Refeição a preço popular é fonte de lucro para Makro
O Makro tem um lucrativo negócio no Brasil, que pouca gente conhece. A divisão de restaurantes é a face menos conhecida da rede de lojas de atacado controlada pelo grupo holandês SHV Holdings. Mas é uma operação que faz parte da alma da companhia desde a inauguração de sua primeira loja no mercado brasileiro, há 35 anos, no bairro da Vila Maria, em São Paulo. A cadeia de restaurantes, no modelo "sel-service" em 51 das suas 57 lojas espalhadas pelo país, é uma das maiores do país.
As refeições custam R$ 9,90 durante a semana e R$ 12,90 nos fins de semana. Com este preço, que inclui carnes grelhadas e sobremesas, o Makro consegue competir com os restaurantes que vendem comida a "quilo" e com as redes de fast-food. Hoje, o Makro já serve cerca de 400 mil refeições por mês e vem capturando mais clientes.
Em 2007, os restaurantes registraram expansão de 10% a 12% nas vendas em lojas comparáveis (em operação há 12 meses pelo menos), diz Wilson Andrade, diretor de perecíveis do Makro e responsável pela operação dentro da companhia. O desempenho desta divisão foi melhor do que o apresentado pela rede como um todo, cujas vendas em lojas comparáveis aumentaram 5,3% no ano passado.
Os restaurantes do grupo atacadista nasceram como uma prestação de serviço para os clientes, que vinham de longe e passavam horas na loja de atacado. Hoje, porém, a operação deixou de ser uma comodidade e transformou-se em uma fonte de lucros para o grupo. "Nos fins de semana, sobretudo, chega a ocorrer o inverso. As pessoas vêm almoçar no restaurante e acabam visitando a loja. O restaurante é um pólo de atração e não apenas uma atividade complementar", afirma Andrade.
Nenhuma outra cadeia de hipermercados seguiu o exemplo do grupo holandês. Em várias lojas, existem cafeterias ou lanchonetes de terceiros, mas as grandes redes de varejo de alimentos, como o Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar, não ousam operar elas mesmas seus próprios restaurantes. Mas existe uma forte tendência entre as varejistas de agregar novos serviços aos seus negócios para diminuir a dependência das compras de itens básicos. As seções de vinhos e pratos prontos têm sido uma importante alternativa, além de outros negócios, como drogarias e postos de gasolina.
"Para o Makro, os restaurantes são um excelente negócio. Nós adoramos esta operação", diz Andrade. Tanto assim que o grupo irá inaugurar restaurantes nas oito lojas que planeja abrir este ano no Brasil e ainda fará a ampliação de duas unidades.
A divisão costuma representar em torno de 1% do faturamento de uma loja, mas, nas unidades onde a "casa" é mais famosa, esse percentual é bem mais significativo. Os restaurantes têm em média, 100 ou 120 lugares, embora existam unidades, como a de Brasília e Recife, com capacidade para atender 400 pessoas.
Com exceção das redes de fast-food, nenhuma cadeia de restaurantes no país, como Galeto's, Viena ou Pizza Hut, por exemplo, possui tantas lojas quanto o Makro. Neste setor as cadeias também têm uma atuação extremamente regionalizada, diferentemente do grupo atacadista holandês, que detém a única rede de lojas com presença em 22 Estados.
Claudia Facchini
Publicado pelo Valor Online em 11/04/08
3 comentários:
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