sábado, 28 de fevereiro de 2009

Como medir nosso desenvolvimento?

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lança na próxima semana uma campanha nacional para incentivar a participação da população na escolha do tema do próximo relatório brasileiro do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), em 2010, ano em que índice completa 20 anos. É a primeira vez que a organização abre a discussão sobre como medir o desenvolvimento no país. "O nosso objetivo é despertar o debate público sobre nossos problemas, vistos a partir dos indivíduos", defende Flávio Comim, coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil.

Depois de percorrer sete capitais promovendo audiências públicas e visitas nos 10 municípios com menor IDH, iniciadas no final de 2008, a estratégia de ampliar o debate seguiu para a internet. Um dos objetivos da campanha é dar visibilidade ao site www.brasilpontoaponto.org.br, que poderá ser utilizado pela população para enviar suas questões em vídeo ou em texto. A previsão é que o site fique disponível até as duas primeiras semanas de abril. "Depois disso pretendemos estudar sua continuidade como fonte para outros estudos."

Segundo Comim, serão aplicados três critérios para a escolha das sugestões. O primeiro deles será a quantidade de respostas incidentes para cada questão. "O maior número de respostas nos dirá o que é mais importante." O segundo critério são as razões dadas pelas pessoas para suas escolhas, "dando à nossa análise uma dimensão também qualitativa". Por último, serão levadas em conta as questões que têm um maior poder de transversalidade com um maior número de questões associadas.

O primeiro caderno do relatório deverá ser publicado no final de abril e mostrará o que aconteceu com cada tipo de consulta e como todo o processo de escolha foi construído. No segundo semestre, outro caderno será publicado com o diagnóstico sobre o tema da consulta.

A despeito das respostas que obtiver, o PNUD brasileiro deverá seguir a tendência do Relatório de Desenvolvimento Humano mundial, que será lançado no final do ano e abordará o tema migração. "Tivemos reuniões no Brasil ano passado para compilar a opinião de especialistas brasileiros sobre esse tema e acreditamos que essa questão é de fundamental importância para o bem-estar de milhões de pessoas em todo o mundo", acrescentou Comim.

Atualmente, o IDH analisa três dimensões, cada uma com o mesmo peso: conhecimento, saúde e padrão de vida. O conhecimento é medido por uma média entre taxa de alfabetização e taxa combinada de matrícula; a saúde, pela expectativa de vida; e o padrão de vida, pela renda per capita do país, corrigida pela paridade do poder de compra. Todos os dados são fornecidos por organismos da ONU.

Apesar de afirmar não saber se o IDH será mudado, Comim acredita que existam elementos para mudá-lo. "O IDH quando foi lançado contava com uma base muito restrita de dados, que foram muito aperfeiçoados, em todo o mundo, nesses últimos 20 anos. Dessa forma, é mais fácil hoje falarmos sobre a qualidade das variáveis incluídas no IDH, como a educação, do que antes."

• Saiba mais | Entenda o Índice de Desenvolvimento Humano


Luiz de França
Veja Online, 27/02/09


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