domingo, 17 de junho de 2007

Operadora móvel precisa ter acesso a banda larga, diz TIM

Juliano Basile e Ivana Moreira
Publicado pelo Valor Online em 15/06/07


O presidente da TIM, Mario Cesar Pereira de Araújo, defendeu ontem no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o fim de barreiras para que as companhias de telefonia celular possam atuar nos mercados de banda larga e de WiMax (padrão de internet sem fio).

O executivo disse que a concentração do mercado de banda larga entre as principais empresas do setor é de 85%. "Há pouca competição", afirmou. "Nós da telefonia móvel continuamos sem acesso."

Na banda larga, os serviços Velox (da Oi), Speedy (Telefônica), Ajato (da TVA, está em processo de compra pela Telefônica), BrTurbo (da Brasil Telecom) e Virtua (da Net) teriam 85%.

O ideal, na opinião do presidente da TIM, seria que todas as companhias, independentemente de sua origem, tivessem acesso aos mercados convergentes (internet, voz e TV por assinatura).
Araujo defendeu condições equânimes para as empresas atuarem nas freqüências de banda larga sem fio, que serão leiloadas pela Anatel. Araujo ressaltou que, para as companhias de telefonia fixa, o WiMax representa a continuidade no mercado. Já para as operadoras de celular, a tecnologia significa a oportunidade de entrar num novo segmento. "A atuação nos mercados convergentes é um imperativo estratégico para todas as empresas que atuam no setor", afirmou.

O conselheiro do Cade Luís Fernando Rigato Vasconcellos perguntou a Araujo qual o interesse da TIM em ter licença para operar na telefonia fixa local, recentemente adquirida pela operadora. "O número fixo é interessante para fazer planos para clientes corporativos."

O Cade está realizando audiências públicas sobre a convergência entre os meios de comunicação. O órgão antitruste terá de julgar uma série de parcerias nos setores de internet, voz e TV paga nos próximos meses e , por isso, está ouvindo representantes de todos os mercados.
O conselho também ouviu ontem o presidente da Claro, João Cox. Ele disse aos conselheiros que o celular é a plataforma mais importante "para a qual vão convergir todas as tecnologias do mundo". O celular não irá substituir a TV, o rádio ou o jornal, enfatizou. Mas irá aumentar substantivamente as opções de distribuição de conteúdo. Para Cox, a produção de conteúdo é o ponto crítico para o sucesso da convergência. "O celular vai trazer mais benefícios para quem produz conteúdo", disse.

Numa entrevista à imprensa em Belo Horizonte, a Claro anunciou ontem que superou a marca de 1 milhão de clientes em Minas Gerais, aonde chegou há pouco mais de um ano como quarta operadora da região. O número representa quase 10% de participação no Estado. A Claro chegou a Minas em novembro de 2005, mas a Telemig Celular conseguiu liminares na Justiça que adiaram o início das operações até abril de 2006.

A Telemig lidera o mercado mineiro, com participação de 31%, seguida de perto pela Oi. A empresa, controlada por fundos de pensão e pelo Citigroup, está em processo de venda. A Claro é uma das candidatas à compra. Entretanto, o diretor regional da empresa em Minas, Sérgio Pelegrino, afirmou que o interesse pela Telemig diminui à medida que a Claro ganha escala no Estado.

Num evento em São Paulo, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse que a empresa já acessou a sala de informações para avaliar uma eventual oferta pelo controle da Telemig. De acordo com ele, o processo de venda poderá ser concluído em um mês. Há expectativa de que a Vivo, que não tem licença para atuar em Minas, também apresente proposta.


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