quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

IDH poderá incluir novos fatores em 2010

PNUD tem feito consultas em diversos países; a inclusão de dados sobre desigualdade de renda e meio ambiente está sendo considerada
IDH do Brasil cresce; país é 70º no ranking

O PNUD está fazendo uma série de estudos para avaliar a possibilidade de mudanças no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) a partir de 2010, ano em que o indicador completa 20 anos. Discute-se a inclusão de novos fatores para o cálculo, que atualmente considera o PIB per capta, a expectativa de vida, a taxa de analfabetismo e a taxa bruta de matrícula escolar para qualificar os países num ranking de desenvolvimento humano.

Um dos pontos mais debatidos é a incorporação de indicadores de outras áreas e a viabilidade de fazê-lo refletir as desigualdades internas dos países. O texto do PNUD que acompanhou o último ranking do IDH menciona algumas questões que estão sendo levantadas: “Como poderíamos considerar aspectos mais amplos do desenvolvimento, como liberdade de escolha ou de oportunidade? O enfoque considera de modo suficiente as disparidades e desigualdades que caracterizam o desenvolvimento?”.

O modo como a renda é levada atualmente em conta no índice “tem uma limitação, porque o que aparece é a média da renda, e isso esconde desigualdades como as que temos no Brasil”, afirma Flávio Comim, coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil. Ele diz que uma das propostas para 2010 é a inclusão de um fator de correção para penalizar a desigualdade.

Acadêmicos, instituições de pesquisa e membros de governos de vários países estão sendo convidados para participar de reuniões e apontar sugestões para aperfeiçoar o IDH. Além da renda, a inclusão de dados sobre problemas ambientais também é uma alteração possível, diz Comim.

A forma como o IDH considera a educação atualmente também pode mudar. A crítica, segundo Comim, é que faltam dados sobre a qualidade do ensino, já que atualmente só constam números sobre a proporção de analfabetos ou de freqüentadores das escolas (para composição do índice, são utilizadas as taxas de analfabetismo e matrícula em todos os níveis de ensino).

No texto em que divulgou o último ranking, o PNUD afirma que a comemoração dos 20 anos “é uma grande oportunidade para considerar os desafios das medidas de desenvolvimento humano”. Apesar disso, não há qualquer previsão de quais alterações poderão ser acatadas. Sem tema definido, o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2010 (que trará os números do IDH 2008) pretende ampliar as discussões sobre o conceito de desenvolvimento humano. Para 2009, o tema será a migração e o formato dos cálculos não será alterado.

OPNUD ainda diz que o maior objetivo do IDH, o de alertar para o fato de que não basta considerar apenas a dimensão econômica do desenvolvimento, já evoluiu bastante e que é o momento de pensar nas próximas etapas.

Sobre o IDH
O IDH nasceu em 1990 como um contraponto à utilização do Produto Interno Bruto (PIB) per capta como único parâmetro para mensurar o desenvolvimento dos países. Atualmente, o índice considera três dimensões: a renda, medida pelo PIB per capta (corrigido pelo poder de compra de cada país), a longevidade, para a qual é utilizada a expectativa de vida ao nascer, e a educação, em que se consideram a taxa de analfabetismo e a de matrículas. Números para anos anteriores a 90 foram calculados retroativamente.



Dayanne Sousa
PNUD Brasil, Boletim nº 527, 16/02/09


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