quarta-feira, 26 de agosto de 2009

PNUD quer aproximação com sociedade civil

Reuniões com representantes do setor começam a ser promovidas para discutir Metas do Milênio e Índice de Desenvolvimento Humano

O PNUD iniciou uma aproximação com a sociedade civil que visa aproveitar o momento em que se discute a crise econômica global e as mudanças climáticas para avançar em busca de um novo multilateralismo. A agência da ONU lançou a Plataforma Desenvolvimento Humano 2010, uma série de ações com o objetivo de buscar constituir “laços mais estreitos entre organizações públicas, privadas e a sociedade civil com as Nações Unidas”. Essas ações incluem reuniões com representantes da sociedade civil e a participação dessas entidades na revisão dos 20 anos de Relatório de Desenvolvimento Humano e do que será feito no acompanhamento dos próximos anos dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

O primeiro passo dessa mobilização foi dado em Nova York, em um encontro de representantes do PNUD com 25 organizações da sociedade civil para discutir os novos papéis frente aos desafios globais. A reunião destacou que o momento de crise constitui uma oportunidade “sem precedentes” para transformar a governabilidade global. “O conceito de governabilidade democrática que queremos promover é aquele que destaca a participação para trazer as pessoas para o processo, principalmente as mais pobres”, disse Helen Clark, administradora internacional do PNUD, sobre a parceria.

Em documento de apresentação da plataforma, o PNUD avalia que governos não são capazes de resolver sozinhos os problemas globais. "A sociedade civil, cuja influência na arena global foi transformada pelas forças e pela lógica da globalização, é essencial para uma visão futura de multilateralismo revitalizado."

A Plataforma pretende ser um conjunto de encontros e consultas à sociedade civil promovidas pela ONU com objetivo de firmar parceria para resolução dos problemas globais. Além disso, deve contribuir para ampliar a participação das entidades civis nas redes globais e na condução de políticas de desenvolvimento dos países.

Modificações
A parceria entre ONU e sociedade civil deve também contribuir para uma revisão do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) produzido pelo PNUD que em 2010 completa vinte anos. O relatório é o responsável pela divulgação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e traz, a cada edição, uma série de informações e uma avaliação sobre algum tema que preocupe o mundo. Na última edição, tratou de mudanças climáticas; na próxima, a ser divulgada em outubro, tratará de migração.

As discussões da plataforma também marcam os dez anos da Declaração do Milênio e do comprometimento de 189 nações com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio – conjunto de metas sócio-econômicas, como universalização do ensino básico e erradicação da fome, que devem ser atingidas até 2015.

“As idéias vão ajudar no planejamento dos cinco últimos anos para o cumprimento das Metas”, afirma o texto do site internacional do PNUD sobre a Plataforma.

“Nós não podemos resolver problemas de pobreza e atingir as Metas de Desenvolvimento do Milênio sem resolver o problema das mudanças climáticas, é o coração do que fazemos”, declarou Helen Clark.

A afirmação acompanha as sugestões feitas ao site brasileiro do PNUD por Flávio Comim, coordenador do Relatório de Desenvolvimento Humano no Brasil.

Em entrevista cedida ao site do PNUD, em fevereiro de 2009, ele disse que uma das propostas para 2010 é incluir no IDH (que hoje mede as esferas de educação, renda e longevidade) indicadores de desigualdade de renda e de problemas ambientais.


PNUD, Boletim nº 554 - Segunda-feira, 24 de agosto de 2009


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