quarta-feira, 24 de março de 2010

Estudo do PNUD abordará fosso entre IDHs

Em sua 20ª edição, Relatório de Desenvolvimento Humano vai fazer balanço de avanços sociais e econômicos nas duas últimas décadas

O RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano), principal publicação do PNUD, vai completar 20 anos no segundo semestre, em uma edição que fará um balanço dos avanços e retrocessos socioeconômicos das últimas duas décadas. Um dos pontos centrais do estudo será uma análise das desigualdades entre padrões de desenvolvimento humano.

“O 20º Aniversário é uma ocasião para fazer balanço, refletir e avançar em conceitos, medidas e debates-chave sobre desenvolvimento humano”, afirma um comunicado do Escritório para o Relatório de Desenvolvimento Humano. Para a elaboração do texto, estão sendo feitas “pesquisas para revisar e compreender os ganhos de desenvolvimento humano e os desafios em um mundo que passa por mudança sem precedentes”.

As pesquisas incluem o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), lançado já no primeiro RDH e desde então carro-chefe dos relatórios. “O 20º Aniversário permite considerar elementos para incrementar o valor do IDH e fazer alterações no quadro estatístico do RDH, para abordar temas mais amplos relacionados às dimensões do desenvolvimento humano, como sustentabilidade, igualdade e empoderamento”, diz o comunicado.

Uma das questões a serem abordadas no estudo é se, ao longo das últimas décadas, o mundo tornou-se um lugar melhor para se viver. Numa espécie de blog preparativo para o relatório, Let's talk HD, o chefe de pesquisas do escritório do RDH, Francisco Rodríguez, adianta parte do debate: “As últimas quatro décadas têm sido, em grande parte, um período de progresso substancial no desenvolvimento do mundo como um todo. A média mundial do IDH cresceu 29% nesse período. Só em um dos 111 países da série de dados houve declínio do IDH desde 1970 (foi na Zâmbia).”

Essas melhorias, detalha Rodríguez, ocorreram principalmente em educação e saúde. Porém, isso não pode ser tomado como indicação de que a globalização foi benéfica para os países em desenvolvimento. “As evidências mostram que o grande crescimento em educação e saúde nos últimos 40 anos teve pouco ou nada a ver com a globalização. Teve a ver é com a decisão dos estados de expandir seus sistemas educacionais e de saúde, acompanhada de iniciativas da comunidade internacional para permitir o acesso a vacina e antibióticos”, escreve.

De qualquer modo, mesmo com as melhorias o mundo ainda convive com grandes desigualdades sociais. O RDH 2010 deverá trazer propostas para aprimorar as políticas e os debates em torno do desenvolvimento humano.


PNUD Brasil, 22/03/10


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