terça-feira, 15 de julho de 2008

Projeto Bagagem promove turismo comunitário

Identificar organizações não-governamentais (ONGs) pelo Brasil e por meio de parcerias construir roteiros de turismo que possibilitem a geração de renda para as comunidades visitadas e aprendizagem para os viajantes.

É dessa maneira que, desde 2002, o Projeto Bagagem busca criar uma rede de economia solidária de turismo no país. “O objetivo é contribuir com o crescimento econômico e a valorização da cultura dessas comunidades”, explica a presidente e sócia-fundadora do projeto, Cecília Zanotti.

Para isso, o projeto trabalha a partir de três eixos. O primeiro cria uma rede de destinos de turismo de base comunitária, quer dizer, a comunidade deve ser proprietária dos empreendimentos turísticos e gerenciar coletivamente a atividade. Além disso, a comunidade deve ser a principal beneficiária e a principal atração deve ser o seu modo de vida.

O segundo eixo forma uma rede de agências e organizações parceiras, buscando envolver todos os elos da cadeia do turismo no benefício das comunidades.

Por fim, o terceiro constrói uma rede de visitantes, partindo da idéia de que esses atores continuem apoiando a rede e as comunidades mesmo depois do fim da viagem.

Atualmente, as expedições são feitas para o estado do Pará, para as comunidades ribeirinhas de Santarém e Gurupá, além da comunidade de Lençóis, na Bahia.

Cada grupo de viajantes tem de 7 a 15 pessoas. Elas levam um pouco da sua cultura, por meio de fotos e vídeos. Assim que chegam, os viajantes fazem uma roda de vivência. Eles participam de dança, circo, festas e eventos produzidos pela comunidade visitada. “O intuito do projeto é que os viajantes reconheçam e valorizem o modo de vida daquelas pessoas”, explica Cecília.

O jornalista Bruno Asp foi bagageiro em 2006 e visitou a comunidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, Bahia. Durante uma semana, ele conheceu projetos desenvolvidos pela ONG Grãos de Luz e Griô, que atua na região. Asp afirma que a experiência possibilitou uma nova visão “Eu saí da redoma e vi um outro mundo”, conta.

“Você aprende a respeitar culturas diferentes. Não só os turistas, mas as pessoas da comunidade aprendem a valorizar mais a própria cultura”, completa o jornalista.

Além de promover o turismo comunitário, o projeto também busca formar jovens das comunidades na atividade. A criação dos chamados Núcleos Jovens de Turismo de Base Comunitária compõe a principal estratégia de disseminação da metodologia do projeto. A idéia consiste em formar os jovens para que eles possam liderar e gerenciar o turismo de base comunitária na região. “Assim, eles aprendem a dar valor a sua cultura e fazer de sua própria comunidade uma fonte de renda”, explica Cecília.

“A gente acredita que todo brasileiro deveria conhecer esses projetos. Nós ficamos muito encantadas com os lugares e os projetos desenvolvidos pelas ONGs, mas queríamos contribuir de alguma forma para o desenvolvimento das comunidades”, conclui Cecília, lembrando que em breve o projeto abrangerá outras comunidades.


Bruna Souza, do Aprendiz
Envolverde, 15/07/08
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