segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Unibanco Asset passa a adotar os princípios da ONU

Patah, da UAM: critérios vão influir na avaliação de ações e debêntures
Foto Davilym Dourado / Valor


A sustentabilidade está em alta na Unibanco Asset Management (UAM). Ela é a primeira gestora brasileira a aderir aos Princípios de Investimentos Responsáveis (Principles for Responsible Investment, PRI) da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso a gestora, a quinta maior do país em volume de ativos, passa a fazer parte de um clube formado por 182 assets de todo o mundo, com um total de US$ 15 trilhões sob gestão.

Os princípios surgiram de um projeto iniciado pela ONU em 2005. Um grupo formado por representantes dos 20 maiores investidores institucionais de 12 países foi convidado para estabelecer as bases mínimas de sustentabilidade para os investimentos. Trabalhando com representantes de governos, investidores, acionistas, empresários e sociedade civil, esse grupo definiu os princípios em janeiro de 2006.

O processo foi coordenado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Iniciativas Financeiras e pelo Global Compact, programa da ONU que cria uma rede de empresários comprometidos com a defesa dos direitos humanos, do trabalho, meio-ambiente e contra a corrupção.

Ao aderir ao PRI, a UAM deverá agora criar um critério para avaliar a sustentabilidade das empresas onde investe, seja em renda variável, como ações, seja em renda fixa, como debêntures, explica Ronaldo Patah, diretor de renda variável da gestora. Esses critérios terão como base as experiências de outros participantes do PRI ao redor do mundo e que tentam definir as melhores formas de avaliar como as empresas se saem em relação aos três pilares da sustentabilidade: governança corporativa, meio ambiente e responsabilidade social.

A definição desses critérios deve levar seis meses, estima Patah. E devem funcionar como um questionário onde a empresa mostrará como atua em vários tópicos. "Se uma construtora ajuda os funcionários a aprenderem a ler e escrever, por exemplo, ela já ganha pontos na avaliação", diz. Esses pontos, positivos ou negativos, influenciarão o valor considerado justo pelo gestor na hora de decidir a compra de uma ação ou debênture. "Podemos assim colocar no preço os riscos a mais que as empresas que não seguem a sustentabilidade têm, bem como o prêmio para as que seguem". Segundo Patah, os critérios não devem excluir alguns setores ou empresas, mas avaliar o que estão fazendo em cada área.

Com R$ 65 bilhões sob gestão, a UAM participa também do Comitê de Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que ajudou a desenvolver o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bolsa de Valores de São Paulo.


Angelo Pavini, De São Paulo
Valor Online, 04/08/08


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