sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mortalidade de crianças menores de 5 anos no Brasil caiu 62% em 17 anos, diz Unicef

O Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância) divulgou nesta quinta-feira o relatório anual Situação Mundial da Infância 2009, e um dos maiores destaques no Brasil é a redução da mortalidade de crianças com menos de 5 anos --caiu 62% em relação a 1990.

A divulgação do relatório aconteceu em Johanesburgo, na África do Sul, e aponta o Brasil na 107º posição do ranking que analisa 194 países. Os primeiros lugares da lista são ocupados pelas nações com mortalidades mais elevadas --Serra Leoa (1º) e Afeganistão (2º)-- e os países com as taxas mais baixas ocupam os últimos lugares no ranking --Suécia, Islândia, Cingapura, Luxemburgo, Andorra e Liechtenstein.

Segundo o relatório, a mortalidade infantil no Brasil atingiu 22 crianças por cada 1.000 nascidos vivos, no ano de 2007. No ano anterior, eram 20 mortes em cada mil nascidas vivas. Embora o número pareça apontar uma piora nos dados brasileiros, o Unicef no Brasil aponta que a comparação não pode ser feita devido a mudança na metodologia.

"Não houve uma piora, houve reajuste da série que agora está mais próxima da realidade brasileira", afirma Cristina Albuquerque, coordenadora do programa de sobrevivência e desenvolvimento infantil do Unicef no Brasil.

De acordo com Albuquerque, o Brasil tem reduzido a queda na mortalidade de crianças com menos de cinco anos e passou de 58 para cada 1.000 nascidos vivos, em 1990, para 22 a cada 1.000 nascidos vivos, os números correspondem a uma queda de 62% no período e coloca o Brasil entre os 18 países que mais reduziram a mortalidade infantil.

Ela ainda destaca, "o Brasil vem confirmando a tendência de redução e vai conseguir atingir a meta do milênio de redução de dois terços da mortalidade de crianças com menos de 5 anos".

Cuidado com a mãe
O relatório do Unicef apontou a mortalidade materna como um dos principais problemas a serem enfrentados na gravidez, no momento do parto e nos 42 dias após o nascimento da criança.

Segundo Albuquerque, o alerta para os cuidados com as mães é um dos principais objetivos do relatório. No Brasil, a mortalidade de mães atinge 110 a cada 100 mil partos, enquanto a média de países industrializados é de oito mortes de mães a cada 100 mil nascimentos.

"Já tivemos muitas melhorias na cobertura neonatal e já chegamos a 77% das mulheres passando por pelo menos seis consultas durante a gravidez e 99% tendo seus filhos em hospitais, mas ainda é alto o número de mães que contraem infecções após no período de até 42 dias após o parto", alerta Albuquerque.

Ela ainda acrescenta: "É preciso priorizar neonatal, parto e pós-parto para que a mortalidade da mãe reduza".

Segundo o relatório, a cada ano, mais de meio milhão de mulheres morrem devido a complicações no parto. Os principais problemas de mortalidade materna são encontrados no sul da Ásia e na África Subsaariana, onde se concentram 95% das mortes maternas.

Os dez países com o maior risco de morte maternal durante a vida toda são Níger, Afeganistão, Serra Leoa, Chade, Angola, Libéria, Somália, República Democrática do Congo, Guiné-Bissau e Mali.


Fernanda Pereira Neves
Folha Online, 15/01/09


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