segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Branding 3.0

Com este novo conceito, será necessário que tenham um posicionamento coerente com o seu negócio. Entenda!

“Não adianta vestir uma ‘roupa’ verde se essa não servir em você.” A analogia faz referência ao modo como as empresas hoje buscam se inserir em um “lugar-comum” para serem chamadas de sustentáveis e ecologicamente corretas, o que, para o autor da frase, Fred Gelli, nem sempre favorece a imagem da companhia. Seguindo esse pensamento, Gelli, sócio e designer da Tátil, está desenvolvendo o conceito de Branding 3.0, apresentado pela primeira vez no Festival de Cannes deste ano.

A ideia, seguindo o mesmo exemplo dado por Gelli, é criar uma “roupa” adequada à trajetória de cada empresa que busca ter em seu cartão de apresentação o selo de sustentável. “É tudo uma questão de ter coerência. Os consumidores sabem identificar quando uma empresa está realmente comprometida ou quando só está preocupada em promover seu projeto de marketing, que muitas vezes, é de fachada”, explicou Gelli.

Para melhorar o entendimento sobre o conceito de Branding 3.0, o designer citou o fato de alguns bancos se venderem como amigos do planeta, quando a maioria das pessoas sabe que as instituições financeiras, dentro do mundo capitalista, buscam ganhar o maior volume de dinheiro no menor espaço de tempo, o que nem sempre é compatível com ações sustentáveis. “No futuro, não haverá espaço para empresas que não estejam comprometidas com o meio ambiente. É preciso encontrar o caminho adequado e criar uma equação para gerar esse comprometimento, o que prevê mudanças estruturais e nos negócios. É um processo que deve ser elaborado e aplicado gradualmente”, afirmou.

Prática
O conceito, segundo Gelli, já está sendo utilizado em alguns trabalhos para clientes da Tátil, como Natura – empresa para a qual o escritório de design e branding está desenvolvendo uma nova linha de produtos, cujos detalhes ainda não podem ser divulgados –, Coca-Cola e Wal-Mart. “Quem tem que se preocupar com a Amazônia é a Natura, que utiliza os recursos naturais da floresta em seus produtos. Essa é a mentalidade que deve ser perseguida. Cada empresa deve cuidar do seu território de atuação”.

Já para a rede varejista Wal-Mart, a Tátil utilizou o conceito em duas lojas (uma em São Paulo e uma no Rio de Janeiro), de forma a utilizar uma comunicação que fala de sustentabilidade de maneira proprietária. O objetivo foi estabelecer uma ponte entre o posicionamento do Wal-Mart “Vender por menos para você viver melhor” e seus projetos sustentáveis.

A partir da criação do conceito “Bom para o seu bolso. Bom para o planeta”, a Tátil desenvolveu uma nova marca e uma estratégia de apontar para o consumidor onde estão as iniciativas sustentáveis adotadas pela loja e como elas se revertem em benefícios diretos para o consumidor. “Em ambas as lojas foi utilizada a ‘arquitetura verde’ para reduzir os custos de energia e água no local, o que vai ao encontro do negócio da rede”, diz Gelli.

Elaboração
Para aprimorar e dar sustentação ao conceito, a Tátil estabeleceu uma parceria com consultores, de diversas áreas, da Fundação Getulio Vargas (FGV). “É um projeto multidisciplinar que ajudará as empresas a encontrarem seu lugar no futuro”, explica.
Depois de o conceito do Branding 3.0 ter sido apresentado em Cannes, Gelli já abordou o tema em dois encontros realizados no Rio de Janeiro. No total, serão seis palestras neste ano. A próxima acontecerá em São Paulo, no próximo dia 18 de agosto.

Em paralelo, está sendo desenvolvido pela Tátil um projeto chamado “Bionegócios”, que busca encontrar oportunidades na própria natureza para serem oferecidas às companhias. “Os dados funcionarão como ferramenta no processo criativo. Atualmente estamos analisando os bancos de corais, sistema no qual todos os seres se relacionam de forma harmônica. Consideramos que muitas empresas podem ser representadas por elementos presentes nos corais”, explica Gelli, completando que a ideia é que a sociedade copie o modelo de negócio feito pela natureza.

O projeto acontece no momento em que a Tátil completa 20 anos. A agência é precursora do ecodesign, projeto que persegue a criação de produtos de baixo impacto ambiental e alto impacto sensorial. Entre os clientes da empresa estão Coca-Cola, TIM, Philips, Nokia, Natura, P&G, Wal-Mart, Fiat, Unimed e Energisa.


Fonte: PropMark (www.propmark.com.br)
Daniela Dahrouge
HSM Online, 31/07/09

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Artigo: O bom cidadão corporativo coloca o lucro em primeiro lugar

Vocês não acham que as empresas deviam ser socialmente responsáveis nestes tempos de concorrência difícil? Isso seria uma necessidade ou um luxo?

As empresas devem ser sempre socialmente responsáveis, não importa se nos bons ou nos maus tempos. Isso é ponto pacífico. Contudo, as dificuldades próprias das condições econômicas atuais estão trazendo à tona uma realidade oculta até então — e aqui vai o que pensamos sem meias palavras: a principal responsabilidade de uma empresa é se dar bem. Alguém pode achar essa afirmação politicamente incorreta, mas os fatos são implacáveis. Empresas vencedoras criam empregos, pagam impostos, crescem e fortalecem toda a economia. Empresas vencedoras, em outras palavras, criam condições para que haja responsabilidade social corporativa, e não o contrário. Portanto, toda empresa deveria pôr a lucratividade em primeiro lugar neste momento. Este é o requisito principal que torna tudo o mais possível.

Bem, antes que você dispare em nossa direção uma carta criticando nosso jeito capitalista e cruel de ser, por favor entenda que não estamos sugerindo que as empresas abandonem suas práticas filantrópicas e outros projetos de caridade retomando-os apenas quando os céus da economia estiverem límpidos e azuis de novo. Estamos dizendo apenas que a responsabilidade social corporativa, ou RSC, conforme é conhecida, precisa se adequar às circunstâncias. Não se trata de luxo. Hoje a liderança precisa deixar claro para si mesma e para seus subordinados qual o lugar da RSC na lista de prioridades da empresa.

Cremos que os projetos de RSC se apresentam sob três formas distintas. Em primeiro lugar, as empresas podem contribuir para com a sociedade fazendo doações em dinheiro, bens ou serviços em prol de escolas, abrigos para sem-teto, hospitais etc. Em segundo lugar, elas podem estruturar suas campanhas de RSC de tal modo que haja envolvimento da comunidade por meio de atividades conduzidas por seus funcionários como, por exemplo, orientação profissional para estudantes ou a realização de trabalho voluntário. Em terceiro lugar, as empresas podem configurar suas estratégias de produtos e serviços tomando por referência a RSC: dedicando-se a iniciativas verdes, por exemplo, ou incorporando as preocupações ambientais a seus processos de fabricação.

Em tempos de maré econômica favorável, muitas empresas, naturalmente, praticam, até certo ponto, pelo menos as duas primeiras formas de RSC; outras, todas as três formas. É bom insistir que é isso mesmo o que devem fazer. Não apenas essa é a coisa certa a fazer, como também as práticas de RSC podem desempenhar um papel extremamente importante no processo de recrutamento, preservação e sobre o moral de todos os funcionários.

Mas, de que forma as empresas deveriam refletir sobre essas três formas de RSC agora que as margens estão encolhendo, o desemprego está crescendo e o consumidor decidiu que deve gastar menos?

Em primeiro lugar, as contribuições em dinheiro e bens provavelmente vão diminuir. Em tempos difíceis, o fluxo de caixa é crítico para a sobrevivência da empresa. Além disso, quando, de um lado, a empresa manda gente embora, é muito difícil, do outro lado, explicar aos que ficaram a distribuição de cheques para “causas nobres”. Cabe então aos gerentes decidir como será feita a partilha do conteúdo do pote agora reduzido. A empresa poderá pulverizar o dinheiro igualmente, dando um pouco para muitas causas; ou então, enxuga-se a lista de instituições de caridade beneficiadas concedendo-se um montante maior para menos instituições. Em nossa opinião, as duas opções são boas, mas somos a favor da última porque, nesse caso, as doações tendem a ter um impacto maior.

Com relação às atividades da comunidade, as empresas deveriam insistir com seus empregados, por todos os meios, para que permaneçam envolvidos, facilitando seus esforços sempre que possível, seja através da concessão de meio de transporte ou de subsídio financeiro. Contudo, é preciso que os gerentes também saibam compreender se o funcionário decidir abandonar seu compromisso anterior. É perfeitamente humano recuar e dedicar todas as energias ao trabalho quando sentimos que ele corre perigo.

Por fim, a RSC pode também ser usada como estratégia.

Com o galão de gasolina a US$ 4, um Tooyota Prius híbrido torna-se uma proposição de valor atraente. Com o galão a US$ 2, a situação é outra. Quando a maior parte dos consumidores tem bons empregos, e se sente segura neles, faz sentido esperar que paguem mais por um produto que não agride o meio ambiente. Contudo, se o consumidor não tem mais dinheiro algum em sua conta bancária, será muito difícil conseguir convencê-lo a adquirir um produto caro.

O que queremos dizer com tudo isso? Que hoje as exigências estratégicas da RSC são mais rigorosas do que nunca. O consumidor tem cada vez menos condições (ou vontade) de pagar mais por algo simplesmente porque isso faz com que se sinta bem. Hoje, ele precisa se sentir bem também financeiramente. Isto não significa que a era dos produtos “socialmente responsáveis” tenha chegado ao fim. Significa apenas que há pressões intensas de custo cada vez maiores sobre as empresas que vendem esses produtos, e qualquer gerente que ignore esse fato ignora ao mesmo tempo a locomotiva da concorrência que vem em sua direção.

Não queremos parecer contrários à RSC. Mesmo em tempos incertos como os de hoje, toda empresa deve pôr em prática a boa cidadania corporativa. No entanto, é preciso também que as empresas encarem a realidade: primeiro, elas têm de ganhar dinheiro, para então distribuí-lo.


Trifon Manolov, Sandanski, Bulgária
Exame, 03/08/09

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PAC vai dar R$ 150 milhões por ano para 124 cidades históricas

Municípios vão receber investimentos em infraestrutura e melhorias urbanas; programa será lançado no dia 28

As rachaduras na parede da Igreja de São Francisco de Assis, na cidade mineira de Mariana, podem ser vistas como cicatrizes dos anos e anos de descaso com o patrimônio histórico brasileiro. Inaugurado em 1794, o templo está infestado de cupins e corre o risco de desabar - bem como várias outras igrejas de Ouro Preto. Rachaduras e insetos não são as únicas marcas da negligência. Em Erechim, no Rio Grande do Sul, um prédio de alvenaria de 1933 foi demolido sem autorização. No Recife, Pernambuco, 12 estátuas do Circuito da Poesia foram depredadas. Na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, também em Pernambuco, os azulejos brancos portugueses da fachada estão caindo. Já em Juazeiro do Norte, no Ceará, a estátua de Padre Cícero perdeu a ponta dos dedos da mão direita. E tudo isso aconteceu apenas em julho.

Para tentar restaurar e conservar o que sobrou de patrimônio histórico no Brasil, o Ministério da Cultura vai lançar no dia 28 o Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas. Abrigado sob o generoso guarda-chuva do PAC, o projeto deverá injetar R$ 150 milhões por ano em 124 cidades históricas, com obras de requalificação urbanística, infraestrutura urbana, financiamento para recuperação de imóveis privados, restauro de monumentos e promoções do patrimônio cultural.

Entre as cidades, estão as 27 capitais, municípios da Costa do Descobrimento, da Chapada Diamantina e da rota do ouro em Minas Gerais e em Goiás, 18 localidades na Bacia do Rio São Francisco, além das demais localidades tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O plano envolve recursos da Casa Civil e dos ministérios das Cidades, do Turismo e da Educação. Até o ano que vem, o PAC das Cidades Históricas será voltado para 50 cidades, que ainda não foram todas escolhidas - segundo o Ministério da Cultura, mil imóveis privados devem receber financiamento nesta primeira fase, além de cem monumentos e prédios públicos serem restaurados e 120 atividades produtivas locais receberem investimentos. Algumas regiões já enviaram orçamentos para o projeto. Em São Luís (MA), por exemplo, o centro histórico pode ser revitalizado ao custo de R$ 50 milhões, enquanto Laguna (SC) deverá receber R$ 8,5 milhões para obras de cabeamento subterrâneo das redes de energia elétrica, e Corumbá (MS) vai pleitear R$ 10 milhões para reforma de imóveis históricos.

“É uma iniciativa inédita, tanto pela criação de uma política urbana com objetivos bem definidos, quanto pelo possível incremento da economia dessas cidades”, diz o ministro da Cultura, Juca Ferreira. Na segunda fase do PAC, entre 2011 e 2012, as 74 cidades restantes vão entrar no pacote - o Iphan afirma que também poderá aceitar propostas de outros municípios interessados no projeto. “As regiões históricas têm os mesmos problemas de grandes metrópoles, mas as restrições são bem maiores. Não basta só proteger, é preciso investir na conservação e no uso desses patrimônios”, diz o ministro.

Para o prefeito de Ouro Preto (MG) e presidente da Associação de Prefeitos das Cidades Históricas Brasileiras, Ângelo Oswaldo, tão importante quanto o dinheiro é a necessidade de uma política de preservação do patrimônio. “Começamos esse diálogo com o governo federal para mostrar a necessidade de uma política conjunta com as prefeituras”, diz. “É simples, se não há preocupação e investimento, a memória desaparece.”


Rodrigo Brancatelli,
O Estado de S. Paulo, 02/08/09

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Caixa recebe projetos de promoção do artesanato

A Caixa recebe até 07 de agosto projetos de desenvolvimento de comunidades artesãs e de valorização do artesanato tradicional e da cultura brasileira.

Os projetos deverão ser realizados dentro do período de janeiro a junho de 2010 e
deverão ser apresentados por cooperativas, associações, organismos não governamentais
e comunitários, sem finalidades lucrativas e instituições de ensino superior.

Será concedido um valor máximo de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) por projeto.

Os projetos serão selecionados com base nos seguintes critérios:
- Caráter tradicional do artesanato;
- Qualidade artística e demais características (material, dimensões, fragilidade) das peças;
- Características sócio-econômicas das unidades produtivas (serão priorizadas as que
sejam compostas por grupos vulneráveis ou historicamente excluídos, tais como
comunidades indígenas, comunidades quilombolas, grupos produtivos provenientes da
agricultura familiar, cooperativas e associações);
- Capacidade produtiva das unidades e criatividade das soluções propostas para sua
melhoria;
- Manejo sustentável das matérias-primas para a produção artesanal, em concordância
com os princípios de responsabilidade sócio-ambiental;
- Adequação aos princípios de economia solidária e comércio justo;
- Adequação orçamentária;
- Sustentabilidade do projeto;
- Vinculação à promoção do desenvolvimento sustentável, do bem estar e da qualidade de vida da população na qual as unidades produtivas estão inseridas.

Clique aqui para baixar o edital, a ficha de inscrição e a planilha orçamentária.


Fonte: Caixa Cultural

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BNDES vai financiar laptop educacional

Computadores: Governo anuncia hoje, no Rio, linha de crédito de R$ 600 milhões para Estados e municípios
Cesar Alvarez, assessor especial da Presidência: "mais apoio aos municípios"

Foto Lucio Tavora/Folha Imagem


O governo federal tem um novo plano para levar adiante o projeto Um Computador por Aluno, iniciativa que prevê a distribuição de laptops para estudantes da rede pública de ensino de todo o país. Por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o governo anuncia hoje uma linha de financiamento de R$ 600 milhões destinada a municípios e Estados interessados em adquirir os computadores portáteis e distribuí-los em escolas públicas.

A expectativa é de que a linha de crédito esteja disponível entre 30 e 60 dias, disse ao Valor o assessor especial da Presidência da República Cezar Alvarez. O financiamento, cujas regras de adesão estão em fase de conclusão, será concedido com Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP , hoje em 6%) mais 1%, um custo considerado baixo para quem aderir ao financiamento.

Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Dilma Rousseff, deverá fazer o anúncio do programa de financiamento na cidade fluminense de Piraí , durante visita que marcará a distribuição simbólica de notebooks a 20 alunos do município. O evento também será acompanhado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, e o prefeito de Piraí, Arthur Henrique Gonçalves Ferreira.

A entrega dos portáteis em Piraí, cidade de 24 mil habitantes localizada na região Sul do Estado, é um desdobramento da experiência iniciada pelo governo federal em 2007, quando quatro municípios do país - Palmas, Piraí, Porto Alegre e São Paulo - foram escolhidos para iniciar o piloto do projeto. Na ocasião, Piraí recebeu 400 laptops Classmate, um portátil de configuração simples, idealizado pela fabricante de chips Intel. "O resultado dessa experiência mostra que a evasão escolar caiu para menos de 1% (a média nacional é de 26%) na escola em que fizemos o teste e que o Ideb (índice que mede a qualidade do ensino) dobrou, subindo de 2,4 para 4,8 pontos", diz Gustavo Tutuca, coordenador geral do projeto de educação digital do município. "Houve melhora disciplinar dos alunos e um aumento do interesse em participar das aulas."

No mês passado, a Prefeitura de Piraí comprou 5,5 mil laptops Classmate, equipamentos fabricados pela Positivo Informática. A aquisição teve apoio do governo do Estado, que entrou com recursos de R$ 4 milhões, além de mais R$ 2 milhões da prefeitura. Os portáteis serão distribuídos aos 6,2 mil alunos que estudam nas 21 escolas da cidade. Cada equipamento, que teve custo médio de R$ 700, tem garantia de três anos.

Com a criação de uma linha de financiamento no BNDES e a consequente autonomia dada a Estados e municípios para que decidam como tocarão seus próprios projetos de inclusão digital nas escolas, o governo federal pode, finalmente, dar andamento a uma iniciativa que há mais de quatro anos não sai do papel.

A ideia de distribuir computadores como se fossem livros foi inspirada no chamado "laptop de US$ 100", projeto idealizado pelo ex-professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Nicholas Negroponte. Em novembro de 2006, Negroponte chegou a vir ao Brasil para entregar, nas mãos do presidente Lula, um protótipo de seu equipamento.

De lá para cá, o governo realizou dois pregões eletrônicos com o propósito de comprar 150 mil laptops. As máquinas seriam distribuídas entre 300 escolas de 270 municípios. As duas licitações lideradas pelo MEC, no entanto, não foram para frente. Em dezembro de 2007, a Positivo venceu o pregão com uma proposta de R$ 98 milhões - o equivalente a R$ 654,00 por portátil ou US$ 350, conforme a cotação do dólar fixado à época - mas o governo achou o preço alto e cancelou o pregão.

No fim do ano passado, uma nova licitação foi realizada. Dessa vez, a brasileira Comsat venceu, com uma proposta R$ 82,5 milhões. O projeto, no entanto, foi paralisado pelo MEC, que alegou ter encontrado restrições técnicas no produto da empresa. A Comsat contestou o MEC e o pregão foi parar no Tribunal de Contas da União (TCU), que deve definir se a licitação será cancelada ou não. "Independentemente de qual venha a ser a decisão do TCU, não vamos desistir de realizar esse grande piloto", diz Cezar Alvarez, da Presidência. "O financiamento com o BNDES é mais uma forma de acelerarmos o projeto, mas não exclui outras iniciativas federais."

A Intel, segundo um executivo da companhia, está em contato com mais 15 cidades para realizar testes com seu portátil. O objetivo é levar para esses municípios experiências como a de Piraí, que tornou-se famosa já em 2004, ao distribuir redes sem fio de acesso à internet (WiFi) pela cidade. O projeto tornou-se vitrine internacional e Piraí chegou a ganhar, em Nova York, o prêmio "Top Seven Intelligent Comunities". Na avaliação do governo do Estado, a doação dos notebooks aos alunos só faz sentido porque eles terão acesso gratuito à rede.


André Borges e Heloisa Magalhães, de São Paulo e do Rio
Valor Online, 31/07/09

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