quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Você sabe envolver os outros em seus projetos?

Conseguir que as pessoas se envolvam no trabalho pelo qual você é responsável está na essência da gestão. Mas o que distingue os melhores líderes é o modo como eles obtêm esse envolvimento. Requisitá-lo é fácil, porém, sabe-se, fazer algo não significa envolver-se. E o envolvimento gera resultados muito superiores.

Os funcionários apóiam genuinamente apenas as coisas que ajudaram a criar, diz o consultor de empresas especializado em mudança Richard H. Axelrod, co-autor de You Don't Have to Do It Alone: How to Involve Others to Get Things Done (ed. PubGroup West). Se você entender isso de fato, mudará para sempre seu modo de gerenciar. Veja a entrevista com Axelrod, a seguir.

Onde os gestores erram quando pensam sobre envolvimento?
A maioria tende a começar pela pergunta “De que tipo de envolvimento eu preciso?”. Isso está errado tanto do ponto de vista realista como do humanista. Os realistas acham que precisam de aspectos relativos a conseguir que as coisas sejam feitas, tais como desenvolver um plano e um orçamento para o trabalho, assegurar que o prazo seja cumprido. Já os humanistas, que se preocupam primeiro com as pessoas, querem garantir que todo mundo entenda o que precisa ser feito e se comprometa com o plano, buscam maneiras de lidar com eventuais resistências. Para conseguir envolvimento, você necessita das duas coisas.

De que maneira pensar como humanista e como realista pode ajudar?
Abordar um projeto com ambas as perspectivas ajuda você a avaliar com mais exatidão os diferentes tipos de envolvimento necessários. Por exemplo, os gestores humanistas querem muito que as pessoas comprem a idéia. Esse tipo de envolvimento é de fato importante para projetos de mudança e de prazo mais longo, mas não é o único. Às vezes, você precisa que as pessoas participem de um modo de melhore suas habilidades, para que possam ser mais produtivas e abarcar novas responsabilidades. E há tipos de envolvimento mais “realistas”: quando você necessita que os funcionários forneçam habilidades, experiência e conhecimentos que você não possui ou quando a quantidade de trabalho lhe exige tempo e energia extras. Nossa abordagem propõe que se pense não apenas nos tipos de envolvimento, contudo. É preciso levar em conta os graus de envolvimento.

Quem o gestor deve envolver?
Vá além dos candidatos usuais: pessoas que se preocupam com o que está em jogo ou que serão diretamente afetadas pela iniciativa, funcionários com conhecimento e experiência relevantes na área, profissionais que ficam emocionalmente tocados pelo trabalho. É importante incluir abertamente pessoas com pontos de vista diversos, para que isso resulte em soluções mais inovadoras. Por mais estranho que possa soar, há boas razões para adicionar à equipe os resistentes, os detratores e outros funcionários problemáticos. É melhor ter um causador de problemas dentro de uma iniciativa assim do que fora, semeando desconfiança e rejeição. Além disso, se levarem em conta suas objeções seriamente, ele pode ser útil para a equipe.

O que mantém as pessoas envolvidas depois da fase inicial?
Quando as pessoas ficam tão envolvidas com os detalhes de um projeto de grandes proporções que elas nem lembram mais o que estão fazendo, é preciso que lhes seja assegurado que suas contribuições são muito importantes. Há várias coisas que você pode fazer para reconhecê-las: lembre as pessoas do que vai mudar como resultado do esforço coletivo; entregue-lhes relatórios regulares do que vem sendo conseguido; mostre como seus inputs são avaliados. Isso é o que as mantém com foco no jogo.

O encerramento é importante? Se sim, por quê?
É na finalização de um projeto que você constrói as bases para o futuro. Celebrar o que foi obtido faz com que as pessoas desejem participar de outras iniciativas similares. E também há um componente de transferência de conhecimento aí. Na reunião para festejar o primeiro estágio de um projeto que continuará em outras partes da organização, devem-se convidar as pessoas que participarão do segundo estágio. Para elas, será imensamente valioso ouvir o que os pioneiros dizem sobre o que funcionou e o que saiu errado.


Publicado pelo HSM Online em 12/02/08


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