quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Prêmio Eco anuncia vencedores de 2008

Carlos Nomoto, do Real: processos de educação e de comunicação para promover o engajamento dos funcionários
Foto Carol Carquejeiro/Valor


A receita básica da gestão para a sustentabilidade, que recomenda o equilíbrio entre resultados financeiros e impactos ambientais e sociais, pode ser aplicada com sucesso por uma grande instituição financeira, por uma pequena empresa de ecoturismo ou por uma companhia que tem um sistema de limpeza inovador. O Banco Real, a Japacanim Ecoturismo e a RL Sistemas de Higiene, escolhidos ontem como vencedores em Gestão Empresarial para a Sustentabilidade (GES) do Prêmio Eco 2008 - uma parceria do Valor e da Câmara Americana de Comércio (Amcham) -, são prova disso.

As vencedoras apostam na inovação e multiplicação de conceitos. No Real, premiado na categoria grande empresa, por exemplo, a sustentabilidade ganhou espaço em 2000, a partir da discussão de uma proposta ambiciosa, a criação de um "novo banco para uma nova sociedade", que ganhou força com a formação de grupos de trabalho multifuncionais, liderados pela alta gestão. Na Japacanim, escolhida entre as empresas de pequeno porte, o olhar diferenciado sobre uma área herdada preparou um cenário para o ecoturismo e abriu campo para novas atividades. E na RL, premiada em médio porte, uma tarefa comum, a limpeza, ganhou controles e processos que estancam os desperdícios e tornam os produtos mais amigáveis ao ambiente.

Os trabalhos escolhidos pelo júri refletem muita energia nos processos, que continuam em andamento e aperfeiçoamento. No Real, há oito anos a plataforma de gestão da sustentabilidade dá o tom a ações internas e externas. "Conscientizamos e engajamos nossos funcionários e pessoas ligadas ao banco, por meio de processos de educação e de comunicação", diz Carlos Nomoto, superintendente de desenvolvimento sustentável do banco, que tem hoje cerca de 400 profissionais dedicados em tempo parcial ou integral à sustentabilidade.

Eduardo Coelho investiu tempo, talento e trabalho na recuperação das matas na fazenda Cabeceira do Prata, na longínqua zona rural do município de Jardim (MS), que herdou. Já planejava transformar os 1.431 hectares em uma empresa de ecoturismo. Plantou mudas de árvores nativas, cultivou a horta, o pomar e, por fim, adquiriu equipamentos para o passeio de flutuação no Rio da Prata, atividade que hoje movimenta pelo menos 150 turistas por dia na propriedade. Em 2007 a fazenda recebeu cerca de 23 mil visitantes e faturou quase R$ 1,8 milhão.

Na RL, a tarefa aparentemente simples da limpeza ganhou uma abordagem que inclui o desenvolvimento de produtos originais e que resultem, no futuro, em uma linha completa sem derivados de petróleo. O sabonete do capim cidreira, lançado recentemente, tem o selo do Instituto Biodinâmico, uma organização que desenvolve a certificação de produtos orgânicos e biodinâmicos. Na caixa é descrito como "um sabonete líquido natural, com tensoativos à base de óleos vegetais e livre de petroquímicos".

O júri que definiu os vencedores a partir de um universo de sete finalistas selecionados por outro júri foi formado por Clarissa Lins, da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável; Hélio Mattar, do Akatu; Ricardo Young, do Ethos; Roberto Gonzáles, da Apimec e Thais Corral.


Valor Online, 04/12/08


Nenhum comentário:



Acesse esta Agenda

Clicando no botão ao lado você pode se inscrever nesta Agenda e receber as novidades em seu email:
BlogBlogs.Com.Br