Programa de alfabetização do Banco do Brasil vai beneficiar índios e quilombolas em 2009
A Fundação Banco do Brasil pretende reformular em 2009 o programa BB Educar, de alfabetização de jovens e adultos a partir dos 15 anos, focando-o em comunidades tradicionais, que têm mais dificuldades de serem assistidas em convênios com prefeituras e projetos públicos.
Aí se enquadram comunidades de quilombolas, indígenas, assentados da reforma agrária, cooperativas de catadores de materiais recicláveis e presidiários. “São públicos que a gente pretende priorizar”, afirmou à Agência Brasil o gerente das áreas de Cultura e Educação da Fundação BB, Marcos Fadanelli. Atualmente, o programa contabiliza 58.129 pessoas em sala de aula.
Para 2008, a meta é atender em torno de 50 mil pessoas, considerando alguma evasão. Desde 1992, a média histórica de evasão é de 38%. De 2003 para cá, houve uma redução para 30%, em razão dos aperfeiçoamentos que foram sendo introduzidos no programa. “Está havendo um movimento positivo”. Fadanelli disse que o Brasil ainda tem necessidades muito grandes pela frente para atender, mas observou que houve uma redução significativa no analfabetismo urbano.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o analfabetismo era de 10,2% para maiores de 15 anos, em 2005, e caiu pela primeira vez na história do país para 9,6%, em 2006. “Isso é uma coisa importante, porque a expectativa de vida no nosso país aumentou”.
Os investimentos do BB Educar somam, em média, entre R$ 3 milhões a R$ 4 milhões por ano. A duração média para alfabetização oscila entre seis a dez meses. O tempo varia de acordo com a freqüência semanal. Os quilombolas, por exemplo, podem se reunir apenas duas vezes por semana. Nas colônias de pescadores, na época do defeso, existe possibilidade de se reunirem para estudar com maior freqüência.
O programa BB Educar foi lançado pelo Banco do Brasil em 1992 e há oito anos vem sendo conduzido pela Fundação Banco do Brasil. O projeto nasceu quando o banco, diante da elevada inflação existente à época, teve que promover uma reformulação em seus quadros funcionais, eliminando uma carreira de serviços auxiliares.
Ao fazer isso, percebeu que havia analfabetos entre as pessoas que prestavam serviços de apoio. Alguns funcionários se ofereceram então para realizar um trabalho de alfabetização voluntária, de modo que essas pessoas pudessem fazer uma prova e mudar de carreira. O trabalho melhorou a escolaridade desses funcionários. A partir desse esforço interno, o programa começou a crescer, com a abertura de núcleos de funcionários voluntários em todo o país.
Mais tarde, por causa da demanda, o programa se expandiu para as comunidades, através da assinatura de convênios com entidades sem fins lucrativos do setor público e do terceiro setor. Marcos Fadanelli revelou que nesses 17 anos foram alfabetizadas 369.243 pessoas. O quadro de educadores, formado por funcionários do banco, engloba 102 pessoas, das quais 42 da ativa e 51 ex-funcionários e aposentados. O Banco do Brasil comemora em outubro próximo 200 anos de fundação.
Alana Gandra, da Agência Brasil
Envolverde, 08/09/08
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