quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Remessas para América Latina vão cair 11% neste ano, diz BID

As remessas de dinheiro enviadas à América Latina registrarão queda de 11% este ano devido à crise econômica mundial, o que afetará quatro milhões de habitantes da região, afirmou nesta quarta-feira o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

De acordo com estudo do BID e do centro de análises Diálogo Interamericano, a América Latina deve receber este ano US$ 62 bilhões em remessas, especialmente de Estados Unidos, Espanha e Japão, países que foram duramente atingidos pela crise, indicou um comunicado do banco.

Em 2008, a região recebeu US$ 69,2 bilhões em remessas, segundo dados do BID.

Este ano será a primeira vez que as remessas diminuirão, depois de uma década de contínuo crescimento.

A quantia de remessas esperada para este ano é similar a de 2006, indicou o BID.

As estimativas do BID são muito mais pessimistas do que a de outros órgãos multilaterais. O Banco Mundial destacou em julho que previa uma redução de 6,9% nas remessas que a América Latina recebe, enquanto o Sela (Sistema Econômico Latino-Americano) calculou queda de 7% em maio.

O BID advertiu que o país mais afetado pela queda neste ano será o México, que é o maior receptor de remessas da região, com captação de um terço delas.

"A crise claramente está limitando a capacidade dos emigrantes para enviar dinheiro a seu país de origem", destacou o presidente do banco, Luis Alberto Moreno.

"No entanto, as remessas caíram menos do que outros fluxos financeiros privados à região, pois os emigrantes continuam fazendo sacrifícios para ajudar suas famílias", destacou.

A queda das remessas, que caíram 15% no segundo trimestre de 2009, se tornou mais evidente no México e no Caribe, mas foi mais contida na América Central, a região andina e o Cone Sul, indicou o BID.

Isto significa um alívio para países centro-americanos, onde as remessas representam uma boa parte do PIB.

As remessas enviadas dos EUA este ano chegarão a US$ 42,3 bilhões, para uma contração de 11%, enquanto que da Europa serão US$ 9 bilhões, uma redução mais pronunciada, de 14%.

O envio de dinheiro de outras partes do mundo será de US$ 10,4 bilhões, uma queda de 4,5% em relação ao ano passado.


France Presse, em Washington
Folha Online, 12/08/09


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