domingo, 25 de janeiro de 2009

Macaé investe cerca de R$ 500 mil para se tornar cidade digital

Projeto começou em 2006; expectativa é que em dois anos toda a cidade esteja coberta por rede que permita acesso grátis à internet

Macaé, no norte do Estado do Rio de Janeiro, investiu cerca de 500 mil um projeto que começou em 2006 para transformar o município em uma cidade digital. O valor é uma estimativa de Guto Garcia, Secretário de Ciência e Tecnologia de Macaé, e foi destinado a recursos e manutenção da rede wireless montada na cidade.

A prefeitura ainda não "tem uma análise, em termos monetários" da economia que o projeto resultou para os cofres públicos, informa Garcia. Mas ele ressalta que um dos benefícios sentidos de imediado foi um aumento da transparência das ações municipais. "Hoje sabemos quem é beneficiado em cada projeto social, aumentou a visibilidade da organização", comenta.

A primeira etapa do projeto envolveu a interligação de 27 prédios da municipalidade por meio de uma rede sem fio WiMesh, da Motorola. "Hoje, nossa rede abrange 56 postos de saúde, 20 prédios públicos e metade das 114 escolas municipais. O objetivo é colocar nossa rede de fibra óptica para funcionar para não deixar a rede wireless sobrecarregada", afirma Garcia.

A cidade também conta com um sistema, desenvolvido pelos técnicos da prefeitura, que integra os cerca de 90 programas sociais apoiados e desenvolvidos pela municipalidade, o que permite que mapear os beneficiários das iniciativas. "Se hoje em dia alguém quer uma dentadura, uma perna mecânica, óculos, temos um sistema que nos permite saber quem são as pessoas beneficiadas e de quais projetos ela está participando", explica o secretário.

"Há a idéia de instalar totens na cidade para permitir o agendamento de consultas, fazer matrícula escolar, etc. A principal função de você fazer uma cidade digital é melhorar a função administrativa da prefeitura", acrescenta Joeval Martins, gerente da área de Governo & Empresas da Motorola.

Segundo Garcia, atualmente a prefeitura está desenvolvendo um software que permitirá aos pais de 40 mil estudantes da rede municipal de ensino acompanhar boletins, observações dos professores e outros dados, pela internet. A previsão é que em três meses o projeto seja concluído, criando a possibilidade dos familiares acompanharem o desempenho escolar dos alunos.

Ele diz que, caso a família não tenha acesso à internet em casa, poderá recorrer a uma das 17 lan houses municipais que oferecem acesso gratuito à rede. O número de computadores em cada uma delas varia entre 10 e 20 máquinas.

As lan houses utilizam PCs reciclados e montados na chamada "fábrica da cidadania", um espaço que conta com 200 jovens aprendizes que recebem treinamento sobre informática. Quando concluem o curso, os melhores alunos se tornam monitores das lan houses. "Já recebemos mais de 3.000 peças de computador e treinamos mais de 500 jovens", contabiliza o secretário.

As estimativas de Garcia indicam que 22.500 moradores de Macaé estão cobertos pela rede Mesh e podem acessar a internet gratuitamente, cerca de 12% da população da cidade, que tem 200.000 habitantes. Os distritos de Córrego do Ouro, Frade e Glicério, além do bairro do Aeroporto, contam com a cobertura sem fio.

"Quem tiver uma anteninha em casa, pega internet", diz o secretário, acrescentando que a meta é levar acesso gratuito à internet para toda a cidade em dois anos. As próximas regiões a serem cobertas serão a orla e as praças públicas de Macaé.


Fabiana Monte
Computerworld, 21 /01/09


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