quarta-feira, 18 de julho de 2007

UOL gerencia compras via internet

André Borges
Publicado pelo Valor Online em 17/07/07

O portal e provedor de acesso à internet Universo Online (UOL) colocou no ar ontem a sua nova plataforma de meios de pagamento para compras realizadas via internet. O serviço, batizado de PagSeguro, é resultado da aquisição da empresa capixaba BRpay, comprada no primeiro trimestre deste ano. O portal não informou o valor da transação.

Com a plataforma de meios de pagamento, o UOL pretende explorar um mercado que, até hoje, sofre com a desconfiança de milhares de usuários de internet que relutam em comprar produtos pela web por não conhecerem quem está do outro lado do balcão. Ao efetuar uma transação, o comprador paga por meio do PagSeguro - com boleto, cartão de crédito ou transferência bancária - e tem até 14 dias para bloquear o pagamento se não receber o produto, ou se este chegar em danificado.

O serviço, diz o diretor de projetos especiais do UOL, Ricardo Dortas, é uma alternativa para micros e pequenas empresas que já vendem produtos pela web, mas que enfrentam dificuldades quanto a meios de pagamento.

O recurso permite que o comerciante controle seus recebimentos no próprio site, por meio de log in e senha. Outra possibilidade de pagamento, esta não vinculada à compra de produtos, é a transferência direta entre clientes. O usuário cadastrado pode enviar dinheiro para qualquer pessoa que tenha uma simples conta de e-mail, mesmo que essa não tenha cadastro no PagSeguro. Ao receber o e-mail, o destinatário se cadastra e escolhe se sacará o valor ou se comprará produtos, por exemplo.

A receita do UOL com o serviço virá da cobrança de taxas. Quando uma empresa vender algo utilizando o PagSeguro, pagará entre 1,9% e 2,9% ao portal sobre o valor da transação, se esta for à vista. Em casos de cartão de crédito, a taxa ficará entre 5,4% e 6,4%, dependendo do volume transacionado.

O portal estréia sua nova plataforma de meios de pagamento com uma base de 300 usuários herdados com a aquisição da BRpay. "Queremos pelo menos dobrar esse número até o final do ano", afirma Dortas.

Atualmente há cerca de 10 mil sites ativos no Brasil que, de alguma maneira, já atuam com comércio eletrônico, diz o executivo. O problema é que esse mercado está muito centralizado em poucas empresas. "Nossa projeções apontam que só o Submarino e a Americanas, juntos, concentram entre 55% e 60% de todas as compras via internet", diz o executivo. "Se pegarmos os 30 maiores sites de comércio eletrônico do país, o índice sobe para mais de 95%, enquanto uma Amazon, por exemplo, uma das maiores dos Estados Unidos, tem cerca de 20% do mercado."

O novo serviço do UOL é similar à plataforma de pagamentos on-line Checkout, lançada no ano passado pelo Google. Também tem as mesmas características da PayPal, a mais tradicional do setor. Em 2002, o site de leilões eBay desembolsou US$ 1,5 bilhão pela PayPal. Hoje o serviço vendido para uma infinidade de outras empresas de comércio eletrônico dos EUA se converteu em uma das maiores fontes de receita do site de leilões.

Atualmente, cerca de 40% dos US$ 11,4 bilhões em pagamentos processados pelo PayPal já são de sites que não o eBay. Apenas no primeiro trimestre deste ano, o PayPal respondeu por um faturamento de US$ 439 milhões, o que lhe dá a liderança no mercado de pagamentos on-line nos EUA, ficando atrás apenas das empresas de cartões de crédito. No primeiro trimestre deste ano, os negócios cresceram 51% em relação ao mesmo período do ano passado.

No Brasil, o comércio eletrônico movimentou pouco mais de R$ 2,6 bilhões no primeiro semestre de 2007, segundo a empresa de pesquisas E-bit. A cifra, que exclui vendas em sites de passagens aéreas, automóveis e sites de leilão, representa um crescimento de 49% em relação ao primeiro semestre de 2006. A média do valor gasto nas lojas virtuais nos primeiros seis meses do ano ficou em R$ 296, 3% acima do registrado em 2006.

No ano passado, 68% das compras pela internet no país foram efetivadas com cartão de crédito. O boleto bancário foi a opção de 12% dos consumidores; enquanto 3% preferiu depósito bancário e 2% cartão de débito. Cheque e dinheiro foram usados por 1%. As pesquisas apontam que mais de 8 milhões de pessoas já fizeram ao menos uma compra pela web no país.


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