terça-feira, 22 de setembro de 2009

Prefeito de Londres pede que banqueiros usem bônus para patrocinar arte

O prefeito de Londres, Boris Johnson, pediu aos banqueiros do centro financeiro da cidade que gastem as bonificações milionárias que ganham patrocinando as artes produzidas na capital.

Não fazer isso causaria um grande dano a um dos maiores atrativos de Londres, declarou o político conservador, referindo-se aos milhões de turistas que vão aos teatros, museus e galerias locais. "Quem eram os Médici? Eram banqueiros. Tinham um caixa dois, mas serão sempre lembrados por sua contribuição ao Renascimento italiano", destacou Johnson.

Em 2008, o apoio privado às artes, incluindo as doações privadas, atingiu a quantia recorde de 686 milhões de libras (US$ 1,12 bilhão). No entanto, segundo dados recentes, o patrocínio de empresas à produção artística caiu 7% no ano passado.

No discurso que fez no Victoria & Albert Museum, Johnson disse que, em tempos de recessão, investir nas artes "é mais importante que nunca". "As artes e a cultura não são um luxo, mas parte do DNA desta cidade. Graças a elas, as pessoas querem viver e trabalhar aqui. E sete de cada dez turistas dizem que é por elas que vêm" à cidade, destacou.

Johnson recebeu o apoio do ator americano Kevin Spacey, atual diretor do renomado teatro londrino Old Vic.

"Tendo vivido aqui sete anos, realmente acredito que a excelência do Reino Unido no campo das artes e da cultura constitui um dos mais fortes recursos naturais do país", afirmou Spacey.

Johnson também lembrou que o setor público investe 121,3 milhões de libras (US$ 198 milhões) no teatro, que, por sua vez, arrecada para o país cerca de 2,6 bilhões de libras (mais de US$ 4,2 bilhões).

Remuneração
Na reunião de cúpula do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) que ocorrerá nesta semana em Pittsburgh (EUA), um dos principais temas deverá ser a reforma do sistema financeiro global, com destaque para as remunerações de executivos do setor financeiro.

Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou sua exigência para que se limite, mediante regras internacionais, o pagamento de bonificações a altos executivos, que só poderão cobrá-las caso registrem os benefícios.

Também na semana passada, a imprensa americana informou que o Fed (Federal Reserve, o BC americano) avalia uma proposta para tornar mais rígida a legislação sobre a remuneração de executivos do setor bancário.

O presidente da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE (União Europeia), José Manuel Durão Barroso, afirmou no domingo (20) que o bloco deve regular os bônus pagos a executivos de instituições financeiras, mesmo se não chegar a um acordo sobre o assunto com os Estados Unidos.

EUA
A necessidade de regulamentação oficial sobre as remunerações de executivos, no entanto, encontra resistência por parte dos mesmos. Ontem, nos EUA, um grupo de chefes de grandes empresas manifestou essa resistência em um relatório publicado pelo instituto privado de conjuntura Conference Board.

"uma política baseada em regras está desprovida da flexibilidade essencial que se requer para conciliar a diversidade dos setores de atividade, das estratégias, dos planes de negócios e do nível de desenvolvimento representado por mais de 12 mil empresas americanas de renome", assinala o grupo de trabalho sobre a remuneração dos executivos.

"Se executada corretamente, para fazer avançar a estratégia de negócios das empresas e o valor das ações, e for consistente com os princípios das empresas, o grupo considera que uma remuneração atrativa para os executivos é vital para a saúde econômica do setor de negócios dos EUA", diz o comunicado.


Folha Online, 22/09/09


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