quarta-feira, 15 de julho de 2009

Os brasileiros mais premiados em Cannes

Dupla que atua na Leo Burnett de Lisboa fatura sete Leões em Cannes com projeto para a Cruz Vermelha

Há talentosos criativos brasileiros trabalhando em várias agências pelo mundo. Muitos deles tiveram projetos premiados no Festival Internacional de Publicidade de Cannes, realizado no mês passado. Entretanto, nenhum - nem mesmo os que atuam no País - somou tantos Leões quanto a dupla formada pelo diretor de arte Renato Lopes e o redator Erick Rosa, da equipe da Leo Burnett de Lisboa.

Eles desenvolveram o case "Store+. A loja que vende esperança", premiado no evento com nada menos que sete Leões: um Ouro, uma Prata e um Bronze no Promo Lions; duas Pratas no Direct Lions; uma Prata em Design; e um PR Lions.

O que encantou quatro diferentes júris foi a ideia de montar uma loja em um shopping de Lisboa durante o período de Natal do ano passado. Nas prateleiras, nenhum produto ou serviço convencional. O que estava à venda ali era "esperança" para os povos beneficiados pelo trabalho da Cruz Vermelha.

O público podia fazer doações para quatro causas: socorro; idosos e dependentes; crianças e jovens; e teleassistência. Como normalmente ocorre com as lojas de shopping, o espaço tinha um provador e um caixa, onde eram emitidos vouchers aos doadores.

"Era uma cópia fiel das lojas de roupas. Só que as pessoas saíam com as mãos vazias, literalmente, mas com a ideia de que, ao comprar 'esperança', estariam com os corações cheios. A loja tinha até um 'provador', em que cada pessoa podia se informar mais sobre as causas em um monitor com headphone, antes de decidir para qual delas doar", detalha Lopes.

Ele e Rosa foram também diretores de criação do projeto na equipe comandada pelo argentino Chacho Puebla, diretor executivo de criação, cujo time inclui a cadelinha Tura, que esteve em Cannes com direito a nome nas fichas técnicas ("creative advisor"), crachá e presença no palco do Palais des Festivals para receber os troféus.

Renato Lopes começou sua carreira em 1994, como assistente de arte na Giovanni, passando a diretor de arte um ano e meio depois. Ainda no Brasil, atuou nas equipes da Africa e da Lew'Lara, de onde saiu no final de 2007 para atravessar o Atlântico e ingressar no time da Leo Burnett de Lisboa.

Erick Rosa também começou como estagiário da Giovanni, em 2000, sendo contratado como redator em 2001. Depois disso, esteve na Euro RSCG entre 2002 e 2004, quando voltou para a Giovanni, onde ficou até o início de 2007. Naquele ano, seguiu para a Leo Burnett de Lisboa, como redator.

Em agosto de 2008, os dois foram promovidos a diretores de criação.

O mercado português foi pródigo em prêmios em Cannes também para outros publicitários brasileiros. Da mesma equipe da Leo Burnett Lisboa, o diretor de arte Ricardo "Mico" Toledo - que está de saída da agência - faturou uma Prata no Media Lions, um Bronze no Promo Lions e um PR Lions para o projeto "Museu efêmero", criado para o rum Pampero, da Diageo. Ele atuou ainda na criação de outro case premiado com um Bronze em Design ao lado do também brasileiro Bruno Ribeiro (hoje na Ogilvy Brasil): o filme "Todos contra todos", desenvolvido para a Anistia Internacional, produzido pela brasileira Lobo, com direção de Mateus de Paula Santos.

A equipe da Fischer América Portugal também comemorou o resultado de Cannes pelo Leão de Prata conquistado em Press, com campanha de três peças para o modelo Honda Jazz, da Honda Automóveis. A equipe de criação responsável pelo projeto tem três brasileiros: o diretor de criação Diogo Mello, o redator Rafael Pitanguy e o diretor de arte Marco Martins.


Alexandre Zaghi Lemos
Meio & Mensagem Online, 14/07/09


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