quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Negócios sociais combatem a pobreza e a degradação ambiental

A ONG Artemísia tem por missão inspirar e apoiar uma nova geração de empreendedores no desenvolvimento de modelos inovadores de negócios

O que um senegalês, uma franco-colombiana e uma brasileira podem ter em comum no mundo dos negócios? O senegalês Chérif Basse, jovem de classe média, largou o emprego em uma grande distribuidora de produtos canadenses para abrir um novo negócio.

Basse estava insatisfeito com os produtos vendidos no Senegal, a maioria importados. Convenceu uns amigos, que juntaram as economias: ao todo US$ 28. Com o dinheiro, compraram uma barra de sabão e foram vender no farol. Com o lucro, compraram mais. Hoje, a NDAAM Distribuição é a maior empresa no Senegal a oferecer o primeiro emprego a jovens senegaleses. São centenas de novos empregos por ano.

Já Sylvia Sanchez, uma franco-colombiana, é proprietária da Warmi, uma empresa que atua como uma ponte entre o olho para a moda parisiense e outro no artesanato colombiano. Sylvia produz moda para o exigente consumidor europeu utilizando o trabalho de cooperativas de mulheres da Colômbia, que são motivadas a preservar e revitalizar a cultura dos ancestrais andinos.

A arquiteta brasileira Kátia Sartorelli Veríssimo, com mais três amigos, criou uma empresa para prestar serviços de arquitetura dentro de comunidades de baixa renda. Nessa categoria de preço-sensível, em que edifícios geralmente surgem de forma anárquica, sem orientação profissional, os clientes se beneficiam da construção e reduzem os custos de energia, segurança, água, etc. A Arquitetos da Comunidade gasta seis meses trabalhando em uma determinada comunidade antes de passar ao próximo, deixando para trás os trabalhadores da construção recém-formados e capazes de construir tais projetos em escala.

Esses são os chamados Negócios Sociais, que combinam iniciativas economicamente rentáveis, que por meio da sua atividade principal solucionam problemas sociais ou ambientais, utilizando mecanismos de mercado.

No mundo todo, há vários incentivadores desses negócios. Entre elas, está a Artemísia, uma organização internacional que tem como missão inspirar e apoiar uma nova geração de empreendedores no desenvolvimento de modelos inovadores de negócios, voltados para solução de problemas sociais e ambientais. Presente no Brasil desde 2004, atua ainda na França e no Senegal.

“O Negócio Social é um modelo de empreendedorismo muito novo ainda em todo o mundo, mas tem um campo enorme para ser explorado”, diz Kelly Michel, fundadora da Artemísia. Atualmente a entidade apóia 67 jovens empreendedores, líderes de Negócios Sociais que foram selecionados e fazem parte da Rede de Empreendedores Artemísia. Trabalham junto com os empreendedores 85 estudantes universitários, desenvolvendo seu potencial e descobrindo uma alternativa de carreira.

Desde 2003, a ONG apoiou também a criação de 36 planos de negócios sociais e 80 negócios estabelecidos receberam investimento financeiro, apoio técnico e de recursos humanos para melhorar o desempenho, ganhar escala e expandir o impacto.

Um livro social
Recentemente o economista 'Um mundo sem pobreza – a empresa social e o futuro do capitalismo'. O livro defende o conceito de empresa social, que diferente das corporações comuns, obtém rendimentos com seus produtos e serviços, mas não paga dividendos a acionistas e não visa o maior lucro possível. A empresa social se dedicaria a criar produtos e serviços que beneficiem a população, combatendo problemas como a pobreza e a poluição e melhorando a saúde e a educação.

Serviço:
Artemísia – (11) 3812-4303


Beth Matias
Agência Sebrae de Notícias, 26/11/08


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