de telefones é uma das principais ferramentas de trabalho de todo jornalista. Este guia tem como objetivo enriquecer esta agenda, permitindo o acesso a múltiplas fontes do setor social e facilitando a realização de pesquisas com pluralidade de pontos de vista.

Cada especialista aparece com seu número de telefone e e-mail, sua biografia e área geográfica em que trabalha. Além disso, está disponível a missão da entidade à qual ele está vinculado e suas principais atividades.

O Guia foi projetado como uma ferramenta prática e dinâmica, com informações organizadas digitalmente para garantir uma busca fácil e rápida. Inclui especialistas que trabalham em organismos internacionais, fundações, ONGs, empresas e universidades da América Latina. Além de jornalistas, pode ser usada por pesquisadores, acadêmicos, ONGs e estudantes.

As informações estão classificadas em quatro áreas: Equidade, Governabilidade e Estado de Direito, Desenvolvimento Econômico Sustentável, e Conservação e Gestão de Recursos Naturais.

A Guia está disponível na página da Fundação Avina na Internet: http://www.avina.net/ Também está disponível na página web do CI LA: www.comminit.com/la/avina/index.php

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Terceiro setor como estratégia de sustentabilidade

Rodrigo Zavala
Publicado pelo rede
GIFE Online em 16/07/07

Ser um fórum de debate onde gestores de organizações não-governamentais dividam as melhores práticas e estratégias voltadas para a sustentabilidade, eficácia e eficiência através de parcerias público-privadas. Ao mesmo tempo, ser um canal de aproximação entre empresas e sociedade civil, principalmente no que tange o relacionamento promovido pelo investimento social privado.

Esses são apenas alguns dos pontos a serem discutidos durante a Conferência Internacional - Inovação para o Terceiro Setor: Sustentabilidade e Impacto Social, que será realizada entre os dias 16 e 18 de agosto, no Centro de Convenções da Serasa, em São Paulo.

Promovido pelo Instituto Gesc, organização vinculada à Fundação Instituto de Administração (USP), o evento conta com o apoio do William Davidson Institute, da Universidade de Michigan. A parceria possibilitou que a conferência trouxesse ao Brasil uma rede de contatos internacional para compartilhar as melhores práticas de gestão aplicadas por organizações sociais de diversas partes do mundo. “As soluções são regionais, mas os problemas são globais”, defende o superintendente do Instituto Gesc, João Paulo Altenfelder.

A Conferência terá como base quatro temas estratégicos: Modelos de Negócios em Geração de Recursos, em Gestão, em Inclusão Digital e em Parcerias Intersetoriais. Para disponibilizar este conteúdo foram definidas palestras, apresentação de estudos de casos elaborados pelas próprias ONGs, debates e oficinas de assistência técnica.

Estão sendo esperados 150 participantes acompanhando os três dias de conferência. Além destes, estima-se que um público em torno de cinco mil pessoas acompanhe o evento em tempo real pelo site (www.impactosocial.org.br), que possibilitará ao internauta assistir as apresentações, ler artigos e entrevistas e acessar links de interesse. “Queremos encorajar as pessoas que não possam participar a acessarem o conteúdo e discuti-lo em suas organizações”, explica o superintendente.

Um dado inédito para uma conferência é será o monitoramento realizado nas organizações convidadas a participar do evento. “Queremos acompanhar como elas aproveitaram o aprendizado trazido pela conferência”, argumenta.

Em entrevista ao redeGFIE, João Paulo Altenfelder fala um pouco mais sobre o evento e como a gestão é ainda um sério desafio para as organizações do terceiro setor.

redeGIFE - A conferência sugere inovação em sustentabilidade e impacto social, e a expertise do Gesc é gestão. Qual é o ponto de partida para esse temário?
João Paulo Altenfelder – Partimos da premissa de que não existe sociedade inclusiva e justa com um terceiro setor fraco, já que ele é um dos pilares para sua construção. E o que nós vemos no Brasil é justamente um setor fraco, com problemas de gestão, de captação de recursos, com tecnologias sociais que são implementadas sem ao menos serem avaliadas. Falhas que levam a uma sociedade injusta e insustentável.

Nesse sentido, há uma relação muito clara em trabalhar qualidade de gestão das Ongs com o fortalecimento da sociedade civil. Fazer com que organizações sociais sejam mais eficazes eficientes na aplicação dos recursos que ela recebe; não apenas os financeiros, mas os humanos e materiais. Esse é o fio lógico que leva qualidade de gestão para o fortalecimento da sociedade civil.

redeGIFE - O que se deve entender por gestão?
JPA - Gestão se refere a planejamento estratégico, que na essência é entender o contexto que cerca determinada ONG, na causa social que ela escolheu. Trazer para dentro essas informações, fazer um questionamento de quais são as competências que essa organização tem para conseguir lidar com diferentes panoramas, como surgem e quais são as tecnologias sociais a serem aplicadas e desenvolver algumas estratégias de ação antes partir para o trabalho.

E qual é a realidade? Geralmente, as Ongs não olham para o contexto, aplicam uma tecnologia que alguém da organização acredita que seja a melhor, não negocia com a comunidade o impacto que a ação pode provocar – para ter o comprometimento comunitário – e muitas vezes ela não monitora, não avalia e não chega a conclusões sobre possíveis melhorias. E todos dados são procedimentos de gestão.

Outro campo da gestão é a política de recursos humanos ou desenvolvimento de lideranças, que terá impacto em todas as ações que a Ong empreender. É a preocupação de que dentro do ambiente da organização possa surgir valores, pessoas capacitadas, o melhor perfil de liderança para conduzir um processo comunitário.

O Gesc, por exemplo, dá aulas de planejamento estratégico, gestão de projetos, marketing social, marco legal, tecnologia da informação, desenvolvimento de lideranças, captação de recursos, gestão financeira de recursos. Além desses, também orienta para um assunto que os gestores de Ongs acreditam que não ter muita a ver com eles: a questão de qualidade, sob o ponto de vista e eficácia e eficiência.

Todos eles, de alguma maneira, irão impactar em todos os programas que essas organizações vem fazendo. Assim, a gestão é um conceito bastante amplo, mais do que o foco de processos e procedimentos, normas contáveis ou administração.

redeGIFE – Essas constatações se baseiam nas observações no Instituto...
JPA – Com 11 anos de atuação, percebemos nos trabalhos de terceiro setor práticas que deveriam ser muito óbvias. Como por exemplo, os gestores começam, só agora, a perceber que é preciso planejar antes de fazer. Ou mesmo avaliar seus resultados. Por isso, a gestão ainda tem muito a progredir.

Outro ponto de observação é a constatação de que a maior parte das organizações sociais surge pelo lado do conteúdo programática; pela dor social. Dessa forma, o protagonista desse processo é uma pessoa extremamente sensibilizada por determinada questão social, cuja visão é ir direto para o impacto para a solução do problema.

O problema é que ele não pensa em uma estrutura adequada ou em plano de gestão. Ele só começa a pensar nisso se sobrevive aos primeiros anos Omo organização, quando ele percebe que precisa se estruturar, de mais recursos financeiros etc.

Por outro lado, as organizações mais longevas, com décadas de funcionamento, também apresentam problemas. Como concluem que as estrutura de gestão é historicamente exitosa, não acompanhar s mudanças dos últimos anos. Não perceberam que nestes últimos 50 anos, a internet, a sociedade do conhecimento, o empobrecimento da população etc, são dados novos de contexto. Sem essa percepção começam a enfrentar problemas para se comunicar e se manter. E falamos aqui se uma situação enfrentada por organizações clássicas do terceiro setor brasileiro.

redeGIFE - Existe uma crença de que o setor privado pode ajudar as organizações sociais na gestão de seus projetos. Trata-se de um mito ou uma verdade?
JPA - É uma teoria. Já presenciei exemplos interessantes de executivos que ajudaram a organizar a área contábil, financeira, planejamento, ou fizeram com que uma Ong tivesse capacidade de se questionar e achar novos caminhos. Mas também vi grandes tragédias, como por exemplo, achar que uma organização social pode ser gerida pelo mesmo modelo corporativo de uma empresa.

O grande perigo dessas práticas, assunto a ser debatido durante a conferência, é a questão da chamada “profissionalização” das Ongs, O instituto acredita que essa nomenclatura é um equívoco. Afinal, ninguém quer trazer o modelo empresarial para o terceiro setor, sem qualquer questionamento ou modificação. Defendemos assim, a disciplina de gestão.

redeGIFE -Qual é a diferença?
JPA - A disciplina de gestão é trazer conceitos e ferramentas do segundo setor e adaptá-las à realidade de terceiro de forma contributiva. Para algumas Ongs é imprescindível fazer planejamento estratégico. Para outras, faz muito mais sentido adaptar controle e procedimentos financeiros, principalmente para melhorar a prestação de contas.

No entanto, para outras organizações talvez não faça nenhum sentido. Uma creche é diferente de um SOS Mata Atlântica. As demandas de organizações com capilaridade global também são distintas.

Aliás, o setor privado tem muito a aprender com o terceiro setor. Um exemplo são organizações sociais que mal conseguem remunerar as pessoas, mas possuem pessoas dedicadas, envolvidas e satisfeitas. Muitas empresas gostariam descobrir como manter esse ambiente de motivação dentro de um corpo diretivo.

redeGIFE – Qual é a participação do William Davidson Institute, da Universidade de Michigan, no evento?
JPA - Tal como o Instituto Gesc, o WDI teve origem em uma escola de negócios. Nós, com foco na melhoria da qualidade de gestão do terceiro setor, e a WDI em prol da sustentabilidade financeira das organizações sociais.

A WDI, no entanto, tem um projeto internacional presente em 14 países chamado NGO Alliance , que articula Ongs do mundo inteiro para discutir melhores práticas de gestão. Os grandes encontros anuais, que buscam fortalecer essa rede, já contavam com a participação de países latino-americanos, exceto o Brasil, devido à barreira idiomática.

Há um ano, representantes da NGO Alliance viram ao Brasil e procuraram o Instituto Gesc, devido à afinidade das ações. Desse encontro nasceu a idéia da Conferência, que trará toda a expertise dessa instituição, somada a do Gesc.

redeGIFE - Por que a conferência é importante para as empresas?
JPA - Existe um grande volume de recursos destinado ao investimento social privado, mas sempre persiste a pergunta: o quanto ele se perde no meio? Não por culpa de um determinado ator social, mas porque não há uma gestão eficiente.

A conferência, a princípio, deveria interessar a todas as empresas que façam investimento social privado, porque elas se não fazem através de Ongs, o fazem com sua cooperação. E é oportuno, pois ao fortalecer a gestão dessas organizações a empresa estará melhorando o seu próprio trabalho social.

Outro ponto é a influência das Ongs, que passaram a ter uma significativa influência no mercado. Um exemplo prático é o setor de saúde. Inegavelmente, o movimento social modificou o mercado no Brasil. É só olhar o movimento de HIV-AIDS e perceber o quanto ele mudou o marco regulatório, pressionando o governo, o atendimento em saúde, e, conseqüentemente, o atendimento nos postos de saúde, e o quanto ele faz frente a interesse de laboratórios.

Por isso, é interessante construir alianças mais profundas, que possibilitem levar temas que não sejam apenas conflito de interesses. Além disso, muitas vezes é a Ong que tem a chave de relacionamento com a comunidade. Então, as empresas, por teoria, deveriam se preocupar com esse assunto.

Aproximar-se do terceiro setor deixou de ser um ato de filantropia corporativa para ser uma estratégia de sustentabilidade.

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Fora do ar - Relaxa e Compra, da Peugeot, deixa a telinha

Publicado pelo ClubeOline em 13/07/07

O novo comercial de varejo da Peugeot, “Relaxa e compra”, sai do ar neste sábado, 13, depois de ser exibido poucas vezes, na quinta e sexta-feiras (12 e 13). O filme deveria ser apresentado ainda por toda a semana que vem. O motivo seria um pedido à montadora do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Em São Paulo, Jáder Rossetto, vp de criação da agência Euro RSCG Brasil, que criou a peça e acaba de voltar de Porto Alegre, diz que o melhor a fazer é tocar o barco adiante, já que um pedido do presidente não poderia ser negado.

A montadora passou há pouco por situação parecida, com o filme da sogra que quase era jogada para fora de um concorrente do Peugeot (veja aqui) que não andava bem em subidas. Que fase, hein? Segundo Rossetto, "nada que uma boa benzedeira não possa resolver".

O comercial retirado do ar neste sábado faz referência à frase da Ministra do Turismo Marta Suplicy, “Relaxa e goza”, deferida em relação aos passageiros que enfrentam, no nosso país, o apagão aéreo e os intermináveis atrasos. Engraçado que censura às frases da ministra não há, mas ao bem-humorado filme, no ato. Vai ver que foi questão de vaidade. Afinal, o ator que aparece na telinha travestido de Ministra não é assim nenhum modelo de beleza. E mulheres são seres muito vaidosos.

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Prêmio von Martius de Sustentabilidade 2007

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha está recebendo inscrições para a 8ª Edição do Prêmio von Martius de sustentabilidade, que reconhece o mérito de iniciativas de empresas, do poder público, de indivíduos e da sociedade civil que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultural com respeito socioambiental.

O Prêmio homenageia simbolicamente o emérito pesquisador alemão Karl Friedrich von Martius, cujo trabalho contribuiu grandemente para o conhecimento e valorização dos ambientes natural e cultural de nosso país e foi instituído para transmitir uma mensagem sobre responsabilidade ecológica para o mundo, através da valorização de três importantes plataformas de ação: Humanidade, Tecnologia e Natureza.

Categorias
Poderão concorrer ao prêmio projetos de empresas, organizações não-governamentais, indivíduos e instituições do poder público de qualquer ponto do território nacional, associadas ou não à Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, com iniciativas e projetos de destaque em três categorias: Humanidade, Tecnologia e Natureza.

Os projetos serão avaliados por uma comissão julgadora constituída por empresários, lideranças sociais, especialistas em cultura e sociedade e jornalistas especializados nas áreas social, cultural e ambiental, e será considerada especialmente a contribuição da iniciativa pelo seu significado coletivo e resultados, independentemente do porte, local de realização e recursos investidos.

Prêmios
Os melhores trabalhos em cada uma das três categorias receberão um troféu e um diploma. Todos os trabalhos premiados serão divulgados, de forma resumida, em português e alemão na revista "Brasil-Alemanha", publicação oficial da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

Cronograma
O Prêmio von Martius de Sustentabilidade receberá inscrições entre 25 de junho e 30 de setembro de 2007. Os trabalhos premiados serão conhecidos a partir de 26 de outubro de 2007, com ampla divulgação. A entrega dos troféus será feita durante evento especial em 7 de novembro de 2007, na cidade do Rio de Janeiro.

Inscrições
Cópias do regulamento e da ficha de inscrição podem ser obtidas no site www.premiovonmartius.com.br. Mais informações serão fornecidas exclusivamente pela Coordenação do Prêmio, pelo telefone (+11) 4702-9006, pelo fax (+11) 4702-9007 ou pelo e-mail info@premiovonmartius.com.br.

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