sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Programa do BID incentiva 'energia verde'

Mauro Zanatta, de Washington
Publicado pelo
Valor Online em 16/11/07

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está prestes a lançar um programa de US$ 300 milhões para incentivar investimentos de menor escala no campo da chamada "energia verde" em países da América Latina e do Caribe. Podem ser contemplados na iniciativa da instituição energias renováveis, biocombustíveis e projetos de eficiência energética.

O foco do novo programa, que deverá ser anunciado oficialmente ainda em novembro, serão os países menos desenvolvidos dessas regiões. O programa, que terá duração de cinco anos, prevê a concessão de empréstimos, garantias, assistência técnica e serviços para facilitar a aproximação com investidores interessados em operações de participações acionários, no modelo conhecido como "equity".

Pelas regras do BID, os empréstimos ficarão entre US$ 5 milhões e US$ 25 milhões. Os projetos selecionados terão um limite máximo por país de até US$ 120 milhões. Como a intenção do banco é desconcentrar a concessão desses empréstimos, um fatia de pelo menos 65% dos US$ 300 milhões serão destinados aos países menos desenvolvidos.

"Nossa idéia é levar essas iniciativas de 'energia verde' aos países menores", afirma o brasileiro Arnaldo Vieira de Carvalho, especialista en Energia Sustentável da Divisão de Finanças e Infra-Estrutura Básica do BID.

Sob o comando do colombiano Luis Alberto Moreno, entusiasta do incentivo aos biocombustíveis, o BID tem passado a atuar de forma mais sistemática no segmento. A carteira de investimentos na área soma US$ 1 bilhões em operações de financiamento estruturado nos segmentos de açúcar, etanol e co-geração de energia do bagaço da cana-de-açúcar. São três grupos dos Estados Unidos e um do Brasil.

"Mas nossa carteira pode chegar a cerca de US$ 3 bilhões no curto prazo", estima a peruana Sylvia Larrea, especialista do Departamento de Finanças Estruturadas e Corporativas do BID.

Em recente operação, o banco fechou o refinanciamento de US$ 120 milhões em dívidas de curto prazo da usina paulista Moema, que processa 4,5 milhões de toneladas de cana por ano, em conjunto com Itaú e o holandês Rabobank. A ação permitiu o alongamento, de cinco para até dez anos, no prazo de vencimento dos débitos. No início do mês, o BID fechou com o banco Indusval a primeira transação de comércio de biocombustíveis via garantia para cobrir nota promissória de financiamento à exportação de etanol brasileiro para a Inglaterra.

Outro foco importante do BID está na criação de um fundo para o setor privado com US$ 40 milhões para auxiliar no financiamento de estudos de viabilidade econômica em biocombustíveis e eficiência energética na Guatemala, Honduras, Paraguai, Peru, Colômbia, Panamá, República Dominicana, El Salvador, México e Chile.

O programa, que está aberto para a candidatura de novas projetos, inclui doação aos setores públicos desses países. "O BID também apóia uma rede de pesquisadores na América Central e oferecerá recursos para plantas piloto de produção de etanol de celulose", afirma Arnaldo Vieira de Carvalho.

O jornalista viajou a convite do Departamento de Estado dos EUA


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